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JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DESAFIOS E DESCOBERTAS

 GREGOL, Andréia Paula Gonçalves dos Santos¹ 

BERTI, Eliane Menegatti¹

ALBUQUERQUE, Juliana¹

IUNG, Liane de Fatima¹ 

BERNARDINO, Marli dos Santos

                                                                                       

 

RESUMO

A realização da pesquisa se deu com o objetivo de conhecer através da prática pedagógica de professores que atuam na Educação Infantil da rede municipal de educação de Sorriso/MT, qual a concepção da importância dos Jogos e Brincadeiras para o desenvolvimento, aprendizagem e construção do conhecimento dos alunos, levando em conta os desafios e descobertas advindas da realização de atividades que levam os mesmos a vivenciarem. Teve como problemática a questão de quais as contribuições, do ponto de vista pedagógico, que os jogos e brincadeiras podem oportunizar na aquisição do processo de aprendizagem dos alunos da Educação Infantil? Na busca de compreender tal temática, foi formulado um questionário no qual se aplicou a um grupo de professores que atuam em salas de aulas com alunos da Educação Infantil. Para dar subsídios à pesquisa, vários autores foram referenciados para compreender a importância de envolver, na prática pedagógica, atividades relacionadas a jogos e brincadeiras diversas. Com base nisso, se fez a reflexão da prática pedagógica dos professores vivida no cotidiano no qual se observou que os mesmos para trabalhar jogos e brincadeiras, não se utilizam de referenciais teóricos para desenvolver suas aulas, mas sim pautados nas experiências adquiridas com o próprio trabalho em sala de aula.

 

Palavra chave: Educação Infantil. Construção. Lúdico

 

1- INTRODUÇÃO

A infância é marcada pelos jogos e pelas brincadeiras. A falta dessa atividade para a criança pode desencadear neuroses infantis que permanecerão até a fase adulta, uma vez que não forem superados de forma precisa os níveis de agressividade e competitividade.

É nesse anseio de compreender um pouco mais essa temática é que se propôs o tema “Brincar uma forma de aprender na educação infantil”

A pesquisa tem seu início a partir de um problema que faz parte do contexto diário dos professores que trabalham com crianças de Educação Infantil. Pois, as contribuições, do ponto de vista pedagógico, que os jogos e brincadeiras podem oportunizar na aquisição do processo de aprendizagem dos alunos da Educação Infantil?

Dentro de uma perspectiva mais atual, objetivou-se em conhecer através da prática pedagógica de professores que atuam na Educação Infantil da rede municipal de educação de Sorriso/MT, qual a concepção da importância dos Jogos e Brincadeiras para o desenvolvimento, aprendizagem e construção do conhecimento dos alunos, levando em conta os desafios e descobertas advindas da realização de atividades que levam os mesmos a vivenciarem.

A metodologia aplicada para a realização da pesquisa se deu a partir de leituras e reflexões do tema sugerido em várias fontes e autores e, em seguida, por meio de um questionário do qual foi feito entrevista com um grupo de professores que trabalham em escolas diferentes da cidade. Posteriormente, foi realizada a análise de todo o trabalho em todas as suas partes constituintes.

A realização desta pesquisa contribuiu (e contribuirá) significativamente para minha formação profissional. Pois, através de leituras de vários autores que buscam discutir essa temática para o contexto escolar, fez com que eu pudesse ter um novo olhar quanto à utilização de atividades relacionadas a jogos e brincadeiras no desenvolvimento dos alunos. Portanto, pude compreender que a introdução de jogos e brincadeiras na prática pedagógica do professor não pode ser trabalhada de forma isolada de outras áreas do saber, mas sim utilizar-se desses jogos e brincadeiras de uma forma interdisciplinar, envolvendo todas as áreas do saber.

A abordagem da pesquisa se fez em três partes dentro de sua estrutura sendo: fundamentação teórica, análise de dados e considerações finais. Porém, sem perder a sequência de que um relaciona com outro.

No primeiro momento da fundamentação teórica buscou fazer uma reflexão quanto à importância dos jogos e brincadeiras no contexto escolar, considerando o brincar e jogar como parte essencial para o desenvolvimento da criança.

No segundo momento referenciam-se os jogos e brinquedos e suas funções entendido como uma atividade que, por estar muito presente no dia-a-dia da criança, deve-se considerar o jeito peculiar de cada um.

No terceiro momento procurou-se refletir do ponto vista pedagógicos as brincadeiras e jogos, levando em conta a forma e como essa prática deva ocorrer no interior das escolas.

Na segunda parte buscou-se por meio da entrevista tecer comentários a partir das opiniões dos professores que trabalham com alunos de Educação Infantil. Mostraram através das respostas sua visão a respeito da prática das brincadeiras e jogos no contexto escolar.

Por fim, fazem-se as considerações finais considerando o que foi previsto nos objetivos da pesquisa, onde se verificou que os professores embora conheçam a importância de desenvolver em sua prática pedagógica os jogos e brincadeiras, não o fazem pautados no que se prevê dentro do sistema educacional regido tanto pelos PCNs com na LDB, ou seja, trabalham conforme a experiência adquirida ao longo do tempo.

 

2- DESENVOLVIMENTO

 

2- JOGOS E BRINCADEIRAS NO CONTEXTO HISTÓRICO ESCOLAR

O ato de brincar está presente em diferentes tempos e lugares e também ligados a fatores históricos e sociais que a criança está inserida. Assim, a brincadeira passa por um processo de recriação baseada no seu poder de imaginação e criação. 

Pensando em uma forma mais ampla, pode-se afirmar que as brincadeiras fazem parte da história da humanidade, sendo-as como parte da cultura de um país, de um povo. Segundo Wajskop (2007, p. 38)

A brincadeira, desde a antiguidade, era utilizada como um instrumento para o ensino, contudo, somente depois que se rompeu o pensamento românico passou-se a valorizar a importância do brincar, pois antes, a sociedade via a brincadeira como uma negação ao trabalho e como sinônimo de irreverência e até desinteresse pelo que é sério. Mas mesmo com o passar do tempo o termo brincar ainda não está tão definido, pois ele varia de acordo com cada contexto, os termos brincar, jogar e atividades lúdicas serão usados como sinônimos. 

 

Na Idade Média, não havia um conceito formado sobre a infância, o que resultava na falta de conhecimento quanto às peculiaridades infantis. Nesse período, não se levava em conta o alto índice de mortalidade infantil. As crianças que superavam essa fase eram retiradas de seus familiares para serem educadas por outras pessoas conforme seus preceitos, ingressando, assim, no mundo dos adultos, sem distinguir-se deles.

Diante dos avanços posteriores da ciência, e as mudanças sociais, a mortalidade infantil reduzida, as famílias passam a ser incumbidas de educar, surgindo assim, aquela proteção exarcebada que considera a criança ingênua, gentil e graciosa. 

 

No século XVIII, com a crítica dos moralistas e educadores, surge um novo sentimento de “natureza infantil”, dando ênfase ao aspecto psicológico e a preocupação com a formação moral, preservando a criança das influências negativas do meio. (Aries. 1981, p. 87).

 

Percebem-se duas visões de infância: a criança na sociedade Medieval desempenhava um papel de adulto e na sociedade moderna era vista como um ser que necessitava de cuidados e educação como pré-requisito para vida futura, generalizando as crianças das diferentes classes sociais.

Com a evolução da classe burguesa, difundiu-se a ideologia dominante que preserva até hoje o conceito universal de que todas as crianças são iguais independentemente das condições sociais, econômicas e culturais que estão presentes na realidade brasileira.  De acordo com os PCN’s (1998, v.1, 11):

 

A expansão da Educação Infantil no Brasil e no mundo tem ocorrido de forma crescente nas últimas décadas, acompanhando a intensificação da urbanização, a participação da mulher no mercado de trabalho e as mudanças na organização e estrutura das famílias. Por outro lado, a sociedade está mais consciente da importância das experiências da primeira infância, que motiva demandas por uma educação institucional para crianças de zero a seis anos. 

 

Com base em que a educação compensatória resolveria os problemas sociais pela educação, o Brasil na década de setenta, adere a tal concepção pautada no princípio de que a criança ao chegar à escola, não possui vocabulário, lateralidade, coordenação motora, sociabilidade, entre outras habilidades, devido a carências nutricionais e afetivas, cabendo à escola a responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento de todas as potencialidades da criança para que no futuro não venha a ter dificuldades de aprendizagem. Para Borges (1987, p. 3):

 

Deve-se oferecer à criança, oportunidade de ser estimulada e motivada, no momento conveniente e respeitar o tempo necessário para ela amadurecer e, portanto, deixar que uma aquisição tão marcante como é a da leitura e escrita, ocorra quando a criança estiver pronta para adquirir, com interesse e sucesso. Assim sendo, a pré-escola é um poderoso socializador e educador, levando a criança a desenvolver sua criatividade, promovendo, também, um equilíbrio geral.

 

Surgem, no final da década de setenta várias críticas acerca da educação compensatória, sob o questionamento de não proporcionar às crianças oportunidades de ter um bom desempenho escolar, priorizando apenas aquelas crianças de maior poder aquisitivo, se expandindo lentamente para a grande massa.

Diante destas críticas à educação compensatória, o MEC em 1981, elabora uma “proposta política”, através do Programa Nacional de Educação Pré-escolar, que objetiva o favorecimento ao desenvolvimento global da criança, com ênfase as suas características físicas e psicológicas num contexto de valorização das experiências culturais. Portanto, o ensino da pré-escola passa a atender às características peculiares das crianças de zero a seis anos, sem ter uma articulação definida com as outras séries.

 

2.3 - JOGOS E BRINQUEDOS E SUA FUNÇÃO

 

O brinquedo é sem dúvida, uma atividade de grande valor educativo, a capacidade de brincar abre para a criança um espaço de decifração dos enigmas que as rodeiam.

A função essencial do jogo é dar à criança no seu modo peculiar de ser criança, sem tentarmos transformá-la num adulto em miniatura, pois estaríamos indo decididamente contra a natureza e o direito que ela tem de manifestar-se e agir conforme.

Devido à diversidade de temperamentos infantis, é necessário ressaltar os dois tipos mais comumente encontrados: o da criança tímida e o da criança dominadora.  Considerando à grande influência sócio-disciplinadora do brinquedo de roda.

Convém que o professor de início ofereça os brinquedos de roda de ação conjunta para que ela se considere parte de um todo ao realizar movimentos comuns ao grupo.  Só assim o professor está dando oportunidade aos tímidos de superar sua inibição, encorajando-os e conduzindo-os à liderança, controlando o desejo dos prepotentes, ensinando-lhes a necessidade da união e respeito aos direitos dos grupos, o brinquedo de roda integra a criança no grupo, preparando-a para viver em sociedade.

Através do jogo, proporciona condições para o processo de socialização e ajuda a criança na convivência com seu grupo de colegas.  É um aprendizado suave, divertido e que lhe proporciona constantes alegrias. No jogo aprende-se a colaborar, a repartir, a observar um regulamento e ceder o individual para que o grupo vença, aprendendo a vencer e a perder, convém lembrar sempre de que o jogo é importantíssimo para a criança, por isso não seja o professor a impor os jogos, mas que dê ampla oportunidade para que a criança escolha suas brincadeiras.

É através dos jogos e brinquedos infantis que a criança adquire a primeira representação do mundo e por meio das relações sociais, desenvolvendo um senso de iniciativa e auxílio mútuo.  Por tanto pode-se dizer que, através do brinquedo e do jogo, a criança expressa, assimila e constrói a sua realidade. 

A finalidade do trabalho na educação infantil é o desenvolvimento integral da criança, complementando a ação da família e da comunidade.  Esta educação será oferecida em instituições especializadas, que se subdividem em creches (crianças de zero a três anos) e classes de educação infantil (crianças de quatro a seis anos).

Nos Referenciais Curriculares Nacionais (RCN), para a educação infantil explicita-se o direito de que toda criança tem que viver experiências prazerosas nas instituições. Há clareza quanto à importância do aprender a movimentarem-se através dos jogos, brincadeiras, danças e práticas esportivas, ressaltando o papel da cultura corporal, onde esses recursos se manifestem através das expressões faciais, dos gestos, das posturas corporais.

Na verdade, o brincar representa um fator de grande importância na socialização da criança, pois é brincando que o ser humano se torna apto a viver numa ordem social e num mundo culturalmente simbólico.

Os trabalhos de Flavell (1975, p. 61), afirma que “O enfoque piagetiano tem seu fundamento no potencial que a criança traz consigo, como também na sua ação sobre os objetos e pessoas e em determinadas situações que lhe apresentam", com os quais nestas reflexões identifica-se com brinquedos e brincadeiras. É através da integração da criança com os mesmos que ele vai construindo o seu conhecimento e promovendo suas habilidades. Para desenvolver esse processo e manipular os objetos, de compará-los, de estabelecer relações de causa e efeito, entre outras experiências.

Quando a criança emprega suas mãos para atingir e pegar objetos a seu alcance, começa a perceber diferenças entre os mesmos, de um pano suave e um chocalho, de uma barba áspera e de uma pele fina. Por isso, já nesse momento do desenvolvimento infantil faz-se necessário oferecer-lhe diferentes objetos e brinquedos estimuladores, como também brincadeiras, com o fim de facilitar-lhe experiências apropriadas e repetitivas.

O ambiente, com todas as suas propriedades podem ser caracterizados conforme os aspectos físicos, sociais e mentais das pessoas que nele interagem. A partir de um núcleo onde permanece mais tempo, a criança tende naturalmente a explorar suas regiões vizinhas, a descobrir novos trajetos, lugares, pessoas e objetos. Nessas descobertas vão atribuindo valências positivas, negativas ou ambivalentes do que vivencia, de acordo com seus desejos e necessidades. Vai criando barreiras ou pontos de contato, de acordo com a forma como vê o objeto.

Através da observação de como as pessoas com as quais convive reagem a determinadas situações, a criança vai internalizando modelos de ação e buscando reproduzi-los em contextos análogos. Por exemplo, para uma criança pequena que observa a mão ou o educador, ou mesmo outra criança, ter uma atividade favorável e afetuosa frente a outra pessoa, será mais fácil atribuir um valor positivo a esse desconhecido.

Nas orientações de Vygotsky (1984, p.101), "É o social que vai decodificando a realidade para a criança, denotando-a e conotando-a segundo sua história de vida e sua cultura". 

Nesse sentido, as decisões e atribuições de valor da criança pequena dependem muito do que ela observa ao seu redor. A criança parece experimentar um grande prazer em desenvolver uma atividade na qual cria, variando os processos de agir e observando os resultados. É preciso apenas que lhe dê condições para tanto, não interferindo.

O papel do adulto no brincar da criança é fundamental. A forma de relação estabelecida por ele irá incidir diretamente no desenvolvimento integral da criança, e sua postura poderá facilitar ou dificultar o processo de aprendizagem infantil. O investimento na qualidade dessa relação é imprescindível em qualquer espaço de educação, seja ele formal ou informal.

O importante é aprender a observar a criança brincando, experimentar a vivência lúdica para poder compartilhá-la e buscar qualificar-se de forma teórica e vivencial através de cursos, encontros, grupos de estudo, etc. Considerando que a promoção do brinquedo se dá naturalmente no mundo infantil, o desafio do adulto reside em construir uma relação que permita à criança ser agente de sua própria brincadeira, tendo na figura dele um parceiro de jogo que a respeita e a estimula a ampliar cada vez mais seus horizontes. Kishimoto (1996, p. 64), diz que:

 

A concepção de brincar como forma de desenvolver a autonomia das crianças requer um uso livre de brinquedos e materiais, que permita a expressão dos projetos criados pelas crianças. Só assim, o brincar estará 

 

Contribuindo para a construção da autonomia. 

Portanto, o brinquedo é a oportunidade de desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades. O brinquedo estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança. Proporciona aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração da atenção.

Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. O brinquedo espontâneo pode ser considerado sob dois aspectos: auto-expressão e auto-realização. Ao nível de auto-expressão estão às atividades livres, construções, dramatizações, música, artes plásticas, etc.

O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo a sentimento de impotência da criança. Um ursinho de pelúcia pode ser um bom companheiro. Uma bola que convida para um pouco de exercício, um quebra-cabeças que desafia a inteligência ou um colar de "pérolas" que faz a menina sentir-se bonita e importante como à mamãe, todos são como amigos, servindo de intermediários para que a criança consiga integrar-se melhor. Através da experimentação, a criança aprende a controlar seus movimentos e a estabelecer ordem em seu mundo.

Quando tem acesso a farto material, satisfaz suas necessidades de desenvolvimento e sente-se atraída pelas possibilidades que eles representam. As crianças trabalham com materiais não somente para alcançar um objetivo, mas pelo prazer de experimentá-los e lidar com eles. "A aprendizagem está relacionada a fatores externos, por outro lado o desenvolvimento se refere a fatores internos relacionados com o processo de maturação do indivíduo". Negrine (1994, p. 9).

O brinquedo proporciona o aprender-fazendo e para ser mais bem aproveitado é conveniente que proporcione atividades dinâmicas e desafiadoras, que exijam participação ativa da criança. As situações-problema contidas na manipulação de certos materiais se estiverem adequadas às necessidades do desenvolvimento da criança, fazendo-a crescer através da procura de soluções de alternativas. Para que o brinquedo seja significativo para a criança é preciso que tenha pontos de contato com a sua realidade.

O brinquedo estimula a inteligência porque faz com que a criança solte sua imaginação e desenvolva a criatividade ao mesmo tempo, possibilita exercício de concentração, de atenção e de engajamento. Distrai, porque oferece uma saída para a tensão provocada pela pressão do contexto adulto. A realização de uma atividade agradável e que provocou concentração, a criança fica mais calma e relaxada. Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, (1998, p. 23).

 

Quando utilizam a linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens. Na brincadeira, vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras de convivência, assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos, das emoções e das construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da brincadeira é sempre individual e depende dos recursos emocionais de cada criança que são compartilhados em situações de interação social. Por meio da repetição de determinadas ações imaginadas que se baseiam nas polaridades presença/ausência, bom/mau, prazer/desprazer, passividade/atividade, dentro/fora, grande/pequeno, feio/bonito, etc., as crianças também podem internalizar e elaborar suas emoções e sentimentos, desenvolvendo um sentimento próprio de moral e justiça.

Os brinquedos e as brincadeiras são excelentes oportunidades para nutrir a linguagem da criança. Os contatos com diferentes objetos e diferentes situações estimulam a linguagem interna e o aumento do vocabulário. O entusiasmo da brincadeira faz com que a linguagem verbal se torne mais fluente e haja maior interesse pelo conhecimento de palavras novas. A variedade de situações que o brinquedo possibilita pode favorecer a aquisição de novos conceitos.

No jogo, a lei não deriva do poder ou da autoridade, mas das regras, portanto, do jogo em si. Conhecidas as normas, todos têm as mesmas oportunidades, e participando do jogo, à criança aprende a aceitar regras, pois o desafio está justamente em saber despeitá-las. Esperar sua vez, aceitar o resultado dos dados ou de outro fator de sorte são excelentes exercícios para lidar com as frustrações e, ao mesmo tempo, elevar o nível de motivação.

 

2.4 - BRINCADEIRAS E JOGOS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA

 

Estabelecer horários diferentes na educação infantil, sendo uma para brincadeira e outro para aprendizagem, na prática, é impossível. Pois, estudos comprovam que a criança aprende brincando. É no mundo próprio vivencial é que ela vai descobrindo através dos jogos, sejam eles dos mais diversos tipos que vão dos mais simples de encaixe às mais variadas brincadeiras folclóricas. Portanto, o jogo é forma constituída que leva a criança a preparação para a vida adulta. É por meio das brincadeiras e jogos que a criança interage com objetos, se relaciona com outras crianças, desenvolve suas potencialidades, descobre suas habilidades. Carvalho (1989, p.14) considera que:

 

Desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter  sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as atividades vivenciadas naquele instante.

 

Sempre houve no contexto escolar, por parte dos educadores, a preocupação quanto aos métodos de ensino.  A maneira em que o aluno assimilava o conteúdo e se realmente a aprendizagem era eficaz ficava não era praticamente levada em conta.  Após estudos mais aprofundados ligados a psicologia, psicopedagogia e outras áreas do conhecimento, surgem à preocupação em descobrir como a criança aprende.

O professor, por sua vez, pode utilizar-se de uma gama de estratégias de ensino que, na sua concepção, é excelente. Porém, se não estiver adequado ao modo de aprender da criança, surtirá pouco efeito e vai levá-la a não aprender. É preciso proporcionar atividades que leve a criança a aprender de maneira que sua aprendizagem seja melhor, mais prazerosa e eficiente. Assim, a utilização de jogos e brincadeiras como recursos que resultam numa melhor aprendizagem na educação infantil é essencial na obtenção de resultados positivos no processo de ensino-aprendizagem das crianças.

Outro fator importante na visão do brincar e jogar é que o professor tenha bem definido os objetivos que quer alcançar quando se propõe a trabalhar essas atividades lúdicas.  E ter cuidado também com as brincadeiras que vai mediar, para que esta esteja ligada ao momento correto do desenvolvimento infantil. Como se sabe, os brinquedos e as brincadeiras são fontes inesgotáveis de interação lúdica e afetiva. Para uma aprendizagem eficaz é preciso que o aluno construa o conhecimento, assimile os conteúdos. E jogo é um excelente recurso para facilitar a aprendizagem. Neste sentido Carvalho (1989, p. 28) nos dá uma idéia de que “... o ensino absorvido de maneira lúdica passa a adquirir um aspecto significativo e efetivo no curso de desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade denotando-se, portanto em jogo.”

Assim, todas as ações com jogos devem ser encaradas de forma que sejam criadas e recriadas com o intuito de torná-las sempre em uma nova descoberta. Quando se está brincando, a criança faz um afastamento entre a sua vida diária, com seu mundo ilusório, imaginário. Significa que ela não está preocupada em adquirir conhecimento ou desenvolver habilidades físicas ou mentais. O que para ela importa, neste caso, é o brincar, algo que acontece de forma natural e espontânea cuja finalidade é suprida com o prazer, a alegria, a livre exploração do brinquedo.

Conhecedor da importância dos jogos e brincadeiras no processo de aprendizagem da criança dentro da concepção do prazer de se aprender brincando, o professor deve ter sempre em mente a condução de uma aula partindo da curiosidade dos alunos. Quanto a essa reflexão Rocha (2000, p. 48) coloca da seguinte forma: "Ao professor cabe organizar o brincar e, para isto, é necessário que ele conheça suas particularidades, seus elementos estruturais, as premissas necessárias para seu surgimento e desenvolvimento".

O professor não deve adaptar-se à realidade social em que vivemos, e sim assumir o seu papel como ator social capaz de colocar mais cor, mais sabor, mais vida, tanto na sua vivência, como naquilo que se propõe a fazer. Isso é possível quando ele reconhece o lúdico que o acompanhou durante todo o seu desenvolvimento.

 

3- METODOLOGIA

 

Há um grande número de escolas no município de Sorriso-MT que oferecem o Ensino de Educação Infantil. Por esse motivo a adequação do espaço físico e o conhecimento de propostas de ensino voltadas para a prática da ludicidade é uma constante que está sempre presente no meio escolar dessas instituições. Daí, um aprofundamento do ponto de vista de pesquisa de como está sendo visto e desenvolvido atividades relacionadas aos jogos e brincadeiras na Educação Infantil.

O intuito é de analisar como os professores de Educação Infantil estão vendo a importância das brincadeiras e jogos para o desenvolvimento e aprendizagem de crianças entre 4 e 5 anos de idade, tendo como ponto de partida as brincadeiras realizadas no contexto escolar numa perspectiva lúdica. 

Procurando determinar um método de pesquisa adequada, capaz de coletar dados suficientes de tal modo que atinja os objetivos pretendidos, o trabalho pautará na busca minuciosa em autores tais como: Araújo, Kishimoto, Amorim, Moyles, Vygotski entre outros, que trazem à tona a temática em estudo. 

O trabalho estará apoiado na pesquisa in loco com um grupo de professores, no qual se fará aplicação de um questionário com perguntas abordando como enfoque a Educação Infantil. Após os dados obtidos do questionário será realizada a análise dos dados trazendo para o campo da discussão os autores referenciados com a visão dos professores pesquisados. Tal procedimento baseará em Oliveira (2003, p. 66), quando cita:  

Depois de definidas as fontes de dados e o tipo de pesquisa, que pode ser de campo ou de laboratório, devemos levantar as técnicas a serem utilizadas para a coleta de dados, destacando-se: questionários, entrevistas, observação, formulários e discussão em grupo.

Para finalizar será realizada as considerações finais, no qual buscará sintetizar através de seus objetivos os resultados obtidos e pretendidos com a pesquisa e, ao mesmo tempo abrindo um leque maior para novas discussões a partir das discussões advindas deste trabalho. Segundo Gonçalves e Souza (2007, p. 21-22) “Não é um resumo do trabalho, mas exposição dos resultados da pesquisa, quais as conclusões obtidas com o estudo. Abertura de possibilidades para novos estudos.”

 

4- ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS PESQUISADOS

 

De acordo com o explicitado na introdução este trabalho tem a finalidade de conhecer a concepção de professores que trabalham na Educação Infantil da rede municipal de educação de Sorriso, quanto a importância dos Jogos e Brincadeiras para o desenvolvimento, aprendizagem e construção do conhecimento dos alunos, levando em conta os desafios e descobertas advindas da realização de atividades que levam os mesmos a vivenciarem.

  Considerando dentro de uma perspectiva de construção de saberes, a pesquisa visa debater a importância das brincadeiras para a aprendizagem e desenvolvimento infantis, e ao mesmo tempo apreciando do fato de que se pretendeu analisar como a situação lúdica é compreendida por professores da pré-escola, levando em conta a realização de observações de aula, enfocando nossa análise nas ações das crianças e também na forma como os professores agiam frente à presença de brincadeiras desenvolvidas por seus alunos.

Quando perguntado se tinham o conhecimento sobre a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais _ PCNs, documento esse necessário no contexto escolar e que aborda os objetivos do brincar na educação infantil, muitos dos  entrevistados alegaram que não faz o uso de leituras dos PCNs. Preferem pesquisar outras fontes. “Mesmo quando quero ler sobre alguma coisa relacionada a brincadeiras, música infantil eu procuro em revistas, livros ou na internet e retiro de lá as atividades que quero para trabalhar com meus alunos, não fico preza a estas leis.”

Os Parâmetros Curriculares é um conjunto de ações que direcionam o que se pretende ensinar. Por isso, é preciso entender que, mesmo que se pesquise através de outros meios, a leitura dos Parâmetros Curriculares Nacionais é algo necessário. Pois, são diretrizes que dão sustentação as bases práticas ao cotidiano. De acordo com os PCNs, (1998, p. 38), sua proposta é:

 

Inovadora e abrangente, expressam o empenho em criar novos laços entre ensino e sociedade e apresentar idéias do "que se quer ensinar", "como se quer ensinar" e "para que se quer ensinar". Os PCNs não são uma coleção de regras e sim, um pilar para a transformação de objetivos, conteúdo e didática do ensino.

 

A partir daí, se pode pensar numa educação que valoriza cada estágio de aprendizado do aluno, por meio do que se pretende ensinar, numa proposta que disponibilize ao aluno o acesso aos bens socioculturais disponíveis, desenvolvendo desta forma as capacidades relacionadas à expressão, à comunicação, a socialização, ao pensamento.

Outra forma de complementar os trabalhos práticos em sala de aula, é buscar na Lei de Diretrizes e Base- LDB fundamentos que norteiam a proposta de trabalho de qualquer professor. Pois, através dela se propõe o desenvolvimento integrado da criança como objetivo a alcançar dentro da educação infantil.

Ao ser indagado se tinham o conhecimento da importância do lúdico, no que diz respeito à nova lei de Diretrizes e Bases da Educação- LDB nota-se que os professores ainda não se apropria dessas leis para conhecer o que diz a respeito da educação infantil como fica claro na fala de uma de um entrevistado. “Eu vi algumas coisas sobre a LDB quando fazia faculdade, depois não busquei mais ler e, também nem as escolas que já trabalhei, os gestores nos proporcionou momentos de reflexão quanto a isso.” Portanto, fica uma compreensão vaga por parte dos professores quanto ao conhecimento dessa legislação no que diz respeito ao trabalho e finalidade em cada etapa da educação básica.

O que se propõe dentro da proposta da LDB (1996, art. 29. LDB) é que se valorize este estágio da criança, oportunizando a ela as condições básicas para a sua formação, tendo em vista ser a fase inicial do processo de ensino aprendizagem:

A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade.

 

A forma como a escola está organizada no campo da educação infantil percebe-se que o professor vem sendo cada vez mais direcionado por uma prática que não leva em conta o processo natural da criança com relação a sua capacidade imaginária, de brincar e de socializar, mas sim por um processo que considera necessário a reprodução da escrita, da leitura através de repetições monótonos, exercícios motores, ou com atividades repetitivas e fragmentadas com materiais, como papel e lápis, que poucas oportunidades oferecem às crianças de se envolver na exploração do seu ambiente. Ao ser questionado sobre o planejamento de suas atividades lúdicas com bases na sua prática o ela priorizava levando em conta a interdisciplinaridade uma das entrevistadas relata que:

 

Planejo minhas atividades de acordo com o que querem que eu faça, pois sei que no fim do ano meus alunos precisam saber ler, pelo menos um pouco. Então sempre planejo, por exemplo, uma atividade lúdica e, a partir daí trabalho a escrita, a leitura e tudo que posso extrair para a construção do conhecimento dos meus alunos.

 

Levando mais afundo tal reflexão, nota-se que o professor muitas vezes desconsidera o processo pela qual a criança deve trilhar para desenvolver e obter suas habilidades, para simplesmente atender os interesses formais do sistema escolar. Pois, a discussão que se faz é a forma como apresentar os conteúdos para as crianças da educação infantil, tendo como referencial o seu grau de habilidades e desenvolvimento. Segundo Amorim (1986, p. 58) “A escola fechou as portas para a cultura, tirou as brincadeiras, privilegiou o conhecimento, sistematizando.”

O que não se pode perder de vista é da importância da ludicidade na vida da criança, pois faz parte do ser humano desde seu nascimento, é brincando que a criança vai conhecendo o mundo ao seu redor, vai se identificando, vai fazendo parte. O lúdico pode e deve ser utilizado no ensino de todas as disciplinas, até mesmo de forma interdisciplinar. Portanto é de fundamental importância um estudo mais aprofundado da natureza e importância desta disciplina nos dias atuais, bem como seu histórico e a aplicação do lúdico na mesma. 

Ao ser indagado sobre a opinião de como devemos envolver a criatividade do aluno no processo de aprendizagem, os professores pontuaram várias atividades que poderiam estar desenvolvendo criatividade, a socialização, a coordenação motora dentre elas podem citar brinquedos cantados: Para um dos entrevistados “A canoa virou, carrocinha, a galinha do vizinho, aí eu entrei na roda, cai-cai balão, escravos de Jô, ciranda cirandinha”. E jogos motores, “coelho sai da toca, a festa da bicharada, salada de frutas, o gato está dormindo, lenço atrás”

É no momento da brincadeira que a criança relaciona os diferentes vínculos entre as características assumidas, suas competências e as relações que possuem com os outros papéis vividos, tomando consciência disto e se direcionando para outras situações. No ato das brincadeiras, as crianças utilizam de conhecimentos que já possuem com suas experiências e transformam em conceitos gerais com os quais brinca.

Quando a criança está envolvida numa brincadeira, o brincar propriamente dito, os gestos, os objetos e os espaços têm um significado que vai alem daquilo que aparenta ser. É na brincadeira que as crianças recriam e representam aos acontecimentos que lhe deram origem, sabendo que estão brincando. O fator principal que percebe quando as crianças estão brincando é o papel que assumem enquanto brincam, assumindo vários papéis baseados no seu mundo vivencial.

As atividades citadas acima pelos professores nos dão a ideia de um método escolar que se faz necessário para os alunos de educação infantil para desenvolver suas potencialidades e sua capacidade imaginativa. Pois, todas elas envolvem a corporeidade, a ludicidade. Porém, o que se observou nas visitas que se fez para a realização do questionário foi o distanciamento de alguns professores em se envolver ao propor essas atividades para os alunos. Ou seja, o professor não interagia com o grupo de alunos, deixando-os que brincassem sozinhos, sem nenhuma orientação de como brincar.

Dentro da escola, o brincar tem sofrido essas transformações, sendo que a brincadeira integra um espaço de trabalho: a brincadeira livre passa a ser considerada uma atividade não produtiva. Assim se questiona: o brincar livre deve acontecer na escola? Para Moyles (2002, p. 59):

 

Talvez não, se a visão do professor for à de um instrutor ou doador de conhecimentos. Entretanto, dentro da noção do professor como um mediador e iniciador da aprendizagem, o brincar livre e o dirigido são aspectos essenciais da interação do professor/criança, porque o professor tanto permite quanto proporciona os recursos necessários e apropriados.

 

 Os conceitos de trabalhar a ludicidade na escola ainda estão muito pouco formados na concepção de vários professores. Prova disso foi quando ao serem  questionados sobre a estruturação do ambiente escolar para trabalhar o lúdico, muitos professores colocam suas opiniões baseadas como se trabalhar o lúdico só seria possível fora da escola, em lugares amplos e, o pior de tudo, em aulas de educação física. 

 “Nossa escola é muito grande, não tem muito espaço para trabalhar o lúdico com s crianças no pátio. Então fico na sala com outras atividades.”

 “Prefiro deixar que o professor de educação física faça esse trabalho que envolve a ludicidade, pois é o momento que os alunos estão brincando.”

 “Gosto de brincar com os alunos nos momentos que acabam as atividades propostas, principalmente no fim da aula”.

É preciso que se tenha claro que o lúdico está presente na vida do aluno e na sala de aula, por meio de jogos, danças, músicas. 

Na escola, é preciso que o professor conheça a atividade e a faixa etária para que assim possa aplicar o brinquedo ou o jogo de acordo com o nível do grupo para obter êxito. O lúdico pode ser ministrado em qualquer atividade e em qualquer momento independentemente de espaço físico. Só vai depender da criatividade do professor. Pois, a ludicidade está presente na: música, poesia com rimas, jogos e brinquedos dos mais variados tipos, contos, filmes, historinhas, recortes, colagens, pinturas, desenhos, dramatizações, etc.



5- CONSIDERAÇOES FINAIS

 

O lúdico é um grande recurso para o desenvolvimento das capacidades dos alunos que merece uma atenção especial por parte dos educadores e pais, pois, através dele que a criança desenvolve sua inteligência, praticada com emoção e prazer. É nas brincadeiras que ocorre a descoberta de si mesmo e do outro.

Não há dúvidas de que é no ato de brincar que a criança apropria-se da realidade atribuindo-lhes significado. Por isso, o professor deve saber escolher brincadeiras adequadas para que a aprendizagem da criança ocorra de maneira agradável e compreensível.

A criança necessita brincar com outras, elas descobrindo desta forma que não são os únicos sujeitos da ação, e para alcançar seus objetivos próprios, e querem satisfazer. A caracterização da atividade como o desenvolvimento proximal e como ocupação principal da criança significa indicar para o impacto que ele tem sobre o processo de constituição do sujeito. Elas podem melhorar se analisando identificando-se em que aspecto humano ela interfere, como também procura entender para quais processos psicológicos favorece a emergência e o desenvolvimento.

O que se pode perceber, que os professores envolvidos na pesquisa não têm como base a busca de uma fundamentação mais aprofundada quanto às propostas definidas na Lei de Diretrizes e Bases- LDB e, também sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais- PCNs.  Com isso, acabam ficando sem uma diretriz que leve a desenvolver atividades lúdicas cujo objetivo vá de encontro ao desenvolvimento dos alunos, ficando uma prática pedagógica desvinculada de uma proposta de trabalho na educação infantil coerente com a faixa etária dos alunos.

Faltam-lhes perceber que a atividades lúdicas funcionam como exercícios necessários e úteis a vida. E as brincadeiras e jogos são condições indispensáveis para que haja uma aprendizagem com divertimento, que proporcione prazer no ato de aprender. E que facilite as práticas pedagógicas em sala de aula. Mas, para que isso aconteça na prática, é preciso que seja oferecido para os professores cursos de formação continuada, onde esses temas possam ser discutidos com o objetivo de perceber a relevância que os mesmos tem para a qualidade do ensino e da proposta de trabalho em sala de aula.

 

REFERÊNCIAS

 

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