A METODOLOGIA DO ENSINO DA LITERATURA INFANTOJUVENIL NO AMBIENTE ESCOLAR: Leitura e escrita
HELLEN KEILI RODRIGUES LEITE
ANTONIA EVANEIDE MACHADO DE SOUSA
ELISANGELA DO LIVRAMENTO AMORIM LIMA ALMEIDA
SHIRLEI RODRIGUES DE HORIZONTE
MARILEIDE DE OLIVEIRA SOUSA
RESUMO
Este artigo tem como objetivo mostrar o quanto a leitura é necessária e importante na vida, não só de uma criança, mas de todos, quando lhe é dado como um novo desafio, tornando-as conhecedoras de diversas culturas e aumento seu repertório vocabular por meio de leituras de mundo e de palavras e da escrita e mantendo-a atualizadas em relação ao que acontece por toda parte. A leitura é imprescindível para tudo que fazemos ou pretende-se fazer, para tudo que somos ou pretendemos sermos, deve-se manter os incentivos para com as crianças para que desenvolvam hábitos de leitura a cada dia. Nesse sentido cabe ao professor em sua sala de aula dar início a essa tarefa, promovendo a leitura constantemente no meio escolar, inserindo-a na rotina do dia a dia da criança na escola, permitindo assim, que a mesma se torne uma leitora ativa.
Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Docência.
INTRODUÇÃO
O presente artigo visa demonstrar que todas as crianças são capazes de ler e escrever, independente da sua idade, cor, raça e religião, embora algumas possam apresentar grandes dificuldades. A leitura é de suma importância no desenvolvimento, na aprendizagem da criança, em sua socialização e na construção de seus pensamentos. Ao aprender a ler, a criança se expressa de forma diferenciada, tornando se mais clara e objetiva, ampliando seu repertório vocabular, e aumentando cada vez mais seu nível de conhecimento, desenvolvendo sua imaginação e, assim, conservando o significado de cada palavra, mesmo com o passar dos anos.
A leitura de palavra é adquirida com o tempo devido vivermos em um mundo de leitores e consequentemente traz consigo a escrita. A leitura de palavra acontece juntamente com a leitura de mundo, de maneira que uma venha a completar a outra.
A metodologia utilizada para a construção deste artigo teve como fundamentação teórica baseada em alguns estudos bibliográficos nas obras de Luíz Maruny Curto, Maria Helena Martins, Paulo Freire, Eugene H. Cramer e Regina Zilbermen.
LEITURA: O QUE É E COMO FAZEMOS?
Para Maria Helena Martins (2007), quando pronunciada a palavra leitura, concebemos a imagem em nossas mentes de pessoas lendo folhetos, revistas, jornais, etc., porém, a leitura não se restringe apenas na decifração de códigos impressos em papeis, há várias formas de leituras, como a leitura de sinais de tempo – se vai chover ou não, se esta ventando ou não, em que estação estamos -, a leitura de mundo – ao ver uma logomarca de uma grande empresa como a Coca-Cola, pois uma criança faz essa leitura através das cores e formas sem necessariamente saber o que está escrito em código.
Segundo Paulo Freire (2001), iniciamos a leitura desde os nossos primeiros contatos com o mundo, no momento em que nascemos numa forma indireta de leitura, ao balbuciar, ao dar os primeiros passos, ao seguir o som de alguma voz, os gestos das pessoas que estão em volta, o meio onde se vive, entre outros. A leitura de mundo acontece de forma involuntária, sem que se perceba sua ação, está presente no cantar dos pássaros, nas correntezas dos rios, no perfume das flores, na queda de objetos ao chão, no medo, crenças e valores das pessoas.
De acordo com Martins (2007), é consequente que quem faz a leitura de palavra também escreve a mesma, uma vez que a prática de um se segue com o outro, é exatamente neste momento que dar-se-á a necessidade de transformar crianças em leitores ativos, capazes de fazer mais que uma simples leitura de mundo, podendo assim ocasionar debates com grande sabedoria.
Para que se tenha um bom entendimento sobre a leitura de mundo, é necessariamente uma boa leitura de palavra, pois ambas são interdependentes, para que nos tornemos grandes leitores em nosso cotidiano. Sendo assim, Martins (2007) diz que aprendemos a ler vivendo, e nenhumas das formas de pensamento de como aprendemos a ler, seja ela com o auxílio de um professor que não deixa ninguém desamparado nesse processo de compreensão e aprendizagem da leitura ou ainda, que conseguimos fazer algo sozinhos sem que haja um adulto por perto, julga-se de certa forma errados, pois cada um de nós temos uma maneira diferente de aprender a ler, uma vez que aprendemos a ler a partir do próprio contexto social.
LUDICIDADE: UM CHAMARIZ PARA TORNAR OS LEITORES ATIVOS
Segundo Regina Zilberman (2010), houve um diagnóstico de defasagem de leitura no final do ano de 1970, pois os jovens da época não demonstravam interesse algum pelos livros colocados à sua disposição para eventuais pesquisas, sendo assim, a situação do momento tornou-se tema de debates em diversos tipos de encontro de estudiosos a fim de mudar de forma positiva a condição do quadro de depravação da leitura.
Devido ao grande crescimento do meio urbano ocorrido nessa época, fez com que a industrialização solvesse grande parte do seu público que tinham preferência pelo meio de comunicação em massa a optarem também pela leitura escrita, abrindo assim espaço para a colocação dos textos literários nas salas de aulas, aumentando desta forma a faixa etária obrigatória escolar de cinco anos para oito anos, e consequentemente para nove anos, ampliando significativamente a quantidade de leitores e a circulação de livros no mercado literário, trazendo mais benefícios aos editores de livros do que ao público destinado.
“[...] A solução proposta relaciona-se ao assumir de uma concepção de leitura segundo a qual o ato de ler qualifica-se como uma prática indispensável para o posicionamento correto e consciente do indivíduo perante o real. Porém, como sua concretização depende da frequência ao livro, as tentativas de promoção do gosto pela leitura têm desaguado no apelo à aquisição crescente de obras, reforçando os procedimentos consumistas próprios à sociedade burguesa; beneficiam, assim, mais quem os edita do que quem os lê. ”
Desta maneira, a tentativa de resolução desse novo desafio, se deu como interventor do espaço escolar, visto de início como um espaço que não possui comprobações comerciais e lucrativas, ou seja, um espaço neutro, sem compromisso algum.
Segundo Eugene H. Cramer e Marrietta Castle, nos últimos anos tem se considerado o aumento do número de pessoas que mudaram seus hábitos e passaram a desenvolver um gosto pela leitura, devido ao incentivo que recebem de educadores de formas lúdicas, seja ela de um simples livro apresentado em forma de teatro, em troca de leituras ganham notas para somarem a media, momentos literários na sala de aula uma vez por semana, entre outras ideias que os professores procuram obter para tornarem os momentos de leituras mais prazerosos e crescente o habito de ler, não apenas em sala de aula, mas em sua própria casa.
A atitude do professor favorece e muito para que o aluno se transforme em um leitor ativo, ele se torna o exemplo a ser seguido, porém, é de extrema importância que o professor tenha competência, afetividade e uma atitude extremamente positiva para que isso venha realmente ser despertado no aluno, o gosto pela leitura.
A positividade deve ser uma constante na sala de aula onde há principalmente crianças, “uma forma de vida que conduza o aluno ao encontro da leitura através do afeto positivo” (2001, p. 86).
É de extrema necessidade que as crianças estabeleçam relações positivas com a linguagem, com a leitura e com a escrita, instigando o desejo por ambos, podendo aprender a gostar de ouvir leituras, e que tenham acesso a todo tipo de leitura presentes nas escolas e bibliotecas municipais, tornando-se grandes leitores nas diversas possibilidades existentes de se desenvolver e aprender.
Lluíz Maruny Curto, explica que o mundo de uma criança é um mundo cheio de representações e vários signos, e que ela estabelece uma relação para separar desenhos e letras, porém, na tentativa de escrever suas primeiras palavras exibirá rabiscos que não serão letras convencionais e tampouco desenhos, com tendências a aparência de letras, podendo haver também números em meio a suas escritas. É nesse momento, que a criança nota que não são necessários desenhos para poder escrever, “[...] esses aspectos convencionais da escrita vão sendo adquiridos ao escrever, paralelamente, a aprendizagem das leis da escrita. São conhecimentos que se aprendem ao escrever” (2000, p. 30).
Quando ela já possui um certo conhecimento dos signos gráficos, ela inventa sua própria escrita silábica, cada silaba que compõe uma palavra ela passa a representa por uma letra do alfabeto. Sendo assim, a criança pode escrever histórias, contos, poesias e tudo que lhe for desafiado de diversos tamanhos independente da complexidade da palavra nessa maneira de escrever – a escrita silábica
CONCLUSÃO
Conclui-se, então, que a leitura é tudo na vida de um ser humano, em especial das crianças, sem ela não somos nada. Com a leitura podemos fazer várias viagens no tempo e em torno do mundo, conhecer nosso universo, outras culturas, etc., sem se quer fazer muito esforço.
A leitura sempre teve e estará presente em nosso cotidiano, por mais que tentamos não a praticar. Por não estarmos habituados a ler, pensamos que a leitura não tem significado algum, contudo é de suma importância para a nosso cotidiano, temos por obrigação não deixar dispersar-se.
Desta forma pode-se destacar o professor em sua didática como ser, á fazer sempre o seu melhor, mesmo que a realidade seja desmotivadora com alunos desinteressados. Pois atualmente onde tudo é muito rápido, torna-se mais dificultoso para os docentes, por tanto cabe ao professor buscar meios para interagir com este, mostrando o sentido à importância de aprender, praticar a leitura, e escrita.
No cotidiano escolar existe estratégias diferentes de ensino – aprendizagem a prática pedagógica é construída pela relação entre saberes da atividade prática e teórica com intuito de buscar no contexto escolar as transformações envolvendo cada vez mais os educandos na prática da leitura.
Para que a leitura venha desenvolver-se o devido progresso no desempenho de seu papel em meio a sociedade, devemos manter os incentivos, sendo assim, cabe também aos professores diversificar suas aulas e mudar seus hábitos, incentivando mais e mais as crianças, querendo ou não a criança percebe quando o adulto cobra dela o que por ventura ele não faz.
REFERÊNCIAS
CRAMER, Eugene H. Incentivando o amor pela leitura / Eugene H. Cramer e Marrietta Castle; trad. Maria Cristina Monteiro. – Porto Alegre: Artmed, 2001.
FREIRE, Paulo. 1921-1997. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam / Paulo Freire. – 42 ed.- São Paulo, Cortez, 2001.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2007. – (coleção primeiros passos; 74).
MARUNY, Curto Luíz. Escrever e ler: como as crianças aprendem e como o professor pode ensina-las a escrever e a ler / Lluíz Maruny Curto, Maribel Ministral Morrillo e Manuel Miralles Teixidó; trad. Ernani Rosa. – Porto Alegre: Artmed, 2000.
ZILBERMAN, Regina. A leitura e o ensino da literatura /Regina Zilberman. – Curitiba: Ipbex, 2010. – (Serie Literatura em Foco).