A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Jéssica dos Santos de Almeida Silva
1 INTRODUÇÃO
Neste Projeto de Ensino apresento algumas considerações sobre a importância da Psicomotricidade no Processo de Alfabetização, considerando as possibilidades em uma sala de aula de uma turma Multi Seriada do 1º e 2º Ano na Escola Municipal Santa Maria do Ouro Verde. Tendo a psicomotricidade como uma ciência que estuda o homem através do seu corpo e mente, considero essencial pesquisar sobre o assunto, compreender como essa ciência poderá contribuir com o desenvolvimento e aprendizado no processo de alfabetização. Será realizado através de pesquisas bibliográficas em livros, revistas e internet. Esse Projeto de Ensino tem por finalidade conhecer e compreender como a psicomotricidade pode contribuir para o processo de alfabetização, por meio das habilidades psicomotoras de lateralidade, orientação espacial e orientação temporal, bem como pesquisar como utilizar a psicomotricidade e quais atividades poderão ser feitas na sala de aula. Considerando a dificuldade em alfabetizar dentro dos três primeiros anos do Ensino Fundamental, surge a indagação sobre a que ponto a psicomotricidade pode auxiliar o pedagogo? Como essa Ciência vê a relação do corpo com a aprendizagem? Quais as atividades que proporcionam essa interação?
Qual tendência pedagógica utiliza dessa ciência? E se na escola os professores podem usufruir como um meio que venha contribuir nesse processo de alfabetização. Sendo um grande desafio para os educadores assumir a alfabetização, pode considerar que a aquisição da leitura e da escrita não é um processo aleatório, que acontece normalmente. É um desafio tanto para o professor como para a criança e seus pais. Atualmente a faculdade apresenta as teorias, mas na pratica são tentativas utilizadas que nem sempre dão certo. Na busca de aprimorar meu conhecimento, busco compreender sobre metodologias que venham a somar na aprendizagem, sendo que este é um dos objetivos da educação. Ao buscar informações nas literaturas percebe-se que Wallon (1979) foi pioneiro na ideia que busca considerar quatro elementos principais que se intercomunicam para que um indivíduo aprenda: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Considerando as ideias deste pensador, pode constatar que a etapa da alfabetização e a aquisição da leitura e da escrita não acontece de forma isolada, mecânica. Esse processo acontece de forma que considera outras habilidades as quais são necessárias para desenvolver plenamente, incluindo as questões afetivas e de construção do EU como sujeito.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O QUE E PSICOMOTRICIDADE
Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento, considerando que o corpo é o ponto de referência que temos para conhecer e interagir com o meio em qual estamos inseridos. Esse processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições e desenvolvimentos cognitivos, afetivos e orgânicos.
De acordo com a Associação Brasileira de Psicomotricidade, a mesma pode ser definida como:
Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.
É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.” (Associação Brasileira de Psicomotricidade)
Para melhor compreender o assunto tratado neste projeto de ensino, vamos complementar o termo “Psicomotricidade”. O dicionário Aurélio traz o seguinte: “é a integração das funções motrizes e mentais sob o efeito da educação e do desenvolvimento do sistema nervoso”.
Para Enderle (1987), a psicomotricidade também pode ser definida da seguinte maneira, vejamos:
A Psicomotricidade na sua essência, não é só a chave da sobrevivência, como se observa no animal e na espécie humana, mas é igualmente, a chave da criação cultural, em síntese a primeira e última manifestação da inteligência. A Psicomotricidade, em termos filogenéticos, tem, portanto, um passado de vários milhões de anos, porém uma história restrita de apenas cem anos. A motricidade humana, a única que se ode denominar por psicomotora, é distinta da motricidade animal por duas características: é voluntária e possui novos atributos de interação com o mundo exterior. (ENDERLE ,1987).
Então podemos ver que a Psicomotricidade é um dos elementos pelo qual a criança se expressa, fazendo uma ligação e interação com o meio em que vive. O movimento corporal da criança possibilita o descobrimento das coisas, do tempo e do mundo externo. Através de atividades direcionadas pelo educador é possível utilizar desta ferramenta para um meio que contribuirá para o aprendizado e desenvolvimento cognitivo e intelectual da criança.
FIGURA1 CRIANÇA EM MOVIMENTO
Disponível em: < https://psicomotricidade.com.br/sobre/o-que-e-psicomotricidade >acesso em 14 set 2018
2.2 REFLEXÕES SOBRE ALFABETIZAÇÃO
A alfabetizar é um verbo, na língua portuguesa os mesmos carregam em si sentidos de ação. Desta modo, podemos entender que alfabetizar implica uma ação de ensinar, mediar as informação que de um lado se encontra este alguém que conhece o conteúdo e, do outro, alguém que recebe o conteúdo. Quando mencionamos alfabetizar, logo pensamos no professor ou em outro agente que lida com a alfabetização, ou seja, uma pessoa que tem conhecimentos sobre o alfabeto suficientes para compartilhá-los com outras pessoas as quais não ainda não tem conhecimentos e está em fase de aprendizagem.
O processo de alfabetização no Brasil passou por várias mudanças historicamente construídas, onde ensinar a ler e escrever é uma exigência política social. Nas últimas anos, essa exigência aumentou, surgindo estudos temática por parte dos pesquisadores compreender os problemas relacionados ao processo da alfabetização. Para Cavazzoti (2009) viveu-se a euforia da disseminação da teoria construtivista onde ser alfabetizado deixou de ser meramente uma decodificação de sons e, escrever, codificar os sons da fala transformando-os em sinais gráficos. A busca pelo método de alfabetização satisfatório no Brasil é histórico. Ao longo dos anos os professores vêm buscando, procurando métodos prontos que facilitem seu trabalho em alfabetizar.
Conforme Soares (2008, p. 24), a formação do alfabetizador:
Tem uma grande especificidade, e exige uma preparação do professor que o leve a compreender todas as facetas (psicológica, psicolinguística, sociolinguística e linguística) e todos os condicionantes (sociais, culturais, políticos) do processo de alfabetização, que o leve a saber operacionalizar essas diversas facetas (sem desprezar seus condicionantes) em métodos e procedimentos de preparação para a alfabetização , em elaboração e uso adequados de materiais didáticos, e, sobretudo, que o leve a assumir uma postura política diante das implicações ideológicas do significado e do papel atribuído à alfabetização.
Esta busca gerou conflito nos métodos de alfabetização tradicional de alfabetização, ao serem usados métodos sintéticos e analíticos para chegar à codificação/decodificação dos elementos da escrita. De acordo com Cavazzoti (2009) no método sintético há três maneiras de trabalhar, através dos métodos sendo: Alfabético, fônico e silábico.
- O método alfabético toma como unidade a letra, decorando todas as letras do alfabeto.
- O método fônico usa o fonema relacionando-o com o símbolo, onde o som parte das vogais ou de uma palavra significativa.
- O método silábico inicia pela sílaba usando sempre uma palavra chave. É uma aprendizagem mecânica que acaba com prazer pela leitura.
Por outro lado, os métodos analíticos visam superar os problemas do método sintético iniciando o processo de alfabetização. Cada método tem suas vantagens e desvantagens. Cabe ao professor ler, buscar compreender cada um desses métodos. Todos os educadores devem ter uma teoria que sustente sua pratica na sala de aula.
Para Cavazzoti (2009, p.35), “deixar o aluno construir seus conhecimentos é fundamental como atividade própria do aluno. Ensiná-lo, ajudá-lo a progredir é também fundamental como atividade do professor, que dá a razão de ser de uma escola.” Já para Lamprecht (2009, p.137) define o sintético como parte do ensino das partes para o todo.
Quanto ao método analítico no processo ensino aprendizagem diz que o professor inicia o trabalho partindo da palavra, tendo em vista que o aluno aprende melhor, uma vez que, quando se inicia pela letra e/ou sílaba, a aprendizagem torna-se mecanizada. Ou seja para que desenvolva uma boa aprendizagem com sucesso e preciso que o educador desenvolva métodos de ensino como cópia, leitura, didáticos avaliativos, recortes e montagem de frases que facilite a memorização do aluno desenvolva as habilidades da escritas. O processo de alfabetização e letramento é complexo. O professor é uma figura importantíssima para as crianças durante este processo alfabetização.
Para historiadora Emilia Ferreiro (1936) é uma psicóloga, pesquisadora e escritora argentina, radicada no México. Através da psicolinguística desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escreve.
Para Emilia ferreiro
"A escola sempre trabalhou mal a revisão de texto e os alunos odiavam fazê-la porque num texto a mão é preciso voltar a escrever tudo. Com um processador de texto, a revisão se torna um jogo: experimenta-se suprimir ou deslocar trechos, com a possibilidade de desfazer tudo. Após as intervenções, temos na tela um texto limpo, pronto para ser impresso. A revisão é fundamental para que as crianças assumam a responsabilidade pela correção e clareza do que escrevem."
"Quando a escola foi criada, também havia muita diversidade. Mas foi uma diversidade negada. Todas as crianças deviam ter os mesmos direitos, aprender as mesmas coisas, da mesma maneira e falar a mesma língua. Quando se estabelece isso, a missão da escola é formar esse cidadão ideal, que deve saber certas coisas e falar de certa maneira. Hoje, a comunicação entre as diversidades, as possibilidades de encontro se multiplicaram exponencialmente. Não havia tanto encontro de diversidades antes, exceto em alguns lugares. Então, historicamente, a escola não foi criada para respeitar a di
Emilia Beatriz Maria Ferreiro Schavi nasceu em Buenos Aires, Argentina, no dia 5 de maio de 1936. No fim dos anos 60, formou-se me Psicologia pela Universidade de Buenos Aires. Fez o doutorado na Suíça, sob a orientação do psicopedagogo Jean Piaget, dentro da linha de pesquisa inaugurada por Hermine Sinclair, que Piaget chamou de Psicolinguística Genética. Em 1971, Emília voltou para a Universidade de Buenos Aires, onde constituiu um grupo de pesquisa sobre a alfabetização, do qual faziam parte Ana Teberosky, Alícia Lenzi, Suzana Fernandez, Ana Maria Kaufman e Lílian Tolchinsk.
FIGURA 2 FRASE DE EMILIA FERREIRO SOBRE A EDUCAÇÃO.
Disponível em < https://www.espacoeducar.net/2012/08/frases-e-citacoes-de-emilia-ferreiro.html> acesso dia 15 set 2018
Nenhum nome teve mais influência sobre a educação brasileira nos últimos 30 anos do que o da psicolinguista argentina Emilia Ferreiro. A divulgação de seus livros no Brasil, a partir de meados dos anos 1980, causou um grande impacto sobre a concepção que se tinha do processo de alfabetização, influenciando as próprias normas do governo para a área, expressas nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
As obras de Emilia - Psicogênese da Língua Escrita é a mais importante - não apresentam nenhum método pedagógico, mas revelam os processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita.
"A história da alfabetização pode ser dividida em antes e depois de Emilia Ferreiro", diz a educadora Telma Weisz, que foi aluna da psicolinguista.
Emilia Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança - ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita.
Conforme Emilia ferreiro considera que
“já não se consideram as produções das crianças de 4 ou 5 anos como tentativas erradas ou rabiscos, a exemplo do que se dizia antigamente, mas sim como uma espécie de escrita. Parece-me que agora há uma atitude positiva, como sempre houve em relação aos primeiros desenhos. Outro avanço tem a ver com não se assustar quando crianças pequenas querem escrever. Antes elas eram desestimuladas porque se achava que não "estavam na idade". Também se reconhece a importância de ler em voz alta para elas desde muito cedo. Já se sabe que existe uma diferença grande entre ler e contar uma história. Há um pequeno avanço - não tanto quanto deveria haver - na prática de ler textos distintos e na valorização da biblioteca de sala de aula. A simples atividade de ordenar os livros com as crianças, usando critérios múltiplos, já as aproxima muito da leitura e enriquece a escrita."
Tanto as descobertas de Piaget como as de Emilia levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento - daí a palavra construtivismo. A principal implicação dessa conclusão para a prática escolar é transferir o foco da escola - e da alfabetização em particular - do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno. "Até então, os educadores só se preocupavam com a aprendizagem quando a criança parecia não aprender", diz Telma Weisz. "Emilia Ferreiro inverteu essa ótica com resultados surpreendentes."
O princípio de que o processo de conhecimento por parte da criança deve ser gradual corresponde aos mecanismos deduzidos por Piaget, segundo os quais cada salto cognitivo depende de uma assimilação e de uma reacomodação dos esquemas internos, que necessariamente levam tempo. É por utilizar esses esquemas internos, e não simplesmente repetir o que ouvem, que as crianças interpretam o ensino recebido. No caso da alfabetização isso implica uma transformação da escrita convencional dos adultos.
Segundo Emilia Ferreiro, a alfabetização também é uma forma de se apropriar das funções sociais da escrita. De acordo com suas conclusões, desempenhos díspares apresentados por crianças de classes sociais diferentes na alfabetização não revelam capacidades desiguais, mas o acesso maior ou menor a textos lidos e escritos desde os primeiros anos de vida.
2.3 HABILIDADES BÁSICAS DA PSICOMOTRICIDADE
As habilidades psicomotoras é uma técnica que procura destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade facilitando a abordagem global da criança. São elas: esquema corporal, motricidade ampla, motricidade fina, percepção espacial, percepção temporal.
Esquema corporal: são as representação que temos do nosso próprio corpo, ou seja, a capacidade que a criança tem de nomear e reconhecer as partes do corpo, das funções, das relações espaciais e da dimensão temporal do corpo. A própria criança percebe-se e percebe os seres e as coisas que a cercam. E se sentira bem á medida que seu corpo lhe obedecer, e poder utiliza-lo não somente para movimentar-se, mas também para agir.
Exemplos de atividades: localizar as partes do seu corpo (barriga, perna, costas), localizar a parte do corpo no colega.
Motricidade Ampla: realização de grandes movimentos com todo o corpo, abrangendo as grandes massas musculares. Com o controle global do deslocamento, do corpo no tempo e no espaço.
Exemplos de atividades: correr, pular, rastejar, marchar bater palmas, subir e descer escadas.
Motricidade Fina: capacidade para realizar movimentos específicos de forma eficiente, usando os pequenos músculos. São exercícios extremamente atraentes á criança, pois nas maiorias das vezes são apresentados em forma de jogos
Exemplos de atividades: recortar, desenhar, pintar, colar, escrever, abotoar e desabotoar, encaixar, empilhar.
Percepção Espacial: percepção da dimensão relacionada a tudo que nos cerca. É a noção do seu próprio corpo em relação a um determinado ambiente, espaço. É quando a criança possui a noção de direção e de distância.
Exemplos de atividades: caminhar entre labirintos formados por classes, sem bater os lados; rolar uma bola para frente, para trás, para a direita, para a esquerda.
Percepção temporal: compreensão das dimensões do tempo em relação a acontecimentos do passado, presente e futuro. Conhecimento das noções básicas (agora, ontem, hoje, amanhã, dia e noite), sequência de ação, velocidade, duração, ritmo. Noções da diferença entre a corrida e o andar Da noção de certos períodos: os dias da semana, os meses, as estações;
Exemplos de atividades: jogar uma bola para cima e bater palmas, jogar uma bola bem devagar e depois rápido, bater palmas no ritmo da música.
Atividades que desenvolve da coordenação motora.
– Pular corda: os movimentos feitos durante essa brincadeira extremamente prazerosa é responsável por estimular a coordenação motora grossa. Como todos sabem, os braços, as pernas e os pés são os maiores beneficiados.
– Jogar bola: nada mais gostoso que estimular a prática de atividades físicas por meio de brincadeiras que fazem parte da infância de muita gente. O ato de jogar bola influencia o desenvolvimento dos músculos e, praticamente, do corpo inteiro. Um bem enorme na vida de uma criança.
Esta atividade não se restringe somente ao futebol, mas é extensiva às demais brincadeiras que envolvem a bola. O simples lançamento de um lado para o outro constitui um exercício bastante rico para a coordenação motora.
– Jogar bexiga ou bola para o alto: a atividade de agora envolve muita agilidade, pois a criança não pode deixar o objeto cair no chão. Isso estimula seus braços e suas pernas.
Para o desenvolvimento da coordenação motora fina
– Massinhas: o ato de brincar com massinhas é um ótimo estimulante dos movimentos da coordenação fina. Amassar esse objeto é uma forma lúdica de trabalhar os músculos das mãos.
– Brincar de bolinha de gude: embora essa brincadeira não esteja tão presente na vida das crianças de hoje, nunca é tarde para apresentar a elas quão legal pode ser. Além disso, a bolinha de gude é excelente para exercitar os movimentos dos dedos.
– Colorir: crianças amam colorir, e esta atividade é bastante rica no desenvolvimento da coordenação motora fina. Uma folha de papel e uma caixa de lápis de cor são incentivos fortes para que os pequenos trabalhem os movimentos dos músculos das mãos.
Essas atividades são essenciais para desenvolver a psicomotricidade e a coordenação das crianças. Seja em casa ou na escola, pais e professores têm uma responsabilidade considerável nessa missão de desenvolver e despertar a curiosidade e a curiosidades de cada criança de um modo lúdico.
Além de fazer bem para a criança a psicomotricidade com tais atividades podem significar um ganho enorme para o cérebro. Uma criança que pratica essas brincadeiras vão desenvolver sua percepção das coisas que estão ao redor e enriquecer e aprimorar seu aprendizado.
A psicomotricidade é um tipo de terapia que trabalha com a criança de toda as idades, com brincadeiras e exercícios para alcançar fins terapêuticos.
A psicomotricidade utilizada por meio de atividades lúdicas ajuda até mesmo em tratamentos, e o desenvolvimento de cada criança envolvidas nas atividades.
E cabe ao professor em grande parte a aplicação de atividades que são na verdades grandes terapias para cada criança que vai em si ajudar cada uma dela no seu desenvolvimento e crescimento de modo espontâneo e atrativos que ira aguçar sua curiosidades e sem perceberem, estarão aprendendo e desenvolvendo seu senso motor e psicológico rapidamente e que estão totalmente interligados de uma maneira incrível e que sempre estão juntas.
Essas atividades colaboradora para o corpo e para a mente, ajudando no seu aprendizado de uma maneira totalmente espontânea e lúdica.
Esse tipo de terapia dura cerca de 1 hora e pode ser realizada 1 ou 2 vezes por semana, contribuindo para o desenvolvimento e aprendizagem.
FIGURA3 A PISICOMOTRICIDADE SENDO TRABALHADA POR MEIO DE ATIVIDADE
Disponível em: < https://www.tuasaude.com/psicomotricidade/ > acesso em 18 set 2018
2.4 A RELAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE COM O PROCESSO DE ALFABRTIZAÇÃO
A psicomotricidade e o processo de ensino-aprendizagem na fase inicial da construção da leitura e da escrita, considerando a relação do movimento e da aprendizagem como um grande elemento que contribui para o aprendizado e o desenvolvimento, reconhecendo a criança como um todo.
E muito importante para melhor o processo de desenvolvimento e alfabetização o ambiente onde acriança se encontra inserido sua relação com os colegas de classe e de atividades em sala de aula, sempre aplicando atividades lúdicas visando, a organização do tempo e do espaço, o desenvolvimento psicomotor e sua articulação com a alfabetização. Levando em consideração a grande influência do corpo e do movimento na aperfeiçoamento da leitura e escrita como fator importante para o sucesso das crianças das séries iniciais, além da necessidade de desenvolver habilidades psicomotoras como colaboração para o desenvolvimento pleno das crianças. A literatura consultada enfatiza a importância da inclusão de atividades psicomotoras no processo ensino-aprendizagem, destacando o corpo como a origem da cognição, do afeto e do motor, os três pilares da psicomotricidade.
É por meio do uso da psicomotricidade que a criança passa por experiências nas quais conhece e desenvolve sua individualidade, sua linguagem e socialização. Sendo assim, não há como pensarmos em aprendizagem se esta não estiver ligada ao movimento. O processo de alfabetização e a psicomotricidade auxiliam uma a outra. No caso da psicomotricidade, serve para auxiliar os primeiros aprendizados na alfabetização. O processo de alfabetização é um processo deve acontecer de um modo contínuo de maneira gradativa. O aluno precisa saber interpretar, compreender e assimilar o conteúdo para que de fato ocorra o ensino e a aprendizagem da leitura e escrita. ”Aprender a ler e escrever é como aprender um jogo: é preciso conhecer as combinações, as regras, ter vontade e treinar bastante. [...] Portanto, podemos conhecer o mundo e suas coisas” (ALVES, 2012, p. 90).
FIGURA 3 PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Disponível em <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images > em 18 set 2018
2.4.1 O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
O papel do professor é fundamental, pois ele é o mediador do processo ensino-aprendizagem e é aquele que, no momento certo, pode intervir, caso o aluno encontre alguma dificuldade. O professor precisa refletir em relação ao movimento não como um simples deslocamento do corpo, mas como um momento de interação e relação com o mundo, já que o ato de escrever é uma forma de expressão. É necessário que se invista na formação dos profissionais alfabetizadores, para que reflitam e busquem aliar o trabalho da alfabetização com a psicomotricidade, respeitando o nível de desenvolvimento de cada criança nesse processo, proporcionando uma aprendizagem significativa.
Todo, o professor na fase da alfabetização precisa conhecer totalmente seu aluno, é preciso estar atento ao desempenho dos órgãos sensoriais no que se refere ao processo de ensinar e aprender na fase da alfabetização. É importante que o professor compreenda como a criança chega à aprendizagem e ao domínio da leitura e da escrita. Existem duas concepções com visões diferentes do aluno. A visão tradicional, que entende o aluno como agente passivo, apenas recebendo os conhecimentos passados pelo professor, este como detentor de todo o saber. Essa tradição estava associada a uma concepção de alfabetização, segundo a qual a aprendizagem inicial da leitura e da escrita tinha como base, somente, fazer o aluno chegar ao reconhecimento das palavras. De modo geral, tratava-se de uma visão da aprendizagem baseada na cópia, na repetição e no reforço.
FIGURA 4 ALFABETIZAÇÃO
Disponível em: <
2.4.2 O CORPO EM MOVIMENTO NO AMBIENTE ESCOLAR
A participação da psicomotricidade está vinculada ao processo de ensino-aprendizagem a partir da concepção de aluno nessa segunda visão, na qual a criança é livre para vivenciar situações que a estimule totalmente, em que possa pular, correr, entre outras coisas. A partir de cada movimento realizado pela criança, um aprendizado significativo é construído, dando suporte à construção do processo de ensino. A alfabetização, baseia-se em atividades desafiadoras que favoreçam a valorização do conhecimento, gosto e interesse das crianças. Para isso, é necessário que a sala de aula seja um espaço que estabeleça segurança e incentivo às crianças, onde haja diálogo, valorização da ideia e vontade de todos, propiciando o desenvolvimento de todos os envolvidos no processo. Todo criança na fase de alfabetização é toda movimento. O que para as crianças são simples brincadeiras, para a psicomotricidade são movimentos que servirão de base para a criança aprender a segurar o lápis, folhear o caderno, definir sua lateralidade, diferenciar as formas das letras, entre outras coisas.
Portanto, o conhecimento da criança do seu próprio corpo dará a ela conhecimento do espaço, controlando o tempo e desenvolver habilidades e coordenação de gestos e movimentos que auxiliarão no processo de aprimorarão da leitura e escrita. O movimento é uma importante processo do desenvolvimento e da cultura humana. É através do movimento que as crianças expressam seus pensamentos, sentimentos e emoções, assim as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. É através de gestos que as crianças exploram e conhecem o mundo onde vivem.
E na escola onde a criança está inserida que ela irá aprender e desenvolver suas habilidades de uma maneira gradativa e produtiva, a partir das ideias da modernidade, deixando de lado a linguagem corporal das crianças.
As grades escolares e a rotina das instituições educacionais expressam claramente esta evidência: a de que a escola não tem pelo corpo o mesmo apreço que tem pela mente. O resultado é um processo educacional “[...] do pescoço para cima” (TIRIBA, 2001, p. 17).
Para alguns professores, o cenário ideal para uma sala de aula é um ambiente silencioso, onde todos os alunos prestam atenção ao que é dito. Todos com o uniforme impecável, sentados corretamente. Os conteúdos muito bem explicados, exercícios, provas. Esse tipo de ambiente é muito conveniente para o professor, que pode dar sua aula tranquilamente, sem forçar sua garganta, sem se cansar.
Reservar um tempo para as crianças brincarem, para conhecerem o seu corpo e o do colega, para descobrirem novas sensações e aprenderem coisas novas através da brincadeira, para muitos professores é sinônimo de desordem, de gritaria e de bagunça. Nem todos os professores sabem valorizar esse momento tão importante para as crianças.
A escola precisa parar de se preocupar somente com o intelecto da criança como se nada mais fosse importante, como se o lúdico, o corpo e o movimento não fossem importantes. A educação não é comprometida somente com o racional, mas também, de uma maneira especial, com o corpo e a emoção. A escola e os professores precisam rever seus planejamentos, seus métodos, e adaptá-los às necessidades físicas das crianças.
Trata-se de subverter currículos e rotinas escolares que são alienados em relação às vontades do corpo, às suas mais elementares necessidades de respirar profundamente, alimentar-se sadiamente, dormir bem, relaxar, não fazer, não pensar (TIRIBA, 2001, p. 18).
Trata-se de ensinar, apenas fazendo uso da brincadeira. É possível se aprender brincando, para se ter uma aprendizagem completa, é preciso realizar atividades que utilizem os dois aspectos: intelecto e corpo; atividades que tenham conteúdo, mas que também valorizem a expressão do corpo da criança e, novamente, suas necessidades; valorizar exercícios sistemáticos e mecânicos, mas também os desorganizados, avulsos.
Não precisamos ensinar somente usando o quadro, passando exercícios sem significado algum para a criança. E preciso ensinar matemática com músicas e jogos, ensinar a criar textos coerentes a partir de uma brincadeira de faz de conta.
A escola, é um espaço para se aprender a ler, escrever, contar, mas também precisa ser um lugar onde se aprenda a sentir, a relaxar, a brincar, a se conhecer, a construir autonomia e a conquistar sua independência, como afirma Tiriba (2001, p.19): “[...] uma escola comprometida com uma transformação social que tenha qualidade de vida como perspectiva precisa ensinar a atenção às verdades do corpo”.
E preciso valorizar os conteúdos também e aplica-los de uma maneira lúdica e criativa ,de dá-lo de uma maneira prazerosa para o aluno por meio de atividades lúdicas; as crianças, além de se divertir, interpretam, criam, relacionam-se com o mundo em que estão inseridos e aprendem muito mais.
REFERÊNCIAS
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