Buscar artigo ou registro:

 

ESTRUTURAS CEREBRAIS ENVOLVIDAS NA EMOÇÃO E A SUA RELAÇÃO COM APRENDIZAGEM.










FRANCIÉLE LIMA MAGALHÃES DE ARRUDA

LUCIENE PAULO SILVA OLIVEIRA

SANDRA SUZANA ALVES DELALIBERA











 

RESUMO

O presente artigo irá abordar uma área de conhecimento chamada de Neuropsicologia e sua relação com o processo de aprendizagem. O estudo desta ciência é um fundamental para a compreensão de como o desenvolvimento cognitivo está ligado a práticas e estímulos externos e também ao contexto em que o sujeito está inserido.






























ABSTRACT: The present article will address an area of ​​knowledge called Neuropsychology and its relation with the learning process. The study of this science is a key to understanding how cognitive development is linked to external practices and stimuli and also to the context in which the subject is inserted.


































INTRODUÇÃO:

 

A neuropsicopedagogia tem como objetivo peculiar de investigar o papel de sistemas cerebrais individuais em formas complexas de atividades mentais. As aprendizagens são defendidas por teóricos com diversas definições, mas em cada explicação proposta por diversos autores, acha-se implícita no termo aprendizagem uma relação que tem dois lados, tanto da pessoa que ensina como da que aprende. A interação do organismo com o meio ambiente ocasiona o desenvolvimento do Sistema Nervoso, Estrutura, Características, Função Sistema Nervoso. As conexões são feitas e desfeitas durante o tempo todo, ocorrendo aprendizagem e “de aprendizagem” ao longo de nossa existência. Enfim, A educação de crianças em um ambiente enriquecedor, com acesso a livros, cultura é primordial para aprendizagem.






















ESTRUTURAS CEREBRAIS ENVOLVIDA NA EMOÇÃO E A SUA RELAÇÃO COM APRENDIZAGEM.



Segundo Luria (1981, apud SEABRA e CAPOVILLA, 2009), a Neuropsicologia é área específica da psicologia com o objetivo peculiar de investigar o papel de sistemas cerebrais individuais em formas complexas de atividades mentais. Várias são as definições. Logo a definição mais ampla, é o estudo que relaciona os fatos psicológicos a fatos neurológicos.  

 

Segundo, Lezak (1995), a neuropsicologia aborda as expressões comportamentais de disfunções neurológicas. De acordo Nitrini (1996) a neuropsicologia estuda as relações entre a cognição e comportamentos e a atividade do sistema nervoso, tanto em condições normais quanto patológicas. Conforme descrito por Gil (2002, p.1), a neuropsicologia, dedica-se ao “estudo dos distúrbios cognitivos e emocionais, bem como ao estudo dos distúrbios de personalidade” (SEABRA e CAPOVILLA, 2009, p.9)

 

Como referenciado acima, Seabra e César (2009) demonstram que há várias definições acerca da neuropsicologia, mas é consenso entre os estudiosos que esta área do conhecimento abrange pesquisas sobre a relação comportamental e desenvolvimento cognitivo. Gil (2002, apud SEABRA e CAPOVILLA, 2009) e Mello (1996, apud SEABRA e CAPOVILLA, 2009) acreditam que Neuropsicologia visa conhecer sobre distúrbios cognitivos, emocionais e comportamentais, os distúrbios de personalidade provocados por lesões no cérebro, que é órgão do pensamento e, portanto, a sede da consciência.

 

Agrupando tais definições, a neuropsicologia pode ser considerada como a ciência que busca relacionar a atividade do sistema nervoso ao funcionamento psicológico, tanto em condições normais quanto em condições patológicas, incluindo o estudo do desenvolvimento e dos distúrbios cognitivos, emocionais e de personalidade. (SEABRA e CAPOVILLA, 2009, p.9)



Em relação a aprendizagem Ciasca (2003) alega que ainda hoje, a aprendizagem é um termo familiar do linguajar diário, contudo, faltando a uma pronta definição e, contestamos que existem várias definições abrangendo aspectos diversos, como a proposta por Ross, (1979, p.19 apud Ciasca ) que diz que: “aprendizagem é aquisição de conhecimento ou de especialização”. Outra definição se refere à aprendizagem como “uma mudança permanente de comportamento, resultado de exposição a condições do meio ambiente” (TRAIVERS, 1977, p.41 apud Ciasca,p.19) Ross, (1979, apud Ciasca,  p.19) , em que a aprendizagem não é um comportamento, mas uma alteração; não é um evento singular, mas um sistema de eventos inter-relacionados. Em cada explicação proposta por diversos autores, acha-se implícita no termo aprendizagem uma relação que tem dois lados, tanto da pessoa que ensina como da que aprende. 

Assim sendo, pode-se definir mais claramente a “aprendizagem” como um processo evolutivo e constante, que implica uma sequência de modificações observáveis e reais no comportamento do indivíduo, de forma global (físico e biológico), e do meio que o rodeia (atuante e atuado), onde esse processo se traduz pelo aparecimento de formas realmente novas compromissadas com o comportamento (POPPOVIC, 1968,  apud CIASCA, 2003, p. 20)

 

O processo de obter novos comportamentos o qual é realizado através da sequência de ensino-aprendizagem, chama-se aprendizagem. No qual, adquirimos comportamentos que são úteis para a nossa sobrevivência e bem-estar constituem o sentido de nossas vidas. É assim que, biologicamente, a evolução nos fez: nosso sistema nervoso, através de seu representante maior, o cérebro, recebe e processa estímulos ambientais e elabora respostas adaptativas que garantem a sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie.

É no âmbito familiar que o sujeito inicia suas primeiras aprendizagens. Aprende a sugar no seio da mãe, a rolar no berço, a levantar a cabecinha, o tronco, a sentar, a comer de colherinha, a engatinhar, a dizer as primeiras palavras a andar, a cantar, a dançar. Todas estas conquistas são presenciadas primeiramente pela família que passa a dar –lhe estímulos, almejando que a criança conquiste cada vez mais novas habilidades. (apud SAMPAIO, p. 69)

 

MUNHOZ (apud SAMPAIO, et al., 2005) diz que a partir da observação, a interação existente entre os membros da família consegue compreender como se dá a circulação do conhecimento e o acesso à aprendizagem, ciente da particularidade de cada membro familiar que tem uma forma própria de aprender e atuar ao construir o próprio conhecimento, isto é, uma modalidade de aprendizagem que permite se aproximar do desconhecido, para agrega-lo ao saber.  Fernadez ( apud SAMPAIO, 2005) Refere-se que a modalidade de aprendizagem é o resultado das experiências de aprendizagem do indivíduo em interação com o grupo familiarLogo pode-se evidenciar a importância de um ambiente familiar estruturado, trazendo para dentro da escola o seu conhecimento prévio, sua cultura, agregando valores complementares encontrados no contexto escolar. Dessa forma, conforme VISCA (1991, p.68)   dividiu as aprendizagens em quatro estágios:

 

    • Primeiro estágio ou protoaprendizagem, que é o resultado da interação da criança com a mãe, sendo, portanto, o estágio das primeiras relações vinculares; 
    • Segundo estágio ou deuteroaprendizagem, que consiste no contato do sujeito que alcançou a protoaprendizagem com o grupo familiar que possibilitou adquirir uma precoce visão dos objetos animados e inanimados.
    • Terceiro estágio, antes do ingresso na escola, chamado de aprendizagem assistemática, elaborada por meio de vínculo entre o sujeito e a comunidade restringida, o que lhe permite adquirir conhecimentos que ainda não são os das instituições educativas. Podemos citar, como exemplo, os amiguinhos do playground, do parquinho, do condomínio.

 

  • Quarto estágio, estaria a aprendizagem sistemática, que resulta da interação do sujeito com as instituições.

 

 

Illeris (2013.) importante na Escandinávia por seu trabalho, havendo por seu fundamento a teoria da aprendizagem (empregando, principalmente, com uma combinação entre a abordagem de Jean Piaget à aprendizagem chamada de “teoria crítica” da Escola de Frankfurt) conectava a psicologia freudiana com a sociologia marxista.

 

Primeira condição importante a entender é que toda aprendizagem acarreta a integração de dois processos muito diferentes: um processo externo de interação entre o indivíduo e seu ambiente social, cultural e material, e um processo psicológico interno de elaboração e aquisição. Muitas teorias da aprendizagem lidam apenas com um desses processos, o que, é claro, não significa que estejam erradas ou não sejam válidas, pois eles podem ser estudados separadamente. Todavia, isso significa que não cobrem todo o campo de aprendizagem. Desse modo, por exemplo, pode-se dizer que as tradicionais teorias behavioristas e cognitivistas da aprendizagem se concentram apenas no processo psicológico interno. Também se pode dizer o mesmo de certas teorias modernas de aprendizagem social- que – às vezes em oposição a ele- chamam atenção apenas para o processo externo de interação. Não obstante, parece evidente que os dois processos devem estar ativamente envolvidos para que haja qualquer forma de aprendizagem. (ILLERIS,2013, p. 17)

 

Ainda que alguns teóricos trabalharem separadamente sobre o contexto da aprendizagem, é importante entender que tanto o psicológico e a interação são relevantes. Através da interação do âmbito familiar, escolar que o processo e combinação será organizada, assimilada e armazenada. Ciasca (2003), diz:

Considerando a aprendizagem humana como processamento de informações, veremos que os processos “centrais” são modificações e combinações que ocorrem nas estruturas cognitivas. Na verdade, o aprendiz é concebido como um manipulado inteligente e flexível, que busca a informação e trata de organizá-la, integralizá-la, armazená-la e recuperá-la quando necessário, de forma ativa e ajustada às estruturas cognitivas de que dispõe internamente.

Prestar atenção, compreender, aceitar e reter, transferir e agir são alguns dos componentes principais da aprendizagem. Assim, a informação captada é submetida a contínuo processamento e elaboração, que funciona em níveis cada vez mais complexos e profundos, desde a extração das características sensoriais, a interpretação do significado até, finalmente, a emissão da resposta. (apud CIASCA, 2003, p.22) 

 

Além disso, Pfromm (1987, apud Ciasca, 2003, p.22), o aprender é uma busca ilimitado e permanente de discernimento e poder; o caminho de um estado inicial de docilidade à independência, em que numerosas causas contribuem para sua conquista, como diferenças individuais, aptidões, pré-requisitos gerais e específicos, maturação, prontidão, estimulação em um processo biológico e ambiental que se contraditam. Assim, a aprendizagem é uma atividade individual que cresce dentro de um sistema único e constante, atuando sobre todos os dados recebidos e tornando-os revestidos de significado. Este ato não é limitado à intenção ou ao esforço para reter itens ou habilidades intencionalmente repetidas de momento a momento, mas aumenta-se na qualidade do aprendido, no grau da abstração e com o transcorrer da idade. 

O cérebro é a sede das funções “superiores”. O cerebelo, além de ter importante papel do equilíbrio, tônus musculares e postura, também está relacionado as funções cognitivas. O tronco encefálico está envolvido com a manutenção de nossas funções vegetativas e nosso ciclo de sono e vigília, muito importante para o aprendizado e memória. A medula espinhal faz comunicação entre o cérebro e a periferia do corpo. Os estímulos sensitivos, detectados por receptores, entram na SNC através dos nervos e trafegam ao longo da medula até o cérebro. Após processamento do sinal, comandos motores gerados pelo cérebro passam pela medula espinhal e saem para órgãos efetores- músculos esqueléticos, lisos cardíacos e glândulas- através dos nervos.

O cérebro é constituído de 100 bilhões de neurônios interconectados e de células da neuroglia. Neurônios apresentam corpo celular; dendritos ramificados que recebem informação/ impulsos nervosos de outros neurônios e de receptores periféricos; e axônios que conduzem e transmitem os impulsos nervosos e outros neurônios e aos órgãos efetores. A neuróglia representa um conjunto de células muito importantes para o funcionamento normal dos neurônios. Os neurônios estabelecem conexões com outros neurônios através das sinapses. A sinapse possibilita que o impulso nervoso de um neurônio seja transmitido a outro neurônio. O impulso nervoso é a modificação elétrica que ocorre em um neurônio quando ele é ativado por um estímulo ambiental ou por outro neurônio. A comunicação entre neurônios, para transmissão do impulso nervoso, depende de substâncias químicas denominadas neurotransmissores. O conjunto de vários neurônios interconectados é denominado circuito neuronal ou neural.

O cérebro é constituído de vários circuitos neuronais, denominados sistemas funcionais, especializados em funções diversas como sensibilidade, motricidade, percepção, Visio-construção, memória, linguagem, pensamento, raciocínio lógico-matemático, atenção, emoção, entre outras. Os diversos comportamentos refletem o funcionamento de diferentes conjuntos de circuitos neuronais que se organizam durante o desenvolvimento do cérebro. 

Ciasca (2003) diz que o cérebro humano é um sistema complexo que determina relações com o mundo que o cerca por meio de condições significativos como: a especificidade das vias neuronais, que da periferia levam ao córtex informações provenientes do mundo exterior; e, a especificidade dos neurônios, que consentem determinar áreas motoras, sensoriais, auditivas, ópticas, olfativas, etc., determinando inter-relações funcionais exatas e ricas que são de extrema relevância para o aprendizado. Por fim Ciasca (2003, p.23) ressalta que, o aprender causa em certas integridades básicas, que devem estar presentes, quando oportunidades são dadas para acontecer a aprendizagem. Essas particularidades são caracterizadas por três níveis: 

 

  • Funções psicodinâmicas- à medida que o organismo internaliza o observado ou experienciado, começa a assimilar hierarquicamente, pelos processos psíquicos, devendo, portanto, existir controle e integridade psicoemocional para que ocorra a aprendizagem.
  • Funções do sistema nervoso periférico- responsáveis pelos receptores sensoriais, que são canais principais para aprendizagem simbólica. Uma subcarga sensorial implicaria em privação do cérebro de estimulação básica, para o crescimento e amadurecimento dos processos psicológicos.
  • Funções do sistema nervoso central - responsável pelo armazenamento, elaboração e processamento da informação, resultante da resposta apropriada do organismo (AZCOAGA,1972, apud CIASCA, 2003, p. 21)

 

O desenvolvimento do cérebro é programado por fatores genéticos e sobre a influência de fatores ambientais. A plasticidade neuronal permite o estabelecimento de novas conexões (sinapses) entre neurônios. O cérebro tem uma plasticidade muito grande, durante toda a vida, embora seja maior nos primeiros anos de vida. Diferentes áreas do sistema nervoso se desenvolvem em diferentes momentos. Durante o desenvolvimento cerebral as ligações entre as células nervosas vão se tornando mais complexas, à medida que o organismo interage com o meio ambiente. As conexões são feitas e desfeitas durante o tempo todo, ocorrendo aprendizagem e “desaprendizagem” ao longo de nossa existência. Neurônios que não são usados desfazem suas conexões- desbastamento sináptico – e podem até ser eliminados.

 

Tanto na visão neurológica como em diversas correntes psicológicas, aprendizagem, enquanto construto teórico, apresenta pontos comuns e com significados intrínsecos, que convergem para o fato de que tudo aquilo que se sabe, o homem deve aprendê-lo, ou seja, a criança nasce em um mundo com passado, em um grupo social que irá transmitir-lhes seus costumes, sua linguagem e todo o conhecimento deverá ser adquirido fragmento por fragmento, misturados  a outras experiências pessoais que desenvolverão progressivamente, envolvendo suas relações com o mundo que a cerca. Mas, é na escola, ou mais precisamente no processo educativo que vemos melhor essa relação biunívoca da aprendizagem, enquanto vinculo integrativo da sociedade, cuja principal forma de ação é sobre o indivíduo em seu desenvolvimento global, direta abrangementemente, visando à maior possibilidade de renovação e liberdade. (GAGNÉ, 1981, apud CIASCA, 2003, p. 21)

 

Ao longo da vida nosso cérebro é modificado à medida que estabelece interações com o ambiente. Existem períodos da vida do indivíduo em que a estrutura do sistema nervoso é mais sensível e plástica a determinados estímulos. Os desbastamentos sinápticos, ocorre durante toda a vida do indivíduo, mas é mais intensa em alguns períodos, da mesma forma que as conexões são mais facilmente estabelecidas em determinadas etapas de desenvolvimento. Estes momentos são denominados períodos críticos do desenvolvimento cerebral. Os períodos críticos explicam que a aprendizagem é mais fácil e rápida em alguns momentos do que em outros. A privação de estímulos ambientais em períodos críticos do desenvolvimento pode levar a atrasos na aquisição da habilidade motoras, cognitivas e sociais. A organização dos sistemas funcionais e, portanto, as especializações das funções cerebrais, se estabelecem entre os primeiros 5 a 10 anos de vida. Por isso a maior parte das habilidades motoras, perceptuais, cognitivas e emocionais podem ser trabalhadas com mais eficiência até os 10 anos.

Nesta faixa etária a criança a vive, compreende e interage a aprendizagem através do lúdico, o brincar. SAMPAIO (2009,p.74) relata no “aprender brincando” sendo este o papel da família nas primeiras aprendizagens ensinar de forma lúdica e não com obrigações e imposições. Ressalta ainda, antes de entrar na escola, a criança deveria receber seus primeiros estímulos em casa, tendo contato com livros compatíveis com sua idade (com páginas de plástico ou capa dura, que impossibilita de rasgar e, mais tarde livros com páginas normais, sendo-lhe ensinado o cuidado com os livros), lego e outros brinquedos de encaixe, massa de modelar, tintas (com supervisão), músicas e poesias com rimas (visando o desenvolvimento da consciência fonológica. Destacando os benefícios, da criança estar, continuamente, em contato com objetos que podem ajuda-la no desenvolvimento da habilidade motoras, linguísticas, musicais e lógicas. Um lar cujos familiares apresentem e tenham contato constante com a leitura propicia o desenvolvimento do gosto pela leitura, de colocar-se desde cedo em contato com o objeto do conhecimento.

 

 Muitas crianças, desde pequenas, têm a oportunidade de interagir com textos escritos, assim como pessoas que leêm escrevem. Situações do tipo propiciam a descoberta e compreensão das funções e usos que as pessoas fazem da linguagem escrita. Quanto mais intenso for este tipo de interação, maiores oportunidades as crianças terão para ir construindo os conhecimentos diversificados a respeito dos atos de ler e escrever. Tais conhecimentos que podem ter sido originados nestas situações naturais ou espontâneas, permitem a construção de hipóteses e respeito de ler e escrever (apud SAMPAIO, p.75 et all FERREIRO& TEBEROSKY, apud ZORZI,2005, p. 162)  

 

Mas infelizmente, algumas crianças somente têm acesso a livros na escola, estes por vezes escassos, desatualizados e monitorado o tempo de acesso. Algumas crianças que tem acesso a acervos diversificados, com familiares assíduos e vorazes por leitura, que compreendem o a importância do tal ato, tem realidade diferente. 




Por vezes, crianças não são estimuladas tanto no âmbito familiar ou escolar, no qual encontram profissionais despreparados a trabalhar em áreas fundamentais tais como, a psicomotricidade, atenção e concentração.  

 

Os problemas de aprendizagem podem se apresentar em razão de uma metodologia inadequada, método de alfabetização inadequado, privação cultural e econômica, má-formação docente, falta de planejamento das atividades, desconhecimento da realidade cognitiva dos alunos. Desta forma, não existe uma adaptação curricular à realidade socioeconômica do aluno. (SAMPAIO, 2009, p. 90-91)

 

TAYA (apud SAMPAIO,2003) relata que estes distúrbios de aprendizagem também podem se apresentar como fatores secundários em função: depressão; de um Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH); de deficiência mental; de transtorno da conduta; de déficit cultural; de problemas neurológicos; de deficiência sensorial. 

O desenvolvimento cerebral durante a primeira infância é mais ágil, duradouro e absorve às influências ambientais no qual, afeta os números de células cerebrais e conexões e a maneira como são realizadas. Para o desenvolvimento saudável do cérebro a alimentação adequada é essencial pois a falta dela antes do nascimento e nos primeiros anos de vida pode interferir significativamente no desenvolvimento cerebral provocando distúrbios neurológicos e de comportamento. Também o estresse nos primeiros anos de vida tem um impacto negativo,  sobre o desenvolvimento do cérebro:

O que presenciamos hoje são crianças que já acordam ligadas na televisão ou mesmo no computador, e não falamos somente de crianças maiores, mas também de crianças apenas dois anos de idade, cujos pais, ou por comodismo ou por ausência, esquecem de oferecer outros recursos. (SAMPAIO, 2009, p.75)



A educação de crianças em um ambiente incentivador desde a primeira infância pode ter um poderoso efeito sobre suas capacidades cognitivas e de memórias futuras. A diversidade de sensações, a presença de cor, música, a variedade de interações sociais, dos contatos e exercícios corporais e mentais podem ser benéficos, desde que não sejam excessivos. 



CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A Neuropsicologia explica como a aprendizagem acontece desde a primeira infância no seu aspecto neural, mas também de como esse processo sofre estímulos externos constantes, como por exemplo, o contexto sócio/cultural, o desenvolvimento físico-motor (desde o engatinhar até o ato de andar), emocional (excesso de estímulos tecnológicos, podem gerar stress, ansiedade, depressão, isolamento).  A presente pesquisa procurou explicitar os diversos conceitos de aprendizagem na visão de diferentes estudiosos e do desenvolvimento cognitivo segundo a ciência. 


































REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

SEABRA, Alessandra Gotuzo; CAPOVILLA, Fernando Cesar. Teoria e pesquisa em Avaliação Neuropsicológica. 2 ed. São Paulo: Memnon, 2009.

 

CIASCA, Sylvia Maria. Distúrbios de Aprendizagem: Proposta de Avaliação Interdisciplinar.  2 ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.

GIL, ROGER. Neuropsicologia. 2.ed. São Paulo: Santos, 2002.

LURIA, ALEXANDER ROMANOVICH. Fundamentos de Neuropsicologia. São Paulo: EDUSP, 1981.

MELLO, C.B., MIRANDA, M.C., MUSZKAT, M. Neuropsicologia do Desenvolvimento: Conceitos e Abordagens. São Paulo: Menmon, 2006.

SAMPAIO, Simaia. Dificuldades de aprendizagem: A psicopedagogia na relação sujeito, família e escola. 3. ed. Rio de Janeiro, 2009.

ILLERIS, Knud. Teorias Contempôraneas da Aprendizagem. Porto Alegre: Penso, 2013. 280 p.

VISCA, Jorge. Psicopedagogia: novas contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.