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SÍNDROMES E TRANSTORNOS NA EDUCAÇÃO:

ESTRATÉGIAS DE ENSINO PARA ALUNOS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

 

 

CRISTIANE POLO

ELIVAINE OLIVEIRA GUIMARÃES SILVA

LILIANE POLO

SAMARA STREG

TATIANE AULER POLO


















RESUMO 

 

A proposta do trabalho é de ajudar familiares, comunidade e profissionais da educação a terem um pouco mais de entendimento sobre o TDAH, as características, os danos que causa na vida do indivíduo, as dificuldades que a criança com o transtorno enfrenta tanto na vida pessoal como social, assim como, na aprendizagem, ajudar os profissionais na busca de informações para a construção de aprendizagens mais significativas no tocante a esses alunos. O trabalho tem como objetivo principal compreender algumas dúvidas simples e recorrentes sobre o transtorno e quanto à capacidade de aprendizagem desses alunos, assim como, as melhores formas de desenvolver essas aprendizagens conseguindo através de estratégias manterem a atenção e o interesse do aluno. Desta forma, o tipo da pesquisa realizada foi qualitativa, tendo por base a pesquisa bibliográfica, sendo estes os meios pelos quais foram obtidos a bibliografia selecionada para conferir a fundamentação teórica; tendo como os principais autores utilizados, tais como: Barkley, R. A (2008); BENCZIK, Edyleine, B. P. (2000); Ciasca, Sylvia Maria (2003) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5, 2014). A principal conclusão que pode-se tirar deste trabalho é de que o desenvolvimento adequado de alunos com TDAH está além de tratamentos medicamentosos, essas crianças terão chances maiores de se tornarem adultos auto suficientes e críticos capazes de conduzir suas vidas quando tiverem a oportunidade de desenvolver suas aprendizagens dentro de possibilidades adequadas as suas próprias capacidades.     

 

Palavras-chave: Transtorno; Déficit; Atenção; Hiperatividade; Aprendizagem. 























LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 

 

DSM Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

TDAH Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade 

TDE Teste de Desempenho Escolar







SUMÁRIO

 

  1. INTRODUÇÃO 7
  2. TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE 9

2.1. Contexto Histórico do TDAH                                                                           9

2.2. O que é o TDAH                                                                                                 11 

  1. CARACTERÍSTICAS DO TDAH 15

3.1. Tipos de TDAH                                                                                                   15

3.2. Causas do Transtorno de Déficit de Atenção e hiperatividade                    17

  1. estratégias de aprendizagem para alunos com tdah 19
  2. CONsiderações finais 23
  3.   REFERÊNCIAS 24

 

 

  • INTRODUÇÃO

 

 

O presente trabalho tem como tema Síndromes e Transtornos na educação: Estratégias de Ensino para Alunos com Déficit de Atenção e Hiperatividade. O interesse do tema nasceu da vontade de aprender mais sobre o assunto, pois existem muitos mitos sobre crianças com TDAH principalmente no meio educacional, tornando-se assim muito comum profissionais da educação tentarem explicar os comportamentos agitados de seus alunos utilizando-se de informações que surgem de conhecimentos populares e rotulando-os com TDAH sem ao menos realizar uma avaliação ou aprofundar-se no assunto antes.

Viu-se uma necessidade em buscar mais explicações sobre o assunto, o desenvolvimento nos estudos ao longo dos anos, as causas, os sintomas, os danos que causa na vida da criança ou adolescente e o tratamento e seus benefícios. Essas informações poderão ajudar a uma maior compreensão sobre o tema, tratando o assunto com a devida cautela e seriedade, pois, o mais importante é o bem estar de nossas crianças dando-lhes condições necessárias para que possam se desenvolver plenamente na busca de tornarem-se cidadãos críticos e reflexivos. 

O trabalho tem como justificativa a importância de conhecer bem o TDAH, seus sintomas, os danos e os prejuízos que causa na vida da criança ou adolescente, saber lidar com as dificuldades desse aluno, oferecer condições adequadas para desenvolver as aprendizagens utilizando adequadamente suas capacidades. Nesta tarefa as informações tem um papel fundamental, uma vez que a inclusão se tornou um direito de todos e dever do estado, assim para que essa inclusão aconteça de fato é preciso conhecer e saber lidar com as dificuldades e dar possibilidades do desenvolvimento a todos de maneira igualitária.

O problema apresentado no trabalho gira em torno de que na maioria das escolas os profissionais não estão preparados para assumir essa responsabilidade, pois, desconhecem ou tem poucas informações à respeito do TDAH. Muitas vezes acabam rotulando erroneamente crianças com um mal comportamento dentro da sala de aula por não possuírem o conhecimento necessário sobre o TDAH, e o mais importante acabam deixando sem a devida atenção crianças e adolescentes com TDAH, pela falta de informação ou por não terem domínio sobre as competências necessárias para um pleno desenvolvimento educacional em alunos com esse tipo de transtorno. Assim qual seria o caminho que esses profissionais poderiam percorrer na busca da solução para esses problemas?

Os objetivos do trabalho são buscar entendimentos, conhecimentos, informações sobre o TDAH, pois essa constante renovação é um dever do profissional da educação, para garantir a criança o direito de desenvolver de maneira integral as competências educacionais. É necessário ter conhecimento e as ferramentas de aprendizagem adequadas para ajudar no desenvolvimento educacional da criança. Compreender o que é o Transtorno, suas características, os comportamentos e as dificuldades da criança, nos ajuda a trilhar um caminho com mais chances de sucesso na busca de uma educação para todos. Nesse contexto os objetivos específicos apresentados são: Compreender o que é Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, conhecer suas principais características e entender as principais dificuldades de aprendizagem do aluno com TDAH, para assim poder desenvolver estratégias que ajudem no desenvolvimento desses alunos. 

Este trabalho teve em sua grande maioria como fonte de pesquisa artigos em sites e bibliotecas virtuais, foram feitas também revisões em livros de alguns autores como Barkley, R. A (2008); BENCZIK, Edyleine, B. P. (2000); Cisca, Sylvia Maria (2003) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5, 2014). O trabalho dividiu-se em duas etapas: na primeira foram feitas as escolhas do tema, dos materiais bibliográficos e a organização dos conteúdos; na segunda realizou-se a revisão das obras e construção do trabalho. 

O primeiro capítulo “Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade” abordará um breve relato histórico sobre o desenvolvimento das pesquisas acerca do assunto, em seguida teremos algumas posições de teóricos sobre o que é TDAH. No segundo capitulo “Características do TDAH” apontará as principais características da criança ou adolescente com TDAH. E por fim no terceiro capítulo “Estratégias de aprendizagem para alunos com TDAH” poderemos entender um pouco sobre como se dá a aprendizagem nesse alunos e as formas mais adequadas de lidar e ajudar no desenvolvimento de suas aprendizagens.   

 

  • transtorno do Déficit de atenção e hiperatividade.

 

 

As primeiras notas registradas de um médico sobre o TDAH ou hiperatividade datam de 1865 onde foram registradas doenças infantis que esse medico se deparava cotidianamente. Porém quem realmente se destinou a investigar modos de conduta infantis que se assemelham ao que hoje conhecemos como TDAH foram George Still e Alfred Tredgold.

Dentre as apresentações de Still foram descritas várias crianças atendidas por ele com dificuldades em manter a atenção onde a maior parte mostrava ser de costumes hostis, intensas e muito ativas. Todas elas possuíam como característica normal a agitação e o ânimo. Ele notou que essas crianças apresentavam uma falha no comportamento quando se tratava do que era ético ou não. Também notou que os sintomas pareciam surgir em torno dos oito anos de idade e que a prevalência era muito maior em meninos do que meninas, acreditava que essas crianças poderiam ser uma ameaça as outras por conta de seus comportamentos violentos.

Still e Tredgold notaram que era possível uma melhora no comportamento dessas crianças através de medicações e mudanças no ambiente, porém destacaram uma continuidade relativa ainda nesses casos. Chamaram muita atenção para a necessidade de espaços pedagógicos especiais para esses alunos.

 

    1. CONTEXTO HISTÓRICO DO TDAH

 

Na América do Norte entre 1917-1918, se espalhou uma crise de encefalite epidêmica, tornando o TDAH foco de estudos. Os clínicos observavam que muitas crianças sobreviventes daquela infecção ficavam com sequelas no desenvolvimento cognitivo e no comportamento. A maioria das características dessas crianças são vinculadas ao TDAH na atualidade.

Essas criança possuíam atenção e regulação da impulsividade e atividades limitadas, além de outras capacidades cognitivas como a memória. Apesar de muitos serem pessimistas quanto aos resultados dos tratamentos, alguns institutos com simples modificações comportamentais e maiores supervisões alcançaram sucessos em seus tratamentos.

Em 1937 começou-se uma terapia medicamentosa para crianças com distúrbios comportamentais, era realizada a base especialmente de estimulantes. Esse tratamento tornou-se em 1970 o mais escolhido para sintomas ligados ao TDAH.

Um desagrado com o termo usado na época “Disfunção Cerebral Mínima” fez com que entre 1960 e 1969 esse termo fosse mudado para “Síndrome de Hiperatividade” dando ênfase ao sintoma mais evidente do transtorno a hiperatividade, esse conceito é muito encontrado nos estudos da época. Foi nesta mesma época que surgiu na segunda edição do Manual diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-II), a definição de hiperatividade, mostrando que do ponto de vista do desenvolvimento o transtorno era benigno, ressaltando a visão de vários autores.

Os estudos do transtorno teve um grande salto em 1970, com a publicação de mil estudos no final da década. Em 1980, com uma publicação no DSM-III o transtorno foi renomeado como “Transtorno de Déficit de Atenção” (TDA), caracterizando que a principal característica desta condição não era a hiperatividade e que ela era encontrada em outras categorias psiquiátricas. Nesta época a impulsividade teve destaque como característica definidora do transtorno e também pela criação de específicas listas de sintomas.

Pesquisas mais específicas em torno dos sintomas de desatenção e hiperatividade relevando uma maior permanência deles, levaram a uma nova revisão do DSM, resultando em uma alteração do transtorno para TDAH, alterações essas que se tornaram importantes de várias formas.

 

Em primeiro lugar, uma única lista de sintomas e um único ponto de corte substituíram as três listas (desatenção, impulsividade e hiperatividade) e pontos de corte separados do DSM-III. Em segundo lugar, a lista de itens agora baseava-se mais em dimensões empíricas do comportamento infantil das escalas de avaliação, e os itens e os pontos de cortes foram submetidos a um grande teste para determinar a sua sensibilidade, especificidade e poder distinguir o TDAH de outros transtornos psiquiátricos e da ausência do transtorno. Em terceiro lugar, enfatizou-se a necessidade de que os sintomas fossem estabelecidos como inadequados ao nível de desenvolvimento esperado para a idade mental da criança. Em quarto, a coexistência de transtornos do humor com o TDAH não mais excluía o diagnóstico de TDAH (BARKLEY, 2008, p.36).

 

Em 1990 os estudos sobre a base genética e neurológica do transtorno tiveram grandes avanços. Muitas pesquisas realizadas sobre o desempenho do lobo frontal mostravam uma baixa atividade cerebral nesta área, levando estudiosos a acreditar que o mal funcionamento do cérebro seria uma das causas do transtorno. Estudos mostraram que a rede pré-frontal-estriatal do cérebro é menor em crianças com TDAH e a área pré-frontal da direita é menor que a esquerda, relacionando-os assim com os limites no desenvolvimento cerebral que surge ainda durante o desenvolvimento do embrião. Ao termino desta década o TDAH foi considerado um transtornos com maiores influências de fatores genéticos e neurológicos do que ambientais ou sociais.

Do ano de 2000 até os dias de hoje não surgiram novas teorias sobre o TDAH, mas as pesquisas e teorias já existentes sobre o transtorno fizeram com que o interesse sobre o TDAH aumentassem, e colocaram ele na posição de transtorno que afeta crianças mais estudado da história. Foi classificado pelos profissionais como um transtorno que afeta o desenvolvimento da aprendizagem.  

 

    1. O QUE É O TDAH?

 

Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade-TDAH é um transtorno que apresenta um padrão no desenvolvimento e na manutenção da atenção de crianças e adolescentes, encontra-se dificuldades também no controle dos impulsos e na sistematização da conduta motora em resposta a necessidade de certas situações. Por esse motivo é considerado um transtorno de saúde mental que compromete o desenvolvimento da aprendizagem, a manutenção da atenção e o relacionamento interpessoal. Esse transtorno geralmente é diagnosticado pela primeira vez na infância ou adolescência. 

O transtorno além de afetar o comportamento da criança pode também trazer danos a outras áreas da vida, como, a aprendizagem, os relacionamentos interpessoais, a autoestima, em alguns casos a criança pode apresentar dificuldades em obedecer regras, tornando-se assim agressivo e desafiador. Esses sintomas ficam mais evidentes quando as responsabilidades escolares por exemplo começam a pesar sobre a criança. Possui três principais características: a hiperatividade, a desatenção e a impulsividade.

Na criança o sintoma mais evidente é a hiperatividade, mas Barkley justifica que apesar dela ser o sintoma que tem aspecto mais visível e perturbador no TDAH, pode se ter uma certa resistência por parte dos pesquisadores em admitir que a persistência do transtorno está relacionada a hiperatividade, pelo fato dela ir diminuindo com a idade. Outro fato que Barkley, descreve como uma dificuldade em diagnosticar o TDAH é pelo fato de se tratar de comportamentos básicos da natureza humana:

 

Todos nós estamos propensos a ter desatenção e impulsividade em um momento ou outro, especialmente se tivermos sob estresse físico ou mental. O simples fato de que o indivíduo pode ser desatento ou impulsivo tem pouco valor diagnóstico, pois existem muitas tendências humanas nesse sentido. Se alguns sintomas de doenças mentais (p.ex. alucinações) são patognômicos, não se pode dizer o mesmo do TDAH. Os sintomas em si, não demarcam necessariamente o funcionamento anormal, e é claro que o TDAH não é o único nesse sentido. Quase todas as doenças mentais, da depressão a mania, representam tendências humanas normais que deram errado (BARKLEY, 2008, p.439). 

Assim, se torna difícil chegar a um diagnóstico preciso quando depende de identificar o que é normal ou anormal no comportamento humano e julgar clinicamente os problemas e a intensidade deles, levando em consideração que os sintomas também podem ser típicos de outros transtornos psiquiátricos.

De acordo com Gomes (2013); a prevalência do transtorno que varia entre 5% e 8% das crianças e 1,5% a 4% entre adultos, mostra que é um transtorno muito comum, apesar, de ser muito difícil de se chegar a um diagnóstico, devido ao grau de investigação que ele exige, com a prevalência de vários sintomas ao mesmo tempo e em ambientes múltiplos de convívio da criança.

O transtorno fica mais evidente quando algumas responsabilidades começam a recair sobre a criança ou adolescente, como é o caso das responsabilidades e atividades escolares que nesta fase exigem mais atenção e comprometimento da criança, já que sabe-se que o transtorno caracteriza-se por uma série de sintomas que envolve a atenção, hiperatividade e atividade motora. A atenção é uma atividade diária com dimensão orgânica, dependendo de mecanismos neurológicos para ser processada. A maturação do funcionamento desta atividade ocorre por volta dos 6 aos 9 anos de idade e vai se desenvolvendo gradativamente até os 12 ou 13 anos de idade (CIASCA,2003).

O desenvolvimento global é afetado negativamente pelo TDAH, o que traz grandes prejuízos para o indivíduo podendo ser notado em vários segmentos de sua vida. Como é o caso de adultos com TDAH, geralmente eles tem mais dificuldades no trabalho, menor nível socioeconômico, mudam frequentemente de emprego, acabando assim por prejudicar sua ato estima e suas relações interpessoais. Nesta fase assim como na adolescência os sintomas de hiperatividade motora na maioria dos casos ficam menos evidentes, mas podem persistir dificuldades como desatenção, impulsividade, inquietude e planejamento.

Ciasca (2003), explica que dentro dos quadros de encaminhamentos o TDAH é o mais encaminhado para centros de diagnóstico infantil. Quando uma criança é encaminhada é preciso que o psicólogo preste muita atenção nos rótulos que são atribuídos a ela por ser muito agitada, rótulos atribuídos pelos pais, amigos e profissionais que acompanham a vida da criança. Assim esta avaliação se torna muito difícil e demorada, precisando de vários encontros e muita investigação para se chegar a um diagnóstico de fato.

O psicólogo no diagnóstico da criança com TDAH pode e deve utilizar-se de vários instrumentos para definir o verdadeiro motivo para o encaminhamento, se a criança possui mesmo o transtorno, se pode ser uma dificuldade escolar, familiar ou um transtorno de conduta, focando assim em esclarecer se os comportamentos da criança são sintomas do quadro realmente. Para chegar a um diagnóstico é necessário tempo e analise. Ciasca nos apresenta instrumentos que podem ser utilizados para esta análise:

 

Histórico familiar: Critérios Diagnósticos de TDA/H (DSM-IV) (APA, 1994); Avaliação Cognitiva: WISC-III, WISC-III (WESCHELER, 1991); Avaliação Percepto-motora: Viso Motor Bender (BENDER, 1938, apud. CIASCA, 1994); Avaliação Emocional: Fábula de Duss (DUSS, 1950); Avaliação de Desempenho Escolar: Teste de Desempenho escolar-TDE (STEIN, 1994); Avaliação Neuropsicológica: Bateria Neuropsicológica par Criança Luria- Nebraska (apud CIASCA, 1994); Avaliação Atencional: WISC-III-Subteses de aritmética, código e digito (WESCHELER, 1991); Entrevista com a professora e Análise do Material Escolar, entre outros (CIASCA, 2003, p.194).

 

Assim cabe ao psicólogo fazer as avaliações necessárias para chegar ao um diagnóstico satisfatório, além de esclarecer as angústias e dúvidas dos pais, dos professores e da própria criança. Os dados que esse profissional recolher durante ao processo diagnóstico somados a avaliação médica (psiquiátrica e/ou neuropediátrica), serão os norteadores das condutas clínicas e terapêuticas (CIASCA, 2003).

 No DSM-5 (2014) explica que o baixo desempenho escolar, problemas de rejeição social, dificuldades profissionais no caso de adultos e muitos conflitos interpessoais na maioria das vezes está associado ao TDAH. Crianças com TDAH tem uma probabilidade muito maior de desenvolverem transtorno da personalidade na vida adulta se tornando assim antissociais, o que as leva a um risco maior de desenvolverem transtornos por uso de substancias. Além disso indivíduos com TDAH estão mais suscetíveis a sofrerem lesões, acidentes, violações de transito e há um aumento na probabilidade de obesidade nesses indivíduos. 

A falta de concentração e dificuldade em tarefas que exigem mais esforço é vista pelos outros como preguiça, falta de cooperação ou irresponsabilidade, as relações tanto familiares como em sociedade podem se tornar difíceis, com discórdias, interações negativas, rejeição com negligencia ou provocações ao indivíduo com TDAH. Essas pessoas normalmente têm níveis intelectuais e escolares muito menores e menos sucesso profissional se comparar com seus pares. O TDAH em sua forma mais grave afeta as relações interpessoais, familiares, escolares e profissionais, aumentando assim o risco do indivíduo desenvolver um quadro de depressão (DSM-5, 2014).

Como podemos ver o TDAH é um transtorno que prejudica a vida da criança tanto na esfera educacional, como na pessoal trazendo problemas no desenvolvimento de competências, nos relacionamentos interpessoais e em consequência a isso deixando o indivíduo mais suscetível a desenvolver outros transtornos de conduta como a depressão, além de causar incômodos a criança quanto ao convívio em sociedade e obedecer regras, o que pode leva-lo a se tornar uma criança agressiva e desafiadora. 




  



 

  • CARACTERÍSTICAS DO TDAH

 

 

Com três principais características a hiperatividade, impulsividade e desatenção o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é considerado um problema de saúde mental. Esse transtorno leva a criança a ter desempenhos insatisfatórios na vida escolar além de ocasionar consequências ruins nos relacionamentos, familiar e social levando a criança a desenvolver problemas emocionais.

Os sintomas estão divididos em dois conjuntos: o da desatenção que tem como características, dificuldade de concentração em tarefas; erros de fala, escrita ou leitura; falta de cuidado ou deixar passar detalhes; não prestar atenção na fala dos outros; se concentra em um único assunto em certo período de tempo (hiperfoco); dificuldade em obedecer instruções ou regras; desorganizado; dificuldade em terminar o que começou; dificuldade em planejar com antecedência; perde coisas; evita tarefas difíceis; esquece compromissos ou tarefas diárias; se distrai com coisas que não fazem parte de suas atividades. 

E o segundo é o da hiperatividade/impulsividade este grupo tem como características: se mexer muito quando não é adequado; não consegue ficar sentado por muito tempo; ao sentar-se fica mexendo os pés e as mão ou se mexe em excesso; tem sensação de inquietude; quer fazer muitas coisas ao mesmo tempo; não consegue ficar em silêncio; é muito agitado; fala ou responde antes que terminem as perguntas; fala a todo tempo; interrompe conversas; não consegue esperar a vez. Sendo necessários no diagnóstico observar se a criança tem pelo menos seis sintomas de desatenção e/ou pelo menos seis de hiperatividade e impulsividade por um período de pelo menos seis meses, além de ser verificado se ocorrem em mais de um ambiente e se estavam presentes antes dos 7 anos, para só assim se chegar um possível diagnóstico de TDAH.



    1. TIPOS DE TDAH

 

Atualmente existem três tipos de TDAH apontados por estudiosos como Rohde e Benczik (1999) e Mattos (2010) que são eles:

Predominante desatenta: neste tipo de TDAH predomina-se os sintomas de desatenção, não apresentam sintomas de hiperatividade/impulsividade. Este tipo é o mais comum, apresenta maiores dificuldades de aprendizagem e é mais encontrado em meninas.

Predominante hiperativo/impulsivo: neste tipo predomina os sintomas da hiperatividade/impulsividade, não apresenta sintomas de desatenção. Este tipo está ligado a problemas com o comportamento e relacionamento, é a forma mais rara de se encontrar e quando encontrada costuma ser em crianças menores.

Tipo combinado: possui ao mesmo tempo sintomas de hiperatividade/impulsividade e desatenção. É o tipo que mais causa danos e dificuldades tanto para o portador como para as pessoas a sua volta necessitando de ajuda especializada, o que faz com que seja o tipo mais encontrado em clinicas.

Outro fato que se torna muito importante no TDAH, é a questão de os sintomas variarem muito de acordo com a faixa etária da pessoa. Em crianças menores até o 6 anos de idade os sintomas mais evidentes são aqueles ligados a dificuldade em aceitar frustrações, limites e regras, os da hiperatividade. Com a idade escolar a combinação dos sintomas de hiperatividade/impulsividade pode se tornar incerta. Na fase adulta ou até mesmo na adolescência ainda os sintomas mais presentes são a impulsividade e a desatenção.

Existem também sintomas que não estão listados nos critérios de diagnósticos tradicionais, mas que segundo Mattos (2010) e Silva (2009) são muito importantes e comuns, são eles: frequentes depressões; autoestima baixa; baixo desempenho comparado a sua real capacidade; demora ao iniciar ou realizar trabalhos; tem dificuldades em lidar com o estresse; não tem uma boa orientação espacial; dificuldades na manutenção de relacionamentos afetivos e sociais; muda seu interesse o tempo todo; evita situações repetitivas; adiamento crônico; busca por situações diferentes e estimulantes; constantes variações no humor; ao realizar atividade tem dificuldades em se animar; não consegue fazer planos ou se manter neles. Assim podemos observar que:

As crianças portadoras de TDAH apresentam mais problemas psicológicos que as crianças que possuem apenas dificuldades escolares (por outras razões), mas que não tem TDAH. Baixa auto-estima, oscilações grandes de humor, sensação de fracasso e instabilidade nas relações com os demais colegas são as queixas mais frequentes.  As crianças e adolescentes com TDAH tendem a ser mais rejeitadas pelos colegas. O mau rendimento escolar e as dificuldades nos relacionamentos contribuem muito para a sensação de mal estar (MATTOS, 2010, P.37).

 

Podemos observar então que a criança com TDAH tem danos maiores no que se refere ao seu desenvolvimento, em questões psicológicas, emocionais, afetivas e no sociais do que outras crianças que apresentas outras dificuldades de aprendizagem. Essas dificuldades da criança com TDAH se dá principalmente pelo fato de haver pouco conhecimento do assunto além da compreensão e acolhimento pelos que rodeiam estas crianças ocasionando assim uma maior rejeição a elas, contribuindo para o aumento das sensações ruis que interiorizam esta criança.

 

    1. CAUSAS DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE



Ao longo das últimas décadas o conhecimento cientifico sobre muitas possíveis causas e as influencias sobre o cérebro, assim como na conduta humana, tem crescido significativamente. Segundo Barkley (2008, p.248): “[...] deve ficar evidente que fatores neurológicos e genéticos contribuem substancialmente para os sintomas do TDAH e para a ocorrência do transtorno em si [...]”.

Um fato que ocorre frequentemente sobre crianças com TDAH é de confundir a desatenção com problema dela não prestar atenção, quando na verdade é caracterizada por manter o foco em algo por períodos maiores de tempo. Outro problema comum é de crianças com TDAH mostrarem maior hiperatividade e impulsividade, que é ocasionado segundo autores como Rohde e Benczik (1999), por uma deficiência básica no comportamento inibitório, um comando seria apresentado em algumas partes do cérebro um tipo de “breque de inibição”. Ainda segundo esses autores a disfunção está situada na região orbital frontal na parte dianteira do cérebro. 

Esta é uma região do cérebro mais desenvolvida e é responsável pela manutenção da atenção, tem capacidade de sozinha estimular-se a fazer coisas e manter essa estimulação por longos períodos, é responsável pela memória dependente da atenção, inibição de comportamentos, autocontrole e planejamentos futuros. Outras áreas ligadas a região orbital frontal podem ser prejudicada como é o caso do córtex parietal ligada a atenção, problemas nesta área vem sendo descobertos em crianças, adolescentes e adultos com TDAH.

Sabe-se que diversas alterações em pontos interligados do cérebro podem ser responsáveis pela ocorrência do transtorno. Pesquisas analisadas por Rohde e Benczik (1999), evidenciam que algumas alterações podem estar ligadas a diminuição ou ao mal funcionamento dos neurotransmissores, que são responsáveis em transmitir as informações entre os neurônios. A dopamina e a noradrenalina, são os neurotransmissores que normalmente apresentam estar com problemas de mal funcionamento ou quantidade em pessoas com TDAH. Porém é preciso deixar claro que nem todos os sintomas do TDAH podem ser explicados por esse problema com os neurotransmissores.

Pode se constatar nos pacientes com TDAH que a região frontal do cérebro tem atividades diminuída, através de pesquisas e exames para medir atividade cerebral, elétrica ou fluxo sanguíneo como é o caso da Tomografia por Emissão de Pósitrons (Pet Scan). Mas o caso é que se tem maiores conhecimentos sobre o que não causa o TDAH do que informações sobre as verdadeiras causas do transtorno. 

 Ainda sobre as considerações feitas nos estudos de Rohde e Benczik (1999), um componente genético tem demonstrado significativa participação considerando a hereditariedade no que se refere a origem desse transtorno. Esses estudos mostraram que dos familiares de primeiro grau de pessoas com TDAH, 25% também apresentavam o transtorno, mostrando assim que essa prevalência afeta de duas a dez vezes a mais os parentes da pessoa com TDAH, do que a população em geral. Mas não podemos esquecer que o que é herdado é uma certa disposição ou vulnerabilidade e não o transtorno em si, porém isso não significa que todos os indivíduos terão o mesmo problema e sim que a influência genética aumenta as chances de incidência do problema nos indivíduos dessa família.

Estudos feitos por Benczik (2000), indicam que há uma ligação entre a incidência do transtorno e o uso de fumo e álcool durante a gestação, o uso dessas substancias pela mãe podem causas algumas mudanças no cérebro do bebe, afetando inclusive a zona frontal orbital.

Podemos então constatar que muitas podem ser as causas para a incidência do transtorno, desde fatores neurológicos até genéticos, o fato é que o transtorno prejudica a vida pessoal e social da criança além de comprometer o lado cognitivo e dificultar o desenvolvimento da aprendizagem. Cabe a nós professores o empenho par que essa criança tenha possibilidade de pleno desenvolvimento da sua aprendizagem assim como a autonomia e criticidade na vida pessoal e social.

 

  • estratégias de aprendizagem para alunos com tdah

 

 

No que se refere ao professor podemos dizer que seu trabalho é fundamental e de suma importância para a saúde mental e o desenvolvimento do processo de aprendizagem dos alunos com TDAH, pois, é o professor quem vai perceber quando aluno tem dificuldades na aprendizagem, problemas com atenção ou comportamento, assim como auxiliar e conduzir este alunos a maneiras adequadas para o seu desenvolvimento pessoal social e cognitivo.

Par cumprir esta tarefa que não é fácil o professor precisa ter em mente que vai ser preciso se munir de conhecimentos e possibilidades a respeito do transtorno, para assim poder fazer considerações e fundamentar suas hipóteses a respeito do problema que seu aluno apresenta, tendo assim a capacidade de identificar se o aluno tem sintomas do transtorno ou se os seus comportamentos podem ter qualquer outro tipo de influência, não correndo o risco de prejudicar seus alunos com rotulações falsas. 

Outra questão importante no fato de um conhecimento mais aprofundado sobre o transtorno, é o fato do profissional conseguir entender seu aluno, compreender o porquê de seus comportamentos, o que pode piorar ou melhorar em relação a eles, como lidar com esses comportamentos, enfim olhar o mundo com os olhos da criança, essas questões contribuem para que o profissional planeje e trace estratégias de ensino que possam beneficiar e privilegiar o desenvolvimento do aluno. 

Sobre este assunto Rohde e Mattos (2003) nos chamam a atenção para a importância de profissionais com pleno domínio sobre os conhecimentos acerca do transtorno, compreensivo, que favoreçam a oportunidade disponibilizando sistemas de apoio para a realização de atividades que conduzam o aluno ao sucesso no tocante ao desenvolvimento de seu pleno potencial. 

  Em relação ao desempenho e a atenção da criança com TDAH não existe nenhum método pedagógico em particular que possa solucionar este problema, porém, Rohde e Benczik (1999) nos dão algumas dicas que podem auxiliar os professores a desenvolverem os seus trabalhos com estas crianças. Estes autores indicam a necessidades de algumas atitudes do professor em relação a criança, como, conversar com a criança e entender a maneira como ela aprende, sentar-se a sós com a criança, dar retornos a criança em relação ao seu desempenho, ter uma agenda de contato entre pais e escola, elogiar seus avanços, destacar as atividades onde a criança obteve sucesso, simplificar as regras, combinados e instruções para que a criança tenha maior facilidade de compreensão, estes combinados regras e instruções devem estar em lugar visível, utilizar jogos e brincadeiras pedagógicas sempre que possível, as avaliações devem valorizar mais a qualidade com que as atividades foram desempenhadas e menos a quantidade das mesmas.

 Para trabalhar com crianças com TDAH existem algumas estratégias de condução do comportamento. O esquema de trabalho entre professor e aluno deve ser mantido o mais previsível e constante possível. Uma boa estratégia é combinar as atividades que serão desenvolvidas durante a aula logo no começo da mesma, além de antecipar ao aluno sempre que possível o que será realizado. Sempre que houver uma mudança ou transição no esquema, antecipar ao aluno de forma que ressalte os pontos importantes. Deve sempre ficar claro e explicito por parte do professor o que ele espera de seus alunos e o que eles podem ou não podem fazer, para isso o professor deve usar uma linguagem simples e de clara compreensão.

Os autores Rohde e Benczik (1999) pontuam que o professor deve priorizar maneiras participativas de ensinar. Para manter a atenção do aluno, ele deve estar sempre renovando suas atividades. Dar preferência em atividades de passo a passo e sempre que possível fragmentar as atividades extensas para facilitar a resolução pelo aluno. Utilizar recursos táteis, audiovisuais, figuras, jogos, sempre que possível pois muitas crianças aprender melhor visualmente e com interação nas atividades do que em aulas onde prevalece a exposição oral. Incentivar a leitura fazendo-as em voz alta e com modulações para prender a atenção do aluno.

Nos indivíduos com TDAH o nível de estimulação deve ser maior, porém, precisa ser feita controladamente por parte do professor, com preparos prévios ao introduzir novidades na rotina escolar. Outra dica que ajuda é colocar a criança sentada na frente perto da mesa do professor onde facilite a supervisão deste aluno ajudando para a manutenção da tenção do mesmo. As salas não devem ter muitos estímulos para não distrair o aluno e os mesmos devem sentar-se longe das janelas.

Para Rohde e Benczik (1999), os reforços negativos devem ser evitados, porém, quando necessários, precisam ser explicados os motivos de maneira clara a criança. As explicações e repreensões devem ser feitas em seguida ao mal comportamento. De oportunidades para a criança repetir os comportamentos até compreender como faze-los de maneira correta. Estabelecer reações causa efeito com essas crianças é essencial.

O diálogo entre professor aluno é muito importante nesses casos. As conversas facilita a compreensão das dificuldades encontradas pelo aluno além de aproximar e auxiliar no monitoramento. O envolvimento da sala em assuntos em comum promove o envolvimento e aproximação entre os alunos, fazendo com que a criança com TDAH se sinta como parte da turma. Além disso o professor deve modificar o comportamento do aluno gradativamente, aumentando os níveis de confiança e cobrança, mas sempre com diálogo e fazendo com que o aluno compreenda o processo através de “feedback”. Este ponto pode ser feito com atitudes simples por parte do professor como, deixar que o aluno tenha função dentro da sala de aula, ser o ajudante por exemplo, isso permite que ele possa se movimentar mais que os outros e auxilia na melhora do comportamento.

Do mesmo modo como se ensina o conteúdo mais fácil e depois se progride para aquele mais difícil, as exigências devem começar pelas mais simples e depois passar para as mais complexas. Lembre-se, entretanto, de que aquilo que pode ser fácil para um aluno comum (como ficar sentado prestando atenção) pode ser dificílimo para um aluno que tenha TDAH (MATTOS, 2010, p.124).

 

Um fator muito interessante é que o TDAH pode ser diagnosticado em crianças com todos os tipos de QI. Para Mattos (2010), o fato da criança “se dar bem na vida” ou não, vai se definir pelo nível de inteligência que o portador de TDAH possui. 

Uma explicação dada por Silva (2009), sobre o desempenho escolar do aluno é que esse fator é muito influenciado pelo fato da criança ter uma inconstância na hiperatividade e na atenção, proporcionando momentos em que a criança será muito brilhante e outros em que ela não conseguirá aprender o conteúdo. Esses momentos podem se alterar de um dia a outro ou podem ser em momentos muito próximos.

A equipe escolar em geral deve estar muito bem informada sobre o transtorno, os tratamentos, sintomas, atitudes e comportamento que a criança possa vir a apresentar. O professor deve estar apto a analisar as melhorias que o portador posso adquirir na esfera do desenvolvimento. Pois sabe-se que o TDAH é um distúrbio infantil, que traz prejuízos na vida escolar e na aprendizagem, prejudicando todo o rendimento escolar mesmo quando a criança possui o interesse em aprender.

Apesar de terem muitas informações sobre transtornos de aprendizagem, os autores Rohde e Mattos (2003) nos mostram que, os sistemas de ensino brasileiro não estão preparados para receber crianças com diagnostico e muito menos para analisar se a possibilidades de alguma criança ser portador do TDAH, mesmo existindo uma lei (LDB 9.394/96) que deixe claro que instituições educacionais devem estar preparadas e atender as necessidades especiais de qualquer aluno, não é o que ocorre na realidade. Por esse motivo se torna muito importante escolher uma escola que leve em consideração as individualidades de aprendizagem, que ofereça métodos de ensino diferenciado, utilize diversos critérios de avaliação levando em conta avanços individuais. A escolha de classe com poucos alunos e sem excesso nos estímulos também ajuda a criança na hora de manter uma atenção individualizada.

Outro ponto a ser trabalhado no que se refere a portadores é o preconceito, tanto por parte de alunos com nenhum tipo de dificuldade, como pela equipe escolar. Esses assuntos devem ser trabalhados na escola e na sala de aula, para que a criança com TDAH não se sinta desprezada, constrangida ou inferior as demais, uma aceitação da turma ajuda no aumento da autoestima desta criança, além de deixa-la livre para expressar-se, e conduzir suas aprendizagens de maneiras diferenciadas e eficientes.

O preconceito na escola não ajuda no desenvolvimento do aluno com transtorno, pelo contrário prejudica e causa traumas pelo fato de serem vistas como crianças rebeldes, mal comportadas e indisciplinadas, serem deixadas de lado por serem consideradas alunos que não se interessam em aprender e na maioria dos casos não se investiga as verdadeiras causas de seus comportamentos e não lhes são dadas as oportunidades de um tratamento adequado, muito menos de uma assistência educacional que possibilite seu pleno desenvolvimento.  

   Mesmo com uma lei que assegura os direitos ao desenvolvimento educacional a todos os portadores do transtorno, mesmo com muitas informações que reforçam a necessidade da educação se adequar e criar possibilidade de aprendizagem a eles e mesmo com as exigências de que professores e escolas estejam preparados par recebe-los, não é o senário que encontramos em nosso país. É preciso mudar, adequar, possibilitar, compreender que sem nossa ajuda o aluno portador não terá as mesmas possibilidades de aprendizagem que alunos comuns, está na mão da escola e principalmente do professor o interesse de aprender e aperfeiçoar-se para receber este aluno e lhe oferecer uma educação plena e satisfatória. 

     

 

  • CONsiderações finais

 

 

Podemos notar ao fazer uma reflexão sobre o texto que as pesquisas acerca do TDAH tiveram um avanço significativo ao longo dos anos, foi possível compreender os danos que este transtorno causa na vida pessoal e educacional da criança, afetando o desenvolvimento, a aprendizagem, os relacionamentos interpessoais, a autoestima e até criando barreiras no tocante a conviver em sociedade e obedecer regras de convivência.

Este transtorno possui três principais características, a hiperatividade, a desatenção e a impulsividade, onde na criança normalmente evidencia-se a hiperatividade. As evidencias do transtorno na criança normalmente começam a ficar mais evidente na idade escolar, onde demanda-se uma atenção maior do aluno na realização das atividades e obediência de normas e regras de convivência.

Ao analisarmos as principais características, a hiperatividade, a desatenção e a impulsividade, podemos considerar que o transtorno é um problema de saúde mental. O transtorno é classificado em três tipos: O Predominante Desatenta, onde predomina sintomas de desatenção, e não apresentam sintomas de hiperatividade/impulsividade, mais recorrente em meninas. Predominante Hiperativo/Impulsivo, predomina sintomas de hiperatividade e impulsividade e não apresenta sintomas de desatenção, uma forma rara e mais encontrada em crianças menores. Tipo Combinado combina ao mesmo tempo sintomas de desatenção hiperatividade/impulsividade, é o tipo que mais causa danos ao indivíduo portador.

Por fim podemos concluir que cabe aos familiares e profissionais da educação se unirem em prol da tarefa de buscar formas inovadoras e criativas que facilitem o pleno desenvolvimento educacional e social dos alunos com TDAH. Existe uma necessidade muito grande de criar oportunidades nas aprendizagem destes alunos e o professor precisa estar preparado para recebe-lo em sala de aula e dedicando-se para que, além de que a inclusão deste aluno aconteça de fato, ele também possa se tornar protagonista de suas aprendizagens. Ao realizar a leitura do texto podemos notar que esses alunos tem total capacidade de aprendizagem e desenvolvimento basta criar formas acessíveis dentro dos limites deste aluno para que ele consigam trilhar os caminhos da aprendizagem tornando-se adultos confiantes, crítico e capazes de conduzir a vida de acordo com suas próprias escolhas. 

 

 

  • REFERÊNCIAS

 

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5º Ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

BARKLEY, Russel A. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: Manual para diagnósticos e tratamento. 3º Ed. Porto Alegre: ARTMED, 2008.

BENCZIK, Edyleine, B. P. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: Atualização Diagnóstica e Terapêutica: Um guia de orientação para profissionais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.

GOMEZ, Natalia Assumpção. O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade no Âmbito Educacional. 2013. 38f. Trabalho de conclusão de Curso (licenciatura- Pedagogia) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, 2013. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/119293

MATTOS, Paulo No Mundo da Lua: Perguntas e respostas sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. 9º Ed. São Paulo: Casa Leitura Médica, 2010.

ROHDE, Luís Augusto P; BENCZIK, Edyleine B. P. Transtorno de Déficit de Atenção Hiperatividade: O que é? Como ajudar?. Porto Alegre: ARTMED, 1999.

ROHDE, Luís Augusto; MATTOS, Paulo Princípios e Praticas em TDAH: Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: Porto Alegre: ARTMED, 2003.

SILVA, Ana Beatriz B. Mentes inquietas: TDAH: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

TOLEDO, Márcia Maria; SIMÃO, Adriana. Transtorno e Déficit de Atenção/Hiperatividade.  In: CIASCA, Sylvia Maria. Distúrbios de Aprendizagem: Proposta de Avaliação interdisciplinar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. Cap.9, p.187-201.