A UTILIZAÇÃO DAS DIFERENTES BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Dayse Hevelin Camargo ¹
Dulcinéia Correia Camargo ²
Lucia Maria dos Santos Veiga ³
RESUMO
A brincadeira é muito importante no desenvolvimento da criança, pois é brincando que ela aprende, por isso é de suma importância sua utilização no processo de ensino/aprendizagem nas escolas. Ao sair da educação infantil a criança se depara com um ambiente escolar diferente, ao qual ela não estava acostumada, onde é priorizado o saber ler e escrever e os conteúdos historicamente construídos. Sem dúvida estes são importantes, mas por que não aliá-los à brincadeira, fazendo desta uma ferramenta importante na escolarização dos alunos? Levando isso em consideração, buscou-se compreender: de que forma a brincadeira é utilizada no processo de aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental? Para isso, foram realizadas entrevistas com professoras que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental de duas escolas públicas do município de Sorriso - MT no período de Julho a Agosto de 2016 e uma pesquisa bibliográfica com autores que abordam sobre o desenvolvimento da aprendizagem das crianças e a brincadeira em sala de aula. O presente artigo tem como função levar seus leitores, principalmente àqueles que estão envolvidos de forma direta com a educação, a uma breve reflexão sobre o olhar que estes possuem sobre o uso da brincadeira como ferramenta de aprendizagem. O professor pode colocar jogos e brincadeira, tanto direcionado quanto não direcionado, no seu planejamento com objetivos diversos. Contudo, a brincadeira ainda tem sido pouco utilizada nos anos iniciais do ensino fundamental, porém se o professor usá-la terá uma grande ferramenta para o desenvolvimento de seus alunos.
Palavras-chave: Educação, aprendizagem, criança, brincadeira, professor.
¹ Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso, especialista em Psicopedagogia, Educação Infantil e Alfabetização pela Faculdade Afirmativo e acadêmica do curso de Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Mato Grosso. Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..
² Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso, bacharel em Psicologia pela Universidade de Cuiabá e Especialista em Psicologia Social pela Faculdade Afirmativo. Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..
³ Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso e especialista em Psicopedagogia, Educação Infantil e Alfabetização pela Faculdade Afirmativo. Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
1 INTRODUÇÃO
O brincar é uma simbologia, prazer e divertimento de suma importância em todas as fases da vida, tanto adultos quanto crianças gostam de uma boa brincadeira. É brincando que a criança se relaciona com as pessoas e os objetos ao seu redor, aprendendo o tempo todo.
Diante de tal importância, o brincar não poderia ficar de fora desta fase do desenvolvimento crucial do ser humano que é a infância, bem como de fazer parte de sua aprendizagem na interação com o outro muito se aprende e se ensina também. O brincar atravessa o tempo e faz com que mesmo depois de adulto o ser humano não perca sua ligação com as lembranças das brincadeiras que fizeram parte de sua infância.
O brincar e a brincadeira estão presentes em cada um de maneira pessoal, no entanto, partindo do individual para o coletivo, onde acontece a interação. Na interação com o outro a criança aprende a linguagem falada e posteriormente os signos, de onde provêm a escrita e a leitura, auxiliando assim o aprendizado escolar da criança. Neder, Possari e Souza (2008) apontam que a linguagem, além de ser uma prática social que se expressa por meio dos signos,
[...] é um processo que permite a interação entre indivíduos e se realiza, não só pelo meio verbal, mas também pelo meio não verbal. […] deve ser compreendida, portanto, como uma prática social que fundamenta em determinações materiais, isto é, no modo de vida das pessoas e/ou grupos e, através dela, que o ser humano representa o real. Essa representação do real se opera sempre mediante a capacidade que o ser humano possui de representar o real por meio do signo e de compreender esse signo como representante do real (NEDER, POSSARI E SOUZA, 2008, p. 21).
Desse modo, a criança por meio da brincadeira representa os símbolos e signos presentes em seu meio social e os (re) significa, construindo assim seu conhecimento. Para as autoras o “brincar […] é, para além de divertir-se, lazer, construir conhecimentos. É principalmente fantasiar a partir da vivência. Utilizar-se de objetos, gestos e imitação, para fazer-se significar” (NEDER, POSSARI & SOUZA, 2008, p.69).
A brincadeira pode ser considerada linguagem universal, pois, ao entrar em uma brincadeira, quem não a conhece acaba por aprender. Contudo, ela precisa ser algo atrativo, que desperte interesse, e prazeroso. Assim, o que o professor do ensino fundamental pode esperar da brincadeira é muito mais do que apenas diversão.
Direcionar e mediar a brincadeira no sentido da aprendizagem exige dedicação e esforço tanto quanto ou até mais do que preparar uma aula “tradicional”. Contudo, alguns professores ainda encaram a brincadeira como desordem, bagunça e até mesmo perda de tempo em sala de aula.
Desta maneira, o presente artigo tem como função levar seus leitores, principalmente àqueles que estão envolvidos de forma direta com a educação no ensino fundamental, a uma breve reflexão sobre o olhar que estes possuem sobre o uso da brincadeira como ferramenta de aprendizagem.
Partindo da suposição de que os jogos, brinquedos e brincadeiras são importantes para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e sociocultural da criança, tornando as aulas mais dinâmicas e descontraídas, buscou-se compreender a seguinte questão: como a brincadeira é utilizada no processo de aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental? Para isso, fez-se necessário como fonte de informações entrevistas semiestruturadas com professores do ensino fundamental, bem como pesquisas bibliográficas.
Inicialmente utilizou-se a pesquisa bibliográfica com o objetivo de buscar um embasamento teórico em autores que contribuíssem para uma melhor visão ou perspectiva sobre o assunto. Com isso, passou-se para a pesquisa de campo, com entrevistas semiestruturadas, realizadas com professores que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental em duas escolas da rede pública municipal de Sorriso - MT. As entrevistas ocorreram no período de Julho a Agosto de 2016.
O trabalho divide-se em títulos e subtítulos em que se fazem levantamentos e reflexões sobre quais os benefícios da brincadeira no processo de ensino e aprendizagem, além da grande importância do professor para o êxito na aprendizagem significativa do aluno.
2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
O lúdico tem sido uma das maneiras mais eficazes de cativar e envolver a criança em uma atividade, pois o brincar é algo peculiar nela, é seu jeito de trabalhar. O brincar é uma simbologia de prazer e divertimento para a criança, é brincando que ela se relaciona com as pessoas e objetos ao seu redor. Por meio da atividade lúdica a criança desempenha papéis para compreensão do mundo, expressa situações internas e externas que esteja vivenciando, elabora hipóteses para a resolução dos problemas e toma atitudes além do comportamento habitual de sua idade. De acordo com uma professora A, no momento em que a criança brinca, ela consegue lidar com problemas e elaborar hipóteses. Ela diz que,
[…] acredito que o uso da brincadeira na aquisição da aprendizagem é levar a criança a ampliar o leque dela de conhecimento. Ela brinca, ela fantasia, ela imagina, ela se coloca em um papel que ela gostaria de talvez de ser, então nesse momento ela está desenvolvendo o psíquico, o emocional dela… Ela coloca pra fora aquelas frustrações que ela passa, por exemplo, estão brincando de faz de conta e no faz de conta se a gente observar bem, conseguindo fazer intervenções, a gente percebe que a criança coloca coisas que é da casa dela do dia a dia dela naquela brincadeira. Ela sempre brinca para representar algo. Por exemplo, assim, se a gente colocar a criança para brincar de ser criança ela não vai querer brincar, porque ela gosta de representar, ela quer ser uma professora, ela quer ser uma médica, quer ser a mãe, quer ser o pai, quer ser um adulto. Então, na verdade, ela está lidando com isso no dia a dia dela (Professora A).
A atividade lúdica infantil fornece informações elementares a respeito da criança: suas emoções, seu modo de interagir, seu desempenho físico motor, seu estágio de desenvolvimento, nível linguístico, e formação moral. Desse modo, no processo de observações que ocorrem no cotidiano escolar, o ato de brincar apresenta-se como um dos recursos mais agradáveis, interessantes, atraentes e de resultado positivo. Uma das educadoras declara na entrevista que utiliza os jogos didáticos, que de acordo com seu entendimento são escolhas bem sucedidas, pois percebe que,
A criança desenvolve habilidades, como linguagem, escrita, também o companheirismo, a colaboração… Eu vejo que é muito bom a gente trabalhar com isso. Eu sou acostumada a trabalhar com isso e vejo muita vantagem. Sem contar que a criança fica tão motivada que ela não quer faltar a aula, ela quer ver o que vai acontecer de novo, todo dia uma coisa nova, então principalmente na questão de jogos eles não querem. Então isso ajuda muito, principalmente na aquisição da aprendizagem (Professora E).
O jogo é, portanto, um instrumento valioso no processo de aprendizagem, facilitando a assimilação para o educando, ajudando também o educador na transmissão de conhecimentos cognitivos, afetivos e socioculturais. As interações do brincar e do jogo favorecem a superação do egocentrismo, desenvolve a solidariedade e a empatia, e o compartilhamento de jogos e brinquedos. Os jogos e brincadeiras mencionados na fala da professora supracitada, estão de acordo com a concepção de inúmeros educadores que recomendam essa prática pedagógica, dentre os quais se destacam: Froebel (1887), que foi o primeiro a usar de blocos, modelagem, desenhos, papel, papelão, argila, serragem, histórias, fábulas e contos; a médica Montessori (1949), que criou o ‘Material Dourado’, usado de forma ampla, ainda hoje, no cotidiano escolar (apud DALSICO & GONÇALVES, 2010); Piaget (1975), em sua concepção de que o jogo ajuda no desenvolvimento físico da criança. O pensamento de Friedmann (2006, p.25), complementa esse entendimento ao dizer que o brinquedo muito mais do que um objeto do mundo infantil, ele reflete os padrões culturais de diferentes contextos socioeconômicos e traz um impacto próprio na vida da criança.
Ao serem questionadas se quando estudaram no Ensino Fundamental seus professores usavam a brincadeira como meio de aprendizagem, algumas entrevistadas disseram que sim e outras não, mas uma delas, apesar de ter estudado há muito tempo revelou que sua professora utilizava a brincadeira, ela diz:
Por incrível que pareça eu tinha professoras que fazia isso. Por isso que eu acho que eu gosto tanto. As minhas professoras, eu tinha duas que gostavam muito. E eu acho que de lá que eu trago isso, porque faz muito tempo que eu uso isso. Então eu acho que vem de lá da minha infância (Professora E).
O brincar precisa estar antes de tudo, na mente dos educadores e no seu planejamento pedagógico, como uma ferramenta essencial de ensino/aprendizagem, considerando que o educar é construir conhecimento junto com a criança, através da interação do brincar, do afeto e do carinho, tornando as crianças confiantes e criativas e proporcionando desenvolvimento integral das mesmas.
3 AS INTERFACES DO BRINCAR NO AMBIENTE ESCOLAR
De acordo com Vygotsky (1984), brincando a criança elabora hipóteses para a resolução dos problemas e toma atitudes além do comportamento habitual de sua idade. Segundo ele, o lúdico é um dos recursos mais agradáveis, interessantes, atraentes e de resultado positivo. Assim sendo, ao iniciar a vida escolar a criança será bombardeada por inúmeras novidades e responsabilidades que aparentemente serão difíceis de superar e é por isso que o educar/ensinar brincando faz toda a diferença.
A brincadeira faz parte do mundo da criança e é utilizada por ela para interagir e entender o meio em que está inserida. Para a criança aprender brincando é altamente estimulante porque para ela brincar é algo natural e prazeroso. Uma professora entrevistada diz que além das brincadeiras planejadas, acontecem momentos de brincadeiras expontâneas criadas pelas próprias crianças. Ela afirma, que “eles gostam quando terminam a tarefa, inventam uma brincadeira. Eles fazem jogo de desenho entre eles. É normal da criança inventar brincadeira” (Professora A). Enfatizando o valor da brincadeira, Santos (1997) diz que o lúdico valoriza a criatividade e cultiva a sensibilidade. Para ele,
A formação lúdica se assenta em pressupostos que valorizam a criatividade, o cultivo da sensibilidade, a busca da afetividade, a nutrição da alma, proporcionando aos futuros educadores vivências lúdicas, experiências corporais, que se utilizam da ação, do pensamento e da linguagem, tendo no jogo sua fonte dinamizadora (SANTOS, 1997, p.14).
O lúdico, portanto, tem sido uma das maneiras mais eficazes de cativar e envolver o aluno nas atividades, pois brincar é algo peculiar na criança, é seu jeito de trabalhar, exprimir e desvendar o mundo em um todo. Sendo assim, de que maneira a brincadeira é usada? Veremos a seguir vários aspectos e possibilidades de emprego desta nos espaços escolares.
3.1 Recreio Dirigido
Além da fala das entrevistadas, foi possível perceber por meio de observação a prática do recreio dirigido nas escolas visitadas. Esse brincar não tinha o objetivo de uma aprendizagem de conteúdo curricular, ele acontecia como forma de proporcionar segurança física, organização, socialização, aproximação entre as crianças, enquanto estas usufruíam dos momentos de intervalo na escola.
Essa modalidade de brincadeira ocorre, na maioria das vezes, de maneira previamente planejada por professores ou gestores escolar. Geralmente as brincadeiras ficam restritas a um espaço determinado para que haja “controle” em relação aos riscos que uma brincadeira não direcionada possa oferecer. Elas são pensadas como forma de organizar os alunos durante o intervalo ( recreio ), na tentativa de fazer com que este não perca a função de um momento de descontração, porém, mantendo-se certa ordem na tentativa de preservar a integridade física dos alunos que casualmente acabam por sofrer alguns danos como: arranhões, batidas, entre outros.
Os gestores da escola organizam, interagem e ficam observando os alunos no desenvolvimento dessas atividades que podem envolver circuito com várias brincadeiras ou mesmo com brincadeiras isoladas que envolvem jogos recreativos, cordas, cones, jogos de dama ou trilha, jogo de palitos, ping pong entre muitas outras brincadeiras. Sempre que necessário o gestor faz sua intervenção, na organização, na manutenção da ordem, nas regras e nas mudanças de regras quando for preciso.
3.2 Estimular a Aprendizagem
Para o professor trabalhar com o lúdico pode ser um grande desafio, pois exige do professor que ele saiba o que é infância e a respeite em cada criança. Sabemos que as ações políticas para a criança estão na maioria das vezes centralizada nas necessidades do adulto, sem entender as reais necessidades da criança. Há também que se vencer definitivamente o pensamento de que a aprendizagem séria não pode ser prazerosa, ou então que brincadeira não é coisa séria. Moyles (2006) retrata bem essa percepção distorcida ao falar,
Em algum lugar, bem lá no fundo de cada um de nós, parece haver um sentimento de que aquilo que não dói não vai nos fazer bem, tipo “tudo o que arde cura”! Portanto, algo como o brincar, com seus altos níveis de motivação e potencial divertimento, parece, de certa maneira, não ser apropriada em ambientes institucionais (MOYLES, 2006, p. 14).
Percebe-se na maioria das vezes que a educação está voltada ao adulto que se esquece de que, tanto ele como a criança, são faces da mesma moeda e que a criança é o adulto de amanhã. A professa “A” demonstra em sua fala esse pensamento enrijecido e limitado por parte de muitos professores a respeito da brincadeira na sala de aula. Ela diz que usa a brincadeira, porém de forma restrita e sente que:
[...] que eu tenho que crescer muito ainda nessa parte. Eu dou bingo pra eles, eu consigo tá alí um controle maior da turma… Esse tipo de coisa assim, jogo de memória... Mas não brincadeiras assim, porque eles têm a aula de educação física. Minha turma tem com a professora que é formada, específica nisso, mas eu trabalho com jogos na sala, porém é mais restrito, não é assim tão amplo quanto eu vejo minhas colegas usarem (Professora A).
Diante dessa fala da professora “A”, conclui-se que o professor deve se apoiar na ludicidade sem medo de estar abandonando a seriedade e a importância de cada conteúdo apresentado à criança.
Na brincadeira a criança se desenvolve, pois ocorrem novas formas de expressão, de regras e sentimentos com os quais tem que lidar e desta forma o aprendizado ocorre de maneira natural sem a criança se dar conta. Falando sobre a brincadeira, Moreira (2010, p.75) ressalta que “[...] a brincadeira tem sido tema de destaque nas discussões sobre o trabalho na Educação Infantil nas ultimas décadas” e, ao citar o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (BRASIL, 1998), diz que essa ferramenta de ensino é entendida como forma de expressividade, pensamento, interação e comunicação entre as crianças. Destaca ainda que na perspectiva interacionista de Piaget e Vygotsky, a brincadeira é valorizada no desenvolvimento dos processos psicológicos infantis. As professoras entrevistada confirmam essa percepção ao afirmarem que notam mudanças e melhoras na aprendizagem dos alunos após terem feito uso das brincadeiras. Uma delas diz que,
Eles gravam mais o conteúdo. A maioria já está lendo, então eu notei que a leitura melhorou muito rápido e também a escrita. E sem contar que eles ficam participativos e eles têm mais autonomia. Não precisa ficar dizendo tudo pra eles, muitas vezes eles se organizam sozinhos. Cria uma autonomia muito boa (Professora E).
Ainda nessa mesma perspectiva, Andrade, apoiada em Castorina e Kaplan (2003), diz que:
[…] alguns psicólogos defendem a perspectiva das representações sociais para o estudo e a compreensão da formação individual das ideias infantis. Nesse sentido partilha-se a noção de que a criança só tem acesso aos conhecimentos na medida em que participa da vida grupal e institucional, conforme lhe é permitida. Isso significa que, ao mesmo tempo em que a criança sofre ações normativas em seu contexto, ela tenta conhecer o modo como as ideias das crianças, principalmente sobre conhecimentos sociais, relacionam-se com o que as instituições fazem com ela (ANDRADE, 2011, p.54).
O professor deve ser bem preparado para entender que no pensamento de uma criança está presente a rebeldia de uma imaginação inesgotável, respeitando assim a criatividade, afetividade e a autonomia da criança. Nota-se essa necessidade de autonomia, criatividade e, de certa forma, rebeldia dos alunos, quando a professora “A”, ao falar sobre os momentos de brincadeira não planejados, ela diz que: “Eles gostam quando terminam a tarefa, inventam uma brincadeira, eles fazem jogo de desenho entre eles. Então acontece isso. É normal da criança inventar brincadeira”. Mesmo em momentos não planejados ou “controlados” pelo professor, a brincadeira acontece.
Desta maneira, pode-se refletir que o professor precisa rever também a supervalorização do poder sobre a criança, que tem marcado de forma decisiva a prática do cuidar e educar, onde a maioria das crianças são estimuladas a desistir do pensamento próprio de criança, para perceber o mundo a partir de uma ótica que é produto da visão adulta, e isso causa a elaboração de conflitos internos na criança de maneira prejudicial ao seu desenvolvimento e autoconfiança. Toda criança deve desenvolver gradualmente sua autonomia e ser impulsionada a tomar as suas próprias decisões sem esquecer o lúdico. Isso traria a maturação com alegria e beleza, como afirma o pensamento de Deheinzelin ao dizer: “Soubéssemos nós adultos preservar o brilho e o frescor da brincadeira infantil, teríamos uma humanidade plena de amor e fraternidade. Resta-nos, então, aprender com as crianças” (DEHEINZELIN, 1998, p. 204).
Ao enxergarmos a criança como exemplo a ser seguido pelo adulto significa que o adulto deve abrir mão de formas de poder sobre a criança, demonstrando a elas que o poder circula entre mais velhos e mais novos e que a instituição de educação é um espaço onde adulto e crianças se comunicam, e, ao fazer isso, brincam.
A brincadeira como ferramenta de aprendizagem pode fazer com que o aluno sinta prazer no que antes lhe parecia algo difícil de ser realizado. Este brincar pode ainda ser utilizado como um momento de descanso, descontração e relaxamento para que o aluno retome suas atividades de forma mais concentrada.
O educador pode usar o lúdico para a aprendizagem/desenvolvimento, pois quando um conteúdo se apresenta como abstrato para a criança, e ela tem dificuldade para interpretar, então o professor pode envolvê-la numa brincadeira durante a explicação, fazendo a aprendizagem fluir com maior facilidade, tornando a aula menos maçante e mais atraente para o aluno.
3.3 Como Observação
O educador pode ainda usar o lúdico como um meio de observar os comportamentos de seus alunos, para propor interações ou proporcionar a inserção e adaptação dos mesmos. Assim, serve como um suporte para a prática pedagógica, influenciando diretamente na avaliação e desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Entretanto, quando a brincadeira é aproveitada para o diagnóstico, é preciso que o professor faça um planejamento bem organizado, com começo, meio e fim.
Observar o aluno que tem liderança, o que tem dificuldade de interação, qualidades do aluno não demonstradas em outros momentos do cotidiano escolar são alguns dos muitos benefícios que traz a observação enquanto as crianças brincam de maneira livre (ou seja, sem imposição quanto a escolha da brincadeira e com pouco direcionamento por parte do professor). Nessa observação, quando necessário, o professor faz sua intervenção na organização, na manutenção da ordem, nas regras e nas mudanças de regras.
Durante o momento de observação o professor também pode obter meios de aproximação com seus alunos, conhecer melhor seu jeito de ser, pensar e agir. Em relação a essa interação, Andrade diz que:
[…] Estas se dão não apenas por meio da comunicação verbal, mas também por meio da própria maneira de brincar, seu conteúdo, seu tom emocional, a sequencia de suas escolhas com relação aos brinquedos, e ao uso de material que ganha a função de brinquedos. Por tanto, a observação de brincadeiras livres pode revelar muito sobre as narrativas infantis (ANDRADE, 2009, p.44).
O brincar favorece a interação do educador com a criança, que de maneira sutil e indireta pode observar comportamentos, propor interações ou proporcionar inserção e adaptação. Ele pode, portanto, favorecer ao professor ferramentas para o desenvolvimento de sua prática pedagógica. Ao ser questionada sobre a frequência da inclusão da brincadeira no planejamento didático, a resposta de uma entrevistada revela que, além de incluir a brincadeira em seu planejamento habitual, ela ainda faz uso da mesma no momento de interação no parquinho como ferramenta de intervenção,
Uma vez por semana. Porque tem o momento lá do parquinho e eu também utilizo com eles. [...] É livre, mas eu fico ali observando. Por exemplo, eu tinha um menininho que não brincava aí eu fui estimulando e hoje ele brinca. Tem uns que ficam de baixo do escorregador fazendo túneis, passando o carrinho dentro do túnel. Aí você vê que vem outro de lá e destrói o túnel daquele, daí você tem que fazer toda uma construção em cima daquilo. Então eles constroem túnel, eles fazem estradas… Sabe, então é uma coisa que eles estão aprendendo, estão indo. A velocidade dos balanços, do escorregador… Essas coisas assim (Professora A).
As ações e reações da criança, ao brincar, revelam muito do que elas sentem, de suas habilidades e do seu modo de entender e lidar com o meio ao seu redor e, ao interagir com a criança e mediar às brincadeiras e interações entre elas, o educador pode clarificar a brincadeira para a criança, despertar ideias, estimular as interações e a busca de soluções para os problemas.
3.4 O Brincar por Brincar
O brincar por brincar oferece liberdade para que o aluno escolha a brincadeira, organize e crie suas próprias regras. Nesses momentos ocorre a interação espontânea, criam-se os laços de afinidade e afetividade entre as crianças. Uma entrevistada revela que nas suas aulas acontecem momentos em que os próprios alunos criam suas brincadeiras, ela diz,
Eles já sabem como brincar, eles fazem grupos, porque tem um dia na semana (não é toda semana, mas geralmente eu faço toda semana) que é o dia da brincadeira. Não aquela brincadeira minha, direcionada com o conteúdo, uma brincadeira em que eles se organizam em grupos e aí é o faz de conta. Cada grupo vai organizar a sua brincadeira e aí eles fazem (Professora E).
Para Cunha (2004), o brincar é uma característica primordial na vida das crianças. Segundo a autora o brincar para a criança é importante:
Porque é bom, é gostoso e dá felicidade, e ser feliz é estar mais predisposto a ser bondoso, a amar o próximo e partilhar fraternalmente; porque é brincando que a criança aprende com toda a riqueza do aprender fazendo, espontaneamente, sem pressão ou medo de errar, mas com prazer pela aquisição do conhecimento; porque, brincando a criança desenvolve a sociabilidade, faz amigos e aprende a convivendo respeitando o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo. Porque, brincando, prepara-se para o futuro, experimentando o mundo ao seu redor dentro dos limites que sua condição atual permite (CUNHA, 2004, p. 37).
O lúdico é algo prazeroso para qualquer ser humano seja ele adulto ou criança, favorecendo a imaginação a busca por liberdade e o progresso da personalidade de cada indivíduo dentro de sua realidade e possibilidades. A fala da professora supracitada revela outro fator importantíssimo que é a ação do professor de educação infantil, fazendo uso da ludicidade para promover a autonomia e independência da criança, de forma a favorecer o seu desenvolvimento, demonstrando confiança e não autoridade excessiva.
A brincadeira livre - brincar por brincar - pode acontecer (e acontece) a todo o tempo, durante os intervalos das atividades programadas ou em brincadeiras imaginárias, de faz de conta, conforme a facilitação de cada professor ao propiciar e permitir esses momentos. Em ambos os momentos, pode-se notar a presença e ratificação de alguns conceitos e teorias a respeito da aprendizagem e do desenvolvimento da criança, tais como:
- a) teoria da aprendizagem das correntes interacionista (Piaget) e sociointeracionista (Vygotsky e Wallon). Segundo a perspectiva de Vygotsky (1988), “o suporte biológico não garante ao homem sua vida em sociedade. Ele precisa adquirir várias aptidões e vários recursos [...] apropriando-se do conhecimento” (VYGOTSKY apud MOREIRA, 2010, p.44). Essas aptidões podem ser adquiridas justamente nesses momentos de brincadeira de faz de conta, por exempo;
- b) conceitos de zona proximal de desenvolvimento (ZDP), gestos e imitação, de Vygotsky (1994) e Wallon (1968). Esses conceitos são percebidos ao visualizar as crianças brincando, podendo-se concluir que no brincar acontece interação, inserção, adaptação, aprendizagem e desenvolvimento.
De acordo com Andrade (2010) e Vygotsky (1989), o processo da construção da autonomia do sujeito ocorre no seio das trocas sociais, sendo a brincadeira a forma pela qual a criança inicia sua aprendizagem sobre o mundo e sobre si mesma. Referindo-se aos parceiros, Friedmann pontua que:
É nas relações estabelecidas com outras pessoas que o brincar acontece e adquire características únicas. Durante essas trocas, a criança pode assumir diversos papéis, experimentar, colocar-se no lugar de outra, realizar ações mais ou menos prazerosas e expressar-se (FRIEDMANN, 2006, p.24).
Embora a brincadeira nem sempre proporcione à criança somente alegrias, ela de todas as formas é boa, saudável e recomendável dentro do ambiente escolar. Na concepção de Vygotsky (1984) e Piaget (1975), o desenvolvimento não é linear e sim evolutivo. Se a criança brinca e desenvolve capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perderá essa capacidade. De acordo com a teoria piagetiana do construtivismo, o processo de assimilação acontece na relação do homem com os objetos. Para Piaget, o conhecimento não está pronto antes da relação com o meio, mas é construído nessa relação. Assim sendo, independente do tipo de brincadeira permitida ou proporcionada à criança, o resultado será o desenvolvimento da mesma.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A brincadeira tem um grande valor no desenvolvimento da criança, pois torna a aprendizagem mais prazerosa, ajuda ela a compreender o mundo a sua volta e a sua realidade, possibilita expressar os seus sentimentos, reproduz o discurso externo e permiti também ao adulto perceber os sentimentos e entendimento que a criança tem com relação ao mundo social.
Pode-se chegar a conclusão, após a realização da pesquisa, que a brincadeira é um momento de aprendizagem para a criança, pois é por meio dela que a criança desenvolve sua criatividade, afetividade, autonomia, criticidade, autoconfiança, raciocínio lógico, entre outros benefícios que ocorrem enquanto ela brinca. Ela também é uma ferramenta útil ao professor como meio de observação e avaliação em relação ao desenvolvimento individual de cada aluno. Os momentos de brincadeira livre são propícios para o professor atuar como intermediador, promovendo a interação professor/aluno e aluno/aluno, levando-os a uma aprendizagem de uma maneira que talvez não seria possível em outros momentos da aula. Percebeu-se que a brincadeira é usada ou “permitida” nas escolas pesquisadas durante o período de intervalo (recreio), no playground da escola, nas aulas de Educação Física, em brincadeira dirigidas, entre outros. Algumas vezes as brincadeiras livres ocorrem em situações não planejadas, durante o intervalo de atividades em sala de aula ou extraclasse. As professoras fazem uso da ludiciade em suas aulas, porém mais voltadas aos jogos didáticos e quando há os momentos de brincadeira, normalmente são direcionados pelas mesmas.
O professor pode colocar jogos e brincadeira, tanto direcionado quanto não direcionado (brincar por brincar ou o jogo pelo jogo), no seu planejamento com diversos objetivos e não exatamente para obter um resultado para compreensão de um conteúdo disciplinar, mas também para verificar os resultados da aprendizagem em relação à adaptação, socialização, liberdade para fazer suas escolhas, criatividade, entre outros.
A brincadeira como ferramenta pedagógica possibilita ao educador tornar o aprendizado interessante, o ambiente escolar menos formal e mais atraente, tornando o desenvolvimento e aprendizagem da criança mais natural e agradável, sendo, portanto, válida e atestada como prática pedagógica. Muitas vezes, a brincadeira surge de maneira inesperada, tornando-se imprevisível, e para entender um pouco do brincar infantil precisamos ter também um pouco da alma de criança.
A brincadeira sem sombra de dúvida é uma maneira divertida e prazerosa de ensinar, usada no passado, no presente e possivelmente as gerações futuras continuarão usando essa potente ferramenta. Além de proporcionar prazer, cativar a atenção das crianças e facilitar o aprendizado, contribui para a formação de valores, fazendo do indivíduo um cidadão autônomo e capaz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Daniela Barros da Silva Freire. Pedagogia da Infância VI: Educação e Ludicidade. Cuiabá: EdUFMT, 2009.
ANDRADE, Daniela Barros da Silva Freire. Pedagogia da Infância V: Educação e Ludicidade. Cuiabá: UAB/ EdUFMT , 2011.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CUNHA,Nylse Helena Silva. Brinquedoteca, um mergulho no brincar. 3 ed. Vetor, São Paulo, Brasil, 2004.
DALSICO, Arali Maiza Parma. Pedagogia da Infância: tempos e espaços. Cuiabá: EdUFT/UAB. 2010.
DEHEINZELIN, Monique. A fome com a vontade de comer: uma proposta de educação infantil. Petrópolis, RJ: Vozes,1998.
FRIEDMANN, Adriana O desenvolvimento da criança através do brincar. São Paulo: Moderna, 2006.
MOYLES, Janet R. A excelência do brincar. Porto Alegre: Artmed , 2006.
MOREIRA, Ana Rosa Costa Picanço. Psicologia I: cultura e educação infantil. Cuiabá: EdUFMT, 2010.
NEDER, Maria Lucia Cavalli; POSSARI, Lucia Helena Vendrúsculo; SOUZA, Regina Marques de. Linguagens na Educação Infantil I: pensamento e linguagem. Cuiabá: EdUFMT, 2008.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro; Zahar, 1975.
SANTOS, Santa Maria Pires dos.O lúdico na formação do educador. Petrópolis, RS: Vozes, 1997
VYGOTSKY, L. S.A formação social da mente. São Paulo: Martins, Fontes, 1984.
APÊNDICE A - TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS COM AS PROFESSORAS.
Entrevista com a professora A
1) Em qual ano do Ensino Fundamental você atua ?
Professora A: Primeiro ano.
2) Há quanto tempo você atua como professor(a) ?
Professora A: Há uns 30 anos.
3) Em sua opinião, quais as utilidades da brincadeira ? Ela serve para quê ?
Professora A: Eu acredito que a brincadeira é muito importante para a criança se desenvolver. Você coloca eles brincando e as vezes quer atingir um objetivo e acaba atingindo mais com eles, diante da brincadeira porque eles vão aprendendo brincando. No nosso caso como professora, utilizando a brincadeira, o lúdico, para ensinar alguma coisa para eles.
Pesquisadora: E eles se desenvolvem em que sentido?
Professora A: A brincadeira é muito ampla. Ela desenvolve em quase todos os sentidos: na parte da linguagem, na matemática, a parte física (coordenação motora). Então acredito que ela abrange assim várias áreas do conhecimento.
4) Qual a sua opinião sobre o uso da brincadeira na aquisição da aprendizagem?
Professora A: Eu acredito que ela é muito importante. Eu posso até estar meio ultrapassada, mas eu acho assim que tem que ter os momentos, tudo tem que ter o seu momento. A aula não pode ser só brincadeira do início ao final, a não ser que aquele dia seja para isso, mas também a gente não pode tirar essa brincadeira da criança. A criança precisa brincar. Ela precisa imaginar, ela usa a imaginação… Então assim, acredito que o uso da brincadeira na aquisição da aprendizagem é levar a criança a ampliar o leque dela de conhecimento. Ela brinca, ela fantasia, ela imagina, ela se coloca em um papel que ela gostaria de talvez de ser, então nesse momento ela está desenvolvendo o psíquico, o emocional dela… Ela coloca pra fora aquelas frustrações que ela passa, por exemplo, quando estão brincando de faz de conta e no faz de conta se a gente observar bem, conseguindo fazer intervenções, a gente percebe que a criança coloca coisas que é da casa dela do dia a dia dela naquela brincadeira. Ela sempre brinca para representar algo. Por exemplo assim, se a gente colocar a criança para brincar de ser criança ela não vai querer brincar, porque ela gosta de representar, ela quer ser uma professora, ela quer ser uma médica, quer ser a mãe, quer ser o pai, quer ser um adulto. Então, na verdade, ela está lidando com isso no dia a dia dela.
5) Quando você estudou no Ensino Fundamental, seus professores utilizavam a brincadeira como meio de aprendizagem?
Professora A: Olha, eu estudei em Várzea Grande até a terceira série e eu não tive nada lá. Tinha assim na hora do recreio, nós brincávamos muito de roda, de um monte de coisa, que a gente tinha dentro da cabeça. E a hora do recreio era maravilhoso porque era cumprido, a gente sentava, trocava lanche com a colega.. Na quarta série eu mudei para Rondônia e lá eu tive a professora Quênia e ela toda a sexta-feira nós tínhamos o momento de recreação. Nesse momento de recreação ela brincava com a gente, nós fazíamos brincadeiras que hoje eu sei que tinha objetivos diferentes e no final da brincadeira ela deixava a gente brincar de queima (que é o caçador que os meninos brincam hoje). Aí a gente brincava do que queria nesse final. Mas a gente tinha brincadeiras muito interessantes que ela fazia com a gente: escondia um objeto e a gente tinha que achar… Entende? Então era recreações na verdade que a gente tinha. Então eu tive o meu primeiro contato com uma professora com recreações que deixava a gente… Então todo mundo se comportava bem na aula para poder participar do momento de recreação. Ela também dava na terça-feira aula de economia doméstica. Ela ensinava fazer crochê, costurar, bordar… Entende? O meninos a pregar um botão na camisa… E era assim.
Pesquisadora: E aquilo pra vocês é como se estivessem brincando. Não é?
Professora A: É, porque aquilo era um prêmio na verdade. Quem estava super bem ali… E ela tinha, ela era uma professora que tinha 42 alunos na sala de aula e era um jeito que ela tinha de fazer as coisas. A gente levava também… Pra você ver era um tempo diferente, a aprendizagem era diferente. Quando a gente terminava todas as nossas atividades, conseguia vencer tudo o que tinha que ser vencido, a gente levava já uma sacolinha com a linha de crochê e ia fazer toalhinha. Então era desse jeito, era um jeito diferente.
6) E você faz uso da brincadeira em seu planejamento pedagógico? Por quê?
Professora A: Eu uso, mas é bem restrito. Eu sinto que eu tenho que crescer muito ainda nessa parte. Eu dou bingo pra eles, eu consigo tá alí um controle maior da turma… Esse tipo de coisa assim, jogo de memória... Mas não brincadeiras assim, porque eles tem a aula de educação física. Minha turma tem com a professora que é formada, específica nisso, mas eu trabalho com jogos na sala, porém é mais restrito, não é assim tão amplo quanto eu vejo minhas colegas usarem. E o porquê… Eu acho que eu teria que crescer mais nesse assunto, na questão de colocar em prática. Mas eu acredito assim que eu uso porque eu acho que as crianças eles aprendem também. A única coisa que eu acho que é restrito em mim é que eu acho que essa não é a única maneira de ensinar. Alguns professores conseguem fazer isso, eu não consigo ensinar só com isso, eu tenho outras coisas que eu utilizo no meu planejamento.
Pesquisadora: Como por exemplo?
Professora A: Como por exemplo: texto, leitura… Eu faço, como eu estou no primeiro ano, eu sempre faço questão de tomar leitura individual deles, se eu não consigo tomar é porque eu não consigo todos os dias, mas uma vez por semana eu tenho que chamar ali pra eu tomar a leitura… O que mais que eu posso falar? Eu também sou assim… Hoje seria até visto como ultrapassado, mas eu sou muito apegada na questão de eles copiarem do quadro, saber copiar no caderno, saber que tem margem no caderno, a letra deles, a estética do texto tirado do quadro no caderno, as respostas… Por exemplo eu já comecei a trabalhar formação de frases com meus alunos e eu tenho alguns alunos que já estão formando frases tem aluno que se eu pedir para ele escrever um textinho ele já consegue.
- a) Qual é a frequência que você utiliza as brincadeiras em seu planejamento ?
Professora A: Uma vez por semana. Porque tem o momento lá do parquinho e eu também utilizo com eles. [...]
Pesquisadora: No parquinho seria mais a brincadeira livre, não é?
Professora A: É livre, mas eu fico ali observando. Por exemplo, eu tinha um menininho que não brincava aí eu fui estimulando e hoje ele brinca. Tem uns que ficam de baixo do escorregador fazendo túneis, passando o carrinho dentro do túnel. Aí você vê que vem outro de lá e destrói o túnel daquele, daí você tem que fazer toda uma construção em cima daquilo. Então eles constroem túnel, eles fazem estradas… Sabe, então é uma coisa que eles estão aprendendo, estão indo. A velocidade dos balanços, do escorregador… Essas coisas assim.
Pesquisadora: Durante a aplicação ou desenvolvimento da brincadeira, a partir da observação que você fez você desenvolveu um outro planejamento, trabalhando algum outro aspecto em sala de aula?
Professora A: Você fala de planejamento flexível? Eu mudo, eu posso até ter planejado a aula todinha em cima de uma coisa, mas acontece algo que muda a rotina ou que eu vejo que a maioria da sala tem um interesse naquele assunto, eu mudo a aula.
- b) Que tipo/ quais brincadeiras você utiliza em sala de aula ?
Professora A: Mais é bingo, jogo da memória, dominó... Essas coisas.
7) Quais mudanças ou melhoras você notou na aprendizagem dos alunos após ter utilizado as brincadeiras ? (se houveram)
Professora A: Na leitura, porque o aluno que joga bingo, etc., ele sabe escrever o nome, ele aprende o alfabeto. E a questão da observação das regras.
8) Quais fatores contribuíram ou não para os resultados obtidos ?
Professora A: Eu acredito que no passar dos anos, na minha carreira, os jogos foi muito importante, porque isso tudo veio a trazer melhoras para a educação. A criança voltou a ser criança. Acredito assim, que a cada momento, a cada passo a educação vem transformando. Vem transcorrendo mudanças na educação. Então eu credito que muitos fatores contribuíram pra isso, como a questão da disciplina, do professor saber lidar; a questão daquele professor muito autoritário, ele também aprendeu um pouco; aquele professor lascivo, que deixa as coisas muito de qualquer jeito, ele aprendeu também que tem que ter um pouco mais de regra...
9) Acontecem momentos de brincadeiras não planejados previamente durante a sua aula ?
Professora A: Acontece. Eles gostam quando terminam a tarefa, inventam uma brincadeira, eles fazem jogo de desenho entre eles. Então acontece isso. É normal da criança inventar brincadeira.
10) Você encontra dificuldades em utilizar/ inserir brincadeiras no ambiente escolar ? Quais ?
Professora A: Eu encontro eu mesma. Eu tenho dificuldade na hora de colocar pra criança e de eles manterem vários grupos ao mesmo tempo jogando. Essa é que é a minha dificuldade. É questão minha mesma, não deles.
Aqui é muito propício para acontecer, nós temos muitos materiais aqui na escola.
11) Há algo que você gostaria de acrescentar ou pontuar sobre esse assunto?
Professora A: É isso mesmo.
Pesquisadora: Quantos anos você trabalhou no primeiro ano?
Professora A: Eu trabalhava na primeira série, já faz uns 18 anos que eu trabalho. Já trabalhei com outras séries também.
Pesquisadora: Já faz bastante tempo, então, que você trabalha com primeiro ano.
Professora A: Sim, já há bastante tempo. E aí como o método que eu uso dá resultados, então eu nunca me preocupei muito com outras coisas.
Pesquisadora: Então hoje que está te incomodando isso, porque você percebeu que a brincadeira tem importância.
Professora A: É, hoje que me incomoda um pouco. Porque eu já tive turma de 38 alunos na primeira série que não tinham ido na escola e eu alfabetizei, ficaram dois sem ser alfabetizados. Então eu sempre tive bons resultados.
Pesquisadora: Sem a brincadeira?
Professora A: Não, com uma brincadeira muito restrita.
Pesquisadora: E agora você a necessidade de ampliar?
Professora A: Isso! Isso começou a me perturbar.
Entrevista com a professora B
1) Em qual ano do Ensino Fundamental você atua ?
Professora B: No segundo ano.
2) Há quanto tempo você atua como professor(a) ?
Professora B: Há 9 anos.
3) Em sua opinião, quais as utilidades da brincadeira ? Ela serve para quê ?
Professora B: Acho que a brincadeira, ela é muito importante porque muitas crianças aprende brincando. Quando ela é direcionada, ela aprende brincando, ela tem mais significado pra ela.
4) Qual a sua opinião sobre o uso da brincadeira na aquisição da aprendizagem?
Professora B: Eu acho que é aquilo que eu respondi antes. Quando a criança brinca, ela começa a ver de outra maneira, a aprendizagem tem mais significado para ela porque ela tem interação com a brincadeira. Então a brincadeira e a interação junto é muito importante.
Pesquisadora: Então você acha que a brincadeira é importante na aprendizagem.
Professora B: Quando direcionada sim.
Pesquisadora: Quando direcionada?!
Professora B: Muitas vezes ela sozinha, as vezes ela vai brincar de alguma coisa e acontece de outra forma e ela começa a aprender alguma coisa também através daquilo.
5) Quando você estudou no Ensino Fundamental, seus professores utilizavam a brincadeira como meio de aprendizagem?
Professora B: Não. Nem jogos a gente tinha, era outra maneira, era mais escrita.
6) E você faz uso da brincadeira em seu planejamento pedagógico ? Por quê?
Professora B: Eu faço, como posso eu faço. Porque eu vejo que a aprendizagem ela acaba tendo um outro significado pra criança, ela vê o construir, para ela fica mais fácil para ela entender como acontece o processo, como aquilo vai resultar.
- a) Qual é a frequência que você utiliza as brincadeiras em seu planejamento ?
Professora B: Como a gente trabalha com sequência didática, a gente sempre procura atividades, ou seja, brincadeira que dê para encaixar nessa sequência. E aí a criança tem a parte teórica aliada a prática, e aí ela consegue visualizar bem. Ainda mais na alfabetização, que é muito importante. A criança escuta aquilo e consegue interagir com aquilo.
Pesquisador: Então, a cada sequência tem uma brincadeira?
Professora B: Sim, uma brincadeira.
Pesquisadora: Essa sequência dura de 15 em 15 dias ou mais?
Professora B: Quinze dias, a cada vinte dias… E sempre quando vai trabalhar algo novo, a gente procura algo diferente para trazer para eles. Sempre estar vendo alguma coisa, se acha alguma coisa diferente você trás pra sala de aula.
Pesquisadora: Durante aquela sequência você encontra mais brincadeiras?
Professora B: É. Porque as vezes você está trabalhando e de repente você acha uma coisa diferente, aí você coloca.
- b) Que tipo/ quais brincadeiras você utiliza em sala de aula ?
Professora B: Por exemplo, um dia a gente foi trabalhar uma sequência e tinha que trabalhar os números e a gente trouxe brincadeiras de criança como o “pin”. E eles pegaram aquilo, e aí eles entenderam a forma como acontece o processo de contar de dois em dois, de três em três. Então, talvez são coisa assim que você nem lembra e na hora te dá aquele estalo e você traz para a sala de aula, talvez nem está no planejamento e você consegue que eles interajam.
Pesquisadora: Você usa brincadeiras então tradicionais…
Professora B: Tradicionais e busca também novas ideias, se acha uns jogos diferente você leva.
Pesquisadora: Brincadeira mais livres você não faz tanto em sala de aula?
Professora B: No segundo ano não. No primeiro ano a gente ainda deixa ele brincar um pouco livre, porque eu acho que faz parte ele tem que ter esse momento livre, mas no segundo ano já é mais direcionado, é totalmente direcionado.
7) Quais mudanças ou melhoras você notou na aprendizagem dos alunos após ter utilizado as brincadeiras ? (se houveram)
Professora B: Houve bastante melhora assim, na forma da fala dele, do entendimento dele da aula. Talvez ele não consiga ainda registrar, mas oralmente ele consegue perceber. A gente sente essa diferença.
Pesquisadora: A compreensão do que tem sido trabalhado com eles é muito maior?
Professora B: Maior, é mais ampla.
8) Quais fatores contribuíram ou não para os resultados obtidos ?
Professora B: Depende da atividade você não consegue fazer. No caso a quantidade de aluno seria um fator. Depende você não consegue fazer porque você não consegue ter a turma inteira, o entendimento de todos. É muita criança, isso é um fator negativo. Você tem que fazer uma atividade ampla, que todos consigam visualizar, se a atividade for muito complexa, você não atingi o grupo inteiro. Você tem que pensar em atividade que atinja o grupo inteiro. Um fator negativo é a quantidade alunos.
9) Acontecem momentos de brincadeiras não planejados previamente durante a sua aula?
Professora B: Sim, como falei antes, tem vezes que você está trabalhando e de repente te dá um clique assim “tem aquela brincadeira...”; você chama eles pra brincar e eles participam, entendem, gostam e traz eles aqui pra fora, para brincar aqui fora. É bem interessante.
Pesquisadora: E isso normalmente parte de você, não uma sugestão deles, nunca aconteceu ?
Professora B: Tem alguns que falam “Há professora, tem isso...”. Daí você acaba trazendo, mas deles é muito pouco e mais é da gente, que a gente lembra, que a gente traz...
10) Você encontra dificuldades em utilizar/ inserir brincadeiras no ambiente escolar ? Quais ?
Professora B: Na verdade a única dificuldade é o todo, o entrosamento de todos. É muito complexa. Fora isso, não tenho dificuldade não. Só vejo dificuldade quando a interação de todos é… tem que ter uma concentração e muitos não tem condição, não conseguem.
11) Há algo que você gostaria de acrescentar ou pontuar sobre esse assunto?
Professora B: Acho que não. Assim, eu considero o brincar muito importante. Um brincar orientado. Pra criança tem um significado maior do que você só falar durante a aula, ficar falando e falando. E aí ele vê de outra forma, há uma interação maior quando você faz o brincar.
Entrevista com a professora C
1) Em qual ano do Ensino Fundamental você atua ?
Professora C: Em dois terceiros anos. Em uma turma eu tenho 27 e na outra turma com 24 alunos, com três alunos especiais na turma de 24.
2) Há quanto tempo você atua como professor(a) ?
Professora C: Há cinco anos. Sou formada em Pedagogia e em Biologia.
3) Em sua opinião, quais as utilidades da brincadeira ? Ela serve para quê ?
Professora C: A brincadeira é essencial, eu não preciso pensar que eu não posso utilizar a brincadeira no decorrer das aulas. Eu posso utilizar a brincadeira no decorrer das aulas, porque ela serve para a gente desenvolver o aluno, a ludicidade, a regra, o respeito a regra. A gente desenvolve ele de forma integral. Não é deixando de brincar e sim utilizando como uma estratégia.
4) Qual a sua opinião sobre o uso da brincadeira na aquisição da aprendizagem?
Professora C: Acho que já respondi na outra pergunta.
5) Quando você estudou no Ensino Fundamental, seus professores utilizavam a brincadeira como meio de aprendizagem?
Professora C: Não. Na minha época era o ensino tradicional ainda. Quando eu estudava no fundamental, era escola seriada, era dividido: uma fileira para o primeiro, uma fila pro segundo… Eu entrei com sete anos na escola então era diferente, não tinha ludicidade. A não ser as vezes que nós brincávamos na hora do intervalo, porque naquela época não tinha ainda Educação Física. Então, a gente brincava as vezes de mata queima, essa brincadeiras normal, pula corda, roda cutia, pula tábula…
Pesquisadora: Que aprendia em casa, não é?
Professora C: Que aprendia em casa, não na escola, na escola a gente ia para aprender a ler e escrever. Era o foco né, ler e escrever…
6) E você faz uso da brincadeira em seu planejamento pedagógico ? Por quê?
Professora C: Sim, no meu planejamento eu uso a brincadeira como estratégia. Ela me ajuda no desenvolvimento deles (dos alunos) na parte assim… Muitas vezes ela me ajuda mais a fazer eles compreender uma teoria que eu precise passar através da brincadeira. Então, é mais fácil ensinar através da brincadeira aquilo que eu preciso que ele aprenda do que quando eu fico só lá no quadro.
- a) Qual é a frequência que você utiliza as brincadeiras em seu planejamento ?
Professora C: Olha, uma vez por semana, as vezes menos, as vezes mais.. Depende qual conteúdo eu vou trabalhar. Porque as vezes têm algumas coisas que eu não consigo usar, mas quando dá para adaptar eu uso muito. Mais em matemática, porque eu vejo que na matemática é a forma mais fácil de eu conseguir ensinar eles a adição, subtração, multiplicação, através do lúdico. Eu ensino no lúdico e depois eu vou para a teoria, explicando o porquê surgiu aquilo. Então eu uso mais na matemática. Português eu uso mais uma sequência de formação de histórias. Então a gente faz o cartaz pregrado, para eles confeccionarem a histórinha. Ou também o bingo das sílabas e das palavras, a gente tem usado bastante agora.
Como funciona essa questão da confecção da histórinha? Como culmina a brincadeira com o cartaz?
Professora C: A gente faz o sorteio de quem vai começar. Dividimos em grupo e escolhemos duas historinhas. O grupo tem que montar a historinha baseado naquilo que eles já conhecem, porque essa historinha a gente lê antes para eles e eles tem que tentar montar ela na sequência correta. Muitas vezes eles trocam, porque eles ouviram a história antes (porque eu não conto ela no momento que vou fazer, eu contei ela a semana passada e essa semana eu vou testar para ver o que eles guardaram da história). Eles montam a história dessa forma, a gente usa como memorização de sequência. Depois o que acontece? Montou a história lá?! Aí é rapidão, porque é um atrás do outro.[...] Quando terminou isso, aí a gente para e aí a gente vai pegar a terceira história e montar de novo para ver quem acertou a sequência. Nós fomos montar da galinha ruiva ontem e foi muito massa, porque eles lembraram de tudo (dos animais), só que em nenhum momento os alunos lembraram que os outros personagens não quiseram ajudar a galinha. Entendeu? Colocaram que eles fossem os bonzinhos. Vamos dizer assim que “não, eles moravam na fazenda com a galinha ruiva, que eles colheram o milho...”, mas em nenhum momento os alunos lembraram que eles (os outros personagens da história) não quiseram ajudar a galinha a colher o milho para fazer o bolo. Então, depois quando a gente foi ler, eles: “Ah! Meu Deus professora nós esquecemos disso!”. Depois que eles montam eles escrevem, eles produzem o texto.
- b) Que tipo/ quais brincadeiras você utiliza em sala de aula ?
Professora C: Geralmente jogos. Como nós estávamos conversando, o jogo pra mim, como é terceiro ano eu tenho alfabetização e letramento, então eu tenho que usar o jogo como estratégia para alfabetizar e para letrar esse aluno, para ele compreender o mundo. Não é só ele jogar por jogar, ganhar por ganhar, também ensinar que ele pode perder, pois na nossa e na nossa sociedade nós seguimos regras. Então assim, muitas crianças não têm esse conhecimento de que a sociedade é regida por regras. Através o do jogo a gente ensina que a sociedade é regida por regras e que nós temos que cumprir regras. Porque já imaginou se cada um pudesse dirigir no trânsito com o carro de qualquer jeito? Quantos acidentes poderiam acontecer… Por isso que existem regras. Então é dessa forma.
Pesquisadora: Isso ajuda eles em outros momentos fora da sala de aula. Por exemplo, nas regras da escola. Com relação ao comportamento deles, você notou alguma diferença?
Professora C: Ah, sim. Porque assim, o professor tem que usar da sua criatividade para dominar a turma. Então eu falo que quem não faz a tarefa de casa que a gente manda para ajudar eles, na próxima brincadeira eles não brincam. Então em vez de brincar vai fazer a tarefa e isso daí melhorou bastante. Porque o que aconteceu? Eles começaram a trazer as tarefas prontas porque eles não querem deixar (de brincar). Eu uso também as aulas de informática, porque na informática a gente faz a pesquisa sobre um assunto e no final eu deixo eles jogar um joguinho. Um joguinho livre que tenha instalado, que são os pedagógicos que tem lá no computador. Porque é uma forma de incentivar eles a fazerem a pesquisa, trabalhar o conteúdo que eu desejo, que eu planejei para eles, e depois eles poderão jogar. Quem fica enrolando não brinca. É uma forma. E aí a gente usa uma estratégia de dar sempre um agradinho no final, porque eles tem que entender que a nossa vida nós não fazemos sempre o que nós queremos. Nós adultos seguimos um planejamento de vida também, acordamos de manhã a gente sabe que vamos trabalhar… Então eles também vão aprendendo com a ludicidade, mas de uma forma que vai servir para a vida deles também. As mães falam que melhorou o comportamento em casa. Na sala de aula melhorou, visivelmente, porque eles sabem que se eles fizerem, não se comportarem, eles vão perde algo e ninguém quer perder um joguinho. [...]
Pesquisadora: Em algum momento que você estava colocando em prática o jogo e surgiu algo que te chamasse atenção e chegasse a conclusão que poderia trabalhar outra coisa com eles ?
Professora C: Sim, tem momentos que você faz o planejamento do jogo conforme o conteúdo que você vai trabalhar e quando você desenvolve o jogo, na pática, você percebe que aquilo que você planejou poderia ter sido diferente, poderia ter sido utilizado de outra forma. Então a gente pensa sim e vê. Porque o jogo faz isso, porque na teoria o jogo é um e na prática o jogo é outro. Não adianta nós pensarmos que o jogo vai ser igualzinho o que a gente planejou, porque são seres humanos pensantes que estão jogando. Então, muitas vezes, a gente vê a estratégia do jogo e pensa que vai trabalhar só aquilo aí chega lá e você percebe que não, que poderia trabalhar outros conteúdos através daquele jogo.
8) Quais fatores contribuíram ou não para os resultados obtidos ?
Professora C: Acho que o fator que mais contribui é forma da ludicidade. Porque é nessa ludicidade eu consigo trabalhar no meu aluno a inversão de papéis. Muitas vezes na teoria, ele tem muita dificuldade dessa inversão de papéis. Como nós estávamos comentando sobre a subtração. Eu acho que é válido, é uma coisa muito boa, que pode nos ajudar muito e que contribui para os resultados positivos. Porque quando eu ensino uma regra eu já vou estar trabalhando limites e respeito.
9) Acontecem momentos de brincadeiras não planejados previamente durante a sua aula ?
Professora C: As vezes. As vezes eu estou trabalhando um assunto como, por exemplo, probleminhas matemáticos eles ainda tem muito dificuldade de interpretar. Então as vezes eu uso os alunos mesmo como exemplos. “Ah! Fulano, vi você no mercado ontem e você estava com uma nota de cinquenta reais. Você foi lá comprou isso, comprou aquilo… E aí a mulher do caixa te deu o troco certo ? E tal..”. Então eu uso esse tipo de ludicidade com eles durante a aula para poder estar integrando. A matemática é necessário utilizar da parte lúdica porque se não eles não conseguem entender somente os termos técnicos da adição, subtração, sistema monetário… Então é muito bom. Quando eu faço o questionamento na oralidade, o raciocínio deles é rápido, eles conseguem entender. Quando ele lê, ele tem dificuldade por causa da interpretação. Eu acho que é uma das coisas fundamentais que a gente tem que fazer.
10) Você encontra dificuldades em utilizar/ inserir brincadeiras no ambiente escolar ? Quais ?
Professora C: Não, não tenho dificuldade. Aqui na escola eles até apoiam, porque a diretora e a coordenadora fez curso com a gente e onde o curso era sobre a importância das brincadeiras, do professor principalmente iniciar isso lá na pré escola, porque muitas vezes a inversão, essa troca de papéis, quando eles fazem lá na educação infantil, eles adquirem conhecimento para estar melhorando lá no segundo, terceiro, quarto, no seu desenvolvimento escolar. Na escola nós não temos não, tanto que o nosso projeto é voltado para os jogos. Nós estamos fazendo um projeto que nós aplicamos (o jogos) na terça, das 17 as 18 horas nós aplicamos o jogo com o aluno, das 18 as 21 horas nós nos reunimos para produzir os jogos. Então é um projeto muito bacana, porque daí as vezes o professor durante o seu momento de planejamento não dá tempo de produzir um jogo de grande quantidade (de materiais). Dessa forma a gente produz o jogo, o professor pode usar como estratégia lá na sala de aula e além de tudo a gente aproveita para trabalhar com eles aqui fora (no refeitório) com os alunos que ficam esperando o ônibus, com aqueles que ficam correndo daqui pra lá, então a gente segura eles e é uma forma de estamos ajudando eles no seu desenvolvimento.
Pesquisadora: Os professores de quais séries estão envolvidos no projeto?
Professora C: Nós temos os professores do: pré, primeiro, segundo, terceiro e quarto ano. Só o quinto que está sem. Porém como nós estamos trabalhando ali fora, o quinto também está sendo coberto, porque eles ficam ali esperando o ônibus ou esperando o pai ou a mãe e eles participam também. Então, na verdade, estamos trabalhando com todas as turmas. Não estamos deixando nenhuma turma de forma. Porque os jogos são adaptáveis. [...] A gente tenta colocar os grandes e os pequenos juntos, então a gente explica a regra, faz uma jogada de exemplo e então eles jogam.
11) Há algo que você gostaria de acrescentar ou pontuar sobre esse assunto?
Professora C: Eu acho que a brincadeira, como a gente tem visto muito nas teorias, nos estudos que a gente tem feito, a brincadeira faz parte do desenvolvimento da criança. Hoje eles estão chegando na escola cada vez mais cedo, alguns com seis meses estão indo pra escolinha. Então, se nós não trabalharmos a brincadeira , a ludicidade junto com as teorias, nós vamos taxar a escola como uma coisa insuportável. E podemos desenvolver tanto a teoria quanto a prática, nós podemos desenvolver das duas formas.
Entrevista com a professora D
1) Em qual ano do Ensino Fundamental você atua ?
Professora D: 1º, 2º e 3º ano com Arte e 4º ano com regência (Português, Matemática, Geografia, História e Ensino Religioso).
2) Há quanto tempo você atua como professor(a) ?
Professora D: Três anos
3) Em sua opinião, quais as utilidades da brincadeira ? Ela serve para quê ?
Professora D: As brincadeiras servem para desenvolver o lado psicossocial.
4) Qual a sua opinião sobre o uso da brincadeira na aquisição da aprendizagem?
Professora D: Ajuda no desenvolvimento da criança e a interação entre eles, pois quando brincam estão aprendendo.
5) Quando você estudou no Ensino Fundamental, seus professores utilizavam a brincadeira como meio de aprendizagem?
Professora D: Na minha época era muito difícil usar a brincadeira como meio de aprendizagem.
6) E você faz uso da brincadeira em seu planejamento pedagógico ? Por quê?
Professora D: Sim, porque é um meio de atrair a criança para a aprendizagem.
- a) Qual é a frequência que você utiliza as brincadeiras em seu planejamento ?
Professora D: Constantemente nas aulas de Arte.
Pesquisadora: Constantemente quando. Por exemplo quantas vezes por semana? Todas as aulas?
Professora D: Uma aula por semana em Arte, cada turminha no caso.
Pesquisadora: E no quarto ano, como é?
Professora D: No quarto ano mais quando tem joguinhos na apostila, conforme o que vai pedindo na apostila.
Pesquisadora: Além desses da apostila você faz mais algum?
Professora D: Agora como a gente está trabalhando com o projeto a gente leva pra sala o que a gente está apresentando.
- b) Que tipo/ quais brincadeiras você utiliza em sala de aula ?
Professora D: Vários tipos de brincadeiras (ciranda de roda, livre, dirigidas...). E no quarto ano, mais jogos didáticos.
7) Quais mudanças ou melhoras você notou na aprendizagem dos alunos após ter utilizado as brincadeiras ? (se houveram)
Professora D: Os alunos ficam com mais disposição e interesse nas aulas, buscando cada vez mais o aprender.
8) Quais fatores contribuíram ou não para os resultados obtidos ?
Professora D: Colaboração dos professores que atuam nas turmas.
9) Acontecem momentos de brincadeiras não planejados previamente durante a sua aula ?
Professora D: Sim, mais nas aulas de Arte do Pré e 1º ano. Nos maiores não tanto porque é uma aula (de Arte) só e não dá tempo. Já no 4º ano não acontece.
10) Você encontra dificuldades em utilizar/ inserir brincadeiras no ambiente escolar ? Quais ?
Professora D: No pré e primeiro ano não encontro dificuldade de utilizar a brincadeira, mas já no quarto ano se torna difícil devido o excesso de conteúdo.
11) Há algo que você gostaria de acrescentar ou pontuar sobre esse assunto?
Professora D: Não
Entrevista com a professora E
1) Em qual ano do Ensino Fundamental você atua ?
Professora E: No primeiro.
2) Há quanto tempo você atua como professor(a) ?
Professora E: Há 30 anos.
3) Em sua opinião, quais as utilidades da brincadeira ? Ela serve para quê ?
Professora E: A brincadeira em si ela faz com que a criança fique motivada. Para mim eu vejo ela como uma motivação, porque a criança fica um pouco cansada a maneira tradicional de você trabalhar. Então a brincadeira, ela faz com que a criança venha desenvolver habilidades sem se preocupar com aquelas coisas, ela já vai aprendendo sem aquele forçar da aprendizagem. Ela vai adquirindo aprendizagem necessária.
4) Qual a sua opinião sobre o uso da brincadeira na aquisição da aprendizagem?
Professora E: Eu acredito assim que eu faço que tem muito sucesso é os jogos didáticos em todas as áreas. A criança desenvolve habilidades, como linguagem, escrita, também o companheirismo, a colaboração… Eu vejo que é muito bom a gente trabalhar com isso. Eu sou acostumada a trabalhar com isso e vejo muita vantagem. Sem contar que a criança fica tão motivada que ela não quer faltar a aula, ela quer ver o que vai acontecer de novo, todo dia uma coisa nova, então principalmente na questão de jogos eles não querem. Então isso ajuda muito, principalmente na aquisição da aprendizagem.
5) Quando você estudou no Ensino Fundamental, seus professores utilizavam a brincadeira como meio de aprendizagem?
Professora E: Por incrível que pareça eu tinha professoras que fazia isso. Por isso que eu acho que eu gosto tanto. As minhas professoras, eu tinha duas que gostavam muito. E eu acho que de lá que eu trago isso, porque faz muito tempo que eu uso isso. Então eu acho que vem de lá da minha infância.
Pesquisadora: Então elas usavam no cotidiano as brincadeiras?
Professora E: Usavam os jogos para trabalhar com matemática…
Pesquisadora: Mais ou menos até que série aconteceu isso?
Professora E: Mais ou menos até o quinto ano, que era a primeira série ginasial.
6) E você faz uso da brincadeira em seu planejamento pedagógico ? Por quê?
Professora E: Faço porque eu acho que é uma maneira de ajudar a criança a adquirir as habilidades que ela precisa de uma forma mais fácil. Eu uso muito.
Pesquisadora: Você acha mais fácil colocar a brincadeira em seu planejamento do que não utilizar ela?
Professora E: Sim, eu acho. Não vejo dificuldade de trabalhar.
- a) Qual é a frequência que você utiliza as brincadeiras em seu planejamento ?
Professora E: Se tudo ocorre como eu planejo, todo dia. Eu acho que é muito importante para a criança. Eu faço, por exemplo, tenho o costume de fazer a leitura diária com eles. Então eu faço a leitura e aí nesse trabalho, para eu trabalhar com os personagens, por exemplo, se eu vou trabalhar um texto que quero trabalhar com os animais, aí eu já trabalho um jogo que a criança vai coloca o nome com os animais. Isso jogando. Aí ela vai pegar as fichas, ela sorteia a ficha e ela vai e coloca no animal correto que está na figura, então ela vai brincando e depois a gente passa para a escrita.
- b) Que tipo/ quais brincadeiras você utiliza em sala de aula ?
Professora E: Diversas. As brincadeiras de roda eu costumo fazer muito com eles, até a gente está trabalhando paródia, a gente pegou a brincadeira de roda e fez uma paródia.
Pesquisadora: Quais outros tipos de brincadeira?
Professora E: Uso amarelinha, jogos com trilha,coletivo… Assim essas brincadeiras com eles, bem diversificada.
7) Quais mudanças ou melhoras você notou na aprendizagem dos alunos após ter utilizado as brincadeiras ? (se houveram)
Professora E: Eles gravam mais o conteúdo. A maioria já está lendo, então eu notei que a leitura melhorou muito rápido e também a escrita. E sem contar que eles ficam participativos e eles tem mais autonomia. Não precisa ficar dizendo tudo pra eles, muitas vezes eles se organizam sozinhos. Cria uma autonomia muito boa.
Pesquisadora: Acontece momentos em que eles mesmos criam as próprias brincadeiras?
Professora E: Sim, sim. Eles já sabem como brincar, eles fazem grupos, porque tem um dia na semana ( não é toda semana, mas geralmente eu faço toda semana) que é o dia da brincadeira. Não aquela brincadeira minha, direcionada com o conteúdo, uma brincadeira em que eles se organizam em grupos e aí é o faz de conta. Cada grupo vai organizar a sua brincadeira e aí eles fazem.
Pesquisadora: E aí é a tarde inteira ou não?
Professora E: Não, é duas horas mais ou menos. Aí eu já aproveito essa brincadeira pra trabalhar os conteúdos na outra semana, já vou anotando alguma coisa , vou vendo...
8) Quais fatores contribuíram ou não para os resultados obtidos ? No caso a leitura, a escrita...
Professora E: A leitura e a escrita é quando você usa jogos direcionados, que é no caso, por exemplo, agrupamento de imagens, qual é o nome (que ele pega o objeto e o nome)… Então ele vai memorizando e memorizando ele consegue depois fazer. Eu gosto muito também das brincadeiras de rima. Que a rima também ajuda muito e aí ele consegue escrever.
9) Acontecem momentos de brincadeiras não planejados, você falou que sim e é um tempo específico. E fora desse tempo específico, acontecem outros momentos de brincadeira não planejada?
Professora E: Sim, quando eu vejo que eles estão muito agitados ou então muito cansados na sala de aula, porque tem dias que acontece isso, eu uso a brincadeira. Eu paro a aula e a gente faz uma brincadeira e depois volto de novo pra aula. Faço muito isso também.
10) Você encontra dificuldades em utilizar/ inserir brincadeiras no ambiente escolar ? Quais ?
Professora E: Não. O espaço poderia ser melhor, mas é o espaço que a gente tem, então eu costumo já colocar na minha mente assim: esse é o espaço e é isso que eu tenho que fazer. Aí eu faço. Eu gostaria mais de brincar fora da sala de aula, mas como tem o Mais Educação aqui a gente não pode. Está todo mundo usando os espaços, então não dá. Tem certas brincadeiras que eles têm que ter concentração também se não, não é muito produtivo, mas eu faço dentro da sala do mesmo jeito.
Pesquisadora: Em relação ao comportamento deles, com a brincadeira você notou melhora?
Professora E: Sim, muita. Eles ficam mais calmos. Apesar que os professores falam que não, a maioria diz que não, mas eu vejo ao contrário. A brincadeira faz com que eles saibam organizar espaços e tempo. Quando a gente está trabalhando a escrita e qualquer outra coisa assim eles são mais calmos. E na hora da brincadeira também não é aquele alvoroço todo, claro que a gente tem que chamar atenção, que é normal, mas eles se organizam e eles fazem. Não é aquela criança que apenas bagunça, não eles tem concentração. Tem a conversa que a gente tem que cobrar e tal, mas eles se concentram e fazem. Eu não acho dificuldade. Eu vejo que eles criam muita responsabilidade com essas brincadeiras, eles sabem se organizar. E a responsabilidade faz com que eles se aquietem um pouco, entendendo que tem que respeitar o espaço do outro, que tem horas que tem que falar baixo, tem horas que não pode mexer no que é do outro pra não atrapalhar a atividade. Eu vejo que eles se organizam.
11) Há algo que você gostaria de acrescentar ou pontuar sobre esse assunto?
Professora E: O que eu acho importante é que vale a pena vocês fazer esse trabalho. A gente também, porque eu estou fazendo a minha dissertação também em cima de jogos didáticos. E aí quanto mais você trabalha, mais fácil fica para os outros professores também fazer isso. Porque as nossas crianças são muito ativas e se você ficar fazendo ela trabalhar da maneira tradicional ela não vai aguentar mais, ela não aguenta, a gente vê que ela não aguenta. Então a brincadeira, desde que bem programada, porque ela precisa de planejamento, e precisa ter controle, o professor tem que ter controle. Porque eu já vi acontecer brincadeiras que o professor não tem controle, então vira nada. Não vai na aprendizagem que precisa, ele não consegue desenvolver o conhecimento que precisa, porque na hora do brincar ele vai conhecendo, o conhecimento vai surgindo e se o professor está atendo e consegue controlar a turma um vai ajudando o outro a desenvolver esse conhecimento.
Entrevista com a professora F
1) Em qual ano do Ensino Fundamental você atua ?
Professora F: 1 ano do Ensino Fundamental.
2) Há quanto tempo você atua como professor(a) ?
Professora F: Há 4 anos.
3) Em sua opinião, quais as utilidades da brincadeira ? Ela serve para quê ?
Professora F: Para auxiliar a aprendizagem.
4) Qual a sua opinião sobre o uso da brincadeira na aquisição da aprendizagem?
Professora F: Positiva. Brincando se aprende com naturalidade.
5) Quando você estudou no Ensino Fundamental, seus professores utilizavam a brincadeira como meio de aprendizagem?
Professora F: Apenas na Educação Física.
6) E você faz uso da brincadeira em seu planejamento pedagógico ? Por quê?
Professora F: Sim.
- a) Qual é a frequência que você utiliza as brincadeiras em seu planejamento ?
Professora F: As vezes.
- b) Que tipo/ quais brincadeiras você utiliza em sala de aula ?
Professora F: Jogos: quebra cabeça, jogo da memória, sete erros, etc.
7) Quais mudanças ou melhoras você notou na aprendizagem dos alunos após ter utilizado as brincadeiras ? (se houveram)
Professora F: A concentração, a atenção e a resolução de determinadas atividades.
8) Quais fatores contribuíram ou não para os resultados obtidos ?
Professora F: A mudança de comportamento que os jogos exigiu.
9) Acontecem momentos de brincadeiras não planejados previamente durante a sua aula ?
Professora F: Sim, pois são pequenos ainda e faz parte da natureza deles brincar.
10) Você encontra dificuldades em utilizar/ inserir brincadeiras no ambiente escolar ? Quais ?
Professora F: Não.
11) Há algo que você gostaria de acrescentar ou pontuar sobre esse assunto?
Professora F: Não.
Entrevista com a professora G
1) Em qual ano do Ensino Fundamental você atua ?
Professora G: 3º ano.
2) Há quanto tempo você atua como professor(a) ?
Professora G: Há 7 anos.
3) Em sua opinião, quais as utilidades da brincadeira ? Ela serve para quê ?
Professora G: Para auxiliar a aprendizagem.
4) Qual a sua opinião sobre o uso da brincadeira na aquisição da aprendizagem?
Professora G: É mais uma ferramenta na aquisição da aprendizagem.
5) Quando você estudou no Ensino Fundamental, seus professores utilizavam a brincadeira como meio de aprendizagem?
Professora G: Não ou muito pouco.
6) E você faz uso da brincadeira em seu planejamento pedagógico ? Por quê?
Professora G: Sim.
- a) Qual é a frequência que você utiliza as brincadeiras em seu planejamento ?
Professora G: Uma vez na semana.
- b) Que tipo/ quais brincadeiras você utiliza em sala de aula ?
Professora G: Jogo de sílabas, jogo da memória, da forca...
7) Quais mudanças ou melhoras você notou na aprendizagem dos alunos após ter utilizado as brincadeiras ? (se houveram)
Professora G: Alunos com dificuldade para aprender a ler, através de jogos diferenciados conseguiram melhorar, pois se sentiram mais seguros.
8) Quais fatores contribuíram ou não para os resultados obtidos ?
Professora G: Os fatores positivos foram os avanços na aquisição da aprendizagem.
9) Acontecem momentos de brincadeiras não planejados previamente durante a sua aula?
Professora G: Sim.
10) Você encontra dificuldades em utilizar/ inserir brincadeiras no ambiente escolar ? Quais ?
Professora G: Sim, alguns pais aceitam a brincadeira.
11) Há algo que você gostaria de acrescentar ou pontuar sobre esse assunto?
Professora G: Não.
Entrevista com a professora H
1) Em qual ano do Ensino Fundamental você atua ?
Professora H: 1ª ano.
2) Há quanto tempo você atua como professor(a) ?
Professora H: Há 6 anos.
3) Em sua opinião, quais as utilidades da brincadeira ? Ela serve para quê ?
Professora H: Para auxiliar na aprendizagem.
4) Qual a sua opinião sobre o uso da brincadeira na aquisição da aprendizagem?
Professora H: O brincar desenvolve a felicidade para a aprendizagem, o desenvolvimento social, cultural e social. É um impulso natural da criança que torna mai fácil a sua aprendizagem.
5) Quando você estudou no Ensino Fundamental, seus professores utilizavam a brincadeira como meio de aprendizagem?
Professora H: Na época, os professores usavam brincadeiras como: pular corda, elástico e queimada.
6) E você faz uso da brincadeira em seu planejamento pedagógico ? Por quê?
Professora H: Sim.
- a) Qual é a frequência que você utiliza as brincadeiras em seu planejamento ?
Professora H: Quase todos os dias.
- b) Que tipo/ quais brincadeiras você utiliza em sala de aula ?
Professora H: Cantigas de roda, atividades de expressão corporal, adivinhações e parque.
7) Quais mudanças ou melhoras você notou na aprendizagem dos alunos após ter utilizado as brincadeiras ? (se houveram)
Professora H: Socialização, comunicação, movimentos corporais e criatividade.
8) Quais fatores contribuíram ou não para os resultados obtidos ?
Professora H: Foi a interação de todos os alunos nas brincadeiras e seu entusiasmo de se desenvolver.
9) Acontecem momentos de brincadeiras não planejados previamente durante a sua aula ?
Professora H: De vez em quando sim.
10) Você encontra dificuldades em utilizar/ inserir brincadeiras no ambiente escolar ? Quais ?
Professora H: Não.
11) Há algo que você gostaria de acrescentar ou pontuar sobre esse assunto?
Professora H: Não.
Entrevista com a professora I
1) Em qual ano do Ensino Fundamental você atua ?
Professora I: 2º ano do Ensino Fundamental.
2) Há quanto tempo você atua como professor(a) ?
Professora I: Há 24 anos.
3) Em sua opinião, quais as utilidades da brincadeira ? Ela serve para quê ?
Professora I: A brincadeira serve para auxiliar a aprendizagem.
4) Qual a sua opinião sobre o uso da brincadeira na aquisição da aprendizagem?
Professora I: A brincadeira diverte e enquanto a criança brinca, “intencionalmente” a aprendizagem acontece naturalmente e leve para a criança.
5) Quando você estudou no Ensino Fundamental, seus professores utilizavam a brincadeira como meio de aprendizagem?
Professora I: Não me recordo. Acredito que não porque não gostava de estudar.
6) E você faz uso da brincadeira em seu planejamento pedagógico ? Por quê?
Professora I: Sempre que eu posso.
- a) Qual é a frequência que você utiliza as brincadeiras em seu planejamento ?
Professora I: No início de conteúdo para instigar a curiosidade.
- b) Que tipo/ quais brincadeiras você utiliza em sala de aula ?
Professora I: Para os números ordinais: siga o mestre (1º, 2º, 3º); “m” antes de “p” e “b”; história encenada pelos alunos.
7) Quais mudanças ou melhoras você notou na aprendizagem dos alunos após ter utilizado as brincadeiras ? (se houveram)
Professora I: Sim, a mudança foi a vontade de aprender e os resultados nas atividades.
8) Quais fatores contribuíram ou não para os resultados obtidos ?
Professora I: Interesse maior, leveza na aprendizagem onde torna-se leve o aprender e não uma obrigação.
9) Acontecem momentos de brincadeiras não planejados previamente durante a sua aula ?
Professora I: Sim, quando a turma está dispersa para relaxar e voltar a concentração novamente.
10) Você encontra dificuldades em utilizar/ inserir brincadeiras no ambiente escolar ? Quais ?
Professora I: A falta de materiais. Muitas vezes se improvisa e muda a brincadeira.
11) Há algo que você gostaria de acrescentar ou pontuar sobre esse assunto?
Professora I: Não.