ESCOLA E SOCIEDADE

BULLYING NA ESCOLA

Naiane de Souza Madruga Carvalho

RESUMO

O presente trabalho faz referência à violência que vem sendo praticada nas escolas, essa violência após vários anos tem recebido o nome de Bullying. Esta prática é um problema em todo o mundo e se encontra presente em todas as escolas sendo pública ou privada. Essa atitude possui enormes consequências sendo elas negativa na vida da criança pois afeta a vida psicológica, emocional e na vida escolar. Sendo o objetivo do trabalho conceituar a prática do bullying e reconhecer a necessidade de se identificar e combater com eficiência, em todos os ambientes, mas especificamente neste trabalho tratarei sobre a prática no ambiente escolar. Esse fenômeno tem se espalhado mundialmente fazendo vítimas e causando traumas tanto psicológicos quanto físicos. Essas atitudes devem ser tratadas com seriedade e não deve ser considerada como uma brincadeira inofensiva. No decorrer do mesmo apresentarei as consequências do bullying e os transtornos causados as vítimas e que na maioria dos casos a levam os traumas inclusive até a fase adulta, ou em casos extremos como citarei logo mais à frente, algumas dessas pessoas que sofrem essas humilhações vem a praticar o suicídio, também conceituado como bullycidio. Apontarei características, formas e tipos desta prática e como o docente deve trabalhar e buscar o combate da mesma e como devemos ajuda-los.

Palavras-chave: Bullying na escola. Vítima. Agressor.

1 INTRODUÇÃO

A palavra bullying é um anglicismo, ou seja, uma palavra em inglês utilizada na língua portuguesa para definir o ato de violência física, moral e psicológica onde o agressor através de seus atos deprecia a vítima.

Existem duas categorias de bullying que são: bullying direto geralmente praticado por agressores do sexo masculino que consiste em humilhar e agredir com palavras ou até mesmo fisicamente. E o bullying indireto praticado em sua maioria por agressores femininos e crianças, tendo como objetivo o isolamento social da vítima.

O bullying é um fenômeno social, onde é frequentemente praticado em ambiente escolar em todos os países do mundo. Embora essas atitudes sejam comuns no dia a dia escolar a mesma está longe de ser aceita pois as ofensas e constrangimentos podem causar danos imensuráveis nas vítimas.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O bulliyng é o ato de intimidar, humilhar ou até mesmo violentar fisicamente outras pessoas. Podendo ser praticado por um único indivíduo ou por um grupo de pessoas. O mesmo não se restringe a um determinado ambiente, mas pode ser observado com mais frequências em escolas, independentemente de ser instituição pública ou privada.

2.1 CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING

As consequências do bullying pode levar a atitude extremas, que é o caso do bullycidio termo que define a pratica do suicídio motivado pelo bullying e ou cyberbullying. A vítima não encontrando outra forma de solucionar esses conflitos vê no suicídio uma saída para acabar com o seu sofrimento. Alguns casos de bullycidio foram conhecidos mundialmente, como o de Amanda Todd, Megan Meier e Ryan Patrick Halligan, todos esses casos mencionados possuem uma característica em comum adolescentes com diversos conflitos nos relacionamentos sociais e dificuldades na vida escolar.

IMAGEM I: EXEMPLOS DE BULLYING

Fonte: Disponível em:<http://conselhobiblico.com/2010/08/02/bullying-o-desafio-de-pensar-biblicamente-sobre-um-fenomeno-atual/ >. Acesso em: 14 nov. 2015

2.2 A PRÁTICA DO BULLYING NA INTERNET 

O termo cyberbullying se refere a prática do bullying na internet que é violência praticada através das tecnologias, usando o espaço virtual para hostilizar, difamar determinada pessoa, podendo ser colegas de classe, professores ou pessoas desconhecidas. Utilizando-se de fotos, vídeos, discursos ofensivos entre outros. 

2.3 ESTATÍSTICAS DO BULLYING

O fenômeno bullying vem sendo objeto de estudo mundialmente dado a preocupação dos educadores diante das consequências que a prática causa. O Brasil vem iniciando as suas pesquisas sobre o assunto, os maiores pesquisadores são os Estados Unidos, onde a pratica é mais frequente. Uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2009, mostrou que 30,8% dos estudantes revelou ter sido vítima de bullying, a maioria do sexo masculino. Já em 2010 pesquisa feita pelo mesmo instituto com alunos de escolas publicasse particulares, mostrou que a pratica do bullying é mais comum entre alunos da 5ª e 6ª. E as cidades com maior incidência da pratica são Belo Horizonte, Brasília e Curitiba. Pesquisa feita pelo Instituto Glia revelou outros dados importante do bullying no Brasil exposto na figura abaixo:

IMAGEM II: ESTATÍSTICAS DO BULLYING

Fonte: Disponível em: < http://www.istoe.com.br/reportagens/131156_COMO+VENCER+O+BULLYING> Acesso em: 31 nov. 2015.

Outro fator relevante é o fato de o bullying estar relacionado a depressão na fase adulta, de acordo com uma pesquisa realizada por cientistas do departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Oxford. De 683 adolescentes que, aos 13 anos relataram bullying frequente mais de uma vez por semana, 14.8% estavam deprimidos aos 18 anos. Já dos 1446 adolescentes que, na mesma faixa etária sofreram algum assédio físico ou moral, de 1 a 3 vezes ao longo de 6 meses, 7.1% estavam depressivos no início da fase adulta.

2.4 BULLYING É CRIME

No ano de 2012 foi sancionada a lei Nº 4.837, DE 22 DE MAIO que tinha como objetivo inicial incluir como crime a intimidação escolar. Porém o deputado Fábio Faria (PSD –RN) fez um projeto de Lei 1011/11 modificando a proposta original do deputado Assis do Couto (PT-PR)

Essa mudança consistiu em tornar essa lei mais abrangente transformando a intimidação escolar em intimidação vexatória, pois essas incidências não se dão somente nas escolas mas sim em qualquer estabelecimento, com essa alteração passou a ser considerado crime todo ato de intimidação, constrangimento, ofensas, expor a vítima em público, caso isso ocorra nas dependências da escola a pena será aumentada em 50%.

2.3.1 Penalidades

As penalidades para esse tipo de crime são variadas de acordo com o que ocorreu e a gravidade do problema. No caso do cyberbullying que é o crime virtual a pena será aumentada em 2 terço da pena original lembrando que o mesmo foi incluso no projeto posterior ao original.

Se a vítima possui algum tipo de deficiência mental ou física, menor de 12 anos, ou se o crime for relacionado a preconceito étnico, religioso, racial, cor, opção sexual, aparência física, ou gênero, a pena será dobrada. Se no ato do crime a vítima sofrer lesão corporal ou sofrer algum tipo de sequela psicológica sendo esta grave ou temporária a pena será de reclusão de 1 a 5 anos. Se a lesão for permanente a pena será aumentada para reclusão d e2 a 8 anos e por fim se a intimidação ocasionar a morte da vítima a pena será de reclusão de 4 a 12 anos. 

2.5 DIFERENÇA DE BULLYING E PRECONCEITO

O ato de bulinar não possui somente uma definição pois é um conjunto de ações sendo esses, maus tratos, intimidações físicas e psicológicas, ameaças, geralmente essas atitudes são praticadas em crianças pois são vulneráveis não possuem uma ideia ou opinião formada, porém, isso não deixa de ser praticadas com adultos.

É importante ressaltar que há diferença entre bullying e preconceito. Pois segundo o dicionário Aurélio preconceito:

É a forma de pensamento na qual a pessoa chega a conclusões que entram em conflito com fatos por tê-los prejulgado. Conceito ou opiniões formuladas antes de conhecer bem. Juízo antecipado. Noções de julgamento prévio, desfavorável, efetuado antes de um exame ponderado e completo, e mantido rigidamente, mesmo em face de provas que o contradizem.

Embora preconceito e bullying tenham definições diferentes, o preconceito possui influência na prática do bullying, pois esse ato nada mais é que a junção de preconceito e discriminação.

2.6 OS MOTIVOS QUE LEVAM A PRÁTICA DO BULLYNG

Os autores do bullying, ou seja, os que praticam, geralmente possuem características em comum como querer ser mais popular, se sentir poderoso e ter uma boa imagem de si próprio. O ato de humilhar e depreciar a vítima, lhe dá uma sensação de poder. Quem pratica o bullying tem personalidade intolerante e não sabe conviver harmoniosamente em sociedade e o sofrimento da vítima não é motivo para deixar de agir, ele sente-se satisfeito com a opressão causada.

Antes do agressor praticar o bullying ele faz todo um “estudo” de sua vítima para que sua escolha seja perfeita, esse estudo a que nos referimos é as características de sua vítima, o agressor observa se a mesma tem algum tipo de dificuldade na escola, ou se é muito tímida, se tem dificuldade em se expressar, se possui poucas amizades geralmente as vítimas escolhidas além de possuir algum tipo dessas características citadas acima elas possuem também baixa autoestima.

Os alvos podem possuir características de maneira permanente, quando é atraído em parte de seu temperamento ou pode ser em forma temporária, devido a acontecimentos momentâneos, esses são levados a separação dos pais, a perda de um ente querido, mudança para uma nova escola. O autor do bullying diferente do que muitos pensam, percebe estas características e faz da criança seu alvo.

De acordo com [FANTE, ano,20011 p.168]:

O comportamento agressivo ou violento nas escolas é hoje o fenômeno social mais complexo e difícil de compreender, por afetar a sociedade como um todo, atingindo diretamente as crianças de todas as idades, em todas a escolas e em todos os países do mundo.

2.7 COMO AJUDAR A VÍTIMA E O AGRESSOR NA SITUAÇÂO DO BULLYING

Seja qualquer diferente tipo de indivíduo que sofre ou tenha sofrido algum tipo de ameaça verbal, física ou psicológica necessita de ajuda e proteção da sociedade. De uma forma regular os adultos sempre devem estar orientando as criança e adolescentes que diante do problema que ela sofreu será cuidado pela família, escola, comunidades ou pelas autoridades da lei, que os amparam esse tipo de situação sofrida.

Os pais devem sempre estar atentos a seus filhos observando qualquer alteração comportamental, escutar sempre que seu filho tenha algo a falar pois talvez ele queira relatar algo em que está acontecendo ou que o mesmo presenciou, nunca deve criticar criança ou adolescente quando não conseguiram solucionar alguma situação, os responsáveis jamais devem tentar ignorar o problema da vítima.

Para que a escola, comunidades e até mesmo especialistas venha minimizar ou acabar com fatores de agressões podem formular programas do antibullying incluindo alunos, famílias, professores e coordenadores. Para que haja um resultado satisfatório precisa se de uma junção de vários elementos e colaboração da família, amigos juntamente com a escola, pois como sabemos o bullying é silencioso nesse caso a família deve ficar atenta no comportamento de seus filhos e o professor também pois essas práticas são vistas com frequência em salas de aulas.

2.8 IDENTIFICAÇÃO DO BULLYING NA ESCOLA

Os agressores geralmente são pessoas populares na escola, são agressivos com seus colegas, professores, familiares e, normalmente, possuem um grupo de pessoas que os seguem. "Eles precisam dessas pessoas que os apoiam e se submetem a eles e, dessa forma, a responsabilidade pela agressão é dividida", ressalta Aramis Neto.

Diferentemente dos agressores, as vítimas, geralmente possuem ou desenvolvem ao longo do tempo baixa autoestima, preferem ficar isoladas de grupos e não tem muitos amigos, também apresentam algumas particularidades físicas que os tornam alvos de brincadeiras de mal gosto por exemplo: magreza, excesso de peso, timidez, ou outra característica acentuada. "Além disso, as vítimas apresentam sinais de depressão, ansiedade e baixo rendimento escolar", explica o pediatra.

O alvo costuma ser uma criança ou um jovem com baixa autoestima e retraído tanto na escola quanto no lar. ''Por essas características, dificilmente consegue reagir'', afirma o pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia).

IMAGEM III CRIANÇA VÍTIMA DE BULLYING

Fonte: Disponível em: <http://lagartavirapupa.com.br/blog/wp-content/uploads/2013/06/bullying.jpg > acesso em 02.dez.2015

2.9 PREVENÇÃO AO BULLYING

Observar quais as estratégias mais usadas para prevenir esse tipo de problema escolar os professores devem fazer uma observação, afim de evitar comentários ou palavras que faça com que o aluno se sinta mal, que marcam o aluno com déficit de aprendizagem mais que outros da sala. Em hipótese alguma devolver o trabalho do aluno em ordem de nota decrescente, estudantes com rendimento escolar abaixo da média nunca devem ser criticados em sala de aula na frente de seus colegas.

Se o professor tratar todos seus alunos igualmente estes mesmo vão ver isso como uma forma de não excluir os outros da sala. Propiciar aos alunos momento de interação e discussão que levem aos alunos a refletir sobre o mal que o bullying traz para si e para os outros e o quanto isso prejudica o seu aprendizado e toda a escola. Ao se perceber algo estranho em sala de aula deve se agir imediatamente.

“Se algo ocorre e o professor se omite ou até mesmo dá uma risadinha por causa de uma piada ou de um comentário, vai pelo caminho errado, Ele deve ser o primeiro a mostrar respeito e dar o exemplo”, diz Aramis Lopes Neto, presidente do Departamento Cientifico de Segurança do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria.

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a realização deste trabalho analisei que o bullying deve ser criminalizado com urgência, portanto é de uma pratica gravíssima, muito semelhante ao racismo e tortura. Pois esta pratica deve ser agida por meio de funções e politicas publicas que busca alertar a escola e sociedade, regularmente sobre o problema, trazendo informação.

A escola pode ter em grande parte do caso também aplica as funções que seja cabível para cada caso, dentro das regularidades do individual. E como é necessária que os mecanismos que são previstos nas leis estaduais estejam realmente efetivo e que a escola venha ter apoio de pessoas especializadas e do poder publico no implementos as politicas anti bullying. A escola tem a dimensão  do que é um caso em que pode ajudar a resolver com mais sanções internas e nos casos de intervenções estatal, trazendo o auxilio a força do ministério publico para que não venha tomar atuação de responsabilidade de que pode aguentar.

A mobilização da sociedade é uma forma agradável ao combate ao bullying pois é indiscutível, portanto a busca por uma sociedade que abrange as diferenças com firme fundamento de um grande passo para conceder interiorização de qualquer vitima, seja qualquer for o problema uma sociedade democrática é uma sociedade que faz diferença em que aceita e valorização as diferenças das pessoas.

REFERÊCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ________NBR 6023: informação e documentação: referencias, elaboração. Rio de Janeiro, 2002 ________NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 2003

BAZZANELLA, André; TAFNER, Elizabeth Penzlien. Metodologia Científica. Indaial; ED. Grupo Uniasselvi, 2013.

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