INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO - APRENDIZAGEM
Conceição Andréa de Menezes Fernandes
Fabiana Carneiro Sandri
Daiany Cardozo Gonçalves
Adriane Gavlik dos Santos
Marcos Ambrósio dos Santos
RESUMO
A metodologia usada no processo de ensino-aprendizagem, torna-se uma abordagem qualitativa, quando estiver voltada para a unidade corpo, mente e afetividade. Como embasamento teórico do presente trabalho, vale ressaltar as contribuições de Wallon (1995), Vigotski (1984), Freire (1983), Tassoni (2003), La Taille (1992) entre outros autores e autoras. Observa-se a relação entre professores e alunos e como os professores entendem a afetividade como parte do processo de aprendizagem. Com caminhos investigativos voltados para a participação da afetividade em todo processo de aprendizagem da criança na escola. Constata se que a aprendizagem da criança está relacionada a vários aspectos levando em consideração o desenvolvimento conjunto de suas emoções e seu corpo e não somente do seu desenvolvimento cognitivo, pois a criança precisa se desenvolver plenamente em todos os sentidos sendo afetivo, social e cognitivo.
Palavras-chave: Afetividade. Relação: Professor x Aluno. Respeito Mútuo.
Introdução
O presente trabalho tem como tema uma reflexão sobre a “Afetividade”, suas influências entre as interações professor – aluno e o papel da escola neste contexto. Ao referirmos à inteligência ou a capacidade cognitiva do ser humano, na maioria das vezes estamos indagando sobre sua capacidade de aprendizagem do indivíduo diante do processo de adquirir conhecimentos. O aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento significativo, vale ressaltar que o fortalecimento das relações afetivas entre professor e aluno contribui para o melhor rendimento escolar.
Nesta perspectiva construiu-se uma questão para nortear este trabalho:
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A afetividade é pressuposto básico para a construção dos conhecimentos cognitivo-afetivo?
A palavra afeto vem do latim affectur (afetar, tocar) e constitui o elemento básico da afetividade. Segundo caracterização do Dicionário Aurélio (1994), o verbete afetividade está “Psicol”, conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor, insatisfação, de agrado ou desagrado, e de alegria.
Este projeto foi realizado com o objetivo de enfocar como a afetividade na relação professor-aluno influencia no processo de ensino-aprendizagem, mais especificamente na educação infantil e séries iniciais, uma vez que esta faixa etária esta voltada para o lado afetivo. Assim como nos levar a?
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refletir sobre a afetividade como fator importante no relacionamento professor e aluno, desenvolver análises sobre a interligação entre a aprendizagem e a afetividade na formação da auto-estima.
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Identificar as dificuldades na relação professor e aluno, que envolvem a questão da afetividade com a aprendizagem.
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Discutir a postura do professor diante de dificuldades no relacionamento com alunos.
Conforme Tassoni,
Toda aprendizagem está impregnada de afetividade, já que ocorre a partir das interações sociais, num processo vincular. Pensando, especificamente, na aprendizagem escolar, a trama que se tece entre alunos, professores, conteúdo escolar, livros, escrita, etc. não acontece puramente no campo cognitivo. Existe uma base afetiva permeando essas relações. (TASSONI, s.d., p. 3)
Para alcançar os objetivos propostos foi realizada uma pesquisa qualitativa em uma escola particular de Sinop MT, a escola atende alunos desde a educação infantil ao ensino médio. Também foram feitas observações em várias salas de aula, onde pode-se perceber que tanto na educação infantil quanto no ensino fundamental I precisa se da pedagogia do AFETO para que ocorra a aprendizagem. Para contribuir nesta linha de investigação , neste aspecto ouve-se a necessidade de aprofundar a pesquisa, vale ressaltar alguns teóricos que nos possibilitou a compreender melhor a importância da afetividade no processo ensino-aprendizagem.
No decorrer do texto fica evidente a contribuição fundamentada nas ideias e concepções de autores como: Vigotski (1984), Rosseti-Ferreira (1998), Galvão (1995), Serrão (1999), Tassoni (2003), Nanni (2002), Marchand (1985), Fernández (2007), Freire (1983), Claret (1985), Briggs (2000), Menezes (2000), entre outros
Desenvolvimento
Quando a criança nasce e até aproximadamente o terceiro mês de vida, demonstra claras preferências pelos estímulos sociais da própria espécie (rosto, voz e temperaturas humanas) e logo estabelece associações entre eles. Porém é o estímulo recorrente de algum elemento como traço da mãe, maneira de acalentar, ou da associação entre estes estímulos que a faz sentir-se adaptada.
O modelo interno de relações afetivas é o conjunto de experiência de apego estabelecidas na primeira infância e servem de base para as relações afetivas posteriores, quando a forma de interpretar e de organizar guia a própria conduta. Para a psicanálise, afetividade é o conjunto de fenômenos psíquicos manifestados sob a forma de emoções ou sentimentos e acompanhados da impressão de prazer ou dor, satisfação ou insatisfação, agrado ou desagrado, alegria ou tristeza e afeto. Para Vygotsky, o pensamento tem sua origem na esfera da motivação, a qual inclui inclinações, necessidades, interesses, impulsos, afeto e emoção a separação do intelecto e do afeto. Segundo ele, cada ideia contém uma atitude afetiva transmutada com relação ao fragmento de realidade a que se refere.
Quando as crianças são inseridas no contexto escolar, passam por um processo de socialização e adaptação. Sendo assim o processo escolar de socialização está ligado ao vínculo afetivo que a professora estabelecerá com a criança e com o ambiente escolar.
O Referencial Curricular para a Educação Infantil (1998), ao estabelecer que o vínculo afetivo entre a criança e o professor, dentre outras coisas, passa pelo conceito de cuidar, evidencia que o processo de aprendizagem terá só êxito quando essa relação de cuidado e afetividade for estabelecido entre ambas as partes.
Rossetti-Ferreira em sua obra “Os fazeres na Educação Infantil (1998)”, dos vários textos aí publicados, pôde sintetizá-los como se segue: ainda bebê a criança já manifesta sua primeira relação afetiva com a mãe através do apego e depois vai o ampliando com os demais familiares. No sentido de reconhecer as importâncias do vínculo afetivo (...) com a mãe a criança e familiares é fundamental no trabalho do educador (1998, p. 38).
Segundo o Referencial Curricular para a Educação Infantil (1998, p.25) quando diz: “Para cuidar é preciso antes de tudo, estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser solidário com suas necessidades”. O vínculo afetivo que o professor estabelece com a turma deve ter um caráter libertador onde possibilita a expressão de questões pessoais e que conduza à autonomia do professor e do aluno, abrindo espaço.
Serrão (1999) enfatiza que o importante na construção do vínculo afetivo é a função do professor, possibilitar a “afloração” dos sentimentos e as opiniões dos alunos, utilizando diversas técnicas de linguagem. Segundo Serrão (1999, p.32), “respeitar alguém significa respeitar sua individualidade, suas origens, suas escolhas, suas opiniões, seus limites e seus sentimentos”. O educador deve ter consciência de que seus alunos possuem ritmos diferenciados e por isso seguem processos diferentes de construção.
Vygotsky coloca que “o pensamento tem sua origem na esfera da motivação, a qual inclui inclinações, interesses, impulsos e afeto (1992 p.76)”. Para o desenvolvimento ensino e aprendizagem o aluno precisa se sentir motivado, sentir desejo de aprender e que suas emoções e sentimentos sejam respeitados. Oliveira (1997 p.37) diz: “um bom educador, a partir de um bom conhecimento do desenvolvimento do aluno, poderá estimulá-lo de maneira que todas as áreas como psicomotricidade, cognição, afetividade e linguagem estejam interligadas”.
Dessa forma percebemos junto com Oliveira (1997, p. 37-38), que:
O aluno sentir-se-á bem na medida em que se desenvolver integralmente através de suas próprias experiências de manipulação adequada e, constante dos materiais que o cercam e também das oportunidades de descobrir-se. E isto será mais fácil de conseguir se estiverem satisfeitas suas necessidades afetivas, sem bloqueios e sem desequilíbrios tônico-emocionais.
A afetividade pressupõe a melhoria na qualidade do ensino atual e consequentemente a construção de um relacionamento afetivo. A relação afetividade e aprendizagem se complementam e são perceptíveis na melhoria da qualidade. Todas as pessoas têm um potencial que é seu, constituído e desenvolvidos nas suas relações com o mundo. Os professores precisam acreditar na capacidade de cada ser levando em consideração o conhecimento que trás consigo.
Gonçalves (1994) ressalta:
A aprendizagem de conteúdos é uma aprendizagem sem corpo, e não somente pela exigência de o aluno ficar sem movimentar-se, mas, sobretudo, pelas características dos conteúdos e dos métodos de ensino, que o colocam em um mundo diferente daquele no qual ele vive e pensa com seu corpo (p. 34)”.
Ainda neste aspecto, Nanni (2002) reforça que a aprendizagem dos comportamentos de domínio afetivo, os aspectos de motivação, interesses, responsabilidades, cooperação, respeito ao próximo como os mais importantes. Sendo assim, o brincar acima de tudo motiva, estimula e proporciona um clima especial para a aprendizagem. O brincar fora da escola motiva as crianças a explorar e a experiência a casa, o jardim, a rua, as lojas, a vizinhança e assim por diante.
A autora Moylles traz em sua obra “Só brincar?” uma resposta à pergunta:
Por que brincar? É que ele garante que o cérebro_e nas crianças quase sempre o corpo_ fique estimulado e ativo. Isso, por sua vez, motiva e desafia o participante tanto a dominar o que é familiar quanto a responder ao desconhecido em termos de obter informações, conhecimentos, habilidades e entendimentos (2002, p.20).
O brincar realizado por prazer e diversão, cria uma atitude alegre em relação à vida e a aprendizagem. Neste sentido o brincar está ligado diretamente às interações sociais. Através do brincar a criança percebe suas limitações, seus domínios, aprendendo a conhecer a si própria, respeitar o outro ao mesmo tempo em que se diverte de forma prazerosa estimulando sentimentos como a alegria, amizade.
O aspecto afetivo é um elemento importante que deve ser considerado no processo de aprendizagem. Segundo Marchand, (1985: 19) na prática pedagógica, podem surgir entre professor e aluno, sentimentos de atração ou de repulsão.
O poder do professor é maior que o do livro, e a qualidade do diálogo estabelecido entre professor e aluno é importante para uni-los, criando um laço especial, ou para separá-los, criando obstáculos intransponíveis (MARCHAND, 1985: 19). O trabalho do educador é considerado por Codo e Gazzotti “o melhor”, porque é ele quem controla o processo produtivo, tem liberdade de criação e ação, além de ordenar tipos e sequência de atividades
Sabendo que o objetivo do trabalho do educador é a aprendizagem do aluno, alguns fatores são importantes para que ocorra essa aprendizagem, tais como: capacidade intelectual e vontade de aprender, por parte do aluno; conhecimentos e capacidade de transmitir conteúdos, por parte do educador; apoio dos pais nas atividades extraclasse e outros. Portanto, é a afetividade o grande estimulante na efetivação do conhecimento.
Caso não seja estabelecida uma relação afetiva entre professor e aluno, é ilusão acreditar que o ato de educar tenha sucesso completo. Ou seja, pode até haver algum tipo de fixação de conteúdo, mas não será uma aprendizagem significativa, nada que prepare esse indivíduo para uma vida futura deixando, lacunas no processo de ensino-aprendizagem.
Segundo Freire, não existe educação sem amor. “Ama-se na medida em que se busca comunicação, integração a partir da comunicação com os demais”. (FREIRE, 1983: 29). Freire (1996) ainda nos diz que o professor precisa estar aberto ao gosto de querer bem. Isso não quer dizer que o professor tenha de querer bem a todos os alunos da mesma forma, mas que ele não deve permitir que sua afetividade interfira no cumprimento do seu dever de educador.
Alicia Fernández, psicopedagoga argentina, em entrevista dada à revista Aprende Brasil (junho/julho 2007, p.14-17), atenta para a necessidade de fazer do afeto uma das ferramentas no ato de educar. Ter boas notas não significa que a aprendizagem ocorreu de forma efetiva, pois isso só acontece quando o aluno é realmente afetado pela escola que o leva à transformação pessoal, tornando-o capaz de participar da transformação do mundo e evoluindo como ser humano.
O professor tem papel fundamental no desenvolvimento do aluno, numa sala de aula onde a afetividade é levada em consideração, provavelmente formará indivíduos com condições para lidar com seus sentimentos o que contribuirá para um mundo menos agressivo. Para que isso aconteça, é preciso que haja uma relação de respeito e cumplicidade entre professor e aluno. E isso só será possível se houver autoridade por parte do professor. Portanto, afeto e autoridade são palavras que devem estar presentes na relação professor e aluno.
A autoestima é definida por Claret como a confiança que o indivíduo tem em sua capacidade de pensar e de enfrentar desafios, assim fica claro que a autoestima tem valor de sobrevivência, visto que, é uma poderosa necessidade humana, que contribui, essencialmente, para o processo vital. Uma autoestima negativa interdita o crescimento psicológico, enquanto que a autoestima positiva oferece força, resistência e capacidade de regeneração (CLARET, 1995).
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Op Cit), diz no seu texto que a autoestima é desenvolvida no indivíduo pouco a pouco, já na infância, e que consiste na interiorização da estima e da confiança que se tem por ele. Portanto, faz-se necessário que o adulto, pais ou professores, favoreça a construção positiva da autoestima da criança, confiando e acreditando na capacidade da mesma. A escola precisa criar situações educativas, onde todas as crianças possam ter seus hábitos, ritmos e preferências individuais respeitados, suas falas ouvidas e compreendidas, possibilitando assim, o fortalecimento de sua autoconfiança.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Vol. 2), a construção da autoconfiança da criança, tem seu processo marcado por avanços e retrocessos. Visto que, frente a frustrações, a criança pode demonstrar sentimentos de medo, vergonha, birra ou até pesadelos, surgindo daí, a necessidade de apoio e compreensão, por parte dos pais e professores, de forma controlada, flexível, porém segura. O brincar, por sua vez, é fundamental para o desenvolvimento da autonomia da criança, pois é através da brincadeira que ela desenvolve capacidades como imitação e imaginação, que junto com a fantasia são elementos importantes no relacionamento interpessoal, levando-a a aprender mais sobre ela mesma e o outro.
A pedagogia tradicionalista tem sua atenção centrada no professor, e preocupa-se com a manutenção do bom comportamento e reprime a livre expressão do aluno. A consequência dessa pedagogia, é que ela desenvolve indivíduos sem autovalorização, com autoestima fragilizada. É importante lembrar que os fenômenos que dizem respeito ao ensino e a aprendizagem possuem tanto componentes intelectuais quanto emocionais. Falta, nesse modelo educacional o apreço pelo amor incondicional, onde o sujeito deve ser amado pelo que é, e as diferenças respeitadas. Sendo assim, a prática pedagógica deve trilhar o caminho da vivência humanizadora.
Os PCNS reconhecem a importância da participação do aluno e da relação interpessoal no processo de ensino e aprendizagem, como também a intervenção do professor nessa aprendizagem. O Aurélio traz como definição de cidadão: “o indivíduo no gozo dos seus direitos civis e políticos de um Estado. Indivíduo sujeito” (p.153)
Aprender o valor do autocontrole na infância não significa apenas ser passivo, pelo contrário, significa ter capacidade de discriminar os contextos apropriados para falar, brincar, rir... É preciso aproveitar o melhor das possibilidades da infância nas diferentes situações, de forma a beneficiar-se com o que tais situações podem proporcionar ao seu desenvolvimento.
Segundo BRIGGS (2000), a autoestima das crianças não é formada unicamente em uma fase, mas eternamente construída e sujeita a mudanças, por isso a base familiar e escolar desta criança deve ser segura e confiante para que possa superar as dificuldades da vida com mais facilidade.
Almeida, (1999, p. 107), ressalta:
[...] É essencial que os professores percebam a importância que têm e assumam suas responsabilidades, para que cheguem à conclusão de que não são meros fornecedores de meios para a aprendizagem e sim pessoas que fazem um intercâmbio entre emoções e cognição e que viabilizam momentos de trocas de experiências emocionais.
Necessariamente o professor deve rever as práticas pedagógicas que apenas preocupam-se com o conteúdo a ser trabalhado, avaliando somente o lado cognitivo, e com isso, desprezando o que o aluno tem a oferecer ou precisa receber que é a afetividade nesta relação, favorecendo assim, um melhor desempenho. A afetividade nas relações deve ser recíproca e permeada em valores verdadeiramente humanos. Ensinar e aprender é o estabelecimento de uma relação de causa e efeito, é produto da troca das informações e das experiências pessoais entre aprendiz e mestre.
Neste relacionamento educador-educando o vínculo afetivo será um grande facilitador no processo de ensino aprendizagem, pois, pela criação de um forte vínculo afetivo, a criança não se sentirá sozinha, facilitando, assim, seu aprendizado.
Conclusão
Pensar na construção de uma sociedade escolar mais justa e solidária é necessário refletir sobre os valores e afetos que fazem á diferença humana nas relações escolares no dia-a-dia. Entre outras palavras, uma boa educação é aquela que prepara para a vida.
Nesta perspectiva verifiquei que afetividade, moral e educação estão intrinsecamente ligadas à aprendizagem. A afetividade influencia de maneira significativa a forma pela quais os seres humanos resolvem os conflitos de natureza moral. A organização do pensamento prepondera o sentimento, e o sentir também configura a forma de pensar. Nesse sentido, a afetividade perpassa o funcionamento psíquico, assumindo papel organizativo nas ações e reações. Ao destacar a capacidade moral autônoma de resolver os conflitos do cotidiano, busca-se pensar em uma escola que trabalhe o estado emocional de todos os profissionais de forma positiva, baseada na confiança, respeito, satisfação interna, para assim desempenhar de maneira eficiente seu papel.
As crianças precisam de compreensão afetiva quando atravessar o difícil caminho da dependência para a independência. Uma autoestima elevada baseia-se na convicção que a criança tem que ser amada e valorizada, precisando saber que é importante justamente porque existe. É fundamental que os professores saibam que toda a criança tem o potencial de gostar de si mesma, e que aprende a ver a si mesma tal quais as pessoas importantes que a cercam a veem, pois, ela constrói sua autoimagem a partir das palavras, da linguagem corporal, das atitudes e dos julgamentos dos outros. A promoção da afetividade é um terreno em que se torna difícil propor sugestões já que as necessidades das crianças são diferentes.
Neste sentido, a escola deve ser um ambiente aberto ao debate da cidadania, da liberdade, da responsabilidade, entre outros. Evidenciando a importância de alguns aspectos como o autoconhecimento, autonomia e autorregulação de condutas propiciam o aprender como
A família também desempenha um papel fundamental na formação da autoestima, e é, em muitos casos, o primeiro grupo social que as crianças têm contato. Vale ressaltar que existem outras construções familiares. Em suma, hoje pensamos que educar significa também preocupar-se com a construção e organização da dimensão afetiva das pessoas, afinal a escola, para cumprir seu papel, deve ser um lugar de vida e, sobretudo, de sucesso e realização pessoal para alunos e professores.
Sabendo que as dificuldades afetivas provocam desadaptações sociais e escolares, bem como perturbações no comportamento, o cuidado com a educação afetiva deve caminhar lado a lado com a educação intelectual. As relações afetivas que o aluno estabelece com os colegas e professores são grande valor na educação, pois a afetividade constitui a base de todas as reações da pessoa diante da vida. O diálogo é de suma importância para a interação professor-aluno no fator psicológico, sendo vínculo entre o cognitivo e as ações concretas. O educador precisa reconhecer que o educando é, também, portador de um saber adquirido com suas experiências próprias e que o processo de ensino-aprendizagem deve ter como princípio as relações de afeto e carinho, ou seja, a Afetividade.
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