O Lúdico e o Meio Ambiente no Contexto Escolar
Maria Sirlei Calgaro[1]
Eliane Robaldo Vougado[2]
Resumo
Este artigo, sob o tema O Lúdico e o Meio Ambiente no Contexto Escolar, teve por principal objetivo despertar o aluno quanto a posturas ante o meio em que vive, tendo a intenção de verificar o cotidiano da escola, quanto a atitudes, cuidados e preocupações com o meio ambiente. O sistema de vida da atualidade visa o progresso e a modernidade, situações que levam a uma busca desenfreada sem preocupações com o meio em que se vive, tornando num caos a situação atual do meio ambiente e exigindo uma mudança na postura do homem perante as condições do planeta. Utilizamos o lúdico como facilitador de técnicas envolvendo alunos e demais participantes no contexto escolar, observando ações desenvolvidas no ambiente escolar e as consequências que tais atitudes podem refletir no meio ambiente. Para a efetivação da pesquisa, utilizamos entrevistas semiestruturadas, que foram aplicadas a crianças de uma turma de 5ª ano do Ensino Fundamental de uma escola pública de Sinop/MT; professores; coordenador; gestor e a família envolvida. Utilizamos a abordagem qualitativa, a qual nos permitiu entrar em contato com o fenômeno investigado e perceber que a clientela pesquisada afirma compreender seu papel de protetor do meio ambiente, porém as atitudes não demonstraram isso, o que oportunizou compartilhar com as crianças quanto a situação atual do meio e perspectivas para um futuro próximo, caso não haja mudanças nas atitudes dos moradores do planeta. Como embasamento foram lidas literaturas variadas que retratam o tema meio ambiente e o lúdico.
Palavras-chave: Meio Ambiente; Ludicidade; Escola; Atitudes.
Abstract
This article, under the theme The Playful and the Environment in the School Context, was aimed at awakening the student as the postures against the environment they live in, with the intention of checking the daily life of the school, as the attitudes, concerns and care with the environment. The system of life today seeks progress and modernity, situations that lead to a frantic search without worrying about the environment in which they live, making a mess the current environmental situation and demanding a change in the posture of a man before the conditions the planet. We use the play as a facilitator of techniques involving students and other participants in the school context, noting actions undertaken in the school environment and the consequences that such attitudes may reflect the environment. For effective research, we used semi-structured interviews, which were applied to children of a class of 5th grade of elementary school to a public school in Sinop / MT; teachers; coordinator; manager and family involved. We use a qualitative approach, which allowed us to get in touch with the phenomenon under investigation and realize that the clientele surveyed states understand their role as protector of the environment, but attitudes have not demonstrated that, which provided an opportunity to share with the children as the current situation middle and prospects for the near future, if there is no change in the attitudes of the residents of the planet. As foundation varied literatures that depict the theme environment and playfulness were read.
Keywords: Environment; playfulness; school; Attitudes.
Introdução
O presente artigo relata um estudo sobre o Lúdico e o Meio Ambiente envolvendo o contexto da escola que teve por principal objetivo conscientizar alunos, de uma turma de 5º ano de uma escola pública municipal de Sinop/MT, quanto aos cuidados com o meio ambiente tendo o lúdico como suporte pedagógico.
A modernidade tem levado as pessoas cada vez mais à uma busca sem limites por conforto, elas são dominadas por tecnologias e comodidades, nessa busca não se preocupam com a natureza, levando a um caos que tem trazido severas consequências aos seres que vivem no planeta. Neste contexto, direcionado ao ambiente escolar, o lúdico pode ser percebido como suporte, gerando mais que sensações de prazer e alegria, podendo ser interpretado como componente portador de grande potencial transformador, o lúdico constitui-se em uma possibilidade de se aguçar a compreensão da necessidade de conservação do planeta que se encontra ameaçado e do qual fazemos parte.
Portanto diante de tantos acontecimentos, faz-se necessário discutir-se alternativas, informando as crianças, sobre ações que possam minimizar as consequências negativas desta degradação. Para efetivarmos nossa pesquisa utilizamos atividades envolvendo o lúdico, com uma turma do 5º ano escola pública; as crianças foram conduzidas a um ambiente natural para sentirem o perfume das flores e observarem a flora e o relevo, terminando com uma discussão quanto as questões ambientais e o reflexo das ações do homem do passado e do presente; ainda foram realizadas entrevistas semiestruturadas com a equipe escolar e pais envolvidos com a escola, ressaltando as diversidades vividas atualmente.
Mesmo a situação atual não sendo fruto apenas da atualidade, mas resultado de anos de degradação, a escola deve conscientizar sua clientela a respeito do assunto, buscando mudanças nas ações presentes para obter resultados no futuro.
1 BREVE CONCEITO DE MEIO AMBIENTE
O termo Meio Ambiente tem sido tema de muitas discussões na atualidade, está presente em palestras, enquetes e fóruns, envolvendo desde pequenas comunidades até líderes mundiais, que tem se preocupado com a situação atual do planeta.
Podemos conceituar Meio Ambiente como um conjunto de condições, leis e interações variadas, sendo de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (art. 3º da PNMA[3]).
O autor Edis Milaré (2001), afirma que a palavra “Meio Ambiente”, foi utilizado pela primeira vez, por um naturalista francês, Geoffroy de Saint-Hilaire, como milieu ambient, na obra Études Progressives d’um naturalist” (2001, p. 63).
O autor tece considerações quanto a palavra meio e o vocábulo ambiente que, segundo a língua portuguesa passam por conotações diferentes, e esclarece que a palavra meio, no sentido aritmético pode significar a metade de um inteiro ou um recurso para se conseguir algo; enquanto que ambiente pode representar um espaço geográfico; no entanto enfatiza que, apesar destas conotações a expressão passou a ser “consagrada na língua portuguesa, pacificamente usada no vocabulário de nosso país, que, amiúde, falam em meio ambiente, em vez de ambiente apenas” (Idem, p. 64).
A Constituição Federal de 1988, teve a preocupação de fundamentar em seu art. 225 de que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
1.1 O Meio Ambiente e a Humanidade
As sociedades humanas se estruturam tendo por base natural o meio ambiente, pois depende do ar, da água, do solo, da flora e da fauna para sua sustentação física, química e biológica, e assim sobreviverem no planeta. As civilizações, ao longo dos diferentes estágios de sua história, modificaram o meio ambiente. Como forma de garantir a existência de seus indivíduos e reprodução de sua organização social, elas alimentaram-se de outras espécies, domesticaram plantas e animais, modificaram a natureza e foram longe, pensando apenas no progresso, devastando desordenadamente o meio em que viviam.
A atualidade vivenciada é resultado de sucessivas civilizações, que usufruíram de diversas formas do meio ambiente e seus recursos naturais, mas com o desenvolvimento do capitalismo ocorreu a apropriação privada da terra, da água e dos recursos naturais, com o propósito de transformá-los e usá-los como fatores geradores de lucros, rendas e capital. Concordamos com Milaré (2001, p.420) quando afirma que “A devastação ambiental não é privilégio de nossos dias. É um fenômeno que acompanha o homem desde os primórdios de sua história.”
Segundo o autor Milaré (2001), a natureza vai pouco a pouco se desgastando e dando lugar a um meio ambiente transformado, modificado, fruto de uma sociedade moderna.
Araújo (2008), afirma que a agricultura foi uma fantástica revolução tecnológica, principalmente para o relacionamento do homem com a natureza, permitindo então o surgimento de técnicas básicas para o uso do solo para a produção agrícola. Com o cultivo agrícola oportunizou-se o desenvolvimento da cerâmica, técnicas têxteis, metalúrgicas e de alguns alimentos que necessitam de fermentação como os pães e as bebidas.
Milaré (2001) assegura que o homem, como único ser racional, utilizando de seu status, chega à atualidade com uma crescente e desenfreada degradação do meio em que vive. Portanto diante de tantas mudanças e degradações, faz-se necessário alertar desde as séries iniciais, as crianças, quanto às ações que possam minimizar as consequências das ações humanas, que vem se acumulando ao longo da história do homem.
1- 2 A escola e a Educação Ambiental: um pouco de História
A grandiosa transformação histórica desencadeada pela Revolução Industrial ocorrida no séc. XIX, resultou na invenção de máquinas para o sistema produtivo e conduziu a relevantes reflexos econômicos, políticos e sociais, contribuindo à um aumento acelerado da economia que canalizou pra um consumismo o que, consequentemente favoreceu a degradação do meio, levando todo o planeta a sofrer as consequências da busca sem limites do homem.
Ao analisarmos brevemente a história da educação ambiental, percebemos que o homem, em toda sua trajetória, preocupou-se em utilizar a terra para uso próprio. Quanto a este assunto Araújo (2008), assegura que o homem a princípio sobrevivia de uma economia de subsistência, em que a produção era baseada apenas no que era necessário à sobrevivência, período em que a natureza era respeitada e a sociedade vivia em paz com o meio ambiente. Porém, com as mudanças, principalmente o progresso industrial, surgiu a sociedade capitalista, que trouxe um comportamento predatório e extremamente consumista, sem importar-se com a natureza, gerando desequilíbrios ao meio ambiente.
O maior lema da Educação Ambiental é o de enfatizar regularidades ambientais. Concientizando forma de se manter o respeito pelos diferentes ecossistemas e culturas humanas da terra, de maneira que se possa pensar globalmente e agir de acordo com as necessidades que rodeiam seu cotidiano. O autor Dias (2004) salienta: “Através da Educação Ambiental podemos perceber que existem formas mais inteligentes de se lidar com o ambiente” (1994, p. 18).
Portanto a educação ambiental oportunizada pela escola pode ser um auxiliar para fundamentar na criança os princípios do meio ambiente de forma sistemática e compreensiva, de acordo com a faixa etária em que se encontra, assegurando a dimensão ambiental dentro das disciplinas e atividades escolares.
Assim a Educação Ambiental procura despertar a consciência de que o ser humano é parte do meio ambiente, saindo da visão antropocêntrica, de que o homem é o centro de tudo, até mesmo dono da natureza, como fonte inesgotável e infinita.
Atualmente, a Educação Ambiental faz parte dos temas transversais, nos Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação, o que favorece o trabalho com as crianças, podendo partir de procedimentos da realidade vivida, buscando meios de conscientizá-las a respeitar o meio ambiente em que vivem. Dias afirma: “ Podemos também, através da Educação Ambiental, apreciar mais cuidadosamente a fascinante diversidade do mundo vivo, que a natureza preparou durante milhões de anos e a fascinante experiência de sermos parte dela”. (1994, p. 18)
Na busca pela conscientização da preservação da natureza, acreditamos que a educação ambiental, como um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito ao meio, visando gerar mudanças na qualidade de vida; pode, por meio da conscientização, com um processo de formação propondo a construção de novos valores e atitudes, levar a mudanças para que se tenha um futuro melhor. Quanto a isso a escritora Rita Mendonça afirma: “Em contato com a natureza percebemos que temos uma existência em comum. Quanto mais unificamos as relações entre nós e o ambiente, mais harmônica é nossa vida” (in, Revista Nova Escola, 2006, p.22).
A autora, citada no parágrafo anterior, afirma que o problema ambiental é resultado de uma crise de percepção, e se desejamos resolver essa crise, temos que aprimorar nosso entendimento com o mundo. A escritora Salienta: “Assim, criamos um território fértil para encontrar soluções, e a escola pode ajudar nisso” (Idem, p.22).
Portanto, a educação pode ser entendida como um dos mais poderosos instrumentos, paradoxalmente, tanto de estabilização como de mudança das pessoas e da ordem socioeconômica e cultural. E a educação, nesse sentido, torna-se um processo de intervenção psicossocial e eticamente aceitável, porque, em princípio, promove os valores de liberdade e de responsabilidade. Mendonça (2006), em entrevista para a Revista Nova Escola, alerta que a educação ambiental – seja ela formal ou informal – torna-se um poderoso instrumento capaz de transformar as interações homem-ambiente, e, assim, as relações homem-natureza. E afirma: “O professor já sabe muita coisa sobre o tema, nas precisa experimentar o que ensina” (MENDONÇA, 2006, p.20). Quanto ao assunto Milaré alerta:
A visão holística de meio ambiente leva-nos à consideração de seu caráter social, uma vez que definido constitucionalmente como bem de uso comum do povo, caráter ao mesmo tempo histórico, porquanto o meio ambiente resulta das relações do ser humano com o mundo natural no decorrer do tempo (2001, p.201).
Percebemos que a educação ambiental, de forma lúdica, é o principal caminho para a conscientização do homem, na busca de novos comportamentos, tanto individual e coletivo, quanto a aquisição de conhecimentos teóricos e a prática por meio de atitudes e habilidades que lhe permitam atuar como cidadão e participar ativa e responsavelmente na tomada de decisão sobre o futuro do nosso planeta.
1.3 O Meio Ambiente e as Atividades Lúdicas
No campo escolar, a Educação Ambiental está presente nas Propostas Curriculares do Ensino Fundamental, cuja Proposta Curricular de Ciências tem como eixo norteador o meio ambiente, o mesmo assunto se encontra, também, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) 4.
Segundo os PCNs (2000, p.19), uma das questões que levaram a ser inserido nos Parâmetros Curriculares Nacionais, tendo o meio ambiente como tema transversal, foi à contribuição de que, em termos de educação, essa perspectiva pode contribuir para com um trabalho vinculado aos princípios da dignidade do ser humano, da participação, da corresponsabilidade e da continuidade de um trabalho com resultados efetivos no cotidiano dos envolvidos. Como tema transversal, incluindo todas as disciplinas curriculares, facilita a discussão de questões éticas, ecológicas, políticas, econômicas, sociais, legislativas e culturais. Segundo Almeida:
A educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial. Ela é uma ação inerente na criança, no adolescente, no jovem e no adulto e aparece sempre como uma forma transacional em direção a algum conhecimento que se redefine na elaboração constante do pensamento individual em permutações com o pensamento coletivo. (1998, p.13)
Segundo os Parâmetros Curriculares, em nossa sociedade a relação entre o lúdico e a educação tem sido muito discutida, o brincar é compreendido como um espaço privilegiado para as crianças recriarem a realidade vivida e compreendê-la. Neste contexto o lúdico pode ser visto como um espaço de troca e convívio com novas experiências; de interação social; exposição e aquisição de habilidades; comunicação; sociabilização e muito mais.
Sendo assim a, escola pode estabelecer projetos, por meio de ações e propostas pedagógicas, numa perspectiva interdisciplinar, possibilitando a ocorrência de uma educação interativa, que, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: “mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades e procedimentos” (2000, p.09).
Segundo Kishimoto (2009): atualmente, as atividades lúdicas têm sido reconhecidas como intrínseca ao ser humano e aceito como uma ludicidade que ajuda a criança a se situar em seu meio social.
A atividade lúdica, nas brincadeiras, proporciona descontração, fantasia e distração, o que contribui para o aprendizado, como uma forma prazerosa de aprendizagem. Ao utiliza atividades lúdicas o professor deve organizá-las de forma que contribua com uma aprendizagem crítica e participativa. Almeida assegura: "o bom êxito de toda atividade lúdico pedagógica depende exclusivamente do bom preparo e liderança do professor". (1998, p.123)
Neste contexto o professor deve buscar uma proposta que aproveite, de forma consciente, o lúdico como instrumento metodológico durante as aulas.
De acordo com Tezani (2004)[4], ao se desenvolver um trabalho lúdico, incluindo jogos, está, não apenas se desenvolvendo os aspectos cognitivos da criança, mas passando também a enfatizar os aspectos afetivos que são resgatados durante estes momentos lúdicos. Para a autora o jogo é essencial como recurso pedagógico e/ou psicopedagógico, “pois no brincar a criança articula teoria e prática, formula hipóteses e experiências, tornando a aprendizagem atrativa e interessante”. Deste modo, a construção de um espaço de jogo, de interação e de criatividade proporcionará o aprender com sentido e significado, no qual o gostar e querer estarão presentes.
Notamos que os educadores podem exercem um papel fundamental como mediador na educação ambiental, podendo utilizar-se do lúdico em seus conteúdos programáticos; oportunizando discussões sobre o meio ambiente, como temas que abordem assuntos sobre o lixo, a reciclagem, recursos naturais e como contribuir para a preservação do meio ambiente, incluindo o estudo sobre os seres vivos. Para isso a escola precisa acreditar que com o lúdico os alunos têm mais chances de se adaptarem ao mundo coletivo, não apenas sendo utilizado como forma de descarregar tensões, mas também como possibilidades de interação social e um ensino e aprendizagem mais descontraído.
Portanto a pessoa do professor pode ser de grande importância à conscientização dos estudantes, conscientizando a respeito desde a conservação da sala de aula até a preservação do meio em que estão inseridos.
2 O MEIO AMBIENTE E A REALIDADE DA ESCOLA OBSERVADA
Atualmente se fala muito em proteger o meio ambiente, percebemos que cabe a escola, como sistematizadora do ensino, a responsabilidade de conscientizar sua clientela quanto suas ações com o meio em que vive. Na escola em que estivemos observando, numa turma de 5ª ano do Ensino Fundamental de uma escola pública de Sinop/MT, desenvolvemos entrevistas para melhor analisarmos a compreensão da instituição e suas ações com meio em que estão inseridos.
2.1 Análise dos Dados da Pesquisa
Ao terminarmos a pesquisa, que foi realizada por meio de questionários, percebemos que 60% das crianças pesquisadas afirmaram que a família não se preocupa em economizar água, ou jogar lixo em lugares indevidos. Ao serem questionados quanto ao papel da escola em conscientizar a respeito da preservação da natureza, afirmam que a escola tem feito isso sim, mas justificam que os pais não gostam muito de colaborar.
Quando questionados sobre o que mais admiram na natureza, obtivemos uma variedade de respostas, dentre elas: as flores; os astros; os rios, mas o que a maioria afirmou foi o gosto pelo céu, principalmente quando estrelado.
Quanto a pesquisa realizada com os professores, direção e coordenação escolar, a pedido deles, realizamos uma mesa redonda no momento destinado semanalmente ao projeto “Sala do professor”[5], e as respostas as questões foram sendo discutidas por todos. Em conjunto afirmaram trabalhar o tema meio ambiente em sala de aula, e salientaram utilizar-se de estratégias variadas. Dentre as atividades desenvolvidas com as crianças, todo ano, mencionaram uma realizada sempre no mês de setembro, mês da árvore; as crianças plantam flores e árvores; realizam a semana do verde, momentos em que são trazidas as plantas das crianças ou fotos daquilo que plantaram e, ainda realizam desenhos sobre o meio ambiente. Algumas vezes os professores levam as crianças para um passeio a um parque da cidade, lá elas observam o verde, os peixes, tartarugas e demais itens, para depois desenharem ou escreverem a respeito do passeio. Afirmaram que também desenvolvem, junto com a equipe da Dengue o “Domingo do limpa quintal”, cada criança envolve sua família na limpeza do quintal para evitar doenças, e depois relata em sala os resultados de sua ação.
Ao ser realizada a pesquisa com os pais, enviamos o questionário e os alunos nos entregaram no dia seguinte. Nem todos os pais responderam a todos os questionamentos, mas afirmaram perceber que a escola conscientiza sobre a conservação do meio ambiente e salientaram a cobrança dos filhos quanto aos cuidados com a economia de água e lixos nos quintais, e a participação da família no domingo da limpeza.
Percebemos que a escola tem conseguido algumas mudanças nas famílias envolvidas e que não é fácil atingir todos a clientela, mas que os poucos que respondem aos apelos dos projetos já fazem a diferença para com a conscientização quanto a preservação do meio em que vivemos.
Conclusão
Após as leituras para a escrita deste trabalho podemos afirmar que o homem, como ser racional, se acha no direito de utilizar o meio ambiente sem restrições levando a um uso predatório de todas as fontes de vida e por consequência de suas atitudes egoístas, a degradação do meio ambiente. Como vítima das atitudes agressivas, a natureza está se esgotando, o que exige do homem mudanças que assegure a continuidade de vida no planeta.
Diante da realidade em que se encontra o meio ambiente a escola tem um papel muito importante, visto que as crianças da atualidade serão os adultos do futuro e que se as mesmas forem conscientizadas a respeito de mudanças de atitudes e posturas diante de algumas situações atuais, poderão modificar o futuro que as espera. Percebemos que a escola, pode despertar nas crianças a preocupação com o ambiente e o reflexo de ações que exerçam e que não contribuem para a preservação do mesmo. Assim o professor tem a responsabilidade de oferecer atividades que envolvam a ludicidade, de forma prazerosa, como apoio metodológico às ações estimulem o ensino e a aprendizagem.
Podemos afirmar que, este trabalho auxiliou quanto ao despertar para uma mudança de pensamentos e ações diante da degradação acelerada que tem ocorrido no meio onde estamos inseridos; bem como perceber que o professor tem a responsabilidade de oportunizar meios que contribua ao despertamento e mudança de outros indivíduos.
Referências
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica. São Paulo: Loyola, 1998.
ARAÚJO, Gesele Ferreira de. Organizadora. Direito Ambiental. São Paulo: Atlas, 2008.
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto- MEC. Parâmetros Curriculares da Educação. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/sef/sef/pcn.shtm>. Acesso em: 05 nov.2009.
CIVITA, Roberto. Revista Nova Escola. São Paulo: Editora Abril, março de 2006, (p. 20 a 22).
DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e práticas. 9. ed. São Paulo: Gaia, 2004.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
MEC. Secretaria de Educação Formal. Parâmetros Curriculares Nacionais. V. 9, Meio Ambiente e Saúde, Brasília: 1997.
MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente: Doutrina, prática, jurisprudência, glossário. 2. ed. rev. atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 2001.
TEZANI, T. C. R. O jogo e os processos de aprendizagem e desenvolvimento: aspectos cognitivos e afetivos. (artigo publicado). 2004. Disponível em: http://www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em: 09 nov. 2009.
[1] Graduada em Pedagogia pela FAEL. Pós-graduada em Educação Infantil pela UNICID. Pós-graduada em Alfabetização e Letramento pela Universidade Cândido Mendes. Atua na Escola Estadual Jorge Amado.
[2] Graduada em Pedagogia pela FAEL. Atua na Rede Municipal de Educação.
[3] PNMA – Política Nacional de Meio Ambiente, Lei 6938/81.
[4] O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. - Mestre em Educação (UFSCar), Pedagoga e Psicopedagoga (USC), Professora da Faculdade Fênix. Disponível em site: http://www.profala.com/artpsico38.htm, acessado em 06-11-09.
[5] Projeto “Sala do Professor” é um projeto desenvolvido uma vez por semna na escola, em horário combinado para que a maioria possa participar. As reuniões objetivam capacitar os profissionais da escola, oportunizando debates a respeito de assuntos que visem a melhoria pedagógica da escola.