A Tecnologia da Informação como Ferramenta Facilitadora na Alfabetização
Everton Luiz de Toni[1]
Resumo
Este artigo teve como objetivo apresentar um tema de relevante importância como o uso das Tecnologias de Informação como Ferramenta facilitadora da Alfabetização, tema este de relevante importância para atualidade, pois trata-se do ensino voltado às tecnologias, as quais, ainda que, aquém de se atender às necessidades da sociedade moderna, quando há investimentos, se não houver acompanhamento intenso ao professor no sentido de que ele possa utilizar essas ferramentas com conhecimento, o ambiente escolar se tornará somente um espaço ocupado com computadores, porém sem nenhuma utilidade. O uso das novas tecnologias faz com o aluno seja alfabetizado nas séries iniciais com muito mais facilidade e prazer. Assim, as escolas devem promover essa interação aluno-computador, para que construa seu próprio conhecimento, somente com a intermediação do professor, o qual irá auxiliá-lo nessa construção. O trabalho foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica, através da qual vários autores renomados foram consultados sobre o assunto, em livros e em sites da internet, em que buscou-se obter informações científicas sobre o tema em questão, para que possa servir de referência a pessoas que se interessem pelo assunto em questão. Concluiu-se que é importantíssima a utilização da Tecnologia de Informação na educação, principalmente, na alfabetização, pois o aluno é levado a desenvolver-se mais rapidamente por meio de diversos conhecimentos aos quais ele tem acesso.
Palavras-chave: Tecnologia. Informação. Conhecimento. Alfabetização prazerosa.
Abstract
This article aims to present a topic of great importance as the use of Information Technology as an enabling tool for Literacy, a topic of great importance to today because it is the teaching focused on technologies, which, though falling short of you meet the needs of modern society, when there is investment, if not intense follow the teacher in the sense that it can use these tools with knowledge, the school environment will only become a busy space with computers, but no use. The use of new technologies makes the student is literate in the early grades with much more ease and pleasure. Thus, schools should promote this student-computer interaction, so build your own knowledge, only with the mediation of the teacher, who will assist you in this construction. The work was performed by means of literature, through which several renowned authors were consulted on the subject in books and on websites, in which we sought to obtain scientific information on the subject in question, so that it can serve as a reference to people who are interested in the subject matter. It was concluded that it is important the use of Information Technology in education, especially in literacy, because the student is taken to develop quickly through various knowledge to which it has access.
Keywords: Technology. Information. Knowledge. Pleasurable literacy.
Introdução
Este trabalho tem como proposta desenvolver uma pesquisa bibliográfica com o tema voltado à Tecnologia de Informação como Ferramenta Facilitadora na Alfabetização, de grande relevância para a atualidade, visto ser esta, a responsável pela disseminação rápida das informações sobre os mais variados assuntos em espaço de tempo muito curto.
As novas tecnologias de informação têm auxiliado a sociedade no sentido de adquirir novos conhecimentos em diversas áreas em que atuam os indivíduos, tendo estes, a necessidade de se manterem bem informados para competir no mercado de trabalho.
Na educação, as novas tecnologias têm orientado professores e alunos no desenvolvimento da construção de novos conhecimentos, embora ainda esteja aquém da realidade do mundo.
O sistema educacional ainda mantém modelos ultrapassados de ensino, entretanto com as novas tecnologias, abrem-se espaços para que alunos sejam os protagonistas e não meros expectadores de sua formação, haja vista a necessidade de se manterem bem informados.
O presente artigo perpassa pela história da informática, quando surge a necessidade premente de se utilizar as novas tecnologias na educação, de forma eficaz, não deixando que os computadores adquiridos pelas escolas se tornem obsoletos pela falta de conhecimento de professores e técnicos em manejá-los.
Na alfabetização, é de fundamental importância, uma vez que o aluno das séries iniciais deixará de aprender sob o modelo antigo de educação, para aprender com o uso da rede de computadores, das redes sociais, em que o conhecimento é partilhado e de fácil acesso, talvez o único acesso que o aluno tenha seja a escola e, para isso o professor também deve estar pronto para as novas tecnologias, para que possa auxiliar seu aluno na construção de seu próprio conhecimento.
Desenvolvimento
Histórico das Tecnologias de Informação
O vocábulo “informação” diz respeito a fatos ou dados que se fornece a uma máquina, no intuito de processá-los ou operá-los, assim como armazenar, transmitir, codificar, comparar, indexar, entre outros e, em alguns casos, como na Teoria da Informação, uma mensagem desconhecida para se dar a certeza sobre determinada situação. Dessa forma, todo tipo de técnica ou recurso que se utilizar para operar ou processar alguma informação, vem a ser tecnologia da informação, conforme Barbosa; Moura e Barbosa (2004).
Definimos informação como dados processados – dados que foram organizados e interpretados e possivelmente formatados, filtrados, analisados e resumidos. Por exemplo, os dados da estação meteorológica podem fornecer as seguintes informações: a estação meteorológica 2597 relatou às 14:00h (2:00 p.m.), uma temperatura de 35 graus Fahrenheit, uma pressão atmosférica ascendente de 30.2, uma velocidade do vento de 10 mph noroeste e uma umidade de 28%. Um mapa, resumindo os dados de muitas estações, fornece informação sobre a localização e movimento de frentes e tempestades. Apresentamos e usamos as informações, hoje em vários meios, incluindo som, gráficos e vídeo. (GORDON; GORDON, 2013, p. 4)
Para os autores, hoje em dia, sempre que se fala em tecnologia de informação, associa-se com informática, rede de computadores, internet, multimídia, banco de dados, entre outros, tendo-se integrado por meio do computador, todos os outros tipos de informações.
Essa integração possibilitou o armazenamento da informação de diversos modos, por diversos meios, tornando-se, assim, o computador, o centro de todas essas operações.
As TICs são vistas como recursos tecnológicos que se utiliza para aplicar-se às funções da informação de diferentes maneiras.
As TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação na educação
De acordo com Barbosa; Moura e Barbosa (2004), as tecnologias de informação têm provocado muitas mudanças na sociedade, entre elas, na educação. Mesmo antes de existir o computador, o qual é de fundamental importância para a informação, pois se integra a quase todas, Bush (1945 apud Barbosa; Moura e Barbosa, 2004) já havia idealizado algumas aplicações, como o hipertexto, multimídia, armazenamento ótico, interfaces gráficas, sistemas de informação, bibliotecas virtuais, publicações eletrônicas, aprendizagem assistida por computador, etc.
Os autores fazem alguns questionamentos, visto a convivência das novas tecnologias com a educação, tais como os benefícios que trarão aos educadores; quais mudanças deverão realizar no dia a dia; que novos conhecimentos e habilidades terão que ser desenvolvidos para uso dessas novas tecnologias, entre outros.
Afirmam ainda que, tanto para a escola quanto para os educadores, com a generalização do uso das TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação, é necessário saber como deve-se aplicá-la na educação, principalmente, no que se refere aos componentes pedagógicos de ensino e aprendizagem. Algumas dessas questões ainda não obtiveram respostas, entretanto, a introdução das TICs nas instituições educacionais continua com resultados aquém dos investimentos, bem como das expectativas, relata Bulkely (1997 apud Barbosa; Moura e Barbosa, 2004).
Há uma linha tênue que divide o sistema educacional e o mundo do trabalho, pois cada dia se depende mais da informação e do conhecimento, sendo difícil distinguir as práticas adotadas para aprender trabalhar, bem como se divertir. Com o uso das tecnologias disponíveis, aprendizado, trabalho e diversão caminham quase juntos, o que altera as formas para se obter informações, produzir conhecimento e bens, a execução de trabalhos, assim como momentos de lazer. Nesse sentido, é um grande desafio preparar o aluno para o mundo do trabalho. Dessa maneira, o papel da educação é de extrema importância para desenvolver pessoal e socialmente o indivíduo, caracterizando-se como uma das principais ferramentas que se pode utilizar para redução da pobreza, exclusão e ignorância, de acordo com Delors (1996 apud Barbosa; Moura e Barbosa, 2004).
Fator importante a se considerar é a reforma e modernização da administração pública, resultante da transição das estruturas políticas, econômicas e administrativas, tendo a educação, no Brasil, sido alvo das políticas públicas articuladas com as características dessa modernização, afirma Azevedo (2000 apud Barbosa; Moura e Barbosa, 2004). Nesse processo de mudanças, implementou-se o modelo de gestão eletrônica, por entender-se que, assim, se utilizaria das TICs nas relações internas dos próprios órgãos do governo, bem como em suas relações com a sociedade, através dos serviços, processos, informações e pessoas. Estes programas do governo visam promover a inclusão digital e, a universalização da educação, de forma que todos tenham acesso ao ensino fundamental e médio de qualidade, havendo, entretanto, há a necessidade de se debater amplamente o uso dessas tecnologias, a forma como devem ser aplicadas e as novas políticas educacionais, conforme Barbosa; Moura e Barbosa (2004).
Diante disso, os autores concordam que é necessário estabelecer, de modo claro, como introduzir o uso das TICs, para facilitar os processos pedagógicos da escola, como meio de melhorar os indicadores de desempenho do sistema educacional, em que se utilizem as novas tecnologias naturalmente.
Uma sociedade baseada na informação
Para que isso aconteça é necessário entender que a sociedade atual, devido o avanço das tecnologias caracteriza-se como a sociedade da informação, a qual constitui-se de um sistema sócio político e econômico em que o conhecimento e a informação são fundamentais para que esta se desenvolva, respeitando-se os princípios inerentes ao ser humano, de modo amplo. Entre os direitos encontra-se a educação, a qual deve ser o centro, afirmam Barbosa; Moura e Barbosa (2004).
Conhecimento é um entendimento, ou modelo, sobre pessoas, objetos ou eventos, derivado de informações sobre eles [ ]. O conhecimento proporciona uma estrutura para interpretar as informações, usualmente incorporando e explicando variações no tempo e no espaço. Por exemplo, os gestores na Marriot obtêm conhecimento das preferências dos clientes a partir das informações obtidas como resultados de dados acumulados sobre as solicitações específicas destes clientes. (GORDON; GORDON, 2013, p. 4)
O uso das novas tecnologias sustenta a sociedade da informação, caracterizando-se como uma moderna forma de organização e, o acesso a esses recursos deve proporcionar que todos possam desenvolver plenamente seu potencial, conforme Chahin (2004 apud Barbosa; Moura e Barbosa, 2004).
Nesse sentido, todas as pessoas devem estar incluídas no processo, tendo liberdade de criação por meio da educação. Assim, questiona-se se o uso e a aplicação na escola para a criação dessa nova sociedade e se há metodologias para se aplicar de maneira genérica.
Segundo os autores, há um movimento de modernização administrativa ocorrendo no mundo todo, em que se implantam programas que contemplam novas tecnologias, levando à expansão das informações. Busca-se com isso, o acesso a redes de comunicação e informação, o que é necessário ao progresso social e econômico, levando-se o bem estar a todos os cidadãos e comunidades e, dessa forma, a escola caracteriza-se de fundamental importância, quando nela se melhora o acesso às redes de comunicação.
Impactos da tecnologia na educação
Em um curto espaço de tempo as TICs trouxeram tantas mudanças em todas as áreas da sociedade, envolvendo atividades humanas e que, devido à rede mundial de computadores aliada à internet, tornou-se um grande desafio, no sentido de se assimilar essas alterações ocorridas com o desenvolvimento da informática no sistema educacional, afirmam Barbosa; Moura e Barbosa (2004).
Devido a essas grandes transformações no mundo moderno da tecnologia, em que, atualmente, se vive uma economia que considera tanto informação quanto conhecimento, a matéria prima de processos produtivos. Partindo desse pressuposto, é necessário que se reveja o sistema educacional de forma ampla, pois até os ambientes de trabalho tornam-se ambientes em que se aprende permanentemente, caracterizando-se, o conhecimento e as informações como fontes de recursos inesgotáveis, que podem ser utilizados gerando e produzindo novos conhecimentos, segundo Moraes (1997 apud Barbosa; Moura e Barbosa, 2004).
Os autores entendem que o uso das TICs causam impactos em alguns componentes do sistema educacional, tais como:
• Currículos: deve haver revisão no sentido de acompanhar a era da informação, pois estão organizados de forma antiga, havendo a necessidade de se substituir os sistemas por outros, em que se utilizem novas tecnologias nos setores onde for necessário, relata Paperp (2001 apud Barbosa; Moura e Barbosa, 2004).
• Alunos: outrora, o professor era visto pelo aluno como o principal, ou quem sabe, a única fonte de conhecimento e informação, entretanto, atualmente, este aluno possui acesso a redes mundiais de computadores, podendo consultar bibliotecas, livros, publicações, etc. Assim, tanto professor quanto aluno pode dar sua contribuição na alimentação de dados informativos.
• Escolas: as escolas continuam aquém da velocidade em que o mundo caminha, motivo pelo qual, é necessária a alfabetização digital, com vistas a atender professores e técnicos para que se introduzam no espaço educacional, as novas tecnologias, porém, deve haver interação entre as diversas atividades curriculares, caso contrário, haverá apenas um ambiente físico obsoleto.
• Professores: referente às novas tecnologias há uma diversidade de ideias advindas dos professores, pois alguns têm visões pessimistas, otimistas ou indiferentes. Os otimistas veem as facilidades oferecidas pela Tecnologia da Informação, no sentido de um futuro melhor, entretanto, a falta de contexto, bem como a grande quantidade de informações e a velocidade, faz com que o professor necessite de um acompanhamento intenso. Ao professor cabe refletir como deve ensinar e, ao mesmo tempo formar no aluno, a capacidade de analisar e selecionar essas informações.
A educação na sociedade da informação
De acordo com o documento denominado Sociedade de Informação no Brasil, do Ministério da Ciência e Tecnologia de 2000, é necessário que se utilize uma metodologia de introdução das TICs na escola, pois esta é fundamental para se construir uma sociedade baseada na informação, conhecimento e aprendizado. Assim sendo, investe-se em competências que permitem a produção efetiva de bens e serviços, bem como na tomada de decisões, segundo Barbosa; Moura e Barbosa (2004).
Para os autores, é urgente a promoção da alfabetização digital em nível nacional, objetivando a preparação da sociedade para as novas mudanças.
A informática na sala de aula
São notórias as transformações que a sociedade vem sofrendo ao longo do tempo em suas diversas áreas. Entre elas, os meios de comunicação, os quais modificam atitudes, condutas, costumes e tendências e, com isso, as TICs têm influência no processo comportamental das pessoas, que se obrigam à adaptação, no sentido de sobreviverem ao mercado de trabalho, conforme Grzesiuk (2009).
Mudanças como estas dão muito valor ao conhecimento, pois as novas tecnologias auxiliam sua disseminação por meio do ensino aprendizagem, afirma Rosa (1993, apud Grzesiuk, 2009).
Valente (1993 apud Grzesiuk, 2009) relata que as tecnologias de informação realizadas por meio de computadores interferem nas atividades científicas e empresariais, tendo influência direta ou indireta nos conteúdos educacionais que seguem as tendências das novas tecnologias. Os sistemas de computação voltados à educação acompanham a evolução dos computadores, os quais foram utilizados, primeiramente, na década de cinquenta, conhecido como ‘instrução programada’, sendo o fundamento para os primeiros sistemas, representando a mecanização do processo ensino aprendizagem, conforme Grzesiuk (2009).
Para o autor, atualmente se tem avançado nas inovações tecnológicas, principalmente na área de inteligência artificial, o que proporciona recursos interativos de sistemas computacionais educativos mais sofisticados e, com fundamentos no conceito instrucionista, em que raramente o aluno tem a iniciativa e o controle. Um novo padrão educacional orienta o desenvolvimento de um novo conceito para se aplicar à educação, este com base na ideia de que o aluno deve construir seu conhecimento.
Como se dá a aprendizagem através das tecnologias
Toda transformação que se obtém por meio de experiências que se constrói por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais se denomina como aprendizagem, tendo como resultado desta interação com as estruturas mentais e o meio ambiente, o aprender, assim em uma educação voltada à aprendizagem, o professor se torna coautor desta, construindo e reconstruindo-se o conhecimento, de acordo com Hanze (2008 apud Grzesiuk, 2009).
Segundo Grzesiuk (2009), novas habilidades são construídas quando se constrói a educação através do sujeito da aprendizagem, no contexto da escola. Os objetivos da aprendizagem se classificam em:
• Cognitivos: que são as capacidades intelectuais, ou seja, memorização, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação;
• Afetivos: cujas capacidades são sentimentais, ou a receptividade, resposta, valorização, organização e caracterização.
• Psicomotor: coordenação muscular, sendo as habilidades que se relacionam a movimentos básicos fundamentais, reflexos de movimentos, habilidades de percepção, físicas e comunicação não discursiva.
De acordo com Hanze (2002 apud Grzesiuk, 2009), quando se vê a educação como aprendizagem, há a transformação do aprendiz em protagonista de seu aprendizado.
O ensino tradicional
Já no ensino tradicional, o aluno era visto como mero ouvinte e expectador, visto o professor falar e o aluno aprender, Nesse tipo de aprendizagem o aluno não constrói seu conhecimento, nem se leva em consideração a bagagem que possui, advinda de fora dos muros escolares, nem seus esforços espontâneos para a construção coletiva do conhecimento.
Nesse modelo de ensino, o professor detém o saber como função primeira, transmitir conteúdos disciplinares, com vistas a formar o aluno, para inseri-lo na sociedade, por meio de uma profissão. Dessa forma, a escola sobrecarrega o aluno com informações, muitas vezes, sem significação para ele, quanto ao processo de aquisição do conhecimento.
De acordo com Alencar (1996 apud Grzesiuk, 2009), a escola tradicional não encontra-se atualizada no sentido de atender as necessidades da atual sociedade, possuindo, ainda, algumas características que impedem o aluno de desenvolver seu potencial de criação, entre elas estão:
• Incompetência, ignorância e incapacidade do aluno, não se assinalando os talentos e as habilidades individuais;
• Ensino que se enfatiza a reprodução e a memorização do conhecimento;
• Não se leva em consideração a imaginação e fantasia como partes importantes da mente;
• Culto ao medo de se cometer erros e fracassar;
• Cultivo da obediência, dependência, passividade e conformismo;
• Não se cultiva o otimismo;
• Limita-se o desenvolvimento das habilidades cognitivas.
Ainda, afirma Alencar (1996 apud Grzesiuk, 2009) que parte das escolas ainda vive dentro de seus antigos moldes, apesar do momento em que as transformações ocorrem pelo mundo.
Para que se lide com o que se desconhece, é necessário que o indivíduo mude pensamentos e atitudes sobre qual é a função da educação na sociedade, pois o modelo tradicional ainda é exposto por meio de aulas, as quais continuam em moldes ultrapassados e, apesar da grande evolução das TICs e dos novos recursos para auxílio do professor, estes são subutilizados ou mesmo ignorados, segundo Grzesiuk (2009).
Afirma o autor que o uso do computador no Brasil se deu na década de setenta, quando foi utilizado em experiências com alunos de graduações em Física, em algumas universidades para simular fenômenos. Logo após, foram realizados seminários com foco no uso de computadores no ensino, o que redundou em grupos de pesquisas, como o Núcleo de Informática Aplicada à Educação, em 1993, bem como o Laboratório de Estudos Cognitivos, com o objetivo de auxiliar alunos com dificuldades de aprendizagem de Matemática.
Ainda, a informática foi introduzida nas escolas através de uma equipe intersetorial: Secretaria Especial de Informática – SEI, do MEC – Ministério de Educação e Cultura; do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ e da Financiadora de Projetos – FINEP. Essa equipe teve como prioridade discutir recomendações de projetos pilotos no I Seminário Nacional de Informática na Educação, em 1981:
• O computador deveria ampliar as funções do professor e não substitui-lo;
• A adaptação da informática educacional à realidade brasileira, com a valorização à cultura, aos valores sociopolíticos e à educação nacional.
Informática na educação
Conforme Baranauskas (1999 apud Grzesiuk, 2009), a informática na educação brasileira possui programas diferentes dos existentes em outros países e, estabelece parcerias entre os órgãos de pesquisa e a escola, para viabilizar estudos, descentralizar as políticas de trabalho entre o MEC e Instituições Tecnológicas Educacionais, tendo o MEC, a função de acompanhar as propostas da comunidade de técnicos e pesquisadores da área. Sendo assim, as políticas de implantação e desenvolvimento da informática educacional resultam das decisões da comunidade e do governo e não somente deste, como é na França.
A alfabetização e a informática
Na atualidade, a informática tem relevante importância na educação, principalmente, no que se refere à alfabetização, pois para Silva (2006 apud Grzesiuk, 2009), o uso do computador na alfabetização deve ser realizado com consciência, oportunizando situações didáticas com significação, as quais devem promover a compreensão e a contribuição da linguagem escrita pelos alunos. O professor deve agir com responsabilidade e levar o aluno a encontrar condições para construir sua aprendizagem dentro do contexto educativo.
Alfabetizar é ensinar formar o indivíduo para que saiba ler e escrever, entretanto, as crianças nas séries iniciais se interessam muito mais por uma alfabetização que seja realizada partindo de textos que as envolvam e as motivem, diz Soares (1998 apud Amaral, 2010).
Para Valente (2004 apud Amaral, 2010), o aluno tem maior interação com computador e a tecnologia digital e os objetos de conhecimento, apropriando-se dele com mais riqueza, assim, ao professor cabe a responsabilidade de mediar esse processo, utilizando-se das ferramentas modernas que oferecem textos em suas telas, tendo o aluno maior possibilidade de escolher o que mais lhe agradar. Esses mecanismos estão presentes na escola através das novas tecnologias de informação e comunicação.
Se a criança vive em um ambiente com muitos estímulos e recursos, a propensão a um melhor desenvolvimento é muito maior. Nesse aspecto, à escola cabe promover o fornecimento de recursos tecnológicos, principalmente, às classes menos favorecidas, que caracteriza-se como oportunidade única para acesso da criança às tecnologias, afirma Chaves apud Amaral, 2010).
Assim, quando se usa as novas tecnologias digitais, a criança se apropria da linguagem escrita, de forma lúdica e prazerosa as diversidades que elas trazem. Dessa forma, torna-se mais fácil o aprendizado, afirma Ferreiro (1995 apud Amaral, 2010). Ainda, a criança aprende mais quando inventa e faz combinações do que quando cópia, quando tenta produzir seu próprio texto ao invés de resolver muitos exercícios, sozinha.
Diz Moran (2001 apud Amaral, 2010) que os recursos digitais e de comunicação trabalham com o sensível, o concreto e com a imagem em movimento, combinando espaço e sinestesia em ritmo que impacta emocionalmente a criança. Assim, imagem, palavra e música auxiliam a criança a ter mais facilidade de aceitação da mensagem que recebe.
As tecnologias facilitaram a questão da alfabetização, pois assim, a criança poderá acessar inúmeros materiais, podendo optar por este ou aquele texto, de forma que o professor seja auxiliado nos conteúdos ministrados, sendo esta uma prática pedagógica comum, afirma Amaral (2010).
Para tanto, o saber e a ação do professor tem fundamental importância no uso das tecnologias na educação e, a informática destacam as qualidades de uma boa escola, por isso há muitos professores que optam pela utilização de ferramentas tecnológicas de ensino desde as séries iniciais.
Conclusão
O presente artigo teve o objetivo de buscar informações científicas sobre a utilização das Tecnologias de Informação como uma ferramenta para auxiliar na alfabetização.
Através de revisão bibliográfica, buscando-se em autores renomados que tratam sobre o assunto, pode-se obter informações importantes, as quais poderão ser analisadas por aqueles que se interessarem.
Os autores consultados afirmaram ser de fundamental importância que se utilize as novas tecnologias de informação na sala de aula, principalmente, nas séries iniciais, em que o aluno poderá aprender de forma lúdica e, não no sistema antigo, que tem o professor como transmissor de conhecimento e o aluno o receptor.
Nesse novo modelo educacional, o aluno é levado a buscar informações que o levem a construir seu próprio conhecimento, tornando-se mais fácil seu aprendizado, sendo o professor um mediador da utilização das tecnologias, podendo, ambos auxiliar na alimentação dos dados obtidos, com vistas a alcançarem outras pessoas.
Assim, concluiu-se ser necessário que todas as escolas implantem as tecnologias e as mantenham atualizadas, para que o aluno possa desenvolver-se plenamente, no que diz respeito à leitura e escrita, podendo interpretar para além das páginas do texto.
Referências
AMARAL, Mirian Abreu de Souza. A Alfabetização e o Letramento com apoio das Tecnologias de Informação e Comunicação. Disponível em: <www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1725 > Acesso em: 14. Jun. 2014.
BARBOSA, Eduardo Fernandes; MOURA, Dácio Guimarães de; BARBOSA, Alexandre Fernandes. Inclusão das Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação Através de Projetos. Disponível em: <www.tecnologiadeprojetos.com.br/.../%7BC36C8E12-B78C-4FFB-AB60...> Acesso em: 14. Jun. 2014.
GORDON, Steven R; GORDON, Judith R. Sistemas de Informação: uma abordagem gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
GRZESIUK, Diorgenes Felipe. O Uso da Informática na Sala de Aula como Ferramenta de Auxilio no Processo Ensino-Aprendizagem. Disponível em: <diorgenes.files.wordpress.com/2009/06/monografia_utfpr_diorgenes.pdf> Acesso em: 14. Jun. 2014.
[1] Graduado em Ciência da Computação pela UNEMAT. Pós-graduado em Informática e Comunicação na Educação pela Universidade Cândido Mendes.