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Educação Ambiental no Contexto da Interdisciplinaridade

Ângela Cristina de Souza[1]

Ireny Antônia Marassi França[2]

 

Resumo

Por meio da elaboração deste trabalho procuramos refletir se os professores estão trabalhando a Educação Ambiental no contexto escolar. A pesquisa que apresentamos fora realizada com base em alguns professores de uma escola estadual do Município de Sinop/MT. Os dados foram construídos a partir de observações das atividades desenvolvidas por esses profissionais da educação através de entrevistas informais e questionários aplicados as professoras de ciências, geografia, história, matemática, português espanhol por meio dos princípios da metodologia “Estudo de Caso”. O desenvolvimento das ações da pesquisa iniciou-se no ano de 2010, onde acompanhamos as ações dos sujeitos (professores), se eles estariam trabalhando interdisciplinarmente a Educação Ambiental no contexto escolar. Os autores na qual realizei uma interlocução teórica foram: Dias, Cascino, Mota, Chizotti entre outros. O interesse em realizar essa pesquisa deu-se no desejo de sabermos se os mesmos trabalham Educação Ambiental no contexto da interdisciplinaridade nesse espaço escolar e de como realizam essas atividades. Assim para que análise desta pesquisa, que enfatiza a Educação Ambiental e interdisciplinaridade na escola possa contribuir com a formação dos sujeitos leitores, acreditamos que na escola todos deve estar envolvidos com a Educação Ambiental, nesse processo o resultado obtido se alcança através da interdisciplinaridade.

Palavras-Chave: Professor. Educação Ambiental. Escola.

 

Abstract

Through the elaboration of this work we try to think if teachers are working environmental education in the school context. The present research was conducted based on some teachers from a state school in the city of Sinop / MT. The data were constructed from observations of the activities performed by these professionals in education through informal interviews and questionnaires the teachers of science, geography, history, mathematics, Spanish, Portuguese through the principles of the methodology "Case Study". The development of action research began in 2010, where we follow the actions of individuals (teachers) if they would be working in an interdisciplinary environmental education in the school context. In which the authors performed a theoretical dialogue were: Days, Cascino, Mota, Chizotti among others. The interest in conducting this research took place in the desire to know if they work Environmental Education in the context of the interdisciplinary nature of this school space and how they perform these activities. So for analysis of this research, which emphasizes environmental education and interdisciplinarity in school can contribute to the formation of the subject readers believe that the school should all be involved with environmental education, the result obtained in this process is achieved through interdisciplinarity.

Keywords: Teacher. Environmental Education. School.

 

Introdução

A Educação Ambiental no espaço escolar tem sido muito discutida nos últimos anos com sua proposta de melhora do ambiente e nas mudanças de comportamentos dos sujeitos nela inserida. A humanidade percebendo a degradação do meio ambiente inicia um processo de mobilização social na qual surgem vários documentos importantes como a Carta de Tbilisi na Geórgia onde estabelece os princípios orientadores da Educação Ambiental e remarca seu caráter interdisciplinar, critico ético e transformador.

Cascino (2003), afirma que as ações ambientalistas nasceram na década de 60 em meios a grandes movimentos dos hippies, a explosão do feminismo, o movimento negro (Black Power), o pacifismo, a liberação sexual e as pílulas, as drogas, o rock-and-roll, mas foi em maio de 68 que em Paris aconteceu as “barricadas do desejo” [3], nascia ali novos pensamento humano e dessa mistura de movimentos sociais, políticos e culturais que nasce então o ambientalismo. Percebemos então que a Educação Ambiental é processo em construção permanente e que, portanto torna-se um instrumento de aprendizagem constante.

Diante dessa ideia questionamos se esses professores envolvidos na pesquisa trabalham a Educação Ambiental em sala de sala e de que forma?  Quais os complicadores que implicam para que essa ação seja ou não desenvolvida?

Quando estudamos a Educação Ambiental no contexto da interdisciplinaridade com esse grupo de professores percebemos a importância dos PCN’s para a construção de um ensino interdisciplinar, suas contribuições para a educação tem sido de grande valia a esses educadores, pois sua elaboração respeita todas as diversidades regionais, culturais e políticas construindo referencias comuns nesse processo educativo.

            O interesse em realizarmos esse estudo deve-se ao desejo de conhecermos se esses professores realizam atividades interdisciplinares e a importância do tema Meio Ambiente para as diversas áreas de conhecimento assim como os docentes relacionam esses componentes de forma que envolva toda a comunidade escolar. Percebendo então a Educação Ambiental como uma proposta inovadora e transformadora da realidade é que propomos a analisar a Educação Ambiental no contexto da interdisciplinaridade contextualizando a teoria e a pratica baseada nas literaturas pesquisadas: CASCINO (2003), DIAS (1992), FAZENDA (2002), CHIZZOTTI (2003), Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), CARTILHA EDUCAÇAO AMBIENTAL (2009), TRUGILLO (2009).

Assim, através deste trabalho procuramos refletir sobre a questão da relação dos professores nas diversas áreas de ensino. O estudo que ora apresentamos envolveram alguns professores de diversas disciplinas como: português, matemática, geografia, história ciências e espanhol.

Os dados foram construídos a partir de observações realizadas nas ações desses educadores, das entrevistas informais e questionários aplicados a esses sujeitos através dos preceitos “Estudo de Caso” e abordagem qualitativa. É importante destacar que ao longo da pesquisa conforme o surgimento de dúvidas, curiosidades e observações no ambiente em estudo, íamos dialogando (amostras casuais) com esses professores que contribuíram para a coleta de dados. Conforme Marcuschi (1999)  apud Trugillo (2009) as amostras casuais, são elementos textuais que direcionam ao entendimento oral e visual, isto é, quando na coleta dos dados ocorre a participação dos envolvidos em outros momentos do processo.

Convidamos o leitor a refletir conosco na leitura dos resultados obtidos desse estudo a respeito da importância da Educação Ambiental e da interdisciplinaridade no ambiente escolar.

 

Desenvolvimento

A história tem nos dado grandes contribuições para entendermos o espaço a que estamos inseridos e partir do que aprendemos é que vamos construindo novos rumos. Dias (1992), relata grandes acontecimentos ocorridos nos períodos de 1500 a 1993 que contribuíram para o surgimento da Educação Ambiental no Brasil.

No ano de 1999 a Educação Ambiental passa a ser regida através de legislação específica tendo como marco inaugural a lei que estabeleceu a Política Nacional de Educação Ambiental. Conforme Mota (2009), a Educação Ambiental pode ser considerada como uma das temáticas mais desafiadoras e abrangentes aos atuais sistemas educacionais, tendo em vista a sua importância frente à problemática ambiental global e local, a qual exige da humanidade uma nova postura em relação ao seu modo de ser, ver, viver e relacionar-se entre si e com o ambiente do qual faz parte. A Educação Ambiental vem sendo destacada no âmbito escolar, com proposta de melhorar o ambiente e também mudanças de comportamento da comunidade.

Educar crianças, educar jovens, educar. Mais que uma tarefa, mais que militância política, trabalho, dedicação. Criar planos de ação, considerar conceitos, teorias, reflexões, interações do desejo, da necessidade e da possibilidade, usar o bom senso, o senso dos limites, repensar os espaços e as tarefas educacionais, formais e não formais, enfim, repensar currículos. (Cascino, 2003, p.52).

A Educação Ambiental vem sendo construída com diversos conceitos e abordagens, que coincidem na intenção em construir outro ser humano, que possa estar mais integrado à natureza natural e em si mesmo, diferenciando em si no caminho e na forma de se construir o processo educacional.

O tema educação Ambiental é um processo permanente trabalha com os conhecimentos, atitudes e valores, e não apenas com a transmissão de informações. Envolve a participação individual em processos coletivos trabalhando desde a perspectiva local até à global. Consegue mudar a visão da pessoa em relação ao local onde vive. Não deve se limitar a um ambiente fechado. Envolve a família e a coletividade. É obrigatória em todos os níveis de ensino, mas não é uma disciplina. Estimula o senso crítico e a compreensão da complexidade dos aspectos que envolvem a realidade em torno de si. Não tem uma proposta fechada de metodologia ou prática e ainda está em implantação (Almeida)[4]. Diante dessa ideia é que se torna importante o trabalho no coletivo baseado na interdisciplinaridade como fonte de ensino-aprendizagem.

A interdisciplinaridade[5] surgiu na França e na Itália em meados da década de 60, num período marcado pelos movimentos estudantis onde reivindicavam um ensino mais sintonizado com as grandes questões de ordem social, política e econômica da época. No final da década de 60 chega ao Brasil e logo exerce influência na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases nº 5.692/71 desde então tem ganhado forças. Recentemente pela LDB 9.394/96 e Parâmetros Curriculares Nacionais. Além de sua forte influência na legislação e nas propostas curriculares, a interdisciplinaridade ganhou força nas escolas, principalmente no discurso e na pratica de professores dos diversos níveis de ensino[6]· (Carlos, 2008).

Para entendermos um pouco mais sobre interdisciplinaridade é preciso fazer um breve diagnóstico diferenciando-a de outros termos que tem gerado alguns conflitos de ideias.  Carlos afirma que quando falamos em interdisciplinaridade, estamos nos referindo a uma espécie de interação entre as disciplinas ou áreas de saber, podendo acontecer em níveis de complexidade diferentes, a multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.

Cascino (2003) afirma que a ação disciplinar estabelecera, junto das práticas docentes e do desenvolvimento do trabalho didático-pedagógico – na transmissão e reconstrução dos conteúdos disciplinares -, a relação do “ser-no-outro”, ou a experiência de transformar-se no diferente/outro, transformando, ao mesmo tempo, esse mesmo diferente/outro. Essa lógica revela o ponto de partida para o processo interdisciplinar. Assim, não se trata de simples cruzamento de “coisas” parecidas; trata-se, bem ao contrário, de construir diálogos fundados na diferença, abraçando concretamente a riqueza derivada da diversidade.

Ao questionarmos as professoras sobre o que entendem por Educação Ambiental obtivemos algumas respostas semelhantes como a preservação dos recursos naturais, a organização do espaço, uma forma de conviver com o meio ambiente extraindo o necessário sem prejudicar o ar, a terra, e o conjunto presente na natureza, desenvolvimento de ações voltadas para a sensibilização da comunidade em relação às questões ligadas a importância da preservação dos recursos naturais renováveis[7] ou não, visando uma melhor qualidade de vida.

O conceito de Educação Ambiental tem sido vinculado ao conceito de meio ambiente e ao modo como este era percebido. O conceito de Meio Ambiente reduzido exclusivamente a seus aspectos naturais não permitia apreciar a interdependências, nem a contribuição das ciências sociais à compreensão e melhora do meio ambiente humano, (Dias, 1992, p. 25). Proporcionar a todas as pessoas, a possibilidade de adquirir os conhecimentos, o sentido dos valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias para proteger e melhorar o Meio Ambiente[8] (Carta de Tbilisi).

A revista Agrinho[9] define o Meio Ambiente como tudo o que nos rodeia: nossa casa, nosso quintal, nossa rua, nosso bairro, nossa cidade, nosso estado, nosso país, nosso continente e o nosso planeta”. Estamos ligados e interligados a tudo e a todos. Cada uma das atitudes que tomamos no nosso dia-a-dia influência de maneira direta o que está a nossa volta e, de uma forma ou de outra, acaba influenciando o nosso planeta. Ex. se jogarmos uma sacola de plástico na rua, ela pode ser levada pela água das chuvas ou pelo vento e cair na rede de esgotos ou em um córrego próximo. Esse córrego deságua em um rio, que deságua em outro rio maior, que chega até o mar e que pode levar aquela sacola jogada na rua até o outro lado do mundo (Revista Agrinho).

Podemos então questionar, mas é apenas uma sacola ou um papel de bala, mas quando estes são somados a milhões de outros jogados nas ruas diariamente em nosso planeta, nos deparamos com uma das maiores catástrofes ambientais produzidas pelo homem moderno, provocando danos à fauna e a flora, principalmente causando danos a nossa qualidade de vida. Uma atitude individual como a de jogar lixo nas ruas pode provocar grandes problemas locais e mundiais

Quando questionei as professoras se desenvolviam atividades relacionadas com a Educação Ambiental com os alunos. As professoras de Ciências e História confirmaram que trabalham através de projetos. A professora de Espanhol respondeu que “no momento não”. A professora formada em Geografia e que mora em Sinop há 28 anos declarou que trabalha em sala a importância de preservar o meio ambiente, e um dos meios utilizados é o desenvolvimento sustentável.

A professora Celeste relata que não desenvolve essas atividades, mas que trabalha com a conscientização dos alunos, sobre as nossas atitudes e do que recebemos em troca. Rosa a professora de Matemática descreve que percebeu variações no comportamento dos alunos quando se envolveram como o projeto de Compostagem da professora de Ciências. Nas conversas informais perguntei sobre essas variações. Ela responde que na organização da sala, preservação, higiene, etc.

Ao serem questionadas as professoras se encontravam alguma dificuldade em estabelecer no espaço escolar práticas interdisciplinares que envolvam a Educação Ambiental e quais são essas dificuldades obtivemos como resposta que os horários reservados para preparação de aulas não eram suficientes para elaboração dos planejamentos e que os mesmos não eram compatíveis entre elas para que houvesse essa troca de experiências.

Pesquisas recentes revelam que a construção de práticas interdisciplinar pressupõe a existência de campos disciplinares estruturados, com professores, coordenadores, monitores, etc. apresentando profunda formação em suas próprias disciplinas. [...]. O explorador (a) é aquele (a) que conhece muito que significa a viagem, os equipamentos necessários, às exigências físicas, as dificuldades logísticas, a complexidade da organização. É conhecedor profundo dessa disciplina técnica, o que subsidia sua condição de desbravador (a). Ele/ela sabe que enfrentara acontecimentos diferentes, desconhecidos (Cascino, 2003).

Perguntamos às professoras: na sua concepção, a Educação Ambiental em interação com todas as áreas do conhecimento, auxilia nas atitudes ambientais e culturais dos alunos e como elas percebem essas mudanças.

Obtivemos respostas diversificadas como: interesse maior em aprender por parte do aluno, se preocupando com o espaço em que está inserido, ambiente limpo, papel no chão, desperdício de água e luz, a serem mais conscientes e solidários com as pessoas e outros seres vivos e na valorização de materiais descartáveis.

Outra questão feita às professoras em forma de questionário escrito foi em relação a acesso aos recursos pedagógicos e bibliográficos sobre Educação Ambiental que facilitem o seu trabalho em sala de aula e se as mesmas tinham conhecimentos de textos, livros ou leis que tratam da Educação Ambiental. As entrevistadas responderam que em sala utilizavam a revista Agrinho, que explica vários assuntos relacionados ao meio ambiente, também costumo passar vídeo (meio ambiente) para socializarmos o assunto em sala, através de livros e revistas. Para um professora declarou ainda que não buscou mais informações pela falta de tempo descuido e que tem poucas leituras sobre o tema e que há poucos dias percebeu a necessidade de envolver o assunto com as aulas.

Percebemos então que somente algumas professoras buscam informações sobre a temática Educação Ambiental isso nos remete mais uma vez no que diz a Carta de Tbilisi:

Que a Educação Ambiental não seja uma nova disciplina. Há de ser a contribuição de diversas disciplinas e experimentos educativos ao conhecimento e à compreensão do meio ambiente, assim como a resolução dos seus problemas e a sua gestão. Sem o enfoque interdisciplinar não será possível estudar as inter-relações, nem abrir o mundo da educação a comunidade, incitando seus membros à ação (Cascino,2003 p 56).

Dias (1992) nos diz que pelos seus objetivos e funções, a Educação Ambiental uma forma de prática educacional sintonizada com a vida da sociedade. Ela pode ser efetiva se todos os membros da sociedade participar, de acordo com as suas habilidades, das complexas e múltiplas tarefas de melhoria das relações das pessoas com seu meio ambiente. Isto só pode ser alcançado se as pessoas se conscientizarem do seu envolvimento e das suas responsabilidades.

A sociedade até reconhece a necessidade do cuidado com o meio ambiente, mas a falta de um conhecimento esclarecedor provoca uma contradição onde o sujeito sabe como agir corretamente, mas acaba agindo de forma errada por não ter noção das reais consequências que suas atitudes desencadeiam, não conseguem perceber a relação com o meio ambiente como parte integrante da natureza, dos seres vivos do fantástico ciclo da vida. (Trugillo, 2009).

Em conversa informal com a professora da disciplina de ciências perguntei sobre os materiais disponíveis na biblioteca. Segundo ela apenas materiais didáticos são distribuídos aos alunos. Quando perguntei as professoras sobre qual sua opinião em trabalhar Educação Ambiental com os alunos recebemos como resposta que auxilia o aluno a compreender a necessidade de se conviver com os recursos naturais, compreender fenômeno é um assunto bastante comentado na mídia e eles podem vivenciar na pratica as ações aprendidas na escola multiplicando-as é importante para a conscientização e preservação do meio ambiente. A Educação Ambiental deve contribuir para formar cidadãos capazes de julgar a qualidade dos serviços públicos (saúde, segurança, moradia, educação, lazer) [...], que sejam dotados de espírito crítico e, ao mesmo tempo, estejam dispostos a apoiar as medidas ambientais que respondem de maneira autentica às suas necessidades e ao seu desejo de melhorar a qualidade do meio ambiente e da sua própria existência. (Dias, 1992, p. 124).

Os PCN’s apresentam os projetos como uma forma de organizar os trabalhos didáticos de forma que envolva a comunidade em geral.

Os professores e alunos compartilham os objetivos do trabalho e os conteúdos são organizados em torno de uma ou mais questões. Uma vez definido o aspecto especifico de um tema, os alunos têm a possibilidade de usar o que já sabem sobre o assunto; buscar novas informações e utilizar os conhecimentos e os recursos oferecidos pelas diversas áreas para dar um sentido amplo à questão (PCN, 1998).

Para desenvolver sua pratica os professores precisam também desenvolver-se como profissionais e como sujeitos críticos na realidade em que estão, isto é, precisam poder situar-se como educadores e como cidadãos, e, como tais, participantes do processo de construção da cidadania, de reconhecimento de seus direitos e deveres, de valorização profissional (PCN, 2008). Propor que a escola trate questões sociais na perspectiva da cidadania coloca imediatamente a questão da formação dos educadores e de sua condição de cidadão.

 

Conclusão

Ao iniciarmos esse estudo o objetivo principal foi de estar com os professores participando das atividades relacionadas à Educação Ambiental. Nossas curiosidades estavam relacionadas em se eles trabalhavam esse tema interdisciplinarmente e principalmente resultados obtidos nesse processo de ensino.

O desenvolvimento da metodologia “Estudo de Caso” nos permitiu uma aproximação com esses sujeitos (professores). Portanto procuramos observar de maneira participativa do cotidiano desses professores de ciências, matemática, história geografia, português, espanhol. Com os registros, conversas informais e questionários, percebemos os trabalhos desenvolvidos com os alunos no espaço escolar.

Diante dos resultados obtidos, foi possível concluir que os projetos de ensino-aprendizagem fazem parte do currículo escolar destes professores, e dessa forma os professores utilizam desta estratégia de trabalho pedagógico interdisciplinar, pois através deles pode-se introduzir os estudos de temas que não pertencem a uma disciplina específica. Os projetos didáticos são feitos com o propósito de construir boas situações de aprendizagem, nas quais se evite compartimentalizar o conhecimento, e dar aos alunos um sentido ao esforço de aprender pois tornam os alunos mais participativos das atividades escolares e pesquisadores ativos.

Porém, nem todos estão preparados para trabalhar a interdisciplinaridade, por não conhecer a essência da ação da palavra, por falta de tempo, fator que durante o período de observação percebemos ser um problema que afeta a todos os entrevistados.

É fundamental que os professores analisem sua situação e a de seus alunos para então assumir seu papel de agente transformador, rompendo fronteiras entre as disciplinas. Para tanto, é preciso de apoio pedagógico e até mesmo uma formação continuada através de cursos e palestras acerca da Educação Ambiental e de novas metodologias de ensino.

Portanto, torna-se importante e até desafiadora a formação destes professores para então formar naturalmente vínculos coletivos. Assim as incertezas observadas por parte dos docentes em relação à temática podem enfim dar espaço a sensibilização de novos caminhos para uma Educação Ambiental de qualidade.

Conclui-se então que a Educação Ambiental no contexto da interdisciplinaridade contribui muito para uma sociedade considerando desde a conservação do meio ambiente até a valorização social e pessoal.

           

 

 

 

Referências

CASCINO, Fabio. Educação Ambiental: princípios, história, formação de professores. 3. Ed. São Paulo: Senac, 2003.

 

 

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 4. Ed. São Paulo: Gaia, 1992.

FAZENDA, Ivani. Metodologia da Pesquisa Educacional. 8. Ed. São Paulo: Cortez, 2002.

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. 6. Ed. São Paulo: Cortez, 2003.

______Parâmetros Curriculares Nacionais, terceiro e quarto ciclo do ensino fundamental. Brasilia, 1998.

CARTILHA EDUCAÇAO AMBIENTAL: trabalhador na educação ambiental. Mato Grosso: LK, 2009.

COLEÇAO AGRINHO: Produzindo com equilíbrios-ano finais. Mato Grosso: texto& Midia Editorial, 2010. 

TRUGILLO, Edneuza Alves, Percepção Ambiental em Córregos Urbanos sob o Olhar da Comunidade Educativa de Juara/MT. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais). Universidade do Estado de Mato Grosso, Cáceres, MT, 2009.

SECRETRARIA DE MEIO AMBIENTE DE SÃO PAULO. Oficina de Educação Ambiental para Gestão. Histórica para Educação Ambiental. Disponível em: http://homologa.ambiente.sp.gov.br/EA/projetos/Apostila_EA.pdfAcessado em: <10/10/2010>.

Brasil. Lei 9394/96 de 20 de dezembro de 1996. Leis e Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>   Acessado> em <15/11/2010>

MOTA, Fabiane Pereira Silva da. Educação Ambiental: reflexões sobre atuação docente. Disponível em: http://www.ufmt.br/remtea/viremtea/trabalhos.html. Acesso: <01/11/2010>



[1] Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia - UNEMAT. Atua na Rede Estadual de Educação. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

[2] Graduado em Licenciatura Plena em Pedagogia. Atua como professor na Rede Pública de Ensino. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. 

[3] Movimentos dos estudantes de Paris que clamavam por um planeta mais azul.

[4] Especialização no Ensino de Biologia como o Tema Avaliação do Novel de Conhecimento de Alunos e Professores do Ensino Médio de Anápolis sobre Educação Ambiental. Acessado em 16/11/2010 (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.).

[5] O prefixo “inter” tem o significado de “troca” e “reciprocidade” e “disciplina” de “ensino” e “instrução”, “ciência”. Logo interdisciplinaridade pode ser compreendida como sendo uma troca, de reciprocidade entre as ciências e disciplinas e das áreas de conhecimentos.

[7] Renováveis: a fauna e flora. Não- renováveis: minério de ferro e petróleo.

[8] Genebaldo Freire Dias, (1992, p 66)

[9] Coleção Agrinho: Anos Finais 2009. SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Mato Grosso).