Contribuições Positivas do Lúdico na Aprendizagem
Maria de Fátima Neves de Souza [1]
Lucicleia Neves de Souza[2]
Ielva Figueredo da Paz[3]
Resumo
Este artigo tem como base o lúdico e as contribuições para aprendizagem dos alunos, pois o mesmo se mostra um meio de motivação para a criança e pode ser considerado uma fonte de descoberta e prazer. Através do lúdico a criança desenvolve várias capacidades como a criatividade, memorização, imaginação, socialização a coordenação motora, suas habilidades visuais e aditivas, raciocínio lógico além de diversas outras áreas referentes a aprendizagem possibilitando com isso um maior significado a todo o processo que diz respeito ao ensino e assim demonstrando o quanto o lúdico é poderoso para estimular o desenvolvimento construtivo da criança em diversos âmbitos. Logo com as atividades lúdicas, as crianças despertam diversos meios de comunicação com ela mesma e com o outro, estabelecendo as relações sociais, além da construção do conhecimento sobre diversos aspectos da aprendizagem. Também é interessante ressaltar que a ludicidade demonstra a liberdade de sentimentos e a espontaneidade da criança no ato de brincar, a mesma viaja no mundo da fantasia, sente liberdade na escolha do que e com o que brincar, esses aspectos são muito importantes para o desenvolvimento cognitivo da criança, principalmente nas primeiras fases de sua vida. Por isso se faz necessário conceituar o lúdico e explorá-lo em busca de estar valorizando-o em relação ao processo-aprendizagem. Entretanto por que o lúdico é importante para aprendizagem do aluno. Desta forma, espera-se que os educadores e outros profissionais que fizerem a leitura deste artigo se conscientize acerca da importância que o lúdico traz para a vida do ser humano, em especial das crianças, pois as mesmas tem uma forma de interpretar, criar e recriar do seu jeito o espaço em que ela convive.
Palavras-chave: Ludicidade. Criança. Educação. aprendizado.
Abstract
This article is based on the ludic and contributions to student learning, because it shows is a means of motivation for children and can be considered a source of discovery and pleasure. Through the ludic children develop various skills such as creativity, memory, imagination, socialization, motor skills, visual skills and addictive, logical reasoning and several other areas related to learning allowing it a greater significance to the whole process with respect teaching and demonstrating how well the play is able to stimulate the constructive development of the child in different areas. With the Ludic activities, children awaken various media with itself and with others, establishing social relationships, and the construction of knowledge on various aspects of learning. It is also interesting to note that the playfulness demonstrates the feelings of freedom and spontaneity of the child in the act of playing, it travels in the fantasy world, feel free in choosing what and what to play, these aspects are very important for cognitive development of children, particularly in the early stages of his life. Therefore it is necessary to conceptualize the fun and explore it in search of valuing it be in relation to the learning process. But why play is important for student learning. Thus, it is expected that educators and other professionals who make reading this article is aware of the importance that the play brings to life the human being, especially children, because they have a way of interpreting, creating and your way to recreate the space in which she lives.
Keywords: Playfulness. Child. Education. Learning.
Introdução
O presente artigo tem como tema Lúdico na aprendizagem e o título Contribuições positivas do Lúdico na aprendizagem este será realizado através de pesquisa bibliográfica.
Verificando a importância do lúdico no aprendizado das crianças em diversas áreas do conhecimento e o fato de alguns profissionais da educação não dar tanto valor assim foi feita a escolha deste tema.
As atividades lúdicas vêm conquistando espaço, principalmente na educação onde ajudam no processo de aprendizagem e levam as crianças a despertar o gosto pela escola e pelo ensino.
Na sociedade em que vivemos onde acontece diversas mudanças os profissionais da educação devem estar preparado para utilizar o novo.
Desenvolvimento
O lúdico vem cada vez mais se tornando uma peça chave para o aprendizado da criança. Para PIAGET apud RIZZI (1998 p. 8) a atividade lúdica para a criança supera amplamente os esquemas reflexos e prolonga quase todas as ações.
Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é impossível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas as brincadeiras ou as aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta.
No pensamento de Vygotsky (1991) apud ROJAS, Jucimara, 2007,p.30 o desenvolvimento e a aprendizagem estão inter-relacionados, desde o nascimento da criança. Ainda muito pequena, através das interações com o meio físico e social, a criança realiza uma serie de aprendizados. Então, as experiências, realizadas por meio das brincadeiras, contribuem de forma elementar para a aquisição de conhecimentos que alicerçam os saberes sistemáticos, ao entrar na escola.
Segundo LEONTIEV (1991, p.79) quanto ao ato de brincar a criança pouco a pouco vai aprendendo a se conhecer melhor e irá aceitar também a existência dos outros, organizando suas relações emocionais e, consequentemente, estabelecer relações sociais.
A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o “não - brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Com isso é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se. Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada. (BRASIL, 2008, p.27 )
A brincadeira precisa ser vista pelas pessoas que a usam de forma que ela venha contribuir para a vida escolar visando o desenvolvimento motor e social isso não esquecendo a realidade vivenciada pela criança.
De acordo com Rojas 2007 p. 19 O brincar apresenta-se por meio de diversas categorias de experiências que são diferenciadas pelo uso do material ou dos recursos predominantemente implicados. Essas categorias incluem: o movimento e as mudanças da percepção resultantes essencialmente da mobilidade física das crianças; a relação com os objetos e suas propriedades físicas assim como a combinação e associação entre eles; a linguagem oral e gestual que oferecem vários níveis de organização a serem utilizados para brincar; os conteúdos sociais, como papéis, situações, valores e atitudes que se referem à forma como o universo social se constroem, e, finalmente, os limites definidos pelas regras, constituindo-se em recurso fundamental para brincar. Estas categorias de experiências podem ser agrupadas em três modalidades básicas, quais sejam brincar de faz-de-conta ou com papeis, considerada como atividade fundamental da qual se originam todas as outras; brincar com materiais de construção e brincar com regras.
Em RIBEIRO(apud SANTOS, 1997, p.56) vemos que no mundo lúdico a criança encontra equilíbrio entre o real e a imaginação, ela alimenta a sua vida interior descobrindo o mundo e tornando operativa.
Visando as atividades lúdicas criança traz informações contidas no contexto de sua casa expressando seus sentimentos, experiência, ideias e opiniões ao se deparar com a escola ela descobre que muitas de suas brincadeiras podem ser um aprendizagem. As crianças aprendem no seu dia-a-dia, brincadeiras, jogos, músicas entre outras, de uma forma natural ela desenvolve suas habilidades que precisa para a sua vida.
Através das atividades lúdicas a criança assimila valores, adquire comportamentos, desenvolve diversas áreas de conhecimento, exercita-se fisicamente e aprimora habilidades motoras. No convívio com outras crianças aprende a dar e receber ordens, a esperar sua vez de brincar, a emprestar e tornar como empréstimos o seu brinquedo, a compartilhar momentos bons, ruins, a fazer amigos, a ter tolerância e respeito, enfim, a criança desenvolve a sociabilidade. (RIBEIRO apud SANTOS, 1997, p.56)
Toda criança precisa ser livre no ato de brincar, pois assim terá significado tal ato. Na brincadeira ele viaja no mundo da fantasia usando-se de personagem e se desconectando muitas vezes do mundo real.
Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. Por exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança deve conhecer alguma de suas características. Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes, do relato de um colega ou de um adulto, de cenas assistidas na televisão, no cinema ou narradas em livros etc. A fonte de seus conhecimentos é múltipla, mas estes se encontram, ainda, fragmentados. É no ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as características do papel assumido, sua competência e as relações que possuem com outros papéis, tomando consciência disto e generalizando para outras situações. ( BRASIL, 2008, p.27)
Quando se refere ao papel do adulto diante da brincadeira deve ser revisto, pois segundo ROJAS 2007 p.25 precisamos ouvir e ver o que se expressa no brincar infantil, sem interferência, dirigindo e desencantando esses movimentos. Nós, adultos, estamos sempre exigindo ordem e limpeza, qualidades muito valorizadas numa sociedade progressiva, que, para as crianças, são como limites impostos a seu brincar. A criança sente um choque quando, por meio de um comportamento severo do adulto, é arrancada do rico mundo da fantasia e sonho e, bruscamente, empurrada para a realidade do mundo adulto. Tais posturas desencadeiam no prazer original do brincar a timidez, a insegurança e o medo, gerando comportamentos distorcidos que criam as raízes das atitudes inadequadas na criança.
Nas brincadeiras as crianças se utilizam de inúmeros recursos.
Para BROUGERE, 2006, p.64, cercar as crianças de objetos, tanto no quadro familiar quanto no quadro das coletividades infantis(creches e pré-escolas), e inscrever o objeto, de um modo essencial, no processo de socialização.
Com isso percebemos a importância dos brinquedos e sua responsabilidade para a formação cognitiva da criança em seu processo de aprendizagem.
O brincar apresenta-se por meio de várias categorias de experiências que são diferenciadas pelo uso do material ou dos recursos predominantemente implicados. Essas categorias incluem: o movimento e as mudanças da percepção resultantes essencialmente da mobilidade física das crianças; a relação com os objetos e suas propriedades físicas assim como a combinação e associação entre eles; a linguagem oral e gestual que oferecem vários níveis de organização a serem utilizados para brincar; os conteúdos sociais, como papéis, situações, valores e atitudes que se referem à forma como o universo social se constroem, e, finalmente, os limites definidos pelas regras, constituindo-se em recurso fundamental para brincar. Estas categorias de experiências podem ser agrupadas em três modalidades básicas, quais sejam brincar de faz-de-conta ou com papeis, considerada como atividade fundamental da qual se originam todas as outras; brincar com materiais de construção e brincar com regras. (Brasil, 2008, p. 28)
Visando a questão do brinquedo ele tem uma importância significativa para o desenvolvimento da criança. De acordo com VIGOTSKI (1991) apud Rojas p.25 é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. Pois, com menos de três anos de idade, é essencialmente impossível envolver-se em uma situação imaginaria, uma vez que isso implica uma forma nova de comportamento que liberta a criança das repetições impostas pelo ambiente imediato. Mas a ação numa situação imaginaria ensina à criança dirigir seu comportamento não somente pela percepção imediata dos objetos, ou pela situação que a afeta de imediato, mas também pelo significado dessa situação.
Para Brian Sutton-Smith apud Friedman (1996 p. 37) “a interpretação do significado do brinquedo não pode ser compreendido sem fazer referência aos contextos nos quais ele é encontrado ”.
No lúdico a criança busca um mundo de faz-de-conta.
O brincar de faz-de-conta, por sua vez, possibilita que as crianças reflitam sobre o mundo. Ao brincar, as crianças podem reconstruir elementos do mundo que as cerca desvincular-se dos significados imediatamente perceptíveis e materiais para atribuir-lhes novas significações, imprimir-lhes suas ideias e os conhecimentos que têm sobre si mesma, sobre as outras pessoas, sobre o mundo adulto, sobre lugares distantes e/ou conhecidos. (BRASIL,2008, p. 171)
De acordo com SANTOS (2000, p.37) O jogo é uma ferramenta ideal na aprendizagem, quando se propõe estímulo ao interesse do aluno, ele desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e social, ajuda-o a construir novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de condutor estimulador e avaliador da aprendizagem.
Dependendo da forma em que a atividade seja dirigida ela pode ser vista pela criança de forma prazerosa. Segundo ROJAS 2007 p.33 O brincar é como escrever, desenhar, pintar, cantar, dançar, jogar. É brincar com movimentos, nas inventividades ingênua e criativa da criança. Assim, numa comparação de entendimentos, pensamos que a metáfora, na condição de escrita poética, é da mesma natureza do brincar. É o entrelace do aparecer e do desaparecer, do esconde- esconde de palavras a transformar sentidos. O brincar é o espaço/tempo das formas, o espaço corporal da transformação, nem dentro, nem fora. Escrever, como brincar, é criação de sentidos, de conteúdos e vivencias, e de surpresas interessantes. Sendo o brincar um encontro de surpresa, implica encontrar a si mesmo, onde não se esperava.
O professor tem um papel importante para trabalhar com as atividades lúdicas. Segundo FORTUNA (2003, p. 10) ele enfatiza que o trabalho do professor em relação ao lúdico. O educador deve ser democrático e respeitosa em relação as brincadeiras, jogos e brinquedos. O mesmo não pode ser apenas um simples espectador, que fica somente na sala de aula para intervir nos casos de acidentes ou brigas, nem ser aquele indivíduo que tem a iniciativa de escolher e coordenar tudo. É necessário ter certa dose de sensibilidade para saber o momento que sua presença ativa é fundamental e em que ocasião é preferível deixar as crianças interagir, organizar e reinventar as brincadeiras.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, percebemos que o lúdico é de grande importância para aprendizagem, onde o mesmo contempla a liberdade nas ações e decisões, através dela a criança é livre para criar as regras de suas brincadeiras e jogos.
Tendo em vista a espontaneidade, a ludicidade e a liberdade de escolha estes precisam ser incluído no dia a dia da criança, com isso tudo que ela for fazer terá significado, a mesma utilizará de muita criatividade, isso inclui elaborar com as crianças as regras das brincadeiras, com isso propicia a aprendizagem, estimulando a moral, o interesse, a descoberta e a reflexão sobre diversas possibilidades do mundo infantil.
A criança utiliza-se muito no seu cotidiano do faz-de-conta, pois neste ambiente a mesma se sente livre para criar e recriar seu mundo, além de usar objetos e brinquedos que ela deseja.
Percebe-se no âmbito escolar que muito se fala sobre o lúdico, porém na prática há uma certa resistência por parte dos profissionais da educação, assim como por parte dos pais. Assim como as instituições escolares necessitam de transformação, incorporando em suas atividades diárias o lúdico.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ensino Fundamental de Nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Editora MEC/FNDE, Brasília, 2006.
BROUGERE, Gilles. Brinquedo e Cultura. Editora Cortez, São Paulo, 2006.
BURAMELLO, Cristiane. Letramento e alfabetização Linguística. Editora Escala Educacional, 2008. Coleção conhecer e crescer.
FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender-o regate do jogo infantil. o: Editora Moderna, São Paulo, 1996.
GARCIA, Jacqueline. Alfabetização matemática. Editora escala educacional, São Paulo, 2008.
LEONTIEV, A. M. A brincadeira é a atividade principal da criança pequena. Editora FAE, Rio de Janeiro,1991.
ROJAS, JUCIMARA. Jogos, brinquedos e brincadeiras: o lúdico e o processo de desenvolvimento infantil. Cuiabá: E.dUFMT,2007.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. (Org.). Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
< http://didirefla.blogspot.com/2008/06/papel-do-ldico-na-infncia.html/# Acesso em: 12 de julho de 2011.
<HTTP://www.fortium.com.br/faculdadefortium/marcoguilherme/material/5937.pdf/# Acesso em: 12 de julho 2011.choro ao plano da ação
[1] Graduada em Pedagogia. Docente na Educação Básica da Escola Estadual Maria de Fátima Gimenez Lopes localizada na cidade de Sinop-MT.
[2] Docente na Escola Estadual Cleufa Hubner, localizada na cidade de Sinop/MT.
[3] Graduada em Pedagogia e Técnica em Enfermagem. Docente na Educação Básica da Escola Estadual Maria de Fátima Gimenez Lopes localizada na cidade de Sinop-MT.