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A Importância do Brincar para a Criança

Carmelita Alves de Lima[1]

Cristiane da Silva Pinto[2]

Laura Beatriz da Silva Borges[3]

 

RESUMO

O objetivo principal desta pesquisa foi discutir o papel do brincar para o desenvolvimento infantil.  Como a abordagem metodológica é de cunho qualitativo, tipificada na modalidade estudo teórico e observação já que trabalho em uma creche de alunos com idade entre a zero a cinco anos, da educação infantil e Pré-Escolar de unidade infantil, no município de Sinop/MT. Os principais referenciais teóricos que utilizei para o estudo foi Vygotsky, Kishimoto e Brougère entre outros, a respeito do ato de brincar como método de ensino. Foi a partir deste estudo constatei que a brincadeira na Educação Infantil faz-se necessária, o brincar é próprio da criança, o que muda são as metodológicas de ensino que podem ser utilizadas pelo educador.  O lúdico pode constituir-se em ferramentas pedagógicas indispensáveis no planejamento das aulas, desde que foi descoberta e posto em prática as características de ludicidade intrínsecas no brincar infantil e as escolhas das brincadeiras sejam voltadas à seleção prévia destas atividades, sendo brincadeiras antigas ou modernas. Em leituras e reflexões penso que o brincar educativo sempre propiciará diversão e prazer enquanto assume a função de aprender enquanto brinca, assim incentivando a criança em seus conhecimentos do mundo. Independente da cultura, época e classe social, a brincadeira sempre estará presente, isso e o que define o ser criança, brincar.

Palavras-chave: Brincar, Educação Infantil e Ludicidade.

 

Abstract

My main goal in this research was to discuss the role of play in child development. As a methodological approach is qualitative, typified in the theoretical study and observation mode since working in a daycare for students aged zero to five years of kindergarten and pre-school children's unit, at Sinop / MT . The main theoretical references that I used for the study was Vygotsky, Kishimoto and Brougère among others, about the act of playing as a teaching method. It was from this study found

that the joke in Early Childhood Education is necessary, the play's own child, what changes is the methodological teaching that can be used by educators. The play can be in essential teaching tools in class planning, since it was  discovered and put into practice the intrinsic characteristics of playfulness in children's play and the choices of games are aimed at pre-selection of these activities, and pranks ancient or modern. In readings and reflections think the play will provide  educational always fun and enjoyment while assuming the role of learning while playing, thus encouraging the child in their knowledge of the world. Regardless of culture, age and social class, the game will always be present, and what defines it to be child play.

Keywords: Play, Preschool and Playfulness. 

 

Introdução

Nesta pesquisa tive como objetivo principal,  analisar quais seriam os métodos de ensino aprendizagem na fase  infantil e  pré-escolar, estreitando para utilização das  brincadeiras como estratégia de ensino no processo de aprendizagem nesta fase. A escola é o local  adequado  para favorecer  brincadeiras  como método construtivo de aprendizagem para a criança, pois, considero que isso não ocorre,  na maioria das vezes as  brincadeiras  e também os  jogos  são utilizados para passar o tempo, perdendo todo seu potencial de construir conhecimento através do lúdico.

Todo os estudo foi desenvolvida na creche  Municipal de Educação Infantil Campimg Club, situada no  bairro Campimg Clube n°78  em Sinop/MT,  Norte de Mato Grosso. Durante minha pesquisa a instituição tinha no total de 106  alunos matriculados e atendia crianças na faixa etária de 0 a 5 anos de idade.

Esta pesquisa é qualitativa, Yin considera que:

Pesquisa de natureza qualitativa envolve uma grande variedade de materiais empíricos, que podem ser estudos de casos, experiências pessoais, história de vida, relatos de introspecções, produções e artefatos culturais, interações, enfim, materiais que descrevam a rotina e os significados da vida humana em grupos

(2.001, p.3).

Iniciei minha pesquisa no ano de 2010, quando fiz o primeiro estágio na sala do maternal B, no período matutino. A turma era integrada de 25 alunos e uma professora, assim todas as atividades desenvolvidas no mês de novembro foram observadas e registradas no meu caderno de campo.

O registro das observações deu-se por meio da elaboração de um diário de campo. A entrevista com a professora, a coordenadora e as crianças ocorreram durante o processo de construção de dados, além das conversas informais que ocorreu durante a rotina diária observada.

Neste período ocorreu também a leitura do Projeto Político Pedagógico (PPP). 

Este trabalho está organizado em três (03) capítulos a fim de reunir um maior número de informações e dados com o objetivo de auxiliar leitores e educadores que buscam trilhar os caminhos da Educação.

No primeiro capítulo faço uma apresentação dos caminhos metodológicos  da pesquisa  . É uma descrição informativa dos processos  percorridos ao longo da construção deste presente estudo.

O segundo capítulo refere-se a reflexões com embasamentos teóricos sobre  brincadeiras na educação e no terceiro capítulo discorro todo o processo da pesquisado, observações .

A brincadeira para a criança não é apenas uma distração, é uma diversão, é um momento de interação e isso  se  é  constrói  conhecimento. Através de um jogo ou uma brincadeira, seu conhecimento do mundo por mediação podem explorar suas atitudes, reforçar a socialização entre colegas e adultos, equilibrar o corpo produzindo normas e valores, permitindo a criança a desempenhar sua autonomia e superar dificuldades.

Quando a criança conquista sua autonomia ela está inserida como sujeito da história.

Estudando o assunto encontrei algumas pesquisas que abordavam a evolução das brincadeiras nas diversas fases da criança, relacionando a importância do educador  ter conhecimento de que  e as brincadeiras  que  consistem em ferramentas capazes de ajudar a desenvolver a imaginação, a criatividade cognitiva e a motricidade, dando-lhe a oportunidade para a criança brincar, aprender, conhecer regras e interagir com outras crianças e adultos.

Esta pesquisa contém considerações teóricas além de ser um dos requisitos de conclusão do curso é também uma forma de nos orientar como educadores, da importância de relacionar as brincadeiras como uma metodologia considerável para o desenvolvimento de um futuro cidadão com plena capacidade de atingir o esperado pela sociedade.  A nós educadores cabe o compromisso de garantir o conhecimento ao aluno. Somos parte da história deste educando, assim como ele também faz parte da nossa história, essa consciência nos dá força para romper barreiras traçando caminhos capazes de transformar a sociedade, garantindo a maior participação possível dos cidadãos.  A escola é o referencial da educação e nela há pessoas empenhadas para que isso seja verídico. Esse ato de busca, troca, interação  e aproximação devem vir não somente do educador, mas de todo um conjunto escolar e social, buscando a tão sonhada educação libertadora.

 

Capítulo 1 – Metodologia de Ensino

Neste capítulo, apresento o percurso da investigação. Partindo  da proposta  de que  a

brincadeira são interesses das crianças  e que o professor deve incentivar    estas atividades,

normalmente prazerosas com uma metodologia de ensino que contribuirá no aprendizado da criança.  Para Vygotsky (1979) “a imaginação depende da experiência, das necessidades e dos interesses, assim como da capacidade combinatória e do exercício contido nessa atividade e não podemos reduzir a imaginação às necessidades e sentimentos do homem”.

A brincadeira  em si, existe entre exercitar  a capacidade de raciocínio, e o  plano imaginário, resolver situações problemas e  aprender a arte da convivência com o outro, os seus conteúdos devem ser inerentes a regras que auxiliam as crianças no seu desenvolvimento  social e educacional.

A  relação  e  estreita entre o  ato brincar, jogar e a aprendizagem, nesta metodologia  a criança corrompe aquele momento livre de uma brincadeira e passa a brincar com a intenção  de aprender, promovendo  conhecimentos diversos em seu devido tempo.

 

1.1   A ESCOLHA DO TEMA

Escolhi este tema  porque quando criança gostava muito da aula de Educação Física, pois sabia que seria um momento prazeroso e satisfatório. Hoje em dia as crianças ainda aguardam este momento. Percebo isso, porque além de estudante de Pedagogia,  sou mãe e uma tia presente  e a partir de relatos da minha filha e sobrinho,  verifico que a essa realidade permanece. O brincar é capaz de proporcionar uma fuga para aliviar o aborrecimento, relaxar as crianças do ambiente atarefado do cotidiano nos dias atuais (BROURÈRE, 1998, p. 39). Pois, embora seja avistado como distração, em situações educacionais o brincar no meio real de aprendizagem permite que os adultos competentes aprendam sobre as crianças e suas necessidades.

No ambiente  escolar a maior aprendizagem está na oportunidade  oferecida à criança de ampliar seu nível de conhecimento e desenvolvimento geral, o que por sua vez, dá aos educadores o ponto de inicial  para promover novas aprendizagens nos domínios  afetivos,  cognitivos. Segundo Brougère  (1998, p.58) [...] “A brincadeira    não é educativo em si mesmo, é um lado da natureza infantil que deve ser utilizado para aprimorar a eficácia pedagógica do professor”. Assim o professor terá  uma percepção do espaço da brincadeira  no contexto pedagógico e saberá a melhor maneira de explorá-lo.

Esta pesquisa é um estudo de caso  muito importante. Utilizei-me desta concepção porquê e uma da maneira mais comum de fazer um estudo de natureza qualitativa em educação, constituindo para fins didáticos que não podem se distanciar da metodológico da coleta de dados, seja pelo caminho teórico que dá sustentação ao mesmo. Ao tratar de estudo de caso Yin considera que:

Pesquisa de natureza qualitativa envolve uma grande variedade de materiais empíricos, que podem ser estudos de casos, experiências  pessoais, história de vida, relatos de introspecções, produções e artefatos culturais, interações, enfim, materiais que descrevam a rotina e os significados da vida humana em grupos

(2.001, p.3).

No decorrer desta  pesquisa, meu  olhar pela ação simples e comum que e a aprendizagem com a brincadeira,  e  me  deu entendimento    que a minha história de vida poderia influenciar no resultado desta pesquisa, ou seja, “o pesquisador não se desnuda de seus valores,  crenças, conceitos e concepções ao buscar desvendar os fenômenos os quais  pesquisa, portanto o mesmo  fenômeno pesquisado podem ter diversas interpretações, conforme o olhar de quem investiga”. Para Demo (2005, p. 8) “O homem é um fenômeno capaz de optar, de esperar, de influir. O que é obra sua, é obra histórica”.

É melhor considerar que a maneira de obter resultados, além de ter um teoria convincente, é testemunhar, vivenciar, presenciar na prática o relacionamento intenso entre teoria e prática, assim concluindo as falsidades e verdades que podem ser descobertas durante a pesquisa cientifica.

 

1.2 SUJEITOS DA PESQUISA

A escolha dos sujeitos da pesquisa seguiu as implicação  da própria pesquisa qualitativa.

Considerando uma série de condições a sujeitos que sejam essenciais, segundo o ponto de vista do investigador, para o esclarecimento dos assuntos em foco; facilidade para se encontrar com os sujeitos que são as crianças.

A observação é chamada de participante e que parte do princípio de que o pesquisador tem sempre um grau de interação com a situação estudada, As leituras têm a finalidade de aprofundar as questões e esclarecer os problemas observados. Algumas pesquisas levantam também hipóteses. A questão de pesquisa representa o que o investigador deseja esclarecer. Reuni algumas condições que permit em não  ter dúvida sobre o que ela significa: precisão, clareza, objetividade, etc.(  WAJSKOP,  1987, p.118).

Procurei investigar todos os sujeitos que envolvessem aproximando o objetivo da pesquisa.

 

Capítulo 2 – A Brincadeira como Medidora da Autonomia da Criança

À medida que avanço minha pesquisa faço uma breve reflexão sobre a preocupação e mudanças em torno de educação Infantil em termos de políticas públicas que vem crescendo no Brasil. Neste sentido, o lugar do brincar em que está sendo inserido é preocupante. Muitas vezes, é que a oposição entre o brincar e o estudar se faz presente entre os educadores e profissionais.

Temos políticas públicas como a Lei de Diretrizes Básicas de Educação Nacional (LDB, lei nº 9.294/96), Plano Nacional da Educação apresentado pelo MEC (Ministério da Educação), Referencial Nacional para e Educação Infantil (RCNEI) e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) enfatizam os direitos social e educacional da criança. Porém as leis existe mais nem sempre são compridas pelas pessoas e as vezes são punidas por isso, na educação quem é punida quando um professor não cumpre tais leis é o próprio aluno. Por isso nós como educadores que somos devemos estar interligados entre a criança e a educação para que não haja esta injustiça    com uma pessoa inocente. Ensinar exige risco, aceitação do novo, Freire diz que:

É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos nem  formar é a ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem deiscência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição do objeto, um do outro. (1996, p. 25, g.a.)

A modernidade  estabelece normas que o sujeito comum não percebe, mas para o educador com uma concepção nova, jamais deixará sua estratégia metodológica ultrapassar, estará em constante aprendizado, tanto  estudos teóricos, tecnológico e  psicológico,    o  melhor, aprendendo sempre com o contexto educacional, cultural que vivencia juntamente  com o  processo educativo, que é o aluno. Para Freire (1996, p. 29) “do papel do educador, o mérito da paz com que viva a certeza de que faz parte de sua tarefa docente não apenas ensinar os conteúdos, mas ensinar a pensar certo”.

Esta ideia é desafiadora, possibilita que  sejamos não apenas “professores”, mas humanos, ressaltando que pensar  certo para Freire é transparecer aos educandos ao estar no mundo e com o mundo, ou seja, ter uma leitura de mundo,  um entendimento  verdadeiro que compromete de imediato um cidadão de senso comum para um sujeito de senso crítico.

 

2-1 DISCUTINDO CONCEITOS E TEORIAS NA BRINCADEIRA

Esta pesquisa contém conceitos teóricos baseados em estudos de Piaget, Vygotsky, Brougère e Kishimoto entre outros, cujos estudos contribuíram para fundamentação e argumentação satisfatória, afim de, ao final poder corresponder ao proposto na temática esperada, a qual defende o pensamento  de  que o  brincar contribuirá  para o progresso do educando assim dando-lhe competências a relevar seu caráter de sua formação social, cultural e profissional.

As  brincadeiras são atividades que tem valores educacionais intrínsecos. Num processo de educação  sem extinção,  a metodologia de ensino é o essencial para a criança atingir seu desenvolvimento social e cultural. Para Piaget (1978, p.56) “o jogo como uma brincadeira constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a  realidade.” Brincando    a criança aplica seus  esquemas mentais à realidade que a cerca, apreendendo e assimilando, assim a criança reproduz as suas vivências, transformando o real de acordo com seus desejos e interesses.

A  brincadeira supõe uma relação social, supõe interação, ou seja, a participação    a interação contribui para a formação de atitudes sociais, bem como: respeito mútuo, solidariedade, cooperação, obediência às regras, senso de responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal. É  brincando  que a criança aprende  a  valorizar  as  suas capacidades, integrando o sentido de competição e de colaboração espontânea, assim, a brincadeira deve fazer parte do processo educativo.

(...) educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis. (RCN/I, 1998, p. 23).

Quanto  o autor  Piaget  cita em diversas de suas obras, fatos e experiências lúdicas aplicadas em crianças, e deixa transparente sua satisfação por esse método de ensino. Para ele, a brincadeira não é  apenas uma maneira de distração ou diversão para passar o tempo, gastando energias, e sim, desenvolvendo o intelectual enquanto brinca.

Nessa fase que e a infância  onde evidenciei o foco de estudo e o  decore  desta pesquisa, observei a existência e a aceitação de “regras”. É nesse momento em que a metodologia do aprendizado deve ser pautada em direcionamento que valorize e utilize na brincadeira com regras e limites, interagindo atividade e diversão para o desenvolvimento cognitivo e participativo da criança.

São as regras do jogo que distinguem, por exemplo, jogar buraco ou tranca, usando o mesmo objeto, o baralho. Tais estruturas sequenciais de regras permitem diferenciar cada brincadeira, permitindo superposição com situação lúdica, ou seja, quando alguém brinca,  está executando as regras do jogo e, ao mesmo tempo, desenvolvendo uma atividade lúdica. (KISHIMOTO, 2008, p.17)

Segundo Brougère (2001, p.98) [...] “A brincadeira pressupõe uma  aprendizagem social.

Aprende-se a brincar. A brincadeira não é inata, pelo menos nas formas que ela adquire junto ao homem.” Porém, sem desqualificar o autor, acrescento que a ludicidade é uma potencialidade inata do indivíduo. Sendo a brincadeira e o jogo produtor da cultura humana historicamente produzida.

As atividades em aulas muitas vezes, tornam-se meras repetições de exercícios educativos, ficando  a aula chatas  e como consequência vazia, procura-se a solução com a utilização da brincadeira  para despertar na criança  o interesse pela descoberta de  maneira prazerosa e com responsabilidade.

A interdisciplinar  fica compatível com este método de ensino, numa   brincadeira pode-se ser trabalhar  todas as disciplinas como  matemática, língua portuguesa, entre outras. Com brincadeiras com jogos são usadas de estratégicos de raciocínio ou contas algébricas, português, com canções, textos, mesmo a criança ainda   não sabendo ler, somente visualizando ela por si só já está fazendo uma leitura, como diz Soares (2004, p.27) [...] “não basta simplesmente saber ler e escrever, dos indivíduos já se requer não apenas o domínio de ler e do escrever, mas também que saibam fazer uso dela incorporando-a seu viver.”.

A leitura e a escrita, começam a  interessar  a criança quando elas aprendem a observar, quando olham uma figura ou um objeto e já sabem o que representam, como, por exemplo, em uma simples brincadeira com desenhos , ela ainda não consegue ler, mas se pergunta o que é aquilo ela faz a leitura visual. É aí que começa a alfabetização. A assimilação como no exemplo de visualização.

Hoje sabe-se, que o desenvolvimento intelectual não é apenas na escrita e leitura, mas também um conhecimento onde o sujeito saia do senso comum e seja um sujeito participante  do mundo em que vive  e crítico. Segundo Kishimoto (2008, p.94) [...] “O conhecimento é adquirido por um processo de natureza assimiladora e não simplesmente registradora.” Para que a criança atinja o objetivo esperado o educador deverá ser o mediador entre o sujeito e o conhecimento. “Essa preocupação com o mediador nos remete a dois aspectos:  a qualidade de ação do mediador e os instrumentos pedagógicos.” (Ibid., KISHIMOTO, 2008, p.94).

Por isso o ato da    brincadeiras não podem ser vistos apenas como um divertimento ou uma distração, mesmo que por si só a brincadeiras já sejam muito importantes  para o ser humano. Além de favorecem o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral.

A brincadeira com a função lúdica de propiciar diversão, prazer e ao mesmo tempo desprazer de ser escolhido de forma voluntária e o jogo com sua função educativa, aquele que ensina, completando o saber, o conhecimento e a descoberta do mundo pela criança. (Ibid., KISHIMOTO, p. 96).

As crianças vivem em constante desenvolvendo aprendizagem com habilidades    básicas, em situação lúdica envolvendo a relação entre o corpo e a mente, ou seja, desenvolvendo a psicomotricidade. Vários teóricos que defendem a posição da psicomotricidade como conceito básica para a leitura, escrita e matemática. Um dos principais estudiosos é o autor Cunha (apud, AGUIAR, 1988, p.50) diz que, “o domínio de certas noções como:  direita-esquerda, em frente-atrás, antes-pós, dentre outras, é fundamental para o sucesso escolar.” Isso contribui de maneira expressiva para a formação da criança, com o objetivo principal que é relacionar o ambiente com o mundo em que vivem.

O conceito da educação entrelaça  a todos a sociedade como  professor, aluno e família. Um marco histórico em que um familiar recorda, pode permitir a criança a entender e alcançar metas culturais, sociais e intelectuais.

Os pais constroem pontes que ajudam as crianças a entender novas situações, mas sua influência maior reside na determinação que fazem das atividades que estão ao alcance da criança e quais não: o que observar, qual o tipo de participação é permitido e quem serão os seus companheiros. (ROGOFF, 1993, p.158).

A família tem uma grande responsabilidade e é  de fundamental importância para estimular o desenvolvimento da criança, pois os pais ou responsável é uma referência que a mesma tem como um sujeito adulto que  possa confiar. Segundo Wallon (2007, p.09) “Para a criança, só é possível viver em sua infância. Conhecê-la compete ao adulto”.

Embora  saibam  que  a família seja um  dos principais argumentos sociais e culturais para a criança, o educador tem uma grande parte em propagar a mesma a ter  novos sentimentos como: autonomia, ética,  superação e competição. Procurando  mostrar que  uma brincadeira orientada ajudara em    suas condutas, assim, preparando-as para assumirem seus papeis na sociedade. Bruner (apud BROUGÈRE, 1998, p. 194) diz que “os jogos da infância refletem indubitavelmente os ideais da sociedade adulta; o que uma brincadeira  é um processo de socialização que prepara a criança a assumir seu lugar nessa sociedade”.

Na  conduta  dos saberes pedagógico, a autonomia deve ser recíproca tanto para educador quanto para o educando. O professor deve estar apto a aprender juntamente com seu aluno, em cada brincadeira, em cada maneira de brincar por ele proposto ou até mesmo pelo próprio aluno.

(...) O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que "ele se ponha em seu lugar" ao mais  tênue sinal de sua rebeldia legítima, tanto quanto o professor que se exime do cumprimento de seu dever de propor limites à liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa

existência (FREIRE, 1996, p. 66).

A brincadeira, como uma atividade dominante da infância tem por sua vez um método de ensino, em que pode desencadear o questionamento da criança através de um brinquedo, assim proporcionando a criança estratégias, estimulando a conhecer regras e éticas. Segundo Vigotsky e brincando;

(...) cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a desejar, relacionando os seus desejos a um “eu” fictício, ao seu papel na brincadeira e suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade. (apud WAJSKOP, 2001, p.35).

À medida que desenvolvemos brincadeiras em sala de aula, produzimos situações problemas, curiosidades e aprendizado.

Ao brincar a criança busca saídas para situações que em ambientes reais ela encontraria dificuldades. Ela então se torna um espaço de flexibilidade, inovação e criação. Por ser um espaço social, a brincadeira confere também uma convenção para aqueles que brincam. (BROUGÈRE, 1995, p.101).

O professor por sua vez torna-se o mediador entre conhecimento e o lúdico, fazendo o ato de educar um compromisso, sem perder o caráter de prazer, de satisfação individual e coletiva, transformando-o em um sujeito crítico consciente de suas responsabilidade  perante a sociedade.

Ao analisar as ideias acima, com base das teorias do autor Piaget (1998) diz que “a atividade lúdica, é o berço obrigatório  das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa”. A ludicidade é um assunto que tem conquistado espaço, principalmente na Educação Infantil. A palavra Lúdica no Aurélio  (...) significa brincar, e neste ato de brincar estão incluídos jogos, brinquedos e divertimento, por sua vez, esta função educativa oportuniza a aprendizagem do indivíduo, saber, conhecer seu mundo, instigando a criança a desenvolver a leitura de mundo que vive.

O início do século XIX presencia o  término da Revolução Francesa e o surgimento de inovações pedagógicas. Há um esforço para colocar em prática os princípios de Rousseau, Pestalozzi e Frobel. Mas é com Frobel que o jogo, entendido como objeto e ação de brincar, caracterizado pela

liberdade  e espontaneidade, passa fazer parte da história da educação infantil. (KISHIMOTO, 1973, P.16)

A fase infantil e pré-escolar é um marco para a criança, porquê as mesmas dão início ao primeiro contato com a escola, antigamente acontecia tudo dentro de casa mais atualmente com a correria da época em que as mães trabalha fora a partir desta idade entre 0 e 5 anos a criança é inserida em um contexto escolar, em que conhecem crianças e adultos que jamais viram. Passam a conhecer um espaço, um ambiente com características novas. As crianças possuem uma natureza de aceitação muito grande.

No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam as mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem ideias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar (RCNEI, 1998, p.21).

A brincadeira que compõem o repertório infantil e que variam conforme a cultura regional apresenta-se como oportunidades privilegiadas para desenvolver habilidades ainda não trabalhadas com a criança. A prática educativa deve ser organizar de forma que as crianças desenvolvam capacidades, o coordenador pedagógico pode estabelecer objetivo e metas as quais o educador poderá atingir no decorrer do processo educativo.

 

Capítulo 3 – Brincadeiras no Ambiente Escolar

Constatei que as brincadeiras são antigos, mas o modo de brincar é inovador, o modo em que o professor/aluno interage é o que dá êxito no processo de ensino-aprendizagem, neste relacionamento, a atividade e afetividade do professor é fundamental. Ele deve ser antes de tudo o facilitador, o mediador, criando condições para que a criança explore sua criatividade, criticidade, movimento corporal, manipule materiais, interaja com colegas e resolva situações problemas.

Segundo Brougère (1998, p. 53) “Se o jogo se opõe à seriedade, dificilmente pode, enquanto tal, recobrir um valor ou uma intenção educativa. Ele vai se distinguir tanto na seriedade e na educação, que dizem respeito ao mesmo domínio”. Através de estudo em nossa época contemporânea  surge um novo pensamento a partir de diversas relações entre o jogo e a educação.

No transcorrer desta pesquisa os sujeitos (professora, coordenadora, pais e alunos) definem suas concepções e métodos perante a linha de pesquisa.

A metodologia de ensino deve ser lúdica, porém a uma cobrança maior da secretaria de educação, por exemplo, os diagnósticos que a criança não atinge o esperado, a professora é informada e cobrada, e acabam esquecendo-se que o tempo é da criança, e não do diagnóstico, ás vezes a criança demora certo tempo até compreender o alfabeto, mas raciocino lógico para desvendar uma brincadeira ela é super desenvolvida, ou atividades corporais que a mesma se tem grandes resultados.

Para avaliação dos alunos a recomendações da LDB no seu artigo 31, “a avaliação far-se-á mediante o acompanhamento e o registro de desenvolvimento do aluno, sem o objetivo de

promoção, mesmo para o ensino fundamental.” A criança deverá ser avaliada por sua participação nas atividades propostas no individual e como interage com os colegas no ambiente escolar.

Antigamente os brinquedos eram confeccionados artesanalmente com matéria prima básica, como por exemplo, a madeira, pedras, plásticos, papel ou qualquer outro material, tudo em prol da imaginação da criança. Os brinquedos industrializados são criados pelos adultos e intencionalmente fabricados em prol do capitalismo gerenciando momentos prazerosos e não educativos. Por este motivo o educador dever conhecer bem o jogo e a brincadeira que irá propor há criança e principalmente o espaço e o tempo da criança. Segundo Rendin (1998, p.59) “As características do brincar de cada grupo infantil serão definidas em função do tempo e espaço existente para a brincadeira acontecer”.

Para argumentar e registrar o direito da criança, temos várias legislações como, por exemplo, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que resume estes direitos e os detalha em disposições legais e acrescenta no artigo 59: “os municípios, com apoio dos estados e da União, estimulem e facilitem a destinação de recursos e espaços para as programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e o adolescente.” Mesmo com tantas leis aprovadas para o direito da criança, o lúdico, não precisaria ser questionado ou aprovado por lei, pois isto seria aprovar o obvio, mas em respeito à criança e sabendo não é tão obvio pensar que somos seres que brincam a criança precisa deste direito aprovado por lei.

Se já fazemos parte uma geração perdida, podemos evitar, em parte, que as novas gerações entrem pelo mesmo, brete, pelo mesmo corredor. Podemos envolver-nos no esforço de reconquista, para nós e as nossas crianças, do lúdico com uma dimensão humana e não apenas infantil. O lúdico é uma dimensão especificamente humana  e o direito ao lazer está incluindo, pelas nações, entre os direitos humanos. (Ibid., RENDIN, 1998, p.63).

Segundo Wallon, (apud, HORN, 2004, p.17) “podemos depreender que a organização espacial da sala de aula deverá traduzir-se em um espaço  amplo onde as crianças poderão movimentar-se com liberdade”. As crianças se divertem sim, mas em um lugar fechado, não podem correr, não podem gritar, estão sempre supervisionados por uma inspetora de pátio ou monitora.

Neste contexto educacional e social é necessário ao educador atender de fato as reais necessidades dos educando, respeitando seus limites e seu tempo, principalmente conhecer as etapas do desenvolvimento em que a criança se encontra e sua real estrutura familiar. Segundo Vygotsk (1991) “O ato de brincar muito importante para o desenvolvimento integral da criança. As crianças relacionam de várias formas com significados e valores inscritos nos brinquedos. Pois, nas brincadeiras, as crianças ressignificam o que vivem e sentem”.

Na  Constituição Federal de 1988 foi aprovado e o Estatuto da Criança e do Adolescente  – Lei 8.069/90, que inseriu as crianças no mundo dos direitos humanos. De acordo com seu artigo 3º, a criança e o adolescente devem ter assegurados os direitos fundamentais  inerentes à pessoa humana, para que seja possível, desse modo, ter acesso às oportunidades de “[...] desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade” (BRASIL, 1994).

Indivíduo, saber, conhecer seu mundo, instigando a criança a desenvolver a leitura de mundo que vive. Segundo Piaget (1989), a maneira da criança assimilar.  e de acomodar  deverá ser sempre através do lúdico.

O brinquedo e o ato de brincar, completa o mundo mágico infantil, pois é uma das principais formas de autodescoberta e vivências da própria criança, partindo da percepção de seus limites e de suas possibilidades, explorando seu ambiente através de suas brincadeiras de uma maneira saudável e produtiva, contribuindo assim, para a integração de suas primeiras experiências culturais, independente de época, cultura e classe social, as brincadeira sempre se fazem presentes, isso define a criança, não tem como ser criança e não brincar.

O início do século XIX presencia o término da Revolução Francesa e o surgimento de inovações pedagógicas. Há um esforço para colocar em prática os princípios de Rousseau, Pestalozzi e Frobel. Mas é com Frobel que o jogo, entendido como objeto e ação de brincar, caracterizado pela

liberdade e espontaneidade, passa fazer parte da história da educação infantil. (KISHIMOTO, 1973, P.16)

A fase da infância é um marco para a criança, pois as mesmas dão início ao primeiro contato com a escola, antes de tudo acontecia dentro do âmbito familiar, ou seja, dentro de casa, a partir desta idade entre 0 e 5 anos a criança é inserida em um contexto escolar, em que conhecem crianças e adultos que jamais viram. Passam a conhecer um espaço, um ambiente com características novas. As crianças possuem uma natureza singular.

No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam as mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem ideias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar (RCNEI, 1998, p.21).

As famílias independentes da classe social a qual pertencem, elas são nuclear, em que é constituída pelo pai, mãe e filhos ou monoparentais, que é constituída apenas pela mãe, pai, avó e outros. Porém são importantes interlocutores entre a criança e o professor. A presença dos mesmos na escola é fundamental para a vida educacional e social da criança. Cabe, portanto, a instituição estabelecer um diálogo aberto com as famílias, considerando-as como parceira no processo educativo.

Os pais e a escola têm então um grande desafio de ajudar as crianças a reelaborarem essa cultura midiática da qual dificilmente o senso comum possibilitará que isso obtenha sucesso. A comunidade em si ainda espera que a escola seja um local onde a criança vá sair lendo e escrevendo, isso não é uma inverdade, pois realmente “eles sairão”, mas a construção do ensino vai além do ato de ler e escrever.

A criança deve ler nas entrelinhas, saber compreender o que está lendo ou escrevendo.

As crianças aprendem a ler mesmo antes de irem para a escola, alguns pais, talvez por serem leigos no assunto não percebam isso, uma criança com capacidade de raciocínio rápido e de agilidade pode constatar através de uma brincadeira, já faz uma leitura intelectual que contribuirá para sua vida adulta tornando-a um sujeito crítico construtivo.

A participação dos pais na escola é de suma importância, a Lei LDB nos diz que: “as escolas tem a obrigação de se articular com as famílias e os pais têm direito a ter ciência do processo pedagógico, bem como de participar da definição das propostas educacionais.” Porém nem sempre isso acontece, pois os pais não participam da educação escolar dos filhos.

Todo educador sabe que o apoio da família é crucial no desempenho escolar, quando o responsável pela criança acompanha a lição de casa, que não falta nenhuma reunião, quando isso ocorre  à oportunidade da criança desenvolver seus conhecimentos é bem maior. A escola deve oportunizar estes contatos com os pais com festas, apresentações, gincanas, assim eles vão se sentir comprometidos com o contexto escolar.

De acordo com Horn (2007, p60), “a proposta pedagógica da escola deve ter como objetivo central do seu trabalho, ensinar e aprender através da ludicidade”. O educador deve inserir essa atitude lúdica na sua prática pedagógica. Seria necessário que educadores e escolas resistis sem a qualquer pressão, como listagem de conteúdos a serem vencidos, a cobrança dos pais quanto à quantidade de produção escrita, entre outras, transformando a sala de aula num espaço de maior criatividade, liberdade e ludicidade, no qual a criança pudesse. Desenvolver sua autonomia, tornando-se agente do seu próprio caminhar durante o brincar.

O brincar não deve estar presente na rotina infantil somente na hora do intervalo escolar, mas precisa ser uma atitude cotidiana no trabalho do professor, que pode organizar sua sala de aula de forma lúdica, ao brincar, a criança constrói valores e atitudes  em relação a si mesmas  e ao próximo, vivenciando concretamente a elaboração e negociação de regras de convivência. Portanto, cabe ao professor respeitar este seu direito fundamental para que ela se transforme em um indivíduo criativo, livre e consciente da necessidade de valorizar o ambiente que a rodeia. É necessário que os educadores infantis realizem um trabalho extenso para informar à sociedade que o “brincar” não é uma perda de tempo, mas um processo pelo qual a criança deve passar.

 

Conclusão

A infância é um momento propicio aos diversos desenvolvimentos da criança. A Educação Infantil ofertada nas escolas públicas e particulares deve ter por objetivos valorizar esse desenvolvimento da criança e auxiliá-lo para que aconteça no momento certo. Para isso as instituições devem dispor de espaços físicos  ,  suficientes e adequados as necessidades da criança com dinâmicas, atividades com brincadeiras livres ou direcionada, deve também dispor de profissionais capacitados. Com currículo que valorize o mesmo e a criança.

Nesta pesquisa constatei que é possível aliar teoria à prática, não é nada fácil, mas quando se faz embasado em teorias que dão resultados e com um profissional com capacidade e responsabilidade as coisas tornam-se possíveis. Percebi também que os Parâmetros Curriculares

Nacionais são de muita importância para desenvolver uma prática pedagógica eficiente.

E o papel do educador é indispensável no espaço da creche e que deva planejar e organizar atividades com o objetivo de buscar o desenvolvimento integral de todas as potencialidades da criança. O educador deve ter a sua proposta voltada para o bem estar da criança, buscando sempre melhorar a sua prática elaborando sempre novas alternativas para o grupo como um todo, facilitando as interações, promovendo e construindo espaços adequados para as crianças.

Com o avanço na educação e da forma de ver a criança, as creches passaram a não ser somente assistencialistas e começaram a desenvolver o seu papel educacional, que é contribuir para a  formação do ser humano, brincar  e o cuidar, pois a criança é indivíduo,  a infância é uma etapa da vida do ser humano que não é estável, sendo resultado de transformações diversas (sociais, religiosas, culturais, materiais etc.), ela é sujeito construtor e transformador de sua própria história, e não um simplesmente futuro adulto.

A brincadeira é muito mais do que algo comum, é um componente essencial para o desenvolvimento na primeira infância.  E muitas vezes a creche estando preocupada com a super lotação da sala,  supervaloriza a disciplina de normalização, suprimindo o tempo do lúdico na vida da criança, tornando as atividades e brincadeiras corporais um simples momento de recreação necessária para se gastar energia ou como parte do programa da hora do parque, assim estando à creche apenas preocupada com a disciplina organizada da turma.  

Podemos perceber  que em alguns âmbitos educacionais, educadores têm dificuldades em uma metodologia que envolva o brincar  e  a  criança tem sido imposta a poucas atividades e quase nada significativa para sua experiência pessoal, ou seja, muitas vezes, seguem rotinas rígidas e repetitivas que não possibilitam o desenvolvimento de sua autonomia e expressividade, sem falar nos espaços que são inadequados, ocupados por mesinhas e cadeiras, que dificultam as atividades físicas da criança.

O educador deve estar sempre atento às etapas do desenvolvimento da criança, colocando-se à disposição, estabelecendo com eles uma relação de ajuda, atenção e cuidado, fazendo uso das atividades motoras com movimentos intencionais e brincadeiras específicas com as crianças, ajudando a criança a desenvolver o movimento corporal através de brincadeiras, que quando realizada por meio de ações, são os movimentos que dão sentido a essas ações.

Sendo assim, o espaço do movimento precisa ser visto de uma maneira mais atenciosa pelo profissional da educação, pois a brincadeira auxiliará o desenvolvimento integral da criança.

 

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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13829&Itemid=86.



[1] Pedagoga, atuante na Rede Municipal de Educação.

[2] Pedagoga, atuante na Rede Municipal de Educação.

[3] Pedagoga, atuante na Rede Municipal de Educação.