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DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO

 

Ivone Henrique Soares

Tatiane Rodrigues de Souza

Marlucia Rodrigues Ramiro

Neusa Pereira dos Santos

Rosa Cristina Marinelli

 

RESUMO

 

O trabalho com crianças que apresentam dificuldades e distúrbios de aprendizagem nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental requer dos professores uma busca constante por informações para adequar a prática em sala de aula a realidade vivenciada. No entanto, há casos que não são apenas dificuldades de aprendizagem, trata-se de distúrbios que dificultam o ensino-aprendizagem. Este artigo consiste na abordagem referente asdificuldades e os principais distúrbios de aprendizagem presente no âmbito escolar, comprometendo o processo de ensino da leitura e da escrita na alfabetização encontradas na primeira fase da alfabetização. A pesquisa partiu da necessidade de compreender como realizar um trabalho que atenda as necessidades especificas daqueles que apresentam “dificuldades e distúrbios de aprendizagem no processo de ensino da leitura e da escrita na alfabetização” que está mais relacionado a problemas de ordem psicopedagógica ou socioculturais, ou seja, o problema não está centrado apenas na criança. Tendo como objetivo geral: diferenciar dificuldades de distúrbios de aprendizagem. Buscando entender por que uns alunos aprendem com facilidade, enquanto outros não compreendem, ou avançam lentamente. Pois essas dificuldades são frequentemente encontradas em sala de aula, compreendê-las favorecerá na construção de um novo conceito de processo ensino aprendizagem.

 

 

Palavras-chave: Aprendizagem. Dificuldades. Distúrbios.

 

 

APRESENTAÇÃO

 

O tema dificuldades e distúrbios de aprendizagem no processo de ensino da leitura e da escrita na alfabetização faz uma descrição sobre algumas das dificuldades de aprendizagem apresentadas por algumas crianças em sala de aula, sendo que os autores colocam que as dificuldades que não forem sanadas nos primeiro anos escolares dificilmente a criança irá superar nos anos seguintes.

A metodologia utilizada neste estudo será por meio de pesquisa em fontes bibliográficas fundamentada em livros, sites, artigos científicos, como também vários autores como: Bermúdez (2012), Ciasca (2009), Collares (1992), Ferreiro (1999), Fonseca (1999), Sampaio (2012), entre outros, sendo todos de fundamental importância para a realização do mesmo. Os resultados permitirão uma análise mais profunda referente à possibilidade na identificação das dificuldades de aprendizagem no processo de alfabetização, pois quanto mais cedo detectada, mais facilitara vida escolar da criança, analisando assim os principais distúrbios de aprendizagem.

No primeiro momento será conceituado sobre dificuldades de aprendizagem na qual um aluno em sala não consegue aprender com os métodos com as quais aprendem as outras crianças. Onde estas merecem toda atenção especial ,pois a aprendizagem ocorre durante toda vida e o professor tem um papel importante na vida escolar de uma criança e com ajuda do profissional da sala de apoio ou recurso ele acompanha ,orienta e procura meios de oferecer as possibilidades de adquirir o conhecimento.

Em seguida descreveremos o que são transtornos de aprendizagem que deve ser abordado por profissionais especializados onde determinar as diferentes causas que estão por trás desta problemática é tarefa de profissionais em área como; psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, neuropsicologos e neurologistas. Eles sim determinaram se a criança apresenta. Dislexia: impedindo o aluno de ser fluente apresentando leitura lenta ou omissões de letras, fazendo trocas, inverte sílabas, pulando linhas ao ler um texto, entre outros. Disgrafia: ou também chamada de letra feia. Discalculia: que é um transtorno de aprendizagem na matemática. Disortogragia: que é a confusão de letras ou trocas de ortografias já trabalhada pelo professor.

 

 

2 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

                                                                  

Dificuldades de aprendizagem no processo de ensino da leitura e da escrita na alfabetização encontradas em salas de aula tem se tornado o foco de pesquisas mais intensas nos últimos anos. Pois ainda é muito pouco entendida pelo público em geral. Tendo em vista que a aprendizagem de um aluno exige varias intervenções pedagógicas, sendo assim necessário compreensão de cada passo que a criança apresenta para que ocorra a assimilação adequada do aprendizado.

As informações sobre dificuldades de aprendizagem têm tido uma penetração tão lenta que os enganos são abundantes mesmo entre professores e outros profissionais da educação. Não é difícil entender a confusão. Para começo de conversa, o termo dificuldades de aprendizagem e/ou transtorno refere-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. Raramente, elas podem ser atribuídas a uma única causa: muitos aspectos diferentes podem prejudicar o funcionamento cerebral, e os problemas psicológicos dessas crianças frequentemente são complicados, até certo ponto, por seu ambiente doméstico e escolar. [...] As dificuldades de aprendizagem podem ser divididas em tipos gerais, mas uma vez que, com frequência, ocorrem em combinações e também variam imensamente em gravidade, pode ser muito difícil perceber o que os estudantes agrupados sob esse rótulo têm em comum (BERMUDEZ, 2012 p. 5,6).

 

Fonseca, (1999, p.244) define que a dificuldade de aprendizagem é vista muitas vezes como um atraso, e não dependentes de uma deficiência mental, apresenta comportamentos como desordem ou imaturidade num ou mais processos da linguagem falada, da leitura, é um conjunto de fatores pedagógicos nas quais se desenvolve o aprender dificultando a ortografia, a caligrafia ou da aritmética resultantes de uma disfunção cerebral e ou distúrbios.

Zielak (1992, p.98), coloca que:

... a aprendizagem da leitura e escrita constitui-se num complexo sistema funcional nada atraente para a criança uma vez que resolve tudo facilmente com o uso da fala, leitura e escrita não são funções isoladas, mas integradas num único conjunto, ligadas ao desenvolvimento infantil. Quando a criança vai aprender a escrever terá que desligar-se do aspecto sensorial da fala e substituir palavras por imagem de palavras. A fala oral é a representação sonora do pensamento, enquanto que a escrita é a representação simbólica das palavras. (ZIELAK 1992, p.98)

 

Ainda conforme a autora, temos uma imagem empobrecida da criança que aprende: a reduzir a um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega um instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons. Atrás disso há um sujeito que tem autonomia no processo de construção de seu conhecimento (cognoscente), alguém que pensa que constrói interpretações, que age sobre o real para fazê-lo seu.

O professor precisa valorizar o que a criança já sabe desde os primeiros momentos de vida escolar. No entanto é preciso conscientizar o professor de que as crianças chegam à escola, já sabendo de várias coisas sobre a língua materna. O conhecimento passa a ser construído por meio da interação do sujeito com o objeto, cabendo ao professor criar oportunidades que venham a favorecer o desenvolvimento da escrita através das próprias experiências que o aluno traz do meio onde vive, pois no vinculo com a mãe a criança estrutura suas capacidades individuais e também suas atitudes frente ao mundo e, portanto, frente à aprendizagem (FERREIRO, 1991, p. 41).

Ferreiro (1991, p. 41) afirma:

 

É preciso mudar os pontos por onde nós fazemos passar o eixo central das nossas discussões. Temos uma imagem empobrecida da língua escrita: é preciso reintroduzir, quando consideramos a alfabetização, a escrita como sistema de representação da linguagem (FERREIRO, 1991, p. 41)

 

Fernández (1991) considera as dificuldades de aprendizagem como sintomas ou “fraturas” no processo de aprendizagem, onde necessariamente estão em jogo quatro níveis: o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo. A dificuldade para aprender, segundo a autora, seria o resultado da anulação das capacidades e do bloqueamento das possibilidades de aprendizagem de um indivíduo e, a fim de ilustrar essa condição, utiliza o termo inteligência aprisionada.

Segundo Ferreiro e Teberosky (1985, p. 72), as dificuldades encontradas no processo de aquisição de leitura e de escrita são fatores que interferem na aprendizagem do aluno. As pesquisadoras ainda asseguram que a aprendizagem da leitura e da escrita, entendida como questionamento a respeito de sua natureza e de sua função se propõem a resolver problemas e tratam de solucioná-los, seguindo sua própria metodologia. Para isso deslocou-se a questão central da alfabetização do ensino para a aprendizagem. Partindo de como se deve ensinar e como, de fato, se aprende.

Para Castaño (2003) o termo dificuldade de aprendizagem pode ser caracterizado por alterações no processo de desenvolvimento, no aprendizado da leitura, da escrita e do raciocínio lógico-matemático, pode estar ou não associadas a comprometimentos da linguagem oral.

De acordo com GrigorenkoeSternemberg (2003, p. 29):

 

... dificuldade de aprendizagem significa um distúrbio em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem, falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos. (GRIGORENKO E STERNEMBERG, 2003, p. 29).

 

França (1996) coloca que a utilização dos termos distúrbios, problemas e dificuldades de aprendizagem é um dos aspectos menos conclusivos. Para o autor, aparentemente os defensores da abordagem comportamental preferem a utilização do termo distúrbio, enquanto os construtivistas parecem ser adeptos do termo dificuldade. Ainda de acordo com o autor, aparentemente a distinção feita entre os termos dificuldades e distúrbios de aprendizagem esteja baseada na concepção de que o termo “dificuldade” está mais relacionado a problemas de ordem psicopedagógica e/ou sócio - culturais, ou seja, o problema não está centrado apenas no aluno, sendo que essa visão é mais frequentemente utilizado em uma perspectiva preventiva; por outro lado, o termo “distúrbio” está mais vinculado ao aluno, na medida em que sugere a existência de comprometimento neurológicos em funções corticais específicas, sendo mais utilizado pela perspectiva clínica ou remediativa.

Os termos distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem têm sido utilizados de forma aleatória, tanto na literatura especializada como na prática clínica e escolar, para designar quadros diagnósticos diferentes (MOOJEN, 1999).

 

3 TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

 

De acordo com código internacional de doenças (CID-10) os transtornos específicos do desenvolvimento e das habilidades escolares são classificados como padrões normais de aquisição de habilidades, são perturbados desde os estágios iniciais do desenvolvimento. Eles não são simplesmente uma consequência de uma falta de oportunidade de aprender nem são decorrentes de qualquer forma de traumatismo ou de doença cerebral adquirida. Ao contrário, pensa-se que os transtornos originam-se de anormalidades no processo cognitivo, que derivam em grande parte de algum tipo de disfunção biológica.

O termo “transtorno” é usado por toda a classificação, de forma a evitar problemas ainda maiores inerentes ao uso de termos tais como “doença” ou “enfermidade”. “Transtorno” não é um termo exato, porém é usado para indicar a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecível associado, na maioria dos casos, sofrimento e interferência com funções pessoais. (CID-10, 1993 p.5).

Os Transtornos de Aprendizagem afetam a habilidade da pessoa de falar, escutar, ler, escrever, soletrar, pensar, recordar, organizar informações ou aprender a matemática. Os transtornos de aprendizagem não podem ser curados. Duram para a vida toda.

 

4 DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM

 

O uso da expressão distúrbio de aprendizagem tem se expandido de maneira assustadora entre os professores, apesar da maioria desses profissionais nem sempre conseguir explicar claramente o significado dessa expressão ou os critérios em que se baseiam para utilizá-la no contexto escolar. Na opinião das autoras, a utilização desmedida da expressão distúrbio de aprendizagem no cotidiano escolar seria mais um reflexo do processo de patologização da aprendizagem ou da biologização das questões sociais (COLLARES E MOYSÉS, 1992).

Conforme o autor, distúrbios de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas, expõe ainda que:

 

Estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com outras condições desfavoráveis (por exemplo, alteração sensorial, retardo mental, distúrbio social ou emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é resultado direto dessas condições ou influências (COLLARES E MOYSÉS, 1992, P. 32).

 

Segundo Ross (1979), o termo “distúrbios de aprendizagem” é utilizado para crianças que frequentam escolas e demonstram uma dificuldade na aprendizagem, mesmo que aparentemente não apresentem problemas de ordem física, sensorial, intelectual ou emocional. De acordo com Ross, o rótulo e o estigma resultam de crianças mal diagnosticadas, muitas vezes com classificações que não correspondem à verdade, como “hiperatividade”, “síndrome da criança hiperativa”, “síndrome hipercinética”, “lesão cerebral mínima”, “dificuldade de aprendizagem”, “disfunção cerebral mínima” ou ainda “disfunção na aprendizagem”.

 

4.1 PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM

 

4.1.1 Dislexia

 

A Dislexia é um dos termos mais utilizados dentro das dificuldades de aprendizagem, dificuldades que aparecem com mais frequência na leitura, impedindo o aluno de ser fluente apresentando leitura lenta ou omissões de letras, faz trocas, inverte sílabas, pulam linhas ao ler um texto, entre outros. Estudiosos afirmam que sua causa vem de fatores genéticos, mas nada foi comprovado pela medicina.

Segundo o investigador Netita (1987, p. 246) “a dislexia constitui uma desordem cognitiva e uma desordem da linguagem. Desordem cognitiva, exatamente porque se centra na problemática da significação da linguagem interior da abstração, da formação dos conceitos e das metáforas”. Evidencia uma perturbação no processo de simbolização, não se operando a significação, que deverá resultar da leitura e põe em jogo um processo cognitivo e integrativo. Descodificar e simultaneamente compreender, são um todo no processo da leitura, trata-se de uma análise pela síntese.

De acordo com Fonseca (1999. p 16)

 

... a dislexia é como uma desordem da linguagem que interfere com aquisição de significações obtidas da linguagem escrita, devido a um déficit na simbolização. Pode ser endógena ou exógena, congênita ou adquirida. As limitações na leitura são demonstradas pela discrepância entre a realização esperada e realização atual. Limitações normalmente devidas às disfunções cerebrais manifestadas por perturbações cognitivas, mas que não são atribuídas a deficiências sensoriais, motoras, intelectuais ou emocionais, nem a um ensino inadequado ou a privação de oportunidades. (FONSECA, 1999, p 16).

 

Dislexia é um defeito de aprendizagem da leitura caracterizado por dificuldades na correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal reconhecidos, e fonemas, muitas vezes, mal identificados. A dislexia não é uma doença. É apenas um bloqueio apresentado por crianças que se encontram no início do processo de alfabetização. A dislexia é caracterizada pela dificuldade de aprendizagem na leitura e escrita. Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra (alfabeto) e também tendem a trocar algumas letras ou mesmo escrevê-las na ordem inversa. (DUBOIS et al. 1993, p.197).

 

4.1.2 Disgrafia

 

A disgrafia ou também chamada de letra feia. Isso acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia da letra. Ao tentar recordar este grafismo, escreve muito lentamente o que acaba unindo inadequadamente as letras, tornando a letra ilegível. Algumas crianças com disgrafia possuem também uma disortográfica amontoando letras para esconder os erros ortográficos. Mas não são todos disgráficos que possuem disortográfica. (SAMPAIO, 2012).

Para Ciasca (2009 p. 187), as principais causas da disgrafia estão relacionadas a problemas de sequencializações de processamento.

 

Problemas que implicam na não existência de falha perceptual, mas a dificuldade está relacionada ao processamento sequencial da informação recebida e na sua forma de organização. Os problemas relacionados ao processamento assim como nos distúrbios de leitura, podem envolver: processamento auditivo, as dificuldades estão relacionadas à aprendizagem e compreensão da linguagem, ou seja, da aprendizagem verbal; e processamento visual, a dificuldade está relacionada ao processo visual da informação, ligado a aprendizagem não verbal. (CIASCA, 2009 p. 187).

 

Johnson e Miklebust (1991). Transferir pensamentos no processo da escrita é algo muito complexo, pois requer uma preparação estrutural altamente minuciosa e consiste numa das últimas formas de linguagem aprendidas pela criança, causando sentimentos e ideias para uma linguagem simbólica. Considerando o ambiente familiar, social e cultural no qual a criança está inserida, levando se em conta o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e afetivo.

 

4.1.3 Discalculia

 

Segundo Butterworth, (2005). A discalculia do desenvolvimento parece ser um problema específico para o entendimento e acesso rápido a conceitos e fatos numéricos básicos ou nas palavras de Dehaene (1997) “fundamentalmente uma dificuldade com o constructo do senso numérico”. Assim como na dislexia, a discalculia de desenvolvimento só pode ser suspeitada na presença de coeficiente intelectual (QI) normal, na ausência de lesões neurológicas e na presença de exposição a ensino formal da matemática.

Ressalta ainda que é importante que mesmo na presença dessas dificuldades, os indivíduos portadores de discalculia do desenvolvimento tem inteligência dentro ou acima da média e várias potencialidades, tais como: aquisição da linguagem verbal; escrita de poesia; enxergar e lembrar palavras impressas; lidar com áreas das ciências que não envolvam matemática; entender conceitos numéricos que não envolvam números e modelos computacionais; entender figuras geométricas; artes criativas. (DEHAENE, 1997).

Para Dehaene (1997), um entendimento mais aprofundado da natureza da discalculia, seu diagnóstico e intervenção, são necessários que possamos refletir sobre questões tais como: o que são habilidades matemáticas, quais as bases neurobiológicas da aprendizagem da matemática, como diagnosticar precocemente e qual a melhor forma de intervenção.

Conforme a autora, discalculia é uma condição permanente, portanto, o aluno e sua família necessitam de apoio e orientação. Pesquisas indicam que alunos com transtornos de aprendizagem têm mais sucesso no ensino superior quando desenvolveram sólidas habilidades de expressar suas vontades e ideias.

 

 

4.1.4 Disortografia

 

A disortografia acontece quando o individuo manifesta perturbações nas operações cognitivas de expressão e sintaxe, em que este apesar de comunicar oralmente, copiar e escrever palavras quando estas são ditadas Em seguida descreveremos o que são transtornos de aprendizagem que deve ser abordado por profissionais especializados onde determinar as diferentes causas que estão por trás desta problemática e tarefa de profissionais em área como; psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, neuropsicologos e neurologistas.

Assim, podemos definir a disortografia pela existência de grandes dificuldades ao nível da produção de textos escritos sendo que, a criança disortográfica não tem que forçosamente ler também mal.(FONSECA, 2009).

Serra (2005, p. 14), define a disortografia como sendo “uma perturbação específica da escrita que altera a transmissão do código linguístico ao nível dos fonemas, dos grafemas, da associação correta entre estes, no que respeita a peculiaridades ortográficas de certas palavras e regras de ortografia”

Rebelo, (1993). Disortografia acarreta uma série de erros sistemáticos na escrita e na ortografia os quais se podem dividir em diferentes categorias.

Torres e Fernandez (1997) podem distinguir sete tipos de disortográfica:

 

“Temporal”: a criança não é capaz de ter uma percepção clara dos aspetos fonêmicos da cadeia falada com a respectiva ordenação e separação dos seus elementos; “Perceptivo-Sinestésica”: incapacidade da criança repetir corretamente os sons escutados, com substituições no modo de articulação dos fonemas; “Cinética”: dificuldade em ordenar e sequenciar os elementos gráficos que gera erros de união e separação; “Visuo-Espacial”: existem alterações perceptivas da imagem dos grafemas; “Dinâmica”: presença de alterações na expressão escrita das ideias e na estruturação sintática das proposições; “Semântica”: a análise indispensável para o estabelecimento dos limites das palavras está alterada; “Cultural”: presença de uma grave dificuldade na aprendizagem da ortografia convencional ou de regras.

 

Segundo a fonoaudióloga Fernanda Marques (s.d) O transtorno específico da grafia que, geralmente, acompanha a dislexia é conhecido como disortográfica. É a dificuldade de aprender e desenvolver as habilidades da linguagem escrita. É a alteração na planificação da linguagem escrita, causando transtorno na aprendizagem da ortografia, gramática e redação. Muitas pessoas também se queixam de dores nas mãos ou nos braços, pois fazem força para escrever. A pessoa que sofre de disortográfica tende a escrever textos curtos, a ter dificuldade no uso de coordenação e subordinação das orações, dificuldade em perceber os sinais de pontuação, falta de vontade para escrever.

 

5 CONCLUSÃO

 

Analisando assim que dificuldades de aprendizagem não desaparecem, quando uma criança volta para casa após a escola.  São várias as condições que podem afetar o modo de como a criança passa a percebe o mundo que a rodeia, a forma como eles se tratam e se comunicam, assumem determinado poder referente aos relacionamentos sociais e familiares, a forma que influenciam a conduta em casa e bem como o desempenho escolar. Pois grandes partes desses comportamentos aparecem descuidadosamente ou mesmo propositadamente perturbador como uma dificuldade em ser pontual, perde as coisas com frequência ou o fracasso crônico apresentando dificuldades para completar tarefas, devido os problemas de aprendizagem que a criança apresenta.

Autores colocam, que alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem, portanto, não são deficientes mentais ou emocionais nem deficientes visuais, auditivos ou motores nem devem ser confundidos com alunos desfavorecidos ou privados culturalmente. Independentemente de terem uma inteligência adequada, uma visão, uma audição e uma motricidade adequada, bem como uma estabilidade emocional adequada, tais alunos não aprendem normalmente.

Aspecto este que é de fundamental importância para compreender e definir este grupo de alunos que envolvem a noção de dificuldade a que pode estar ligada, ou não, uma disfunção cerebral. Portanto ao contrário do conceito de incapacidade, inclui problemas de gravidade variável, exprimindo uma desorganização funcional de atividade anteriormente bem integrada e utilizada.

Sendo assim as dificuldades de aprendizagem na alfabetização devem ser tratadas. O primeiro passo é a observação por parte dos professores e dos pais, para juntos buscarem ajuda de outros profissionais. Essa ajuda é uma avaliação que será feita tendo por finalidade verificar se o aluno obedece a um conjunto de critérios, ou regras simples e se tem problemas de concentração e de atenção; com isso os profissionais irão verificar se o nível de inteligência desta criança está na média ou acima dela. A partir daí este aluno será atendido por estes profissionais, que farão intervenções adequadas para prevenir ou reduzir este problema de dificuldades e/ou transtorno de aprendizagem.

 

REFERENCIAS

 

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