O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DO ALUNO SURDO NA EJA
Lecila Ghiraldi Rosa Veras1
Sirlei Spies
Magali Regina Trevisol Antoniolli
RESUMO
O presente estudo aborda o tema alfabetização de alunos surdos, tendo com enfoque verificar e analisar a competência e capacitação dos professores atuantes na alfabetização de alunos surdos sejam eles como interpretes ou professores regentes. A pesquisa orienta-se principalmente na analise qualitativa, mas os dados quantitativos não foram desprezados. Optou-se como sujeitos dessa pesquisa, professores da Educação de Jovens e Adultos – EJA 1ª fase, no período noturno. O instrumento de coleta de dados utilizado na pesquisa com os professores, foi à aplicação de entrevista semi-estruturada aberta, buscando verificar a capacitação dos mesmos e a metodologia utilizada por eles. Baseando-se nos princípios de igualdade de oportunidade e “educação igual para todos”, é que se questiona a qualidade de ensino oferecida a alunos com necessidades especiais, que estão amparados pela Declaração de Salamanca, e um compromisso assumido pelo Brasil no combate a exclusão de toda e qualquer pessoa do sistema educacional de ensino. Para atender estes alunos, a escola precisa ter uma proposta pedagógica pensada para este alunado, fazendo adaptações curriculares em função das características dos alunos. A escola deve ainda planejar orientações e acompanhamento sistemático do processo de aprendizagem desses alunos, sempre observando as praticas pedagógicas dos professores. Contudo alfabetizar adultos surdos é estar predisposto a fornecer qualidade de ensino e renovação constante dos conhecimentos.
Palavras-chave: Alfabetização de alunos surdos, inclusão e, Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.
Introdução
A alfabetização é o momento em que o individuo aprende que tudo que falamos pode ser escrito no papel, descobri que as letras servem para codificar e decodificar mensagens e que tudo tem nome e significado. Na educação de jovens e adultos o sentimento de fracasso é constante, por isso a necessidade de uma alfabetização diferenciada, observando os interesses de cada um, nesta fase da vida em que se encontra o aluno, qualquer detalhe pode causar conseqüências drásticas no processo de aprendizagem.
O aluno surdo também tem o direto e a necessidade de se alfabetizar, ele aprende a ler e escrever, embora sua escrita seja um pouco diferente, a escola deve fornecer um atendimento qualificado para os alunos, com professores especializados, intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que é a língua mãe das pessoas surdas, para que estes possam interagir e desenvolver a Língua Portuguesa como segunda língua, tendo oportunidade de vivenciar todas as outras atividades curriculares específicas da Educação Infantil, Fundamental, Médio e Superior.
As diferenças existentes na atualidade são percebidas por uma visão holística do ser humano, facilitada pela instituição dos direitos humanos. A Escola é um espaço onde a diversidade está presente com maior ênfase, evidenciando a necessidade de se estabelecer uma relação que respeite e valorize as diferenças, principalmente através das propostas curriculares.
A inclusão é o processo em que as diferenças são valorizadas não só pela sociedade, quanto pelo indivíduo, estabelecendo uma relação de adaptação e convivência entre as pessoas. Na Escola a inclusão deve favorecer a participação democrática dos alunos que por algum motivo se encontram incapacitados tanto intelectualmente quanto física e sensorialmente.
A surdez é uma deficiência que pode comprometer a vida escolar e social do aluno, porém devemos ter um olhar sobre as diferenças, e buscar aprender com elas.
Hoje mais do que nunca, existe uma cobrança para que a sociedade inclua pessoas com alguma deficiência no mercado de trabalho.
Lei n°8.213, de 24 de julho de 1991. Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência.
Para ser incluído no mercado de trabalho a pessoa deficiente auditiva deve adquirir algumas habilidades e competências que fazem parte do currículo escolar. Assim sendo, a inclusão perpassa não só pelas relações sociais e afetivas, mas também pelas relações de trabalho e educativas.
Visando a educação e aprendizagem, dessas pessoas, para que possam ter a mesma oportunidade, de trabalho e convivência social, é preciso que os professores estejam dotados de metodologias específicas na área e didática adequada. Nesse intuito, pesquisas e programas voltados para o processo ensino-aprendizagem devem ser propostos para subsidiar as ações docentes.
A convivência na sociedade deveria oportunizar a qualidade de vida e respeitar o direito de todos. A inclusão social busca dar oportunidade para todos e o exercício dos direitos do cidadão, assim respeitando as condições de vida de cada pessoa, como Sassaki (2003, p. 26) descreve:
O paradigma da inclusão social consiste em tornarmos a sociedade toda um lugar viável para a convivência entre pessoas de todos os tipos e condições na realização de seus direitos, necessidades e potencialidades. Neste sentido, os adeptos e defensores da inclusão, chamados de inclusivistas, estão trabalhando para mudar a sociedade, a estrutura dos seus sistemas sociais comuns, as suas atitudes, os seus produtos e bens, as suas tecnologias etc. em todos os aspectos: educação, trabalho, saúde, lazer, mídia, cultura, esporte, transporte etc.
No entanto, isso não acontece nos dias atuais, se fala muito em inclusão, mas pouco se vê na realidade social. Nas instituições públicas e privadas podemos verificar que não favorecem a acessibilidade e na sua maioria não possui em seu quadro de servidores, funcionários preparados para atender pessoas surdas. E isto não é diferente nas escolas, pois a maioria dos professores não recebe qualificação e por conseqüência não possuem habilidades para adaptar os conteúdos curriculares para a inclusão de alunos surdos.
Na escola investigada, podemos perceber que há sim uma preocupação dos professores em estarem se qualificando cada vez mais, e também por parte da coordenação que cobra essa qualificação dos professores, mas ainda é preciso rever conceitos para que ocorra uma inclusão que satisfaça a população.
A escola precisa se adaptar, tanto na estrutura física quanto na formação do corpo docente, estando preparada para atender as necessidades dos alunos, bem como possibilitar o acesso do aluno surdo na escola regular, com professores qualificados e intérpretes, bem como sala de apoio.
O currículo escolar deveria estar de acordo com as necessidades da comunidade, e sendo utilizado no dia-a-dia escolar. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRA) é muito importante para a educação de pessoas surdas, oportunizando a comunicação eficiente entre o ouvinte e o surdo.
Na escola a coordenação deve estar atenta ao tipo de metodologia utilizada pelos professores, desde a seleção do material didático à necessidade de mais funcionários da escola aprenderem Libra.
Sabemos que a aquisição da linguagem escrita tem sido motivo de grande preocupação para os pesquisadores da área da surdez suscitando inúmeros questionamentos sobre as estratégias e os métodos a serem utilizados nesse processo de construção. (Gesueli, 2003: 148).
Tendo em vista todas as dificuldades que a escola tem enfrentado para possibilitar a inclusão do aluno surdo, qual o processo metodológico utilizado pelo professor em sala de aula para alfabetizar os alunos surdos da EJA. Esta é a pergunta que move a investigação deste estudo.
Este tem como objetivo geral analisar o processo de alfabetização de alunos surdos, verificando se realmente ela condiz com a realidade e com o que os teóricos indicam de adequado ou não.
Os objetivos específicos deste estudo é observar a prática pedagógica, levantar as metodologias que estão sendo empregadas para alfabetização de aluno surdo, observar o material didático utilizado pelo professor e, verificar se os professores estão capacitados para alfabetizar alunos surdos, pra isso observamos a prática pedagógica, a metodologia empregada na alfabetização de alunos surdos na EJA, o material didático utilizado e a formação dos professores.
No capitulo 2 veremos um pouco da história da educação dos surdos, sobre a surdez clinica e os níveis de surdez, como funciona nosso ouvido, conceitos da deficiência auditiva, os tipos de deficiência auditiva, como é o educando surdo, alfabetização, interprete e inclusão no ensino regular.
No terceiro capitulo termos a metodologia da pesquisa, que vem a falar da trajetória, da escola pesquisada, os instrumentos utilizados para a coleta de dados, quem são os sujeitos da pesquisa e os caminhos percorridos no decorrer do estudo.
No capitulo 4 podemos observar os resultados obtidos neste pesquisa, as observações do ambiente escolar e as analises das entrevistas com o professor em foco.
Por fim a conclusão que obtivemos com este estudo, abordando tudo o que podemos observer e os pressupostos teóricos, e na visão do autor as considerações que podemos extrair deste estudo.
Desenvolvimento
No início da história da educação o processo de adaptação foi complicado, principalmente no Brasil, que ainda sofre as conseqüências de um país que possui milhares de analfabetos, a história da educação de pessoas surdas não foi diferente, ainda enfrentamos problemas que são conseqüência do passado. Ao longo da história esse assunto tem sido polêmico, gerando desdobramentos em várias vertentes com diferentes conseqüências.
Procura-se neste capitulo visibilizar algumas concepções da surdez e dos surdos, apresentando fatos determinantes na história da educação de surdos, partindo deste ponto para fazer uma reflexão sobre a luz de alguns autores, tais como: Soares (1999); Luchesi (2003) e Lacerda (1998).
Durante muito tempo da nossa história pensava-se que os surdos eram pessoas ineducáveis, que não tinham capacidade de se desenvolver e se relacionar com a sociedade em geral. No início do século XVI começava a surgir pedagogos que tinham interesses em ensinar os surdos através de procedimentos pedagógicos, o objetivo era que os surdos desenvolvessem seu pensamento, adquirissem conhecimento e se comunicassem com os ouvintes, enfim, para tal procuravam ensiná-los a falar e compreender a língua falada. (LACERDA, 2008).
“Cada pedagogo trabalhava autonomamente e não era comum a troca de experiências.” (LACERDA, 1998). Dificilmente encontram-se anotações sobre relatos de práticas da docência, exatamente como Lacerda nos descreve, os pedagogos da época não dividiam experiências para não relatarem os maus tratos que ocorriam.
Entre meio aos acontecimentos podemos apontar na história, o espanhol, Pedro Ponce de Leon, indicado no meio histórico como o primeiro professor de surdos. Nesta fase podemos descrever como os professores agiam, primeiramente iniciavam o ensinamento através da leitura-escrita e partindo daí desenvolviam habilidades como leitura labial e articulação das palavras. Como já era de se imaginar somente surdos de famílias ricas é que podiam desfrutar de tal aprendizagem, assim como no início da educação em geral. Neste período já se pode distinguir duas propostas educacionais, chamamos de oralismo e gestualismo, mas no começo do século XVIII pode-se perceber que estas duas propostas se separariam irreconciliavelmente.
Os oralistas queriam que os surdos se reabilitassem, que superassem sua surdez e que eles voltassem a falar, queriam que se comportassem igual os ouvintes, proibiam qualquer tipo de comunicação que não fosse a falada, gestos eram proibidos.
Os gestualistas, eram mais compreensíveis, sabiam que o importante era que o surdo se comunicasse, seja ele através de sinais, mímicas ou leitura labial, só assim ele teria acesso ao conhecimento cultural, escrita e a própria língua falada.
O método francês é o representante da abordagem gestualista, o abade Charles M. De L’Epée, foi o primeiro a estudar uma língua de sinais, rompendo tradições de práticas secretas. Em 1775 fundou uma escola, em Paris, com aulas coletivas, onde professores e alunos usavam os chamados sinais metódicos e, no ano seguinte publicou um livro “A Verdadeira Maneira de Instruir os Surdos-Mudos” no qual divulgava suas técnicas. Nesta fase o surdo começa a se desenvolver junto com a sociedade.
Do outro lado haviam renomados pedagogos oralistas, que desenvolviam outro modo de trabalhar com os surdos, Pereira de Portugal e, Heinicke da Alemanha. Heinicke foi o fundador do oralismo e do “método alemão”, o nome que deram para a metodologia que ele pregava, os pressupostos dele têm adeptos até hoje.
Em 1878, foi realizado em Paris o I Congresso Internacional sobre a Instrução de Surdos, no qual discutiram sobre a interação do surdo com a sociedade ouvinte, e através deste acontecimento os surdos tiveram algumas conquistas importantes, como o direito de assinar documentos, passando a serem considerados cidadão, mas ainda longe de uma inclusão social.
No primeiro Congresso Internacional de Surdos-Mudos, que aconteceu em Paris, em 1878, sustentou-se que o melhor método de ensino seria aquele que combinasse a articulação com a leitura das palavras nos lábios, mas conservando o uso de gestos como medida de auxílio entre professores e alunos durante o período inicial. (SOARES, 1999: p. 34).
Em 1880, foi realizado o II Congresso Internacional, em Milão, que modificou os rumos da educação dos surdos, as decisões tomadas neste congresso o tornaram um marco na história, pois fizeram que a linguagem gestual fosse praticamente banida. Tudo que se tinha conquistado até esta data foi excluído da escola, e o entrelace da língua falada e gestual desapareceu, e o oralismo torna-se o referencial nas práticas educativas.
A discussão foi extremamente agitada e, por ampla maioria, o Congresso declara que o método oral, na educação de surdos, deveria ser preferido em relação ao gestual, pois as palavras eram, para os ouvintes, indubitavelmente superiores aos gestos.
Em 1880, no Segundo Congresso Internacional sobre a Educação de Surdos, em Milão, o método oralista se impôs firmemente, mantendo posição dominante até os anos 60, quando o método gestual ressurge. (LUCHESI, 2003: p. 20).
Depois desta data as abordagens decididas neste congresso ficam quase 100 anos sem ser questionada e os resultados deste tempo de trabalho foram insatisfatórios, não se mostrou grandes sucessos. Na década de 1950 os métodos orais sofrem muitas críticas e o estudo sobre a surdez toma um novo fôlego.
No ano de 1960, novamente os gestualistas motivados com o fracasso dos oralistas, começam a desenvolver estudos sobre a língua de sinais, e algumas escolas desenvolvem seu próprio modo de comunicação através de sinais. A partir dos escritos de abade De L’Epée, mesmo muito tempo depois, serviu como molde para estudos da língua de sinais.
Cabe acrescentar como marco histórico na educação de pessoas surdas a Declaração de Salamanca, de 1994, documento que se tornou referencia mundial no processo de inclusão (SALLES, 2004: p. 58).
Nós, os delegados da Conferência Mundial de Educação Especial, representando 88 governos e 25 organizações internacionais em assembléia aqui em Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994, reafirmamos o nosso compromisso para com a Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência do providenciamento de educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-endossamos a Estrutura de Ação em Educação Especial, em que, pelo espírito de cujas provisões e recomendações governo e organizações sejam guiados. (BRASIL, 1994, p. 01).
Com esta decisão tomada por 88 governos e 25 organizações, no qual o Brasil faz parte, a educação especial tomou novos rumos em todos os paises, servindo de base para formulação de novas leis, decretos e ementas na educação, tornando de direto o acesso a educação normal a alunos com diversas necessidades. Hoje é impossível falar de educação especial e não se lembrar da Declaração de Salamanca, pois através dela e embasado nela é que se promovem estudos sobre a educação especial.
Entre as contribuições que geram essas mudanças, é imprescindível a divulgação das recentes vivências educacionais denominadas de educação bilíngüe, em nosso País (Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e o português), e o aprofundamento teórico acerca das concepções sociais, culturais e antropológicas da surdez e do surdo, e principalmente, o reconhecimento da diferença – não da deficiência – como mais um exemplo da diferença humana, para construção da cidadania e, consequentemente, de um verdadeiro processo educativo.
Incluir a educação dos sujeitos diferentes dentro da discussão educativa global, não significa apenas incluí-los fisicamente nas escolas comuns, mas, principalmente, repensar os objetivos filosóficos, ideológicos e pedagógicos da educação especial em vigência.
Alfabetizar é garantir ao individuo, o domínio da escrita, tornado-se capaz de ler com compreensão, expressar suas idéias com clareza para atender a necessidades cotidianas e também como um instrumento de luta pela conquista da cidadania plena. Garante, ainda, maior e melhor acesso à cultura e mais ampla fruição dos bens culturais, de modo a permitir criar condições para a construção de uma sociedade, através do desenvolvimento dos seus conhecimentos, da sua autonomia e da subjetividade.
Ser analfabeto nos dias atuais ainda é a situação de muitos brasileiros, mesmo considerando os diversos programas de alfabetização desenvolvidos pelos governos Estadual, Municipal e Federal.
É perceptível que esta condição se agrava mais quando nos referimos à população de baixo poder aquisitivo. Mas escrever e ler, além de ser um direito do cidadão, é também, desejo de muitos brasileiros. E muitos deles pensando nesta necessidade, procuram cursos de alfabetização.
Mas, ser cidadão alfabetizado não significa somente aprender a ler, escrever e fazer contas. Ser cidadão alfabetizado é saber compreender o mundo e as decisões que nele devemos tomar. Mesmo não sabendo ler e escrever, tomamos decisões importantes em nossas vidas e no nosso país, o que se explica neste trecho.
O ato de aprender a ler e escrever deve começar a partir de uma compreensão muito abrangente do ato de ler o mundo, coisa que os seres humanos fazem antes de ler a palavra. (FREIRE, 1999. p XVII).
Nesta citação de Freire, podemos verificar que nos seres humanos pertencente a este mundo desenvolvemos todos os dias idéias, pensamentos e tomamos atitudes através delas, analfabetos ou não fazemos parte da cultura de nosso bairro, cidade, estado e país, estamos a cada minuto gerando novas perspectivas de vida. A alfabetização de jovens e adultos é tornar publico e abrir novas fronteiras em nossa mente, adquirimos maior informação sobre o nosso mundo, sobre a nossa própria identidade.
Quando temos acesso a educação automaticamente temos acesso a cultura, que carregamos conosco em nossas vidas pode ser visualizada de outra forma através do processo de alfabetização.
A alfabetização e a educação, de modo geral, são expressões culturais. Não se pode desenvolver um trabalho de alfabetização fora do mundo da cultura, porque a educação é, por si mesma, uma dimensão da cultura. (FREIRE, 1990. p 33).
O que podemos observar é que a educação e a alfabetização estão intimamente ligadas à diversidade cultural. Os jovens e adultos tem o direito de obterem o conhecimento, e é claro de participarem desse mundo de oportunidades.
Alfabetizar jovens e adultos é estar predisposto a aprende com eles e junto com eles. O professor precisa ter uma formação diferente, afinal não é a mesma coisa de alfabetizar crianças, é preciso ser um professor cativante, que saiba conversar e, tratar de igual para igual o aluno, que busque as necessidades de cada aluno e através delas planejar uma metodologia e didática diferenciada, assim satisfazendo sua clientela.
A alfabetização de pessoas surdas deve ocorrer após o surdo ter domínio de Libras, ou ao mesmo tempo em está aprendendo. O professor que irá alfabetizar o aluno surdo deve está preparado para utilizar uma metodologia que englobe imagem, escrita e libras, para que este aluno possa aprender é necessário que se utilize de materiais concretos, em ele possa tocar ou ver, é viável utilizar objetos do dia-a-dia do aluno O surdo tem sua própria língua de comunicação, por isso não é viável podar e determinar que se aprenda o português, o português sempre será a segunda língua do surdo. O aluno sabendo se comunicar, e tendo o domínio da Libras, o processo de alfabetização da língua portuguesa ocorrera com melhores resultados.
No Brasil os surdos utilizam-se da Libras como primeira língua ou língua natural e a língua portuguesa (escrita) como segunda língua. Atribui-se às Línguas de Sinais o status de língua porque elas também são compostas pelos níveis lingüísticos: o fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico. Ao contrário do que muitos imaginam, as Línguas de Sinais não são simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. São línguas com estruturas gramaticais próprias. O que diferencia as Línguas de Sinais das demais línguas é a sua modalidade visual-espacial. Assim, uma pessoa que entra em contato com uma Língua de Sinais irá aprender uma outra língua, como o Francês, Inglês etc.
As Línguas de Sinais não são universais. Cada país possui a sua própria língua de sinais, que sofre as influências da cultura nacional. Como qualquer outra língua, ela também possui expressões que diferem de região para região (os regionalismos), o que a legitima ainda mais como língua. 2
A libras pertence à cultura surda, e embora muitos não saibam é uma língua utilizada em todo mundo por surdos, interpretes e quem mais quiser aprender e usar. É uma língua que foi e ainda está sendo desenvolvida pelos surdos, é algo natural e necessário para a comunicação.
A língua de sinais são línguas naturais porque, como a línguas orais, surgiram espontaneamente da interação entre pessoas e porque, devido à sua estrutura, permitem a expressão de qualquer conceito – descritivo, emotivo, racional, literal, metafórico, concreto, abstrato – enfim, permitem a expressão de qualquer significado decorrente de necessidade comunicativa e expressiva do ser humano. (BRITO apud BRASIL, 1998, p. 19).
O quanto antes à pessoa surda aprender e conhecer a Libras mais cedo irá interagir e conhecer a língua portuguesa. Foi na década de 60 que a línguas de sinais foram estudadas e analisadas, passando então a ocupar status de línguas. É uma língua viva e autônoma, reconhecida pela lingüística.
Os desenvolvimentos cognitivos, afetivos, socioculturais e acadêmicos dos jovens e adultos surdos não dependem necessariamente da audição, mas sim do desenvolvimento espontâneo da sua língua. A língua de sinais propicia o desenvolvimento lingüístico e cognitivo da pessoa surda, facilitando o processo de aprendizagem de línguas orais, serve de apoio para a leitura e compreensão de textos escritos e favorece a produção escrita. É essencial que as pessoas surdas utilizem a língua de sinais de sua comunidade com seus pais, com profissionais da área educacional e com as pessoas de seu convívio mais próximo para que se socializem com a comunidade ouvinte em geral.
O trabalho de alfabetização exige uma reflexão sobre a linguagem e uma atitude pedagógica decorrente dessa reflexão. ... é preciso que a criança saiba fazer uso da língua, ou seja, é necessário que o sujeito assuma o papel de interlocutor para que possa exercer o papel de autor-leitor. ... O uso da Língua de Sinais é de fundamental importância, pois é por meio dela que as crianças buscam ler e interpretar o português escrito. (GESUELI, 2003: p.157-158)
O professor precisa refletir sua pratica pedagógica e analisar suas atitudes, para beneficiar-se e a seus alunos, compreendendo a língua de sinais, e por meio dela criar uma ponte que liga o aluno surdo á comunidade em geral, ou seja, ao mundo ouvinte, e assim fazendo com que o aluno possa se sentir realmente compreendido pelo mundo em que está inserido.
Uma outra questão relevante na alfabetização de surdos diz respeito à sua escrita. Em principio, vem-se, há anos, no Brasil, alfabetizando surdos em língua portuguesa e reforçando a Escrita surda numa interlíngua que apresenta, geralmente, a estrutura da língua de sinais com vocabulário de língua portuguesas. Reflexões sobre a alfabetização de surdos sugerem, entretanto, que a alfabetização destes deva se realizar, inicialmente, em língua de sinais. (SALLES, 2004: 49)
É evidente que no Brasil estamos apenas no começo do desenvolvimento da alfabetização de pessoas surdas. Portanto equívocos acontecem, mesmo porque os profissionais de educação necessitam de um melhor preparo para receber alunos surdos, e acabam muitas vezes esquecendo a importância do processo de ensino e aprendizagem desses alunos. Mas com Salles (2004) já dizia, o processo de inserção do aluno surdo na escola regular e o seu desenvolvimento no ensino da língua portuguesa, deve começar primeiramente com esse aluno aprendendo Libras, para que inicialmente ele possa se comunicar com os professores, e ai sim com os demais colegas, e por meio da inclusão no ensino regular, com auxilio de uma interprete, ele possa estar se alfabetizando junto com os demais alunos na língua portuguesa.
Os estudos surdos problematizam justamente aquilo que em geral não é problematizado, nem na educação especial, nem em outras abordagens desta temática. O nosso problema, em conseqüência, não é surdez, não são os surdos, não são as identidades surdas, não é a língua de sinais, mas, sim, as representações dominantes, hegemônicas e “ouvintistas” sobre as identidades surdas, a língua de sinais, a surdez e os surdos. Desse modo, a nossa produção é uma tentativa de inverter a compreensão daquilo que pode ser chamado de “normal ou cotidiano”. (SKLIAR, 2005: 30).
Como nos descreve Skliar, a surdez como qualquer outra deficiência sofre discriminação, o ser diferente acaba criando uma barreira entre o “normal” e o “diferente”. O educador precisa estar atento para evitar o senso comum, o surdo tem sua própria historia, ele tem sua própria identidade cultural, o problema não é o surdo, o problema realmente é como as pessoas vêem a questão da surdez, a discriminação, encarar a realidade e refletir sobre ela.
Uma das razões pelas quais as pessoas deficientes estão expostas à discriminação é que os diferentes são frequentemente declarados doentes. Este modelo medico da deficiência nos designa o papel desamparado e passivo de pacientes, no qual somos considerados isentos dos deveres normais, levando vidas inúteis, como está evidenciado na palavra ainda comum ‘inválido’. (SASSAKI, 1997: p. 28)
Com esta contribuição de SASSAKI, podemos perceber que a surdez é encarada como doença, os jovens e adultos surdos, muitas vezes são apontados como inválidos, são isolados do mercado de trabalho, o que nos mostra até onde vai tal concepção. E isso coloca essas pessoas em outro mundo totalmente diferente do mundo do ouvinte, e como o diferente traz medo, angústia, dor, pena, tudo por falta de informação, o surdo acaba se afastando ate mesmo de sua família ouvinte.
Participar de um processo de educação inclusiva é estar predisposto, sobretudo, a considerar e respeitar as diferenças individuais, criando a possibilidade de aprender sobre si mesmo e sobre cada um dos outros, em uma situação de diversidade de condições físicas, intelectuais, ritmos diferentes de aprendizagem e possibilidades.
Difícil falar em inclusão quando não temos agregado a escola o auxilio e compreensão de pais, mestres e sociedade em geral, preconceitos, antigos valores, velhas verdades, mitos, atitudes e paradigmas conservadores ocultam dentro do próprio ambiente escolar o sentido da inovação. Entre meio a tantas discussões encontra-se o aluno surdo que independente da idade sente-se sozinho no mundo, sem ter com quer dividir suas angústias, medos e aflições, para ele o sozinho realmente é sozinho, muitas vezes em meio da sua própria família não há diálogo, não a comunicação, porem é na escola que ele vai conhecer pessoas com o mesmo problema dele, professores interpretes que vão a partir deste momento passar a interagir no seu mundo. Por isso se faz necessário que na escola não haja discriminação, preconceito, e sim que nela o aluno sinta que é acolhido pelos colegas e professores.
A partir de algumas leis e declarações como o tratado de Salamanca (1994) que vem assegurar o direito de inclusão no ensino regular, os sistemas de ensino obrigam-se a ampliar e estruturarem o acesso de alunos especiais.
O Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005, que regulamentou a Lei 10.436/02, definiu formas institucionais para o uso e a difusão da Língua Brasileira de Sinais e da Língua Portuguesa, visando o acesso das pessoas surdas à educação.
Esta Lei 10.436/02 explica para a sociedade o que o estado entende por LIBRAS:
Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. (LEI 10.436/02).
Nesta lei pode se perceber o quão é importante para a pessoa surda a comunicação através de LIBRAS, percebesse também que está língua ainda não está totalmente desenvolvida, pois como no próprio dispositivo da lei diz, essa língua é oriunda de comunidades de pessoas surdas, nem tudo tem sinal, ainda está em desenvolvimento.
Na escola com o decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005, em seu artigo 14 fica garantido que:
As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior.
Torna-se obrigatório o acesso do aluno surdo ao ensino regular, então a escola é obrigada a se adaptar, o quadro de professores deve aumentar, pois como prevê a lei, na sala de aula que houver um aluno com deficiência auditiva tem que haver além da professora regente um interprete, para auxiliar no decorrer da aula a interpretação do português falado traduzindo em libras, e vice-versa.
O princípio fundamental da escola inclusiva, é encontrado no Documento da Declaração de Salamanca (1994), é o de que “Todas as pessoas devem aprender juntas, onde quer que isto seja possível, não importando quais as dificuldades ou diferenças elas possam ter.” A escola, nessa visão, é um lugar do qual todos devem fazer parte, em que todos deverão ser aceitos, se ajudam e são ajudados por seus colegas e demais membros da comunidade escolar, procurando satisfazer suas necessidades ou amenizá-las.
A discussão sobre a inclusão de surdos no contexto educacional, tem sido palco para várias reflexões. Sabemos que não basta somente que o surdo freqüente uma sala de aula, mas que seja atendido nas suas necessidades humanas e de cidadania.
Como forma de melhor assegurar a educação dos surdos é imprescindível à presença de um profissional interprete. Para melhor entender esta profissão, é necessário entender o que é interpretar:
Interpretar significa “explicar ou declarar o sentido de [algo; texto, lei, etc]”. O intérprete é “o intermediário”, além de ser aquele “que está de permeio”, o “mediador”; pode ser também o “negociante que exerce suas atividades colocando-se entre o produtor e o consumidor” (Ferreira apud Silva, 1993: 274).
O intérprete é o que faz o papel de intermediador em uma comunicação entre surdos e ouvintes, onde for solicitado. Em geral, os ouvintes não se dão conta de como é complexo essa profissão, pois é preciso além de conhecer a libras, saber transmitir as idéias da língua de sinais para a língua oral e vice-versa.
O intérprete de qualquer maneira tendo aceito a responsabilidade de interpretar determinado conteúdo, o intérprete precisa encontrar equivalência, e ser capaz de expressar o sentido da mensagem inicial sem prejudicar o estilo de língua partida. (Rosa apud Silva. 2003, p. 238).
Para ser intérprete, é necessário ter curso de Libras, ser um pessoa versátil, conhecer e respeitar o código de ética e ter envolvimento e conhecer as especificidades da comunidade de surdos. A atuação do intérprete deve ter como objetivo a integração dos surdos com os ouvintes, rompendo bloqueios na hora da comunicação com os demais. Ao longo dos tempos, familiares, amigos ou profissionais com muito tempo de convívio com os surdos é que faziam o papel do intérprete. Hoje em dia profissionais de diferentes áreas atuam como intérpretes.
O intérprete deve ter boa fluência tanto na libras como na língua portuguesa, em geral, ter agilidade no uso das línguas envolvidas e ter boa memória, pois ela é muito importante. Uma boa interpretação envolve não só as mãos, mas todo o corpo e uma boa expressão facial e corporal.
Todos os cursos de libras oferecidos, seja por uma universidade ou cursos livres, devem ter um surdo presente em todas as aulas, criando um vínculo com a comunidade surda. Cabe ao intérprete reconhecer os direitos do surdo à cidadania. É preciso pensar na importância do intérprete para a conquista de espaço da comunidade de surdos na comunidade ouvinte.
Contudo podemos perceber que existem sim limitações por parte do interprete, pois o mesmo tem que acatar as decisões do professore regente, que é o responsável por toda a turma, por isso a necessidade de que o professor regente adquira os conhecimentos do interprete, e que haja uma boa comunicação entre eles.
Compreendemos que o interprete apesar de não ser o responsável pela sala, ele tem a liberdade de utilizar de artifícios, utilizar uma metodologia que busque construir pontes entre o saber, entre o surdo e o ouvinte, que façam com que o aluno surdo compreenda melhor o conteúdo e pode também ajudar a turma aprender a comunicar-se através da libras, desta forma dando inicio a uma interação social.
O presente estudo orienta-se principalmente na analise qualitativa, mas os dados quantitativos não serão desprezados, pois esses complementam a pesquisa qualitativa, como Ludke e André (1986) refere, uma não é antagônica a outra, porem complementares. A pesquisa qualitativa descritiva tem como objetivo transmitir informações precisas, obtidas no contato direto com determinada população. Como nos descreve Ludke e André (1986):
A pesquisa qualitativa, [...], envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes.
Segundo Chizzotti (2003) a abordagem qualitativa parte de uma relação dinâmica entre o sujeito e o objeto, onde a pesquisa qualitativa valoriza o objeto e a subjetividade do sujeito. No estudo de caso os dados são coletados com abrangência de um caso particular ou vários casos, desta forma se organiza o objetivo que almeja buscar e foca em um ou mais casos.
Durante as várias visitas feitas à instituição no decorrer do ano letivo de 2009/2010, percebemos que muitos dos professores que atuam na instituição, dentre eles os três que atuam na alfabetização de alunos surdos, baseiam sua metodologia na visão sociointeracionista, ou seja, trabalham os conceitos espontâneos que o ser humano desenvolve na convivência social com outras pessoas, contribuindo desta forma, para que ocorra uma interação social, e amenize a exclusão.
A teoria sociointeracionista tem como maior defensor Vygostsky (1979) segundo a qual o desenvolvimento humano se dá em relação nas trocas entre parceiros sociais, através de processos de interação e mediação. Nesta visão podemos perceber que o ser humano se desenvolve através de contato com outro ser humano, e com os surdos tal contato com o mundo ouvinte promove desenvolvimento intelectual, conseqüentemente o desenvolvimento da aprendizagem e inclusão social.
Percebemos que a professora intérprete estava sempre ao lado do aluno surdo explicando tudo que a outra professora regente passava no quadro, ela permanecia a aula toda com um dicionário ilustrado que servia para ela explicar ao aluno o sinal da palavra em libras, mostrar no dicionário a palavra em português e a figura da palavra.
Desta forma a professora utilizava o campo visual do aluno onde ele capta maior parte das informações que recebe. Isso faz com que o aluno memorize as palavras seu significado e seu sinal em libras, conseqüentemente ele vai ampliando seu vocabulário na língua portuguesa.
Os três professores compreenderam a importância do campo visual para a alfabetização do aluno surdo, porque os mesmo propiciam aulas diferenciadas para seus alunos, incentivando e fortalecendo a auto-estima.
Conclusão
Neste trabalho buscamos mostrar a surdez, tanto no olhar da inclusão, quanto no olhar da pedagogia. Buscamos apresentar situação que ocorrem no nosso ambiente, como ocorre a alfabetização, por meio de que ferramentas o professor utiliza, qual o dever do intérprete, e analisar com tudo como ocorre todo esse processo.
Baseados no quadro de análises apresentamos as falas de professores que estão em contato no dia-a-dia como os alunos surdos, mostrando suas opiniões, formação e suas docências no âmbito escolar.
No período de experiência em sala de aula, podemos perceber o engajamento dos professores, a realidade da turma, e que não é fácil ser um intérprete, requer vontade e determinação, por isso precisamos conscientizar de que é preciso sim dar qualidade no ensino destes alunos e continuamente estar se atualizando para oferecer o melhor na educação destes alunos.
A turma investigada é uma turma composta por alunos em sua maior parte adultos, que trabalha o dia todo, a maioria em serviços braçais, e que estão em busca de serem alfabetizado, para terem acesso a outros níveis do mercado de trabalho. Concluísse que a os alunos estão ali para melhorarem seu estilo de vida não financeiro, mas pra si mesmo.
O interprete tem uma missão de traduzir da libras para o português e do português para libras, buscando fazer com que o aluno surdo entenda os conteúdos, e tudo mais que lhe for traduzido.
Os métodos utilizados na alfabetização devem priorizar o desenvolvimento social, e a aquisição do conhecimento, utilizando-se de recursos concretos.
A professora regente deve estar sempre em contato com a interprete buscando com ela planejar aulas que favoreçam todos os alunos, em especial a inclusão dos alunos surdos.
O aluno surdo precisa de um tempo maior para adquirir a mesma aprendizagem dos demais alunos, o processo de alfabetização é mais demorado, exige uma serie de repetições de palavras, sinais em libras e imagens, contudo a alfabetização ocorre de forma diferente, mas com resultados em longo prazo.
Pretendíamos neste estudo observar como ocorre o processo de alfabetização do aluno surdo, e através deste estudo podemos concluir que o processo de alfabetização de surdos é um processo complicado que requer profissionais capacitados e envolvidos em aprender e ensinar surdos.
Entretanto aprendemos sobre professores, escolas, surdez, cidadania e inclusão social, este estudo contribuiu para mostrar como é o mundo do surdo, e o que ele precisa pra se sentir inserido no contexto ouvinte, a vida está ai pra todo mundo, e só precisamos de um pouco de atenção para percebermos que todos fazem parte da nossa vida.
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1 Lecila Ghiraldi Rosa Veras (graduada em Pedagogia pela UNEMAT-MT e pós-graduada em Educação Especial e Inclusiva pela FATEC/FACINTER).
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