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A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E REFLEXÃO FILOSÓFICA

Marta da Silva Souza Nunes1

RESUMO

A ação de todo educador é de grande importância para o desenvolvimento da sociedade, principalmente quando se trata de um formador de opinião, ou melhor como aquela pessoa que deve intencionar e promover a efetivação de condições pedagógicas pautadas em princípios éticos, políticos e estéticos que se propiciem para a apreensão, compreensão e apropriação de saberes. Com o objetivo de realizar um trabalho para que tenha um melhor desempenho de uma práxis educativa eficiente, eficaz e competente é necessária uma sólida formação, constituída por bases teóricas e práticas que edifiquem o saber/fazer do educador de modo claro, direcionado, intencional, com objetivos, conteúdos, estratégias de ensino e finalidades sociopolíticas definidos em nome de um projeto social e educacional que atenda as necessidades e interesses de todos, indistintamente, e, sobretudo, das classes sociais historicamente menos favorecidas. Nesse sentido a Filosofia configura-se em um dos fundamentos essenciais na constituição e implantação da maioria dos currículos referentes aos cursos de licenciaturas enquanto cursos de formação de professores.


Palavras chaves: Filosofia, reflexão e desenvolvimento.


ABSTRAT:

El educador juega un papel de gran importancia para el desarrollo de una sociedad, ya que actúa como un formador de opinión que debe tener la intención las condiciones pedagógicas eficaces basadas en principios éticos, estéticos y políticos que permitan la incautación, la comprensión y la apropiación del conocimiento. Para la realización de la labor desarrollada por el educador, que constantemente trata de las muchas singularidades relacionadas con los seres humanos, y dada la complejidad de esta labor y para un mejor desempeño de una práctica educativa eficiente, eficaz y competente necesitan una sólida formación, consiste en fundamentos teóricos y prácticos para construir el saber/hacer claramente educadora, dirigido, intencional, con objetivos, contenidos, estrategias de enseñanza y socio-político fines definidos en el nombre social y educativa del proyecto que cumple con las necesidades e intereses de todos, sin distinción y, sobre todo, de las clases sociales históricamente desfavorecidas. En este sentido la filosofía aparece como uno de los pilares en la Constitución y la aplicación de más programas de estudios para cursos de licenciatura como profesor de cursos de capacitación.


Palabras claves: filosofía, reflexión y desarrollo.


APRESENTAÇÃO

Este trabalho tem como objetivo em evidenciar a principal função e atuação da Filosofia na Educação Reflexiva. No que a ela poderá ajudará a entendermos como ser um professor reflexivo? Ou, melhor dizendo: se pretendemos sermos educadores, de que forma e em sob que medida a filosofia pode contribuir para que seja alcançada o nosso objetivo? Na verdade, tal expressão é conhecida por tantas pessoas. Mas afinal de contas qual é, o seu real significado? Se aceita concorrentes através de formas inquestionáveis a existência de uma dimensão Filosófica na Educação. Diz-se que toda educação deve ter uma orientação filosófica.

Tais indagações e questionamentos norteiam o escrito, que tem como objetivo investigar acerca da importância da Filosofia para educandos em processo de formação, teve como início a pesquisa bibliográfica que estuda e analisa, a importância da Filosofia para a Educação, e o que leva o aluno (a) para ter uma oportunidade de pensamento Crítico e Independe de modo explorador a realidade deste.

REFERENCIAL TEÓRICO

A tarefa principal da Filosofia é provocar, promover, instigar, promover, salientar ou seja em estimular as pessoas para uma compreensão de mundo, fazendo salientar e aflorar nelas a principal importância de se situar no mundo modificando sua realidade e o meio em que vive, atuar como um agente construtor de sua própria realidade.

A autora Aranha diz mais ou menos assim: Os conhecimentos já citados pelas ciências e filosofias continuam sendo da mesma forma filosofando, colocando o pensamento para agir, mas como todas as ciências e filosofias as são específicas, a Filosofia sempre vem atingindo o seu objeto com uma visão ampla e total. Ela coloca a filosofia como se fosse uma visão de global e amplo de um mundo real, é situar o problema tratado, e o qual nunca fora examinado de modo total ou seja que parcial, mas sempre sob a perspectiva de conjunto ou seja de um todo, relacionando cada aspecto com os demais do contexto em que ele “se está inserido.

No entanto para Aranha, a realidade que já foi fragmentada pelo saber especializado de cada ciência particular é resgatada na sua integralidade pela filosofia, a única capaz de fazer uma reflexão crítica e global sobre o conhecimento e a prática do homem assim diz Aranha 1989, página p. 41 Refletir é pensar, considerar cuidadosamente o que já foi pensado. Como um espelho que reflete a nossa imagem, a reflexão do filósofo deixa ver, revela, mostra, traduz os valores envolvidos nos acontecimentos e nas ações humanas

Já palavra filosofia segundo o autor Saviani vem do verbo latino reflectere, que significa “voltar atrás”. É o tão famoso “ato de repensar”, é mais ou menos assim como se fosse é um segundo pensamento, é uma autorreflexão sobre si mesmo e o mundo que o cerca de forma totalizada. É ter um pensamento consciente sobre tudo que acontece a sua volta, ou melhor, é quando você está sendo capaz de se avaliar e reavaliar, saber verificar o grau de seus próprios erros, é poder mensurar a real consequências do seu agir, pensar e fazer acontecer, modificando a sua realidade e a realidade de seu próximo e tudo que está em sua volta.

O autor Saviani deixa bem expresso ele até põe em evidencia que o significado de reflectir é simplesmente filosofar consigo mesmo: “Com isso a filosofia é realmente reflexão sobre os problemas que apresentam a nossa realidade, por essa razão ele reafirma “para ser filosófico deve ser radical e rigoroso formando uma bela parceria.” (Saviani

As palavras deste autor nos remetem a ideia que, além de instigar sobre tudo o que resta nada mais e nada menos é começar à filosofar, colocar a mente para funcionar, ele demostra muito bem, e de uma forma clássica como ela é concebida: Acontece através de uma reflexão radical, ou seja, nasce através de uma forma rigorosamente em forma de um conjunto sobre os problemas já existentes em nosso mundo real, conforme diz o autor Saviani, que “Ousamos ainda questionar sobre as possibilidades de conhecimento do real, sobretudo quando o caracterizamos como uma totalidade complexa, dinâmica e multifacetada, cujo olhar sobre as partes não dá conta de apreensão do todo

Com isso Saviani, nos leva a questionar acerca das seguintes reflexões:

* O que leva o educador a Filosofar?

*Como são os problemas encontrados no seu trabalho cotidiano?

*Diante disso é possível verificar que a filosofia tem como mostrar criticamente e reflexivamente como são as atividades educacionais?

*Como é a forma de explicar todos os seus fundamentos, compreendendo as tarefas e suas contribuições pedagógicas?


COMO PRETENDEMOS SER EDUCADORES, DE QUE FORMA E EM QUE MEDIDA A FILOSOFIA PODERÁ CONTRIBUIR PARA QUE SEJA ALCANÇADA O NOSSO OBJETIVO?

Ao debater e questionarmos sobre a filosofia e educação/ filosofia e ensino, portanto, é urgente tanto com vistas à ampliação do debate teórico quanto aos passos de inserção que precisamos dar em instâncias políticas. A   Base Nacional Comum Curricular na Educação não exclui a filosofia nem dá diretrizes rígidas para a sua configuração no Ensino Médio. Ela mesma afirma explicitamente não constituir- se no currículo dessa fase formativa, mas apenas na definição das suas aprendizagens essenciais. O fato de que a filosofia deve ter deixado de ser disciplina obrigatória não significa que ela tenha saído do currículo nem que precise sair.

A FILOSOFIA PODERÁ NOS AJUDAR A ENTENDER O PROFESSOR REFLEXIVO?

O retrato da filosofia na Base Nacional Comum Curricular na Educação é, em partes, resultado de um espaço político que a ela deixou de ocupar nos últimos anos, atrelado, a meu ver, a um excessivo exercício filosófico em proveito da pesquisa, mas em detrimento do ensino de filosofia. Isso significa que, se por um lado, a pesquisa em Filosofia conseguiu dar passos largos nas duas últimas décadas tanto no tocante de que há qualificação das produções, quanto no estreitamento e ampliação de laços internacionais de pesquisa, pavimentadas e muito bem fundamentadas de forma consistente o processo de consolidação da pesquisa em filosofia, por outro lado, contudo, esse processo foi desencadeado por um enfraquecimento com as preocupações em relação ao ensino de filosofia que, igualmente, implica em ocupar certos espaços políticos nas instâncias institucionais da Educação no Brasil. Sendo assim teremos uma árdua tarefa que é termos que dialogar com os alunos em outras áreas sobre a filosofia, levando o aluno a refletir, deixando o ele ter um esclarecimento de mundo e tudo que o cerca.

Por esse motivo, vem sempre o grande questionamento de todos “para que serve a Filosofia?” Esta pergunta é constante, a sua utilidade é percebida lentamente e através muitos exercícios complexos de abstrações. Para Deleuze: A filosofia é a teoria geral da educação. Ela possui total dependência da filosofia da vida social. É considerada como uma democracia, no sentido em que acontece , lentamente e laboriosamente, ela vai mostrando a sua utilidade: o indivíduo começa a colocar o pensamento em movimento, ele vai questionar e, por que não, se incomodar. Assim diz Deleuze:A filosofia não serve nem ao Estado, nem à Igreja, que têm outras preocupações. Não serve a nenhum poder estabelecido. A filosofia serve para entristecer aos dominadores, políticos e alienadores.”

 

Mas na verdade A filosofia que não entristece a ninguém, ela não contraria a as pessoas, contrariar não é uma filosofia. A filosofia é uma janela que se abre diante de um universo, ela nos faz ser pessoas que enxerga além, e isso provoca as pessoas que gostam de ludibriar os outros que escravizam as mentes alheias criando um proveito para se enriquecer manipulando as pessoas. E isto aborrece a muitos principalmente aos políticos. Por esse motivo o autor diz isso: que a filosofia serve para prejudicar aos tolos e as tolices, ela faz da tolice algo vergonhoso. É o que acontece na política nos tias atuais, está vergonhoso, a roubalheira que vem acontecendo e o povo não pode questionar, a opinar porque, aquele que opina e questiona é envergonhado pelos políticos, ele é visto como um chato como algo perturbador que provoca que incomoda a todos os insensatos. Por isso Deleuze1998, p. 11’ diz isso: Denunciar a baixeza do pensamento sob todas as suas formas. “Isto porque filosofar incomoda e entristece o mundo e as pessoas, eles não aceitam pessoas que ousam pensar e questionar, querem pessoas que aceitam tudo e acha que tudo está correto. “Odeiam mentes pensamentes. Criadoras e libertas.” Deleuze1998, p. 11’.

 

Para todo educador, o método da problematização sempre busca desvelar a realidade do pensamento dos educandos. Mas como desvelar a realidade? E responde-se sendo coerente com o método fenomenológico, como Freire mostra que o desvelamento da realidade se faz pela problematização, através do caminho pelo qual há uma emersão das consciências que se inserem criticamente na realidade. “Quanto mais se problematizam os educandos, como seres no mundo e com o mundo, tanto mais se sentirão desafiados. Tão mais desafiados, quanto mais obrigados a responder ao desafio” (Freire, 1987, p. 70).

Com isso observa-se, segundo o renomado autor Brandão que diz a cerca deste grande ato: “Filosofar é sempre problematizar e questionar de forma lenta e laboriosamente, a Filosofia vai mostrando a sua utilidade em se colocar o pensamento em movimento, e se questionar e, por que não, dizer a verdade incomodar.”

Quando a pessoa torna-se um pensador ele começa a questionar sobre a sua vida, seus atos e sobre tudo o que o cerca, por isso, quando o professor coloca os seus alunos a questionar ou seja a filosofar ele é mal visto pelos governantes. E quando o professor estimula os alunos e as pessoas a pensarem, as escola e as exigências da vida democrática se tornam ardua para os individuos, eles começam ver como e o quanto e por tanto tempo ele foram enganados e ludibriados e isto, a classe dominte não quer que acontece, por este motivo é que a classe dos professores é a mais massacrada e desvalorizada pelos governantes. Para eles quanto menos reflexivas forem as pessoas é melhor, pois aquele que muito questiona é mau visto pelos politicos, por seus patrões, eles sempre quer saber o porquê das coisas e para que elas servem, se vai fazer bem, ou causar algum dano. Quanto menos pensante a pessoas for para a classe dominte é melhor. As pessoas precisam das provoçãoes dos professores, são eles quem colocam os neuronios dos alunos para funcionar nos tornam criticos e pensantes.

Como refere Brandão em 1985 “de que ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho. As pessoas se educam em comunidade”, (Brandão, 1985). As pessoas necessitam muito dos professores, pois são eles que nos fazem ver além, abrem nossos olhos e nos incentivam a atravessar fronteiras e construirmos novos horizontes, em resumo a escola e a educação abrem caminhos para o homem dominar o mundo. Partindo deste pressuposto, é possível afirmar que, as ações educacionais acontecem através de um processo cientificamente simplificando, em afirmar que estamos trabalhando com algo dinâmico em que se renova constantemente, pois os atos processuais implicam em recriações constantes.

CONCLUSÃO

Assim encarada, a filosofia da educação não terá como função fixar "a priori" princípios e objetivos para a educação; também não se reduzirá a uma teoria geral da educação enquanto sistematização dos seus resultados. A filosofia deve ter um lugar privilegiado na vida humana, pois além de possibilitar a racionalidade, sempre esteve na origem das mudanças decisivas na história da humanidade, por isso não é inútil como pensam. Tem como objetivo a totalidade das coisas, desde as raízes, as causas primeiras até as ultimas. Tudo o que diz respeito a vida refere-se à Filosofia e torna-se ponto de partida de sua reflexão. Ajuda a desvendar os horizontes obscuro e incompreensível para o homem comum, que pouco questiona sobre os sentidos das coisas. Enfim aproxima o homem a Deus.

REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Temas de filosofia / Maria Lúcia de Arruda Aranha, Maria Helena Pires Martins — São Paulo: Moderna, 1992.

 

BRANDÃO, C. Rodrigues. “O que é Educação”. São Paulo: Abril Cultura; Brasiliense, 1985.

 

DERMEVAL “CONTRIBUIÇÕES DA FILOSOFIA PARA A EDUCAÇÃO”

SAVIANI Dermeval “O tema deste artigo, tal corno formulado pelo Comitê
Editorial do INEP. "Contribuições das ciências humanas para a educação: a filosofia", 

SAVIANI. Dermeval Educação: do senso comum à consciência filosófica. São Paulo, Autores Associados'Corlez, 1980.

 

DELEUZE, G.; PARNET, C. Diálogos. Trad. de Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Escuta, 1998, p. 11.

 

DELEUZE, "Nietzsche e a filosofia", 1987, p. 87

 

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.


LUCKESI, Cipriano C. “Filosofia da Educação”. São Paulo: Cortez, 2001.

1 Mestranda em Educação –AEBRA- Professora de Língua Portuguesa na Escola Estadual de 1º e Maria Hermínia Alves em Cuiabá - MT