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A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL, NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Léia Mazuchini Almeida

Fabiana Silva de Matos

Nadieli Teixeira de Lima

Tânia Silva de Almeida

Tatiane Gonçalves Costa da Silva

 

RESUMO

O presente trabalho faz uma analise acerca da leitura como instrumento de formação do leitor nas séries iniciais do ensino fundamental. Com o objetivo de analisar sobre o trabalho com a literatura na prática escolar. Mostra que a leitura é uma linguagem importante na construção de conhecimentos e favorece o desenvolvimento de diversos aspectos como cognitivo, motor, afetivo e social. A pesquisa realizada é de cunho bibliográfico qualitativo e adotou-se a metodologia descritiva exploratória. Inicialmente foram pesquisados temas que falam sobre a importância do desenvolvimento da leitura na Educação Infantil, buscando saber em que aspectos favorecem as crianças na aprendizagem e interação aluno x professor com as crianças pequenas. A leitura é uma ferramenta de grande importância para o processo de alfabetização e da linguagem, que está presente todos os dias na sala de aula. É através dela que a criança associa e harmoniza a fantasia e a realidade no sentido de satisfazer suas exigências internas. É preciso refletir sobre a forma que a leitura vem sendo utilizada na escola, pois quando lê, o aluno é capaz de mudar o mundo. Também desenvolve processos sociais de comunicação, de expressão e de construção do conhecimento, explorando a criatividade, o raciocínio, proporcionando a autonomia, além de melhorar a conduta e a autoestima. Foi possível verificar que a leitura funciona como um instrumento facilitador da aprendizagem e que é preciso que todos percebam a necessidade de se desenvolver um trabalho contínuo em sala de aula.

 

  1. INTRODUÇÃO

Essa pesquisa tem o intuito de contribuir para a discussão sobre a importância da leitura no que tange como ela vem sendo utilizada na prática escolar. É através da leitura infantil que a criança associa e harmoniza a fantasia e a realidade no sentido de satisfazer suas exigências internas, permitindo oferecer ao leitor ferramentas instrumentais para que possa aprofundar e organizar a sua compreensão do mundo, através da realização a leitura da realidade da própria existência.

É preciso refletir sobre a forma que a leitura vem sendo utilizada na escola, porque, quando se lê, o aluno é capaz de mudar o mundo, e é nesse ambiente que se sente prazer pela leitura não fazendo como um ato mecânico mais tornando isso um ato pedagógico. Assim pode-se dizer, cujo contato com o mundo se faz pelo ouvir e pelo ver, ganha o texto escrito por meio da escola e tem acesso à cultura que o adulto usufrui, transformando em instrumentos pedagógicos com valores vigentes de forma a garantir sua perpetuação. Pois é por meio da alfabetização que a criança desenvolve o ato de ler, decodificando os sinais escritos, e reconhecendo os significados dos textos.

A presente pesquisa tem como tema a importância da literatura infantil nas séries iniciais do ensino fundamental. E nesse sentido emerge a seguinte questão de pesquisa: como a literatura vem sendo utilizada na prática escolar?

A escolha do objetivo desse trabalho foi devido à necessidade de entender a importância que a leitura desempenha no meio educacional, especialmente com as crianças das séries iniciais do ensino fundamental, na qual ela está presente de maneira muito constante. Por esse motivo buscou-se verificar alguns itens como: estimular o trabalho com a oralidade nos textos literários aproveitando o universo infantil, despertar o interesse de ler e ouvir histórias valorizando a leitura infantil no contexto escolar, estimular a importância da leitura para uma boa escrita e o crescimento intelectual do aluno e levantar qual o papel da literatura na vida escolar das crianças.

A pesquisa é um processo de aprendizagem indispensável ao acadêmico que deseja estar preparado para enfrentar os desafios de uma carreira, e está no ato dela e da sua execução a oportunidade de assimilar a teoria e a prática, aprender as peculiaridades e os “macetes” da profissão e conhecer a realidade do dia-a-dia profissional. O acadêmico começa a assimilar tudo aquilo que tem aprendido e até mesmo o que ainda vai aprender na teoria, na medida em que tem contato com as tarefas que a pesquisa lhe proporciona. Sabemos que o aprendizado é muito mais eficaz quando é adquirido por meio da experiência.

A pesquisa realizada é de cunho bibliográfico e qualitativo, e adotou-se a metodologia descritivo-exploratória. Inicialmente foi verificada a importância da leitura no contexto da prática escolar buscando saber as suas contribuições. Logo alguns autores que possuem teorias sobre a leitura foram investigados e citados no trabalho buscando explicitar a importância da leitura, propondo a utilização dos mesmos para uma prática pedagógica mais eficaz e significativa.

Para uma melhor compreensão sobre o trabalho, é importante salientar que ele está dividido em capítulo e subcapítulos que discutem a importância da leitura na nas séries iniciais do ensino fundamental. Faz-se um breve percurso da criança e a literatura na escola, além de também tratar do professor na mediação da literatura nas séries iniciais e, a linguagem oral e escrita.

Por fim, são apresentadas as considerações finais, de modo a verificar se as hipóteses levantadas puderam ser confirmadas, bem como fazendo as devidas colocações referentes ao tema abordado.

 

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA INFANTIL

2.1 A CRIANÇA E A LITERATURA NA ESCOLA

O contato com a literatura a criança tem desde os primeiros anos de vida, já na escola, ela passa ater desde o primeiro dia de aula, através de história de um ambiente favorável passado pouco a pouco sendo introduzindo-se na mente da criança uma atividade prazerosa e enriquecedora. Aprendendo assim a diferenciar entre uma narrativa, o espaço, o caráter dos personagens, metáforas, mesmo sem saber ler, ela pode ter o contato direto com livro, sem que haja uma intervenção de um adulto.

A literatura Infantil é bastante discutida entre os estudiosos do assunto, a literatura é fantasia e questionamento, pois através dela é possível encontrar, respostas para as indagações do mundo infantil e também enriquecer no leitor a capacidade da percepção das coisas, a literatura infantil e a criança compartilham da mesma natureza, ambas são lúdicas, mágicas e questionadoras.

As rodas de contação de histórias permitem às crianças que, em grupo, escolham seus livros preferidos, conheçam obras de diferentes autores, digam suas opiniões e descrevam relatos. É importante que o professor apresente diferentes gêneros textuais para a criança, como: bilhetes, receitas, textos informativos, fábulas, lendas, gibis, tiras de jornais e revistas, contos e poesias.

A diversidade de textos oferecida pelo professor desperta a curiosidade e o conhecimento da criança pela linguagem escrita. O conto de histórias são umas das formas de entretenimento para as crianças, para que o mundo imaginário na infância vai se ocupando o pensamento infantil, servindo de estímulo à fantasia e às experiências que a criança vivencia.

Como afirma Beache e Marshall (1991, p. 39): o desafio do professor é ajudar o aluno a elaborar ou rever suas interpretações iniciais sem descartar totalmente suas primeiras leituras. O professor deve colaborar com os alunos, usando a construção e a reconstrução de interpretações e não simplesmente apresentando leitura já pronta. O ensino da literatura continua sendo um desafio para muitos educadores, sendo que a escola tem um papel primordial na formação de leitores, devendo ser compreendida como um fenômeno cultural e social.

A literatura infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e real, os ideais, e sua possível/impossível realização.” (COELHO, 1986, p. 27)

Dar acesso à criança à leitura significa estimular uma indústria que cada vez mais vai crescer, sendo assim a escola não elabora um conceito próprio e diferenciado de literatura responsabilizando tão somente pelo aumento de criança que não querem se adaptar ao ensino literário. A literatura, como linguagem particular expressão do ser humano, visa o essencial e harmoniza a fantasia e a realidade que possibilita a comunicação com o mundo.

Trabalhar com a literatura se constitui num gênero textual especifico, para finalidade com quais nem sempre a escola se preocupa, mais atraem o leitor e causa amadurecimento da personalidade do leitor, contribuído assim para a formação do leitor.

Na verdade, desde as origens, a literatura parece ligada a essa função essencial: atuar sobre as mentes, onde se decide as vontades e as reações: e sobre os espíritos, onde se expandem as emoções, paixões, e desejos, sentimento de toda ordem [...] no encontro com a literatura (ou com arte em geral) os homens tem a oportunidades de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida, em um grau de intensidade, não igualada por nenhuma outra atividade. (Coelho, 1987, p.12).

Ao ler o indivíduo constrói os seus próprios significados, é um constante ciclo onde são acrescentados fatos e conceitos transformados aos processos do conhecimento. Pode se dizer que a criança, cujo primeiro contato faz pelo ouvir e pelo ver.

É ai que a leitura literária se insere e pode ser utilizado como instrumento para sensibilização da consciência para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo, lidar com a ciência, a cultura e processo de trabalho, uma vez que se trata de discurso que se fala da vida, encerrando-o a sempre de modo global e complexo em sua ambiguidade e pluralidades de faces. (Yunes E Pondé,1988, p10).

A escola tem cometido um grave erro ensinar a leitura como um modo mecânico, perdendo sua assiduidade pela falta do incentivo e de informação da importância da obra e falta da literatura, agindo dessa forma, faz se da escola um mero instrumento pedagógico, sendo utilizado apenas para ensinar a criança escrever corretamente para ensinamento morais.

Mais a escola que acredita e busca uma proposta transformadora adequada e libertadora capaz de formar leitores, é necessário que passe por uma renovação pedagógica, que se preocupe com formação de um homem de uma nova sociedade e uma nova visão de mundo, para que essa reformulação pedagógica não se efetue apenas como pratica de ensino ou uma mudança apenas no currículo escolar mais que tenha uma nova visão a ser desempenhadas através da prática da leitura significativa e transformadora.

Silva (1998, a p 111) afirma que a escola forma ledores mais não consegue promover o desenvolvimento de leitores críticos uma vez que, no contexto de sala de aula a leitura é trabalhada como uma pratica rotineira e mecânica. Ao sair da escola o indivíduo geralmente abandona o habito da leitura, pois encara tais atividades com algo atrelado ao exercício escolar.

O papel da escola é de formar leitores capazes de desenvolver uma leitura crítica sobre o mundo, não deve esquecer de que o educador deve realiza seleções de texto literário visando a capacidade de interpretação de cada aluno e ficar atento ao desinteresse de cada educando.

Cabe à escola ampliar as competências que a criança possui antes da alfabetização, introduzindo alguns aspectos literários, oferecendo a possibilidade que permita avaliar o mundo e situar nele podendo propiciar a criança pelo prazer a partir da sonoridade dos ritmos de imagens e de palavra.

Na visão de Maria Helena Frantz, literatura é ludismo, fantasia e questionamento, através dela possui encontrar respostas para indagações do mundo infantil e também enriquecer no leitor a capacidade das percepções das coisas, segundo ela:

A brincadeira, o jogo, a fantasia, são formas utilizadas pela criança para explorar, conhecer e explicar o mundo. Com auxílio da fantasia, da imaginação ele penetra mundos, os, mas desconhecidos e distantes em busca de respostas para inúmeras indagações. Por tudo isso, acreditamos, nenhum outro texto pode realizar essa tarefa melhor do que a literatura dirigida para as crianças, uma vez que nela esses aspectos são igualmente considerados essenciais. (Frantz 1997 p. 37).

O ato de ler envolve o processo saber fazer uso da leitura e da escrita para as funções sociais construindo seu próprio significado e elaborando suas próprias resposta e suas relações com o mundo.

E como fazer o caminho corretamente se a escola é ainda, o maior representante institucional da repetição, da mesmice semiótica, de valores estanques e padrões de comportamento anacrônicos, em que a diferença ameaça os moldes estabelecidos pela ordem da razão e da ciência”? (CAVALCANTI, 2002, P. 78)

O fato de a escola lidar basicamente com a repetição, a torna uma instituição que querem formar alunos leitores, mais a escola acreditam e buscam uma reposta para essa renovação pedagógica que se preocupe com a formação da criança, através de leituras significativas e transformadora para cada indivíduo, possibilitando assim a comunicação com o mundo.

Assim, de modo geral, a literatura infantil permite oferecer ao leitor ferramentas para que possa se aprofundar e organizar a sua compreensão do mundo daí a importância da prática da literatura nas escolas, e realiza a leitura da realidade de ser e estar no mundo com os mais variados tipos de texto, dessa maneira a escola propicia a criança uma vivencia literária.

Ao advertir o caráter educativo da escola, se torna necessário inserir a leitura literária como componente mentor para a criança que pode ser explorado pela leitura dos textos. Yunes e Pondé (1988, p. 52,59) argumentam que:

Por trabalhar com leitor desde seu primeiro contato com as letras, a literatura infantil efetivamente pode se constituir-se na alternativa competente para crise na educação e da comunicação do mundo moderno”. Lembra ainda que “A passagem da oralidade da escrita exige o domínio do código especifico, o dos sinais gráficos e suas combinatórias, isto é carece de uma competência adquirida basicamente na escola”.

O que mais se destaca na literatura é a magnitude por que são feita por adultos e destinada à criança, o educador que se prepara devidamente é capaz de ter um repertório de narrativas que mais tarde servirão de apoio para transmitir uma boa literatura, proporcionando mais compreensão do estar se lendo e desenvolvendo a sensibilidade pelos textos literários.

A leitura tem enfoque equivocado na escola não há dúvidas, mais continua, a menos que decidamos deixar a questão a cargo de casos felizes, a nossa escola, é, sim uma das últimas, se não a última oportunidade que tem a criança e o jovem de entrar em contato sistemático com a leitura, em especial com a literatura. (Cunha, 1999 p. 92).

Quando a literatura forma suas especificações de trabalho, tem que ser criativo para encontrar formas de avaliar, e de transmitir a literatura para seus alunos, para formação intelectual e pessoal de cada um.

Assim o ato de ler ou de ouvir transforma-se em ato de aprendizagem que responde por uma das peculiaridades da literatura infantil.

Ela não pode quere ensinar, mais dirigir, apesar de tudo, a uma idade que da aprendizagem mais especialmente da aprendizagem linguística. O livro em questão, por mais simplificado e gratuito que seja, aparece sempre ao jovem leitor como uma mensagem codificada que ele deve decodificar se quiser atingir o prazer (afetivo, estético ou outro) que se deixe entrever ou assimilar ao mesmo tempo em que as informações concernentes ao real que estão contidas na obra [...] Se a infância é um período de aprendizagem [..] toda mensagem que se destina a ela, ao longo desse período, tem necessariamente uma vocação pedagógica. A literatura infantil ela é também necessariamente pedagógica, no sentido amplo do termo, e assim permanece no caso na qual ela se define como literatura de puro entretenimento, pois a mensagem, que ela transmite então é a de que não há mensagem e que é mais importante o divertir-se que preencher falhas (conhecimentos).(Soriano,1987, p.13)

Segundo o próprio autor a literatura tem que ser aplicada com prazer para que sua prática seja uma aventura ou momento de brincar, sabendo que as crianças se movem pelo desejo e pela curiosidade, é preciso encontrar as dificuldades encontradas, e procurar despertar o encanto pela literatura em primeiro lugar. A escola é um ambiente privilegiado que promove o despertar, pois o ato de ouvir é o primeiro passo para ser um bom leitor, pois através do livro é possível encontrar ideias de satisfazer curiosidades, resolver problemas, criar conflitos e superar os enigmas.

 

2.2 O PROFESSOR NA MEDIAÇÃO DA LITERATURA NAS SERIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

Entendemos que os caminhos a serem construídos são vastos. Mais também acreditamos que a sensibilização dos professores com o universo das narrativas é mais do fundamental para efetivação do processo de leiturização. O acesso ao mundo da leitura e o seus mais diversificados meios deve ser um direito de todos, pois é função do estado o mínimo de dignidade ao homem. Se ler é uma capacidade inerente ao ser humano então estimula-la e enriquece-la deve ser um dos objetivos principais tanto da escola quanto da família e da sociedade. (Calvacanti, 2002, p.80).

Na maioria das vezes o educador tem compreensão de tudo que foi dito, mas na prática não é bem assim que acontece, alegando que não pode perder muito tempo com a leitura, para resgatar esse prazer é necessário que os cursos de formação preparem os professores para desempenhar tal missão para que tenha momentos literários prazerosos, daí a importância do professor para que a prática da leitura realmente se concretize na escola.

O ponto de partida é sempre o professor-leitor, com o conhecimento amplo do acervo da literatura infantil disponível, que através do seu testemunho de amor pelo livro, possa ajudar seu aluno a também a estabelecer laços, efetivos com a leitura. O segundo passo, que é a decorrência que ele dar para a leitura na vida, é dedicado um espaço nobre para vivencia da literatura em suas aulas. Depois, cuidar para não destruir prazer que essas leituras possam trazer aos seus alunos, propondo atividades chatas repetitivas ou que não tem nada ver com a literatura feita ou com a natureza da literatura. Por isso, necessita de uma metodologia para trabalhar a literatura com seus alunos. Afinal, uma tarefa tão importante e decisiva quanto a essa não pode ser feita na base da improvisação. (Frantz 1997, p.15)

Quanto mais o professor ampliar seu repertório de leitura, mais atribuirá o papel de formador e ampliador da visão do mundo e mais significativa serão suas práticas de letramentos, não reduzindo o significado da obra, mais possibilita ao aluno a formar uma opinião sobre o texto lido. Por todo instante a criança vivencia o universo, ficcional dominado pelo imaginário, e pelas fantasias dominadas, proporcionado pelo prazer de ler e por manifestações verbais e visuais. Mantendo sempre a criança em atividade com oferta de textos variados, e com o nível de complexidade crescente.

O desempenho do educador não seria precisamente de só de instruir a criança, mas de criar condições para que o aluno consiga compreender melhor a função da literatura, como meio de ensino.

Para resgatar a dimensão lúdica da literatura, é necessário que os professores participem do curso de formação, para desempenhar tal missão possibilitando assim momentos prazerosos.

Um encaminhamento que propicia o melhor desempenho dos professores formadores de leitores consiste em intensificar a pesquisa no campo da leitura e da recepção de textos. Esse é o objetivo sustentado pela crença de que não existe um bom docente em sala de aula se não alimentar um pesquisador, isto é se ele não for movido pela curiosidade e pela persistência em buscar descobrir o que ainda não conhece. (Marta Morais da costa 2007, p.113)

A função do educador não seria exatamente ensinar a ler, mais de criar oportunidades para o aluno e o educador para realizar suas próprias aprendizagens, conforme seus próprios interesses, necessidade, fantasias, segundo as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta.

De acordo com Bloom (2001, p. 16) “para chegar ao máximo do prazer da leitura, não devemos desperdiçar nossas forças, lendo de modo errático e desavisado”. Assim criar condições de leitura não implica apenas alfabetizar ou proporcionar acesso aos livros, trata-se, de antes dialogar com o leitor sobre a leitura, isto é, sobre os sentidos que ele dá, repetindo algo escrito aos sons, imagens, coisas, ideias, situações imaginárias, lendo a criança adquire autoconfiança e autoestima, pois auxilia na construção do desenvolvimento.

Segundo Bettlheim (1980, p. 13) para que uma estória realmente prenda a atenção da criança, deve entretê-la e desperta a curiosidade. Mais para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a imaginação; ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a torna clara suas emoções; estar harmonizada com suas ansiedades e aspirações; reconhecer plenamente suas dificuldades e ao mesmo tempo, sugerir soluções para os problemas que a perturbam.

A escola deveria descobrir uma adequada escolarização de leitura literária, ou seja, propiciar a criança a vivencia do literário formando leitores assíduos, permitindo oferecer ferramentas para que possa organizar e compreender sua versão do mundo e por meio da leitura das histórias que as crianças encontram soluções ganhando confiança em si mesma, o que é significativo para o seu desenvolvimento.

[...] detonaram múltiplas visões que cada criação literária sugere, enfatizando as variadas interpretações pessoais, porque essas decorrem da compreensão que o leitor alcançou do objeto artístico, em razão de sua percepção singular do universo representado. (Zibermann, 1981, p.24).

Na obra literária um texto pode proporcionar várias significações, mais o universo de cada leitor difere um do outro, por que cada texto possui várias possiblidades de interpretações sociais, na relação com o professor é preciso que o aluno seja um leitor assíduo e que tenha compreensão do que estar se lendo, compete ao professor conhecer os interesses dos seus alunos.

Os interesses de leitura das crianças e dos jovens variam de acordo com a idade, o sexo e a escolaridade, o nível socioeconômico e as necessidades imediatas do leitor.” (Frantz1997, P31)

Quando a literatura é usada não se deve esquecer o gosto de cada leitor, pois cada um vive a fase do pensamento mágico pelo qual ele conhece e explora sua realidade para construir os seus conhecimentos, pois ninguém é melhor do que o professor para saber o que cada um precisa. Além disso, a literatura não se limita a passar informações ou mostrar apenas um caminho que o professor considera mais correto, mais é ajudar a criança a entender que a literatura é o meio que ela pode vivenciar diversas aventuras.

A ampliação de conhecimento que ai decorre permite-lhe compreender melhor o presente e seu papel como sujeito histórico. O acesso aos mais variados textos, informativos e literários, proporciona assim a tessitura de um universo de informações sobre humanidade e o mundo que gera o vínculo entre o leitor e os outros homens. A socialização dos individuo, se faz, para além dos contatos pessoais, também através da leitura, quando ele se defronta com produções significativas provenientes de outros indivíduos, por meio do código comum da linguagem escrita. (Gordini e Aguiar 1993, p. 10).

A literatura não se limita apenas em ensinar, ela exige uma participação ativa do sujeito, nesse processo levando ao indivíduo a produção do seu conhecimento através das leituras para que a criança escolha diversos caminhos, aquele que for compatível com seus valores. Assim a literatura como fator de seu desenvolvimento, físico, afetivo, intelectual social e cognitivo, pois através dos momentos de leitura a criança forma conceitos e relaciona ideias, estabelecem relações lógicas e desenvolve a sua expressão oral, integra-se na sociedade e constrói seu próprio caminho. A literatura faz um uso particular da linguagem em busca de efeitos surpreendente, pois assume representações e criações de nova realidade.

 

2.3 A LINGUAGEM ORAL E ESCRITA

Não se pode negar que a leitura de textos literários para criança passa, predominantemente pela escola. A educação clássica que enfatiza a formação intelectual que valoriza o texto e se constitui na origem do atual sistema escolar, surgiu na Grécia, no século V a. C.

A criança tem a oportunidade de usar a linguagem quando chega à escola, para a aprendizagem dos conteúdos permitindo o aluno a usar sua criatividade.

Amarilha (1997, p. 22) explica que “a oralização: tem a finalidade de enriquecer a bagagem antecipatória do leitor, buscando familiarizara-lo com a estratégia da narrativa, por conseguinte, com as convenções da escrita”.

Entende-se que a aprendizagem da linguagem oral e escrita fortalece e amplia possibilidades de inserção e de participação dos sujeitos em suas práticas cotidianas. Ao proporcionarmos experiências significativas de aprendizagem, através da linguagem ampliamos a capacidade de expressão e comunicação e desenvolvemos capacidade de escutar, ler, falar e escrever.

Presentes nas articulações cotidianas, o trabalho com linguagem promove ampliar as possibilidades de expressão e comunicação, familiarizar-se com a escrita, apreciar a leitura e praticar a escrita, a aprendizagem de falar se dá por meio de interações estabelecidas desde que nascemos.

A língua escrita não é a mera representação da língua oral, não se escreve como se fala e não se fala como se escreve, compreensão\ expressão da língua escrita é diferente de compreensão da língua oral. Discursos orais e escritos são considerados de formas diferentes.

Segundo Rangel, (2008 p. 10). Além disso, a alfabetização transcende a questão “mecânica” versus a “compreensão”. Ela tem uma dimensão social, não é a mesma para as sociedades nem para todas as camadas sociais e uma mesma sociedade.

Os diferentes códigos verbais e visuais se antecipam a ela, que o encontra como se estivesse pronto. A linguagem, enquanto área de trabalho pedagógica na educação das series iniciais, deve ser compreendida como forma de comunicação de ideias, pensamentos, intenções de diversas naturezas, que permite o desenvolvimento das relações interpessoais enriquecendo o pensar, falar e escrever. A fala dever ser compreendida apenas como um dos aspectos linguísticos. Estes se constroem a partir de competências desenvolvidas através do diálogo à medida que ocorre a maturação dos centros cerebrais, responsáveis pela fala, o que se dá muito antes que está se manifestando como tal. A linguagem faz parte da constituição de diferentes operações intelectuais e da mesma memória. O pensamento não é previamente organizado, é na expressão pela linguagem que ele se organiza e toma corpo, auxiliando a criança a se identificar como pessoa e a inserir-se socialmente.

É a experiência da compreensão será tão mais profunda quanto sejamos nela capazes de associar, jamais dicotomizados os conceitos emergentes da experiência escolar os que resultam do mundo da cotidianidade. Um exercício critico, sempre exigido pela leitura e necessariamente pela escrita. É de como nos darmos facilmente à passagem da experiência sensorial que caracteriza a cotidianidade a generalização que se opera na linguagem e desta ao concreto tangível, uma das formas de realizarmos esse exercício consiste na pratica a que me venho referindo com “leitura da leitura anterior do mundo” entendendo-se aqui como “leitura do mundo” a leitura que precede a leitura da palavra e que perseguindo igualmente a compreensão do objeto se faz no domínio da cotidianidade. A leitura da palavra, fazendo se também uma busca da compreensão do texto e, portanto dos objetos nele referido, nos remete agora a leitura anterior do mundo o que me parece fundamental deixar claro é que a leitura do mundo que é feita a parti da experiência sensorial não basta. Estas por outro lado, não pode ser desprezada como inferior pela leitura feita a parti do mundo abstrato dos conceitos que vão da generalização ao tangível. (Freire 1993, p. 30).

A forma da leitura do mundo está associada à linguagem do cotidiano, ler e escrever são um processo que não pode ficar separado, buscando na literatura a simbologia necessária para a preparação de sua vivencia, por mais que a criança já esteja alfabetizada, ela ainda gosta do mundo de fantasia e da criatividade. A leitura transforma-se em vivencia da criança como uma habilidade que ela pode controlar e desenvolver no transcorrer da vida, quando a palavra escrita for decifrada por ela e os diferentes tipos de suportes são introduzidos a ela, com o jornal a revistas entre outros servindo de suporte a gêneros artísticos.

Jobim e Sousa (1994, p. 21) traz uma discursão sobre o papel libertador da linguagem. Denúncia o sistema normatizado presente em nossa sociedade que rechaça a possibilidade de permitir desde muito cedo as crianças a sua liberdade de ser, construir, participar e expressar daí a necessidade de se repensar o lugar da linguagem enquanto se propõe uma educação de qualidade para as crianças pequenas.

O educador deve estar comprometido com a formação de bons leitores, não deve ser uma leitura só prazerosa mais ter objetivos de promover à capacidade reflexiva e crítica, permitindo que o sujeito se constitua como sujeito ativo, a tarefa primordial do professor é formar um leitor-crítico para que a leitura seja valorizada.

A literatura torna-se uma ferramenta de grande importância para o processo de alfabetização e da linguagem presente todos os dias na sala de aula, às vezes é usada de maneira inadequada por alguns educadores, sendo usada como pretexto para ensinar conteúdo dos componentes curriculares.

Segundo Rego: É através da literatura que se manifesta todo potencial criativo de que pode ser portador o falante de uma língua. Na literatura as palavras funcionam como matéria- prima da criança artística nos seus diferentes gêneros. Quando escrevemos dispomos de maior tempo para refletir sobre a forma da mensagem que queremos transmitir, poderíamos dizer que a escrita é uma produção linguística mais depurada. (Rego, 1988 p. 10-11)

Faz-se necessário conhecer mais sobre a literatura, pois pode auxiliar no processo de linguagem, tendo que ter relação com o ambiente escolar, é necessário que o leitor busque no âmbito das convenções sociais e em todas as suas linguagens a compreensão das ideias expressas pelo texto literário além de produzir o ato de ler, ela estar presente em todos os lugares na imaginação nas ideias e rabiscos de cada criança.

Mas para se fizer a literatura é preciso que haja uma relação de palavras, não qualquer tipo de linguagem, mas “a relação que essas palavras vão estabelecer com o contexto, com a situação de produção e leitura que instaura a natureza literária de um texto” (Lajolo,1984 p. 380).

Estamos rodeados de símbolos da linguagem, no momento em que a criança percebe que só usando a linguagem é que surge sua manifestação com a literatura é preciso que transporte para o leitor um mundo de possibilidade.

É desse cruzamento do mundo simbolizado pela palavra e estado de literatura com a realidade diária dos homens que a literatura assume seu papel transformador. Os mundos fantásticos criados pelo texto não caem do céu, nem tem gênese na inspiração das musas. O mundo representado na literatura, simbólica ou realista, nasce das experiências que o escritor tem da realidade histórica e social muito bem delimitada. (Lajolo, 1984 p. 65)

É por meio da literatura que entendemos o que nos cerca e esse o que é preciso mostrar que a aprendizagem dos símbolos que o mundo se abrira diante de sua imaginação envolvendo suas imaginações e fantasias e assume o seu papel transformador de dar prazer à criança por meio de sua linguagem.

 

  1. METODOLOGIA

Para realização desta pesquisa foi utilizada a pesquisa bibliográfica, estudos e reflexos realizados nesse sentido busca compreender a temática a partir de conceitos e estudos de diversos pesquisadores. Fez-se necessário a utilização do método dedutivo, na qual as análises do tema proporcionaram uma discussão real e concreta do assunto proposto. Foi feita uma abordagem da pesquisa qualitativa para a efetivação dos objetivos proposto, pois houve uma busca entre o mundo real e como isso pode acontecer dentro contexto.

Os objetivos deste trabalho são fundamentados a diversos autores, cujo objetivo foi refletir sobre a importância do desenvolvimento da literatura e em que o aspecto favorece as crianças na aprendizagem e interação aluno x professor com as crianças pequenas. A partir dos resultados do trabalho a literatura transforma-se na vivencia da criança, como uma habilidade que ela pode desenvolver e controlar, estes acabam por se dobrar aos interesses da escola que favorece a sua continuidade. Pois cremos que as instituições escolares têm em suas mãos as possibilidades do engrandecimento humano e que, com uso da literatura podem favorecer um aprendizado dinâmico e participativo aos educandos. Nessa perspectiva as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem.

Segundo Gil, a pesquisa bibliográfica é realizada a partir de materiais elaborados, constituído principalmente de livros e artigos científicos, embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza a pesquisa desenvolvida exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. (Gil. 1999, p. 65)

Considerando o ensino da metodologia como um instrumento educacional visando contribuir com as práticas pedagógicas promovendo assim a aprendizagem do aluno na literatura, possibilitando o conhecimento dos conteúdos teóricos- metodológicos que se fazem necessário à construção dos conhecimentos bem como um recurso facilitador. Apresentou a literatura na formação e desenvolvimento do senso decisivo do pequeno leitor. Este trabalho integrou ações que podem ser desenvolvidas com uso da literatura nas séries iniciais e na formação do senso do desenvolvimento crítico.

 

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa realizada contribuiu para a discussão sobre a importância da leitura no que tange como ela vem sendo utilizada na prática escolar. Porque é através da leitura infantil que a criança associa e harmoniza a fantasia e a realidade no sentido de satisfazer suas exigências internas, permitindo oferecer ao leitor ferramentas instrumentais para que possa aprofundar e organizar a sua compreensão do mundo, através da realização a leitura da realidade da própria existência.

É refletindo sobre a forma que a leitura vem sendo utilizada na escola, que o aluno, quando lê, é capaz de mudar o mundo, e é nesse ambiente que se sente prazer pela leitura não fazendo como um ato mecânico mais tornando isso um ato pedagógico, cujo contato com o mundo se faz pelo ouvir e pelo ver, ganha o texto escrito por meio da escola e tem acesso à cultura que o adulto usufrui, transformando em instrumentos pedagógicos com valores vigentes de forma a garantir sua perpetuação. É por meio da alfabetização que a criança desenvolve o ato de ler, decodificando os sinais escritos, e reconhecendo os significados dos textos.

Deve-se ensinar a criança a conviver com a literatura desde muito pequena, através de práticas de leitura e escrita. Se colocadas em condições favoráveis de leitura, geralmente gostam de ler. Ler é um desafio para eles e vencer o código escrito é outro desafio gigantesco.

Conforme resultados da pesquisa, foram atingidos os objetivos propostos, visto que, a leitura é o principal meio em que o aluno possa aprimorar a sua escrita, e a escola precisa sempre estar atenta a essa questão para proporcionar aos alunos momentos de leitura e condições necessárias para adquirir o habito de leitura.

Foi pesquisada a importância de se refletir sobre o trabalho com a literatura na prática escolar, como também estimular o trabalho com a oralidade nos textos literários aproveitando o universo infantil, despertar o interesse de ler e ouvir histórias valorizando a leitura infantil no contexto escolar, estimular a importância da leitura para uma boa escrita e o crescimento intelectual do aluno e levantar qual o papel da literatura na vida escolar das crianças.

A pesquisa é um processo de aprendizagem indispensável ao acadêmico que deseja estar preparado para enfrentar os desafios de uma carreira, e está no ato dela e da sua execução a oportunidade de assimilar a teoria e a prática, aprendendo as peculiaridades e os “macetes” da profissão e conhecendo a realidade do dia-a-dia profissional.

A pesquisa realizada é de cunho bibliográfico e qualitativo, e foi adotada a metodologia descritivo-exploratória. Logo alguns autores que possuem teorias sobre a leitura foram investigados e citados no trabalho buscando explicitar a importância da leitura, propondo a utilização dos mesmos para uma prática pedagógica mais eficaz e significativa.

Para melhor compreender sobre o trabalho, ele foi dividido em capítulo e subcapítulos que discutem a importância da leitura infantil nas séries iniciais do ensino fundamental. Fez-se um breve percurso da criança e a literatura na escola, além de também tratar do professor na mediação da leitura nas séries iniciais, como também falar sobre a linguagem oral e escrita.

Foi possível analisar que a leitura funciona como um instrumento facilitador da aprendizagem e que é preciso que todos percebam a necessidade de se desenvolver um trabalho contínuo em sala de aula.

 

REFERÊNCIAS

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