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DESAFIOS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

 

Nilânia Mara Peixoto Santos Silva1

Girlene Mendes da Silva Gomes2

Ivonete Lopes Correia3

Ivali Furst Rodrigues dos Santos4

Doracilia Carvalho5

 

 

RESUMO

 

Objetivando a integração dos deficientes na sociedade, instituiu-se mecanismo legais que garantissem o ingresso destes ao ensino regular e de qualidade. Dessa forma, o presente estudo buscou verificar os desafios enfrentados pelos professores no ensino aos alunos de inclusão, por meio de revisões bibliográficas. Constou-se assim, que a falta de profissionais qualificados, assim como, formações continuadas e espaço para o atendimento especializado aos alunos com necessidades educacionais especiais (NEE), geram insuficiente embasamento para o trato adequado aos alunos NEE. Entende-se assim, a necessidade de políticas educacionais afim de sanar a problemática, em busca do fornecimento a uma educação de qualidade para o aluno de Inclusão e de ensino Regular.

 

Palavras-chave: Educação Inclusiva. Necessidades Educacionais Especializadas. Formação Especializada.

 

 

ABSTRACT

With the aim of integrating the disabled in society, legal mechanisms were instituted to guarantee their entry into regular and quality education. Thus, the present study sought to verify the challenges faced by teachers in teaching inclusion students, through bibliographic reviews. Thus, the lack of qualified professionals, as well as continuous training and space for specialized care for students with special educational needs (SEN), generate insufficient basis for the appropriate treatment of SEN students. It is understood, therefore, the need of educational policies in order to solve the problematic, in search of the provision to a quality education for the student of Inclusion and of regular education.

 

Keywords: Inclusive Education. Specialized Educational Needs. Specialized Training.

 

  1. INTRODUÇÃO

 

Por meio do processo de democratização do Brasil, as leis foram modificadas buscando a desigualdade social, a promoção do bem à todos, inerente a sua raça, cor e idade. Esta busca pelo aperfeiçoamento da legislação acarretou na implementação de direitos – e a garantia destes – as pessoas com deficiência. Entretanto, há um empecilho: se faz necessário um novo ponto de vista sob a as demandas escolares na perspectiva educacional, de forma a integrar o aluno de inclusão no ensino regular.

 

Quando as pessoas com deficiência eram excluídas da sociedade sob a alegação de que eram incapazes ou incapacitadas, e por isso eram postas à margem do convívio social, inclusive da acessibilidade à escola. Esse processo passa por mudanças atitudinais e, principalmente, pela existência de leis que assegurem direitos às pessoas com deficiência (CUNHA, 2015, p. 70-71).

 

 

Por meio da Conferência Mundial sobre Educação Especial, realizada em Salamanca - em 1994, foi possível a elaboração de um documento que "promoveu uma plataforma que afirma o princípio e a discussão da prática de garantia da inclusão das crianças com necessidades educacionais especiais nestas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade de aprendizagem", conforma afirma o Movimento de Inclusão Social, sobre a discussão presente na Declaração de Salamanca.

Todavia, Naujorks (2002) enfatiza que a sobrecarga do processo de ensino, em locais pouco estruturados, acarreta em um professor ressentido com seu cotidiano profissional. Sentimentos de desilusão, de desencantamento com a profissão são frequentemente observados, o que torna a adaptação do ensino regular para chegada do aluno com necessidades especiais, uma difícil tarefa a ser completada satisfatoriamente.

Nesse viés, a proposta da inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas instituições de ensino regular reforço a necessidade de maior preparo, tanto em infraestrutura quanto em preparo profissional. E os professores, em sua maioria, não se sentem preparados para trabalhar com este novo aluno. Precisam de uma formação especializada.

É assim que a inclusão social se pretende, ocorrendo no espaço escolar como um avanço nas políticas de inclusão e bem estar, para que o acesso à escola seja como uma conquista que contribui para o desenvolvimento humano, para os processos de socialização e aprendizagem, além de proceder como a contextualização e a inserção daqueles que tanto necessitam de numa sociedade que se pretende ampliar as esperanças de se ver mais justiça e cidadania principalmente para as camadas menos favorecidas.

 

  1. DESENVOLVIMENTO

 

A escola é vista tradicionalmente como a instituição responsável pela transmissão dos conteúdos e conhecimentos necessários a formação do discente. Este, em suma, se utilizará dessa formação para ingressar em uma universidade, ou mercado de trabalho, aperfeiçoando-se academicamente em busca de mais oportunidades na vida.

Sendo assim, a educação deve estar a disponibilidade de todos, incluindo-se também as pessoas que apresentem Necessidades Educacionais Especiais (NEE), em quaisquer de suas modalidades. E esse processo contribui para os demais colaboradores desse processo, como afirma Karagiannis:

 

[...] os benefícios dos arranjos inclusivos são múltiplos para todos os envolvidos com as escolas- todos os alunos, professores e a sociedade em geral. A facilitação programática e sustentadora da inclusão na organização e nos processos das escolas e das salas de aula é um fator decisivo no sucesso (KARAGIANNIS, 1990, p. 22).

 

 

Há um grande consenso por parte dos educadores, com formação especializada, ao afirmarem um notório progresso no desenvolvimento das crianças de inclusão mediante ao contato com as outras crianças do ensino regular. Para Mantoan (2005):

 

Inclusão é a nossa capacidade de entender e receber o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas deferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. È para o estudante com deficiência, física, para os que têm comportamento mental, para os superdotados, e para toda criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com outro. (MANTOAN, 2005, p. 96).

 

 

Estes educadores, que trabalham com alunos portadores de alguma deficiência, observam que a integração de ambientes, independente da deficiência apresentada, aprendem mais. Nesse contexto, a uma grande troca de experiências, fato oportunizado pela turma mista e apoio educacional adequado.

 

O conhecimento profissional consolidado mediante a formação permanente apóia-se tanto na aquisição de conhecimentos teóricos e de competências de processamento da informação, análise e reflexão crítica em, sobre e durante a ação, o diagnóstico, a decisão racional, a avaliação de processos e a reformulação de projetos (IMBERNÓN, 2010, p.75).

 

Enfatiza-se que para falar sobre educação inclusiva não basta tão somente ater-se ao preparo dos educadores. É necessário, também, que haja condições espaciais adequadas, recursos estruturais para que se realize um bom trabalho, propiciando assim, condições para que os alunos aprendam no seu tempo e da melhor maneira.

 

 

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Ao compreender, o extenso debate acerca dos desafios para o fornecimento de uma Educação Inclusiva de qualidade, torna-se imprescindível um olhar a mais entre as dificuldades do professor em sala de aula.

É imprescindível a disponibilização de recursos teóricos e técnicos – interpretes e monitores -, materiais de apoio pedagógico de forma a possibilitar o trabalho eficiente do professor brasileiro.

Portanto, necessário que o professor tenha um auxílio – advindo de ações com as formações continuadas-, que o permita desenvolver as suas atividades, como um grande produtor de conhecimentos para dar e receber a todo tempo.

 

REFERÊNCIAS

 

BAPTISTA, C.R. (Org) Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006.

 

CUNHA, M. S. Ensino da língua portuguesa na perspectiva da inclusão do aluno cego no nível fundamental. Dissertação (Mestrado em Educação) Programa de Pós Graduação em Educação. Universidade Federal de Sergipe. 2015.

 

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 29. ª Edição. São Paulo: Atlas. 2008.

IMBERNÓN, F. Formação continuada de professores. Porto Alegre: Artmed, 2010.

 

KARAGIANNIS, A; STAINBACK, W; STAINBACK, S. Fundamentos do Ensino Inclusivo. In: STAINBACK, W; STAINBACK, S (org) Inclusão um guia para educadores. Porto Alegre, Artmed editora, 1999.

 

MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer?. São Paulo: Moderna, 2003.

 

NAUJORKS, Maria I. STRESS E INCLUSÃO: indicadores de stress em professores frente à inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/5125>. Acesso em 04 de Junho de 2019.

 

SAWAIA, B. As artimanhas da exclusão. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 2004.

 

SILVA, Karla Fernanda Wunder da. Inclusão Escolar: Levantando Possibilidades, Encarando As Dificuldades.Disponível em:. Acesso em 16 de Abril de 2018 .

 

STAINBACK, William e Susan. Inclusão: um guia para educadores. Trad. Magna França Lopes. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

 

UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994.

1Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.

2Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.

3Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.

4Graduada em Pedagogia pela Universidade Paulista – UNIP.

5Graduada em Pedagogia pela Centro Universitário Internacional – UNINTER.