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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NOS ANOS INICIAIS

Marlene Aparecida Rodrigues Garrido

Artigo Científico Apresentado à Universidade Cândido Mendes – UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia e Educação Infantil.

 

RESUMO

O objetivo de trabalhar o tema: A importância da leitura nos anos iniciais é de grande valia, pois o mesmo é desafiador em  estimular aos leitores mirins para o gosto da leitura, e porque não dizer a todos quantos estiverem envolvidos no processo, alunos que sintam o desejo de ir à biblioteca escolar para pegar um livro e viajar no mundo da leitura, uma vez que este setor é considerado o coração da escola, pois na biblioteca temos uma imensidão de dispostos em livros diversos, revistas entre outros recursos, a metodologia utilizada neste Trabalho se deu através de pesquisas, pode-se firmar que nos anos inicias de escolarização das crianças, a família e os professores tem um papel fundamental de auxiliar o desenvolvimento para que eles sintam o gosto pela leitura, entretanto sabemos frequentemente oque ambos os pais e professores enfrentam dificuldades em exercer seu papel de formadores de leitores, pois é na biblioteca escolar que o educando aprende a se relacionar com variados livros e viajar no mundo da leitura.

 Palavras-chave: Biblioteca. Leitura. Professores.

Introdução

Este trabalho tem como tema. A importância da leitura nos anos iniciais, pois sem ela não chegamos ao caminho do aprendizado, vemos que a realidade dos professores e alunos perante o prazer pela leitura em diferentes fases, da vida, e também  ela  é importante  nas  fases do ensino na vida escolar, a educação é o caminho para tornar o aluno um cidadão digno, seja ela considerada de berço ou recebida na escola, partindo disto, o professor tem encontrado inúmeros desafios nessa jornada escolar, podemos dizer que esses desafios são encontrados por meio do uso e da acessibilidade nas novas tecnologias, uma realidade disponível a maior parte dos alunos, são tecnologias apresentam imagens, recursos audiovisuais, além da conexão com a internet, que desde cedo o aluno aprende a manuseá-la e no momento do início das aulas esses alunos tendem a não desapegar dessas tecnologias, nos dias atuais é notório deparar com uma classe estudantil que não tem o hábito e o prazer em se dirigir à biblioteca da escola e se aventurar em ler um livro e ser um bom leitor. Com isso o professor tende a fazer malabares em sua aula, a fim de que o aluno tenha um mínimo de prazer em realizar a leitura de um, a questão norteadora desta pesquisa é: Como tornar a leitura prazerosa para o aluno, a leitura é fundamental na vida do aluno, pois através dela ele consegue ler desde uma fachada de loja a um noticiário no jornal impresso, enfim é despertada no aluno a compreensão da leitura.

 

Desenvolvimento

 

Podemos afirmar que nos anos iniciais de escolarização das crianças, a família e os professores têm um papel fundamental no auxílio ao desenvolvimento do gosto pela leitura, entretanto, sabemos que frequentemente pais professores enfrentam dificuldades para exercer seu papel de formadores de futuros leitores, muitas escolas alegam falta de recursos, de preparação dos professores e de interesse das famílias como, barreiras difíceis de serem transpostas para o exercício de seu papel na estimulação das crianças para a leitura. Paulo Freire (2000) vê o ato de ler como uma forma de conhecer o mundo, afirmando que a leitura.

 

Não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da língua escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele.

 

        Desta forma, para esse autor, a prática de ler não está relacionada à leitura de um texto, no sentido tradicional, através da interpretação da linguagem e da escrita, na sua perspectiva, essa atividade se manifesta de diversas formas de modo que, mesmo antes de uma criança se alfabetizar ela já lê o mundo que a cerca. Freire (2000) o autor diz ainda que o posicionamento do educador/professor deve ser dinâmico no conhecimento dos seus alunos, deixando-os participar das atividades, tendo uma relação de troca e não os tornando somente memorizadores, a leitura, para Freire é constituída sempre de percepção crítica, interpretação e reescrita do lido.

         Portanto a leitura proporciona o desenvolvimento abrindo o caminho para o aprendizado, existem vários métodos que podem ser utilizados para o melhor desenvolvimento da mesma, ela pode ser utilizada através de leituras compartilhadas, de livros, jornais, anúncios, mídia, na escola os professore devem utilizar de melhores métodos para que a leitura esteja sempre presente no cotidiano do aluno, utilizar de inúmeros artifícios para tornar a leitura uma rotina diária na vida estudantil do aluno.

                     Segundo Gonçalves:

 

A leitura é um dos meios mais importantes para a construção de novas aprendizagens, possibilita o fortalecimento de ideias e ações, permite ampliar conhecimentos e adquirir novos conhecimentos gerais e específicos, possibilitando a ascensão de quem lê a níveis mais elevados de desempenho cognitivo, como a aplicação de conhecimentos a novas situações, a análise e a crítica de textos e a síntese de estudos realizados. É algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através da leitura que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, interpretação. Com o leitor desperta para novos aspectos da vida em que ainda não tinha pensado desperta para o mundo real e para o entendimento do outro ser. Assim os seus horizontes são ampliados. (2013, p, 3)

 

       Tipos de leituras: leituras funcionais, literária, e de prazer ou de ficção ato de comunicação, expressão, agir, compreender, escolher, aprender, encontrar a resposta, de solução, relaxar, divertir-se, construir-se, passar o tempo. Podemos dizer que, a leitura nos permite percorrer um universo fora do que estamos vivendo, ela nos prende por minutos ou até horas, ficando paralisados nesse mundo da leitura.

 

Ler não serve apenas para decodificar códigos linguísticos, esta prática tem caráter social e valorativo para todo cidadão e para a sociedade. A leitura tem um papel social revolucionário e a escola que deveria fazer florescer o prazer pela leitura, tem contribuído, muitas vezes, para silenciar consciências e reflexões. (SOUZA, 2009, p.31)

 

          Para definir que o aluno já sabe ler, precisamos acompanha-lo em uma leitura, onde deve se avaliar a sua compreensão do que está lendo e não somente ler sem entender o real significado do que foi lido, é importante afirmar que uma criança sabe ler, precisam ser levados em conta outros aspectos além dos mecanismos de compreensão do que se lê não se pode dizer que a criança entendeu o texto apenas porque ela decifrou as relações entre os caracteres e sons da fala. A criança tende a organizar as informações disponíveis dependendo de como as compreende, pois cada criança possui um nível de conhecimento e de processamento que é particular. (ALBUQUERQUE, 2010, p.17). A compreensão do que o autor escreveu é fundamental, pois no momento em que o aluno percebe as emoções expressadas pelo autor no decorrer da obra literária, essa leitura torna mais prazerosa, uma vez que é possível se colocar no lugar do autor e sentir o que foi escrito por ele.

 

O prazer na leitura virá à medida que o leitor interage com o texto de maneira singularizada. A leitura e a escrita podem ser libertárias, transformando os sujeitos. A leitura libertária é, pois, aquela que pressupõe uma ação transformadora do leitor em interação com o autor. O bom leitor é aquele que descobre as ideias deixadas pelo autor, nas entrelinhas, preenchendo com sua experiência os vazios deixados pelo autor, à medida que lê o texto. Compreender um texto é dialogar com ele, pensar sobre ele e problematizar o que se lê. (SOUZA, 2009, p.32).

 

         Podemos definir as diversas maneiras e tipos de leituras, é possível verificar que na leitura funcional busca-se encontrar a resposta a solução dos problemas enquanto que na leitura literária é proposta para um momento de se aventurar em uma história fazendo o uso da imaginação.

                 Para Cassiano:

 

Entendemos que leitura deve ter como intuito principal o prazer de ler, mas também acreditamos que é uma oportunidade para essas crianças construírem sua identidade social e cultural e valorizar sua cidadania enxergando com criticidade sua realidade social. E os professores por sua vez, devem fazer do simples ato de ler para a criança uma iniciativa de promover em nossa sociedade atual, a construção de leitores que valorizem o hábito de ler. Essas ações iniciadas desde a educação infantil podem despertar desde cedo o interesse da criança para a forma como irá agir e estar no mundo, compreendendo e interpretando a si próprio e a sua realidade. (2009, p.21).

 

A infância é uma fase que deve se iniciar o processo de leitura, pois nessa fase o aluno começa a ter o gosto e prazer pela leitura e ao longo de sua vida esse prazer será cada vez mais e mais aguçada uma boa alternativa que o professor possa utilizar para ser trabalhado com o aluno, é de realizar uma leitura ao ar livre, dando um enfoque maior no texto que está sendo lido, o que faz que o aluno prenda sua atenção na leitura.

             De acordo com Cassiano:

 

A escolha de um bom livro possibilita ao educador agradar seu aluno, para tanto, é interessante que o professor conheça seu aluno em vários aspectos, destacando o letramento que irá contribuir muito para elaboração de seu plano de aula. Selecionando leituras que estimulem a criança a vivenciá-la como algo essencial ao seu conhecimento, iniciando, portanto a criança no mundo letrado de forma prazerosa. O professor é essencial neste primeiro contato da criança com o livro, é ele quem vai deixar a leitura interessante, aguçando a imaginação do seu ouvinte. (2009, p.29).

 

Em sala de aula o professor é um intermediário entre o aluno e o livro, por isso o professor deve conhecer seu aluno para saber qual livro será disponibilizado para esse aluno.

            Para Câmara:

 

Ler é uma prática básica, essencial para aprender. Nada substitui a leitura, mesmo numa época de proliferação dos recursos audiovisuais e da Informática. A leitura é parte essencial do trabalho, do empenho, de perseverança, da dedicação em aprender. O hábito de ler é decorrente do exercício e nem sempre se constitui um ato prazeroso, porém, ressalte-se, sempre necessário. Por este motivo, deve-se recorrer a estímulos para introduzir o hábito de leitura em nossos alunos. (2009, p.19)

 

A leitura possibilita ao aluno uma viagem a lugares diferentes, sem contar em um mundo fictício que permite que tudo se realize, esse aluno tem essa possiblidade quando realiza uma leitura.

          Segundo Góis:

 

A leitura abre novos caminhos aos alunos, trazendo conhecimento de mundo e permitindo um posicionamento crítico diante da realidade de cada um. A prática da leitura permite que ele tenha um bom desenvolvimento cognitivo em todas as áreas, porque ler não é apenas decodificar as palavras, é ir mais além. É saber interpretar, saber reconhecer os sentidos das palavras e saber diferenciar o contexto de cada texto lido. (2012, p.10).

 

O inicio de todo o processo de leitura, envolve desde o conhecer de cada palavra, símbolos, dentre as praticas pedagógicas trabalhadas com o aluno em sala de aula, esse inicio é fundamental para o aluno na fase da vida escolar e também em todo o processo de aprendizado em que estiver inserido, pois é a base que o acompanhará por toda a sua vida estudantil como também seu dia a dia.

                          Para Petronílo:

 

Quando a criança começa a ler, a primeira coisa é a identificação dos símbolos impressos, letras, palavras e o relacionamento desses símbolos com os sons que eles apresentam. Ao ter contado com as palavras, a criança começa a separar visualmente cada letrinha que forma aquela palavra e associa ao seu respectivo som, formando, então, um significado. (2007, p.19)

 

O professor deve ter paciência com o aluno, além de saber trabalhar calmamente essa etapa inicial com o aluno, uma vez que mal trabalhada gera uma dificuldade de aprendizagem, isso vai interferir muito no desenvolvimento do educando, para tanto existem nas escolas a biblioteca para  os leitores mirins porque não dizer para todos quantos estiverem envolvidos no processo de aprofundar seu conhecimento viajando no mundo das leituras, a biblioteca escolar tem um acervo bibliográfico muito vasto que varia desde romance, poesia, contos, ficção, literatura, histórias em quadrinhos entre muitas outras classificações literárias.

 

As bibliotecas e os livros colocam ao nosso alcance saberes tão diversos como aqueles sobre a matemática aplicada à construção de relógios e aos voos dos aviões; o desenho geométrico que fará casas e estradas; a composição molecular inscrita no cerne de nossas células ou nos alimentos que nos dão uma vida mais saudável; a história do comércio, dos transportes e também a história daquela risonha menina a caminho. E até àquele poema que usamos para enternecer a quem amamos. (MEC, 2006, p.04)

 

          Na sala de aula o trabalho pedagógico do professor deve ter uma ênfase sempre em acompanhar a sua turma a biblioteca no começo das aulas para que os alunos conheçam o espaço da biblioteca e os livros, a biblioteca é o mundo da imaginação, pois nela estão guardados os maiores tesouros da escola, nela estão os livros que fornece ao aluno um mundo cheio de possibilidades, onde tudo pode acontecer, entretanto para que isso aconteça, a estrutura e todo o funcionamento precisam estar de acordo, pois é um ambiente cheio de informações, é um lugar visitado por várias pessoas que no momento em que surge uma dúvida recorre a esse espaço pedagógico para encontrar a resposta nos livros. 

                    Para Cassiano:

 

[...] os livros que tem a fantasia como foco principal irá envolver a criança renovando a cada leitura seu prazer de ler, experiências essas necessárias para desenvolver o contato com o mundo da escrita, e sua capacidade de comunicação. E também por outro lado, os contos de fada presente na literatura que destacam a fantasia, enriquecem o mundo da criança, e permitem a ela aprender a resolver problemas interiores e lidar com eles, mesmo que esses contos foram inventados antes deles nascerem. (2009, p.40)

 

        O espaço bibliotecário oferece um suporte considerado bom aos alunos, porém é preciso estar em constantes buscas em adquirir obras literárias, pois os alunos gostam de novidades, é preciso mudar esse cenário das bibliotecas, bem como do prazer na leitura ser aumentado pelos alunos, o ideal é um espaço amplo para o professor trazer uma turma de alunos e nesse espaço todos os alunos pegam um livro e começam a folear um livro e se deparam com figuras que atrai a sua atenção e com isso ele vai sentindo o prazer em ir para a biblioteca, muitos alunos nem conhecem como é o espaço de uma biblioteca e muito menos os livros que lá estão, se ele aprender o habito da leitura se tornara uma rotina em sua vida escolar e com isso, os alunos tomariam gosto pela mesma, pois aos poucos eles iriam se apegando ao livro que está lendo, ficaria curioso em saber o final da história.

 

Ainda assim, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Munic. 2003, a biblioteca é um dos equipamentos culturais mais importantes do Brasil, presente em cerca de 90% das cidades brasileiras, em suas modalidades de bibliotecas públicas municipais, escolares e comunitárias. Mesmo assim, cerca de 630 municípios brasileiros ainda não têm biblioteca pública. E grande parte das existentes possui equipamentos precários, acervos ínfimos e/ou muito defasados e recursos humanos despreparados para um processo de mediação eficiente na formação de leitores. (MEC, 2006, p.17-18).

 

Conclusão

 

     Esse artigo buscou mostrar possibilidades de incentivo à leitura nos anos iniciais de escolarização, vimos como professores podem desempenhar um papel fundamental no auxílio ao desenvolvimento do gosto pela leitura para crianças ao longo dos primeiros anos de escolarização acredita-se na construção do conhecimento, que a leitura contribui nas relações sociais construídas na vida dos alunos, devemos admirar de antemão, a capacidade que cada aluno tem, pois no universo letrado, tecnológico e competitivo em que vivemos conseguir manter se interagido com o mundo da leitura, apesar de todo o processo de exclusão vivido, sem ter domínio de leitura e escrita, significa que muitos outros conhecimentos e capacidades foram colocados em jogo para dar respostas à vida, precisamos encontrar as dificuldades para assim encontrar as soluções desses problemas diante disto, estimular o aluno a ter o prazer na leitura é fundamental, pois a partir do momento em que ele tem o gosto na leitura, esse aluno com toda a certeza continuará tendo o prazer em viajar no mundo de leitura e da imaginação no decorrer de sua vida. Assim, os educadores tem que ter ciência de que esses conhecimentos, experiências e fazeres devem compor a ação pedagógica, diante disto, todos que compõem o quadro de funcionários de escolas, em suas diferentes funções precisam trabalhar interligados como uma corrente cujo objetivo principal é o aprendizado do aluno, em dado momento em que isso acontecer tudo facilitará na tarefa do outro colega de trabalho na escola e na vida do educando, a leitura é fundamental uma vez que ela abre a mente do aluno a novos conhecimentos, sendo por meio da leitura que o aluno desenvolve seu processo de ensino aprendizagem, é evidente que pedagogos, professores, e pais investirem na formação de leitores ainda nos primeiros anos de vida da criança haverá maior sucesso não só no desenvolvimento do hábito de ler nos futuros jovens e adultos, como também no aprimoramento de aspectos sociais, cognitivos, linguísticos e criativos indispensáveis ao cidadão apto a ocupar seu espaço na sociedade. Portanto a leitura é indispensável para todos, pois sem ela é impossível caminhar na fase da vida escolar, enfim a leitura abre os horizontes para um bom aprendizado.

 

 

REFERÊNCIAS

 

ALBUQUERQUE, Michele Pereira. A leitura e a atuação do professor das series iniciais: disponível em;<http://ww.lume.ufrgs.brbitstreamhandle1018329348000775782.pdf Acessado em: 16 fev. 2016.

                                                                                     

CÂMARA, Mari Neuza Tramontin. A importância da leitura na alfabetização. 2009. Disponível em:.pdf< httpwwwbib.unesc.netbibliotecasumario00003D00003D70 Acesso em: 12/10/2016.

 

CASSIANO, Adriana Aparecida. O prazer de ler: O incentivo da leitura na Educação Infantil. 2009. Disponível em: < httpsrepositorioaberto. Uab. Ptbitstream10400. 212231dissertacao. Pdf Acessado em: 16 fev. 2016.

 

GONÇALVES, Debora Souza Neves. A importância da leitura nos anos iniciais escolares. 2013. Disponível em: ˂ http://www.prefeituradecocaldetelha.pi.gov.br/cidade/ ˃acesso em: 08/02/2016

 

GÓIS. Luciana Ribeiro dos Santos. O ensino da leitura nas escolas de Ensino Fundamental II. 2012. Disponível em http://://repositorio. Uniceub, br /bitstream/123456789/3488/2/TCC%20Luciana.pdf acesso em: 18 de abr de 2017.

 

KAUARK, Fabiana, MANHÃES Fernanda Castro, MEDEIROS Carlos Henrique. Metodologia da pesquisa: guia prático.  Itabuna: Via Litterarum, 2010. Acesso em: 10 de abr de 2017.

 

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, MEC, Ministério da Educação. PNLL – Plano Nacional do livro e leitura. 2006. Disponível em:<httpwwwuel. Brcecapedagogiapagesarquivosadriana%20APARECIDA%20CASSIANO. Pdf 10 fev.2017

 

PETRONILO, Ana Paula da Silva. Dificuldade de Aprendizagem na Leitura e na Escrita. 2007 Disponíveis em:<http://www.ufrgs.br/ceme/uploads/1382039595-.pdf>.acesso em: 02 mai. de 2017

PAULO FREIRE: em htpps://revistas. Pucsp. br/index.php/curriculum/article/view File/26570/19385FREIRE.2000.

SOUZA, Neiva Veiga. A leitura na escola. Como a escola motiva nos educandos o prazer pela leitura. 2009. Disponível em: < > 00.212231Dissertacao.pdf Acesso em: 13 sets 2016.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O FENÔMENO DA INCLUSÃO NAS ESCOLAS REGULARES

Paula Cristina de Souza Moraes [1]

 

Resumo:

 O estudo tem por finalidade analisar as práxis de inclusão, através de estudo de caso, pelas quais as escolas/instituições acolhem/ atendem esses alunos, tendo a efetividade como mediadora das ações inclusiva. Dessa forma, analisar/investigar as práxis de execução percorridas para que esse estudante com a Síndrome Prader Willi tenha acesso a um ensino de qualidade, com a visão de equidade e não somente de igualdade. Visando sua formação humana.  Analisando historicamente a Educação Inclusiva, estudando ideologias em diferentes trajetórias marcadas por resistências da inclusão, por conquistas e pelas lutas das famílias. O lócus da pesquisa/estudo de caso ao analisar o processo de inclusão na escola regular (SESIESCOLA “Leonor Barreto Franco) - Cuiabá /MT, considerada uma escola/instituição com uma visão de equidade de inclusiva. Tendo a efetividade da inclusão de alunos não significa apenas somente na matricula e, nem tanto, ficar no mesmo ambiente com grupo escolar. É ter uma visão ampla na restruturação do sistema educacional como um todo, ou seja, incluir efetivamente e a construção saudável ensino e aprendizagem em todos os segmentos do desenvolvimento de um ser humano, como desenvolvimento, emocional desenvolvimento cognitivo, desenvolvimento cultural e sua interação na sociedade.

 

Palavras-Chave: Educação Inclusiva; Efetividade; Síndrome Prader Willi e Congeneres.

 

Abstract

The purpose of this study is to analyze the inclusion praxis, through a case study, by which schools / institutions host / attend these students, having the effectiveness as an inclusive mediator of actions. In this way, analyze / investigate the execution praxis covered so that this student with the Syndrome Prader Willi, has access to a quality education, with the vision of equity and not only of equality. Aiming at his human training. Historically analyzing Inclusive Education, studying ideologies in different trajectories marked by resistances of inclusion, by achievements and by the struggles of families. The locus of research / case study when analyzing the process of inclusion in the regular school (SESIESCOLA "Leonor Barreto Franco) - Cuiaba / MT, considered a school / institution with a vision of inclusive equity. Having the effectiveness of the inclusion of students does not only mean in the enrollment and, not so much, being in the same environment with the school group. It is to have a broad vision in the restructuring of the educational system as a whole, ie to effectively include and construct healthy teaching and learning in all segments of a human development such as development, emotional cognitive development, cultural development and their interaction in the society.

 

Key words: Inclusive Education; Effectiveness; Syndrome Prader Willi and Congeneres.

 

 

INTRODUÇÃO

 

A pesquisa aqui apresentada tem como meta, analisar as práxis da execução da efetividade da inclusão na escola regular. Sendo assim, a pesquisa retrata sobre as barreiras que ainda são encontradas para que haja efetivamente, na pratica na educação inclusiva propriamente dita na sua concepção para crianças e adolescentes com necessidades especiais em especial (SINDROME PRADER)

Estamos vivendo em um cenário atual, onde muito se fala em inclusão, da inclusão, com inclusão, porém percebe-se ainda uma grande preocupação e desconforto por parte da sociedade escolar e sua clientela. Quando se norteiam as recentes diretrizes, os nortes nacionais e internacionais sobre o assunto “INCLUSÃO”, relacionada na tradução para o contexto educacional brasileiro.

O desafio principal é a conscientização que está se vivendo numa  era na educação, baseada na nova reforma de um programa do ensino que necessita de trabalho voltado para conscientização da nova realidade, da necessidade da não somente da integração, e sim, da inclusão propriamente efetiva, consolidada da escola regular, requer uma reforma atitudinais, comportamentais que supõem o desenvolvimento e envolvimento de gestores, professores, Adds, técnicos, porteiros, inspetores, famílias e comunidade como um todo que   irá receber , conviver com alunos especiais em todo o seu segmento de seu desenvolvimento humano.

 A escola, enquanto responsável pedagogicamente na formação do indivíduo, deve ter não somente o olhar, e sim, a visão que precisa colocar em práxis as mudanças da nova realidade, que não existe somente o ideal, e sim, também tem existe o real, ou seja, hoje no cenário atual brasileiro de educação formal, está diante de uma realidade de alunos especiais inserido em uma sociedade escolar com alunos não especiais. Visando uma educação não de igualdade e sim, de equidade, que insere-se, no contexto das discursões, cada vez mais latente, mais evidenciada que os alunos especiais tenham atribuições de seus direitos e deveres enquanto cidadãos na participação e contribuição socialmente dita. Essa discussão que cada vez se amplia sobre a inclusão, pode-se dizer que esta fundamentada historicamente decorrente das lutas pelos direitos humanos, em forma de Declaração e diretrizes politicas desde 1948, quando da aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Sabe-se, que este cenário não é mais uma novidade atual no cenário educacional, que por sinal, é umas das principais alavancas nas projeções sociais do mundo atual práxis de execução, o processo de acolhimento de inclusão de alunos com Síndrome Prader Willi, tenha acesso a um ensino de qualidade, reforça-se, a visão de equidade e não igualdade visando a para sua formação humana e como as práxis acontecem no processo de inclusão em casos de síndrome de Prader Willi e congêneres. Em relação à deficiência intelectual Rosso e Dorneles (2012) alegam que os indivíduos com SPW apresentam, em geral, algum grau de alteração intelectual, entre limítrofe a moderado, sendo importante enfatizar que a escola regular seja capaz de dar conta de todas as especificidades e peculiaridades de todos os sujeitos. As principais características cognitivas encontradas em indivíduos com a síndrome são as dificuldades de aprendizagem relacionadas a dificuldades na memória auditiva de curto prazo e no pensamento abstrato, mas apresentam bons resultados na leitura, boa memória de longo prazo e habilidades de organização viso-espacial preservadas.

A metodologia a ser utilizada é de natureza método dedutivo, ou seja, com caráter de analisar a pesquisa será direcionada como estudo de caso, entrevista, coleta de dados por meio de pesquisa bibliográfica, artigos, dissertações. A pesquisa tem parâmetro de avaliação do rigor que considera a relação entre os conceitos e os fatos observados. O aprofundamento da teoria é pressuposto da análise.

Há uma carência em artigos, dissertação e outras pesquisas com base nesta síndrome no âmbito educacional. Assim, analisar as práxis de inclusão, através de estudo de caso. Analisar método indutivo de inclusão do estudante com o diagnóstico da síndrome Prader willi, na escola regular, visando à inclusão como um todo.

Sendo assim, o desejo perpassa uma necessidade não somente profissional, como genitora, mas também, o desejo através da minha pesquisa, que  corrobore, contribua para as práticas escolares como um todo, possibilitando também a ajudar as familiais cujas tenham em seu seio familiar uma pessoa especial , tanto aquelas que já tenham o diagnóstico fechado ou aquelas famílias que estão no processo de investigação, trará informações que beneficiara à inclusão como um todo de forma natural e democrática.

O lócus da pesquisa, em que a pesquisadora é ativa, onde faço parte do corpo docente há quase 10 anos na (SESI ESCOLA “Leonor Barreto Franco”) AV. Oátomo Canavarros, 1079- Bela Vista – Cuiabá/MT

A  motivação da escolha do tema da pesquisa, além da obtenção de créditos do Mestrado Ciências em Educação, além da relevância social e educacional, tomando partido como profissional da educação (Pedagoga; especialista em Psicopedagogia Clínica; especialista em NeuroEducação), na minha trajetória profissional tive em meus cuidados pedagógicos alunos com algumas morbidades  e uma delas com o diagnóstico síndrome de ALGEMAM, cuja síndrome é imã da síndrome de Prader Willi, ou seja, a síndrome de Algemam é uma falha materna e a síndrome de Prader Willi é uma falha paterna, a síndrome Down causada pela presença de três cromossomos 21.

Apesar de a síndrome SPW ter sido descrita em detalhes em 1956. Uma descrição anterior ocorreu em 1887 por John Langdon. A condição da síndrome recebe este nome em homenagem pelos médicos suíços “Andrea Prader,” “Heinrich Willi’ e” Alexis Labhart” (CORRÊA, 2012). É uma síndrome ainda pouco conhecida, tanto nos aspectos no processo de investigação do diagnóstico (CID), tanto ao conhecimento dos profissionais áreas da educação.

Segue a discrição da personagem/aluna - SÍNDROME PRADER WILLI, de origem falha genética paterna) e aluna - SÍNDROME DE ALGEMAM, de origem falha genética materna) com idade cronológica de 11 anos idade. Iniciaram a trajetória escolar 2010 e atualmente está cursando 6º ano do ensino fundamental II, período vespertino, na escola (SESIESCOLA “Leonor Barreto Franco”).

 

2.0 REFERENCIAL TEÓRICO

 

        2.1 LÓCUS DA PESQUISA

O lócus da pesquisa já mencionada, realizada em uma escola particular SESI ESCOLA “Leonor Barreto Franco” localizada em Cuiabá/ MT no bairro Belo Vista- Rua Canavarros, nº 1079, CEP: 78050-568.

A ata de criação da instituição escolar “Leonor Barreto Franco” foi divulgada no diário oficial do dia 2608/1992, em Cuiabá/ MT. Sendo escrita no dia 07 de março de 1989. Foi criada a escola Leonor Barreto Franco com o objetivo de oferecer Educação Pré – escolar aos filhos do trabalhador da Indústria. Foi umas das primeiras instituições privadas de prestação de serviços assistenciais construída com recursos e com a direção de empresariado.

A biografia do (a) patrono/ patronesse da instituição Leonor Barreto Franco: Filha de José Figueiredo Barreto e de Maria Flora de Almeida Barreto é natural de Aracaju/SE.

 O objetivo da escola/educação é construir uma escola de qualidade que promova o desenvolvimento integral de seus alunos, fazendo-os crescer, tanto intelectualmente, quanto moralmente, valorizando-os como seres sociais e indivíduos.

 O seu objetivo específico SESI ESCOLA “Leonor Barreto Franco” tem a vida como ponto de partida e de retorno. Por essa razão toda a aprendizagem é direcionada para o desenvolvimento humano e estabelece os seguintes objetivos:

  • Respeitar o universo cultural e intelectual dos educando, fazendo de suas necessidades as demandas mais significativas e o norte do processo de ensino e de aprendizagem;
  • Promover o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes, visando proporcionar-lhes o crescimento cognitivo: intelectual, sócio afetivo e moral, através de sua valorização como individuo que conhece e aprende;
  • Mediar conhecimentos, habilidades e atitudes que tornem os nossos educandos: crianças, adolescentes e adultos capazes para atuar de forma competente na comunidade, empresa e na sociedade;
  • Proporcionar oportunidades para o exercício do empreendedorismo, e a realização de sonhos e projetos individuais e coletivos;
  • Tornar os educandos, ao longo de suas vidas, indivíduos capazes de interagir, concretamente com os outros, de forma verdadeira, digna e respeitosa. (Projeto Político Pedagógico; pág. 29; 2013)

 

 

2.2 BREVE CONCEITUAÇÃO DA BASE DA FILOSOFIA SÓCIO- INTERACIONISTA- CONCEPÇÃO EDUCACIONAL- CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE APRENDIZAGEM BASEADAS NO FUNDAMENTO DA FILOSOFIA SÓCIO- INTERACIONISTA NOS ESTUDOS DE VYGOSTSKY, WALLON, PIAGET.

 

Bases epistemológicas

    O espaço do conhecimento na prática de ensino e da aprendizagem.

Em relação ao processo de produção e reconstrução do conhecimento, assume a opção por processo de produção SÓCIO CONSTRUTIVISTA dos processos de ensino e de aprendizagem. Nomeiam-se dessa forma os processos de conhecimento e por extensão das relações de ensino e de aprendizagem.

Baseando nessa perspectiva epistemológica reuni aspectos das teorias de VYGOSTSKY, WALLON, GARDNER E PIAGET. Abordagem que visa a buscar uma síntese para psicologia, interagindo numa perspectiva, o homem enquanto corpo e mente, enquanto ser biológico e ser social, enquanto membro da espécie humana e participante de um processo histórico, como um “ser organicamente social” (Projeto Político Pedagógico, pág. 82,2013)

Para Vygostky, as origens da vida consciente e do pensamento abstrato deveriam ser procuradas na interação do organismo com as condições de vida social, e nas formas histórico-sociais de vida da espécie humana e não, como muitos acreditavam, no mundo espiritual e sensorial do homem. Desde modo, deve-se procurar analisar o reflexo do mundo exterior no mundo interior dos indivíduos, a partir da interação destes sujeitos com a realidade.

A origem das mudanças que ocorrem no homem, ao logo do seu desenvolvimento, está segundo seus princípios, na Sociedade, na Cultura e na sua História. (Projeto Político Pedagógico, pág. 83,2013)

 

CONCEITOS BÁSICOS DE VYGODTSKY

 Um pressuposto básico de Vygotsky é de que durante o curso do desenvolvimento, tudo aparece duas vezes:

Primeiro a criança entra em contato com o ambiente social, o que ocorre ao nível interpessoal. Depois a criança entra em contato com ela própria, num nível interpessoal.

Aspectos básicos para o desenvolvimento dos processos cognitivos:

 

*MEDIAÇÃO- Como o sujeito do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado, através de recortes do rela, operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe.

 Enfatiza a construção do conhecimento não está sendo visto como ação do sujeito sobre realidade, mas pela mediação feita por outros sujeitos, no construtivismo;

 O outro lado social, pode apresentar-se por meio de objetos, da organização, do ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.

 

*LINGUAGEM- Sistema simbólico dos grupos humanos:

  • Representa um salto qualitativo na evolução da espécie;
  •  Fornece os conceitos, as formas de organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento;
  • É por meio dela que as funções mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente transmitidas, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas.

 

 

*CULTURA-Fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade, ou seja, o universo de significações que permite construir a interpretação do mundo rela.

Ela dá o local de negociações, no qual seus membros estão em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significações.

 

*PROCESSO DE INTERNALIZAÇÃO- A internalização envolve uma atividade externa que deve ser modificada para torna-se uma atividade interna.

* É interpessoal e se torna intrapessoal;

* Fundamental para o desenvolvimento do funcionamento do funcionamento psicológico humano;

* Função mental;

* Processo de: pensamento, memória, percepção e atenção;

* O pensamento tem origem na motivação, interesse, necessidade, impulso, afeto e emoção. (Projeto Politico Pedagógico, pág. 86, 2013)

 

2.3 CONCEITOS BÁSICOS DE HENRI WALLON (MÉDICO- FILOSÓFICA) - A PSICOGÊNESE DO MOVIMENTO E O DESENVOLVIMENTO HUMANO

 

Através da psicologia (Filosofia e Medicina) buscou entender a tensão permanente entre natureza e cultura, na produção do advento humano.

A afetividade manifesta na emoção se instaura com o ambiente social e garante o acesso ao universo simbólico da cultura, elaborado e acumulado pelos homens ao longo da sua história; a atividade afetiva dá origem a cognitiva.

 

CONCEITOS BÁSICOS

Dois importantes conceitos na obra de Wallon são emoção e efetividade. Emoções, para Wallon, são fenômenos psico-filosológicos oriundos do sistema nervoso central, caracterizados pela reação postural de exterionazação da afetividade.

A afetividade, por sua, seria o conjunto de processo psíquicos exteriorizados através das emoções.

Em outras palavras, enquanto emoções seriam processos internos, a afetividade seria o estado psicológico que viabiliza a comunicação das emoções.

  Teoria de Wallon baseia-se a gênese da inteligência é genética e organicamente social, ou seja, “o ser humano é organicamente social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar” (Dantas,1992). Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da pessoa completa.

A criança, para Wallon, é essencialmente emocional e gradualmente vai constituindo-se em um ser sócio-cognitivo. O estudioso estudou a criança contextualizada, como a realidade viva e total no conjunto de seus comportamentos, suas condições de existência.

Wallon atribui à emoção um papel fundamental no processo de desenvolvimento humano. Para ele, quando nasce uma criança, todo contanto estabelecido com as pessoas que cuidam dela, são feitos emoção. A criança é constituída de corpo e emoção, e não apenas cognição.      Antes do surgimento da linguagem falada, as crianças comunicam-se e constituem-se como sujeitos com significado, através da ação e interpretação do meio entre humanos, construindo suas própria emoções, que é seu primeiro sistema de comunicação expressiva. Estes processos comunicativos- expressivos acontecem em trocas sociais como a imitação. Imitando, a criança desdobra, lentamente, a nova capacidade que está a construir (pela participação do outro ela se diferenciará dos outros) formando sua subjetividade. Pela imitação, a criança expressa seus desejos de participar e se diferenciar dos outros constituindo- se em sujeito próprio.      A passagem dos estágios de desenvolvimento não se dá linearmente, por ampliação, mas por reformulação, instalando-se no momento da passagem de uma etapa a outra, crises que afetam a conduta da criança.       Psicogenética, essencialmente sociocultural e relativista, com forte lastro orgânico, a teoria de Wallon considera o desenvolvimento da pessoa completa integrada ao meio em que está imersa, com os seus aspectos afetivo, cognitivo e motor também integrado.      A Teoria das Emoções é de grande importância na obra de Wallon. Segundo o autor, a emoção é a exteriorização da afetividade, um fato fisiológico nos seus componentes humorais e motores e, ao mesmo tempo, um comportamento social na sua função de adaptação do ser humano ao seu meio.

 Henri Wallon reconstruiu o seu modelo de análise ao pensar no desenvolvimento humano, estudando-o a partir do desenvolvimento psíquico da criança.  O desenvolvimento da criança aparece descontínuo, marcado por contradições e conflitos, resultado da maturação e das condições ambientais, provocando alterações qualitativas no seu comportamento em geral.         A obra de Henri Wallon é perpassada pela ideia de que o processo de aprendizagem é dialético: não é adequado postular verdades absolutas, mas, sim, revitalizar direções e possibilidades.       Uma das consequências desta postura é a crítica ás concepções reducionais: Wallon propõe o estudo da pessoa completa em relação a seu caráter cognitivo quanto ao caráter afetivo e motor. Para Wallon, a cognição é importante, mas não mais importante que a afetividade ou motricidade (Projeto Político Projeto, pág.92 e 93, 2013)

 

2.4 CONCEITOS BÁSICOS JEAN PIAGET- CONSTRUTIVISMO (EPISTEMOLOGIA GENÉTICA)

 

      A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo é uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.       A construção do conhecimento ocorre quanto acontecem ações físicas ou mentais sobre objetos que, provocando o desequilíbrio, resultam em assimilação ou acomodação e assimilação dessas ações e, assim, em construção de esquemas ou conhecimento. Isto é, uma vez que a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta fazer uma acomodação e, após isso, uma assimilação. Desta forma, o equilíbrio é, então, alcançado.  A forma de raciocinar e de aprender da criança passa por estágios. Por volta dos dois anos, ela evolui do estágio sensório-motor – em que a ação envolve os órgãos sensoriais e os reflexos neurológicos básicos, e o pensamento de dá somente sobre as coisas presentes na ação que desenvolve- para o pré- operatório. Uma nova progressão ocorre por volta dos sete anos, quando ela passa para o estágio operacional- concreto e consegue refletir sobre o inverso das coisas e dos fenômenos e, para concluir um raciocínio, leva em consideração ás relações entre os objetos. Por fim, por volta da adolescência, chega ao estágio operacional- formal, em que pensa em coisas completamente abstratas, sem necessitar da relação direta com o concreto. Existem 2 aspectos principais nesta teoria:

  1. O processo de conhecer e
  2. Os estádios/ etapas pelos quais nós passamos á medida que adquirimos essa habilidade.

      O comportamento é controlado através de organizações mentais denominadas “esquemas”, que o indivíduo utiliza para representar o mundo e para designar as ações.   Essa adaptação é guiada por uma orientação biológica para obter o balanço entre esses esquemas e o ambiente em que e está (equilibrarão). Assim, estabelecer um desiquilíbrio é a motivação primária para alterar as estruturas mentais do indivíduo.

 

2.5 CONCEITOS BÁSICOS

Desenvolvimento humano: série de mudanças ordenadas e previsíveis.

  • Interacionismo: Desenvolvimento – relação do organismo e o meio. Esta teoria valoriza igualmente o organismo e o meio.
  • Assimilação: É o processo cognitivo de colocar /classificar novos eventos em esquemas existentes. É a incorporação de elementos do meio externo (objeto, acontecimento...) a um esquema ou estrutura do sujeito, ou seja, é o processo pelo qual o indivíduo molda novas informações para encaixar nos esquemas existentes, cognitivamente ele capta o ambiente e o organiza possibilitando, assim, a ampliação de seus esquemas. Na assimilação o indivíduo usa as estruturas que possui.
  • Acomodação: É a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades do objeto a ser assimilado.

A acomodação pode ser de duas formas:

 

- Criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo, ou modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído nele.

     Após ter havido a acomodação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo no esquema, muda os esquemas existentes pela alteração de antigas formas de pensar ou agir, acorrendo assim, a assimilação.

O balanço entre assimilação e acomodação é chamado de adaptação.

 

  • Adaptação: Capacidade de adaptar as suas estruturas mentais ou comportamento para se adaptar às exigências do meio.
  • Equilibração: É o processo da passagem de uma situação de menor equilíbrio para uma de maior equilíbrio. Uma fonte de desequilíbrio ocorre quando se espera que uma situação ocorra de terminada maneira, e esta não acontece.
  • Desenvolvimento: O desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas cognitivas derivando cada estrutura precedentes, ou seja, o indivíduo constrói e reconstrói continuamente as estruturas que o tornam cada vez mais apto ao equilíbrio. Essas construções seguem um padrão denominado por Piaget de ESTÁGIO que seguem idades mais ou menos determinadas. Todavia, o importante é a ordem dos estágios e não a idade de aparição destas. (Projeto Político Pedagógico- Sesiescola; págs. 95,96; 2013).

 

2.6 CARCTERÍSTICAS DE CADA FASE:

 

  • Estágio sensório- motor (do nascimento aos 2/3anos de idade) –a criança desenvolve um conjunto de esquemas de ação sobre o objeto, que permitem construir um conhecimento físico da realidade, e é capaz de fazer imitações, construindo representações mentais cada vez mais complexa.
  • Estágio- pré- operatório (ou intuitivo) (dos 2/3 aos 6/7 anos de idade) - a criança inicia a construção de relação causa e efeito, bem como das simbolizações. É chamada idade dos porquês e do faz-de-conta.
  • Estágio operatório- concreto (dos 6/7 aos 10/11 anos de idade) – a criança começa a construir conceitos, através de estruturas lógicas, consolida a conservação de quantidade e constrói o conceito de número. Seu pensamento apesar de lógico, ainda está preso aos conceitos concretos, não fazendo ainda abstração.
  • Estágio operatório- formal (dos 10/11 aos 15/16 anos de idade) - fase em que o adolescente constrói o pensamento abstrato, conceptual, conseguindo ter em conta as hipóteses possíveis, os diferentes pontos de vista e sendo capaz de pensar cientificamente. Sendo assim, na concepção de Piaget, há quatro fatores determinantes do desenvolvimento cognitivo:

1º MATURAÇÃO de montagens hereditárias ou mecanismos presentes desde o nascimento;

2º A criança operando com os seus objetos de seu mundo físico, pode construir um universo prático;

3º Fator determinante do desenvolvimento cognitivo é o ambiente social;

4º Fator é de equilibração dos processos de assimilação e acomodação na construção do conhecimento. (Projeto Político Pedagógico- Sesiescola- pág. 97;2013)

Sendo assim são aspectos das três teorias epistemológicas expostas, que permitem propor uma inteligibilidade sociocultural e construtiva para a proposta, explicando de forma sucinta o conceito de homem para a instituição SESI ESCOLA “Leonor Barreto Franco”.

 

    Esta instituição/ escola é considerada uma instituição com a visão inclusiva. Segue abaixo o memorial estrutural da instituição:

 Escola Particular- Etapas de Ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Etapas de Ensino:

Segundo dados do Censo/2018

Infraestrutura                                                                    

Segundo dados do Censo/2018

  • Água filtrada, Água da rede pública, Energia da rede pública, Esgoto da rede pública, Lixo destinado à coleta periódica, Acesso à Internet, Banda larga. Equipamentos segundo dados do Censo/2018:TV, DVD, Antena parabólica, Copiadora, Retroprojetor, Impressora, Aparelho de som, Projetor multimídia (Datashow),Câmera fotográfica/filmadora

Dependências

Segundo dados do Censo/2018

23 salas de aulas, 93 funcionários, Sala de diretoria, Sala de professores, Laboratório de informática ( Espaço Maker/ e espaço tecnológico),Quadra de esportes coberta, Cozinha, Biblioteca, Parque infantil, Banheiro dentro do prédio, Banheiro adequado à educação infantil, Banheiro adequado à alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, Dependências e vias adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, Sala de secretaria, sala de gerencia, sala da Psicologia, Sala coordenação, sala de Orientadora educacional, sala dos inspetores, sala de  Artes , sala de Robótica Banheiro com chuveiro, Refeitório, cantina escolar, sala de secretaria escolar, Almoxarifado, sala do RH, Pátio coberto, Pátio descoberto, Área verde, quadra coberta, parque para recreação sala de Apoio Pedagógico, Sala de Diversidade. Bilíngue, Escola da Inteligência.

 

  • RESULTADO

 

Esta pesquisa /estudo de caso possibilitou verificar através da analise de observação as possibilidades e formas pela quais as escola/instituição acolhem/ atendem esses alunos tendo a efetividade como mediadora das ações inclusiva.

         Dessa forma, analisar/investigar as práxis de execução e acolhimento de inclusão e acima de tudo, quais caminhos devem ser percorridos para que esse estudante com a Síndrome Prader willi,para ter a possibilidade de acesso a um ensino de qualidade, com a visão de equidade e não igualdade visando a para sua formação humana.

Ofertar as oportunidades de incluir os alunos com a síndrome PRADER WILLI respeitando a sua condição, as suas habilidades e possibilidades de sua particularidade priorizando a equidade. Nesse modo a escola tem uma visão humanizadora possibilitando um trabalho de inclusão efetivamente realizada em busca de consolidar através de formação do quadro docente, através de adaptação curricular para atender de forma inclusiva no pedagógico, assistência de formação e orientação as ADDS que auxiliam os alunos especiais( síndromes de Prader Willi) e outras morbidades, acolhimentos aos familiares  que vem em busca de uma boa qualidade de ensino para possa atender as possibilidades de seus filhos especiais, o atendimento da sala de recurso e atendimento da Psicologia escolar , um trabalho de sensibilização nas salas de aulas que tenha no convívio um colega especial e outras ações que escola  busca desenvolver para haja de forma efetiva mesmo passando por barreiras ainda encontrada nesse processo de inclusão que ainda são muitas e uma delas ainda é o preconceito e o despreparo referente a formação  profissional ,a escola da pesquisa  citada está no caminho e com a visão  que  quanto mais se amplia e valoriza a qualidade da educação, mais se reduz a desigualdade e a discriminação e acima tudo a escola esta aplicando uma educação não somente com educandos especiais e sim com toda comunidade escolar, que certamente serão seres humanos mais tolerantes, mais humanos e dessa forma a educação terá um papel de transformar a sociedade.            

Nesta visão inclusiva, quando todos se comprometerem com a busca por melhores resultados, e soluções a aprendizagem / inclusão ocorrerá de forma satisfatória e com objetivos consolidados.

 

4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

      Analisando historicamente a Educação Inclusiva, estudando ideologias em diferentes trajetórias marcadas por resistências da inclusão, por conquistas e pelas lutas das famílias. A efetividade da inclusão de alunos não significa apenas somente na matricula e, nem tanto, ficar no mesmo ambiente com grupo escolar. É ter uma visão ampla na restruturação do sistema educacional como um todo, ou seja, incluir efetivamente e a construção saudável ensino e aprendizagem em todos os segmentos do desenvolvimento de um ser humano, como desenvolvimento, emocional desenvolvimento cognitivo, desenvolvimento cultural e sua interação na sociedade.

Percebe-se que as soluções sempre envolvem um trabalho em equipe, parcerias, sensibilidade e preparo emocional e profissional, ou seja, ensinar, incluir alunos especiais requer do profissional da educação um envolvimento e uma sensibilidade ainda maior. O educador precisa conhecer o, caso, estudar as suas particularidades para apropriar-se nos conhecimentos de como trabalhar pedagogicamente com esta criança em todos os setores no processo de aprendizagem e processo de inclusão, pois cada aluna com SPW uma independente de suas limitações tem características e habilidades e competências específicas que precisam ser trabalhadas e valorizadas. Visando em ensinar não pelo ponto de partida das dificuldades, e, sim, pelo ponto de partida das possibilidades do aluno especial (SPW).

                Em suma as práxis de execução, através de estudo de caso o processo de acolhimento de inclusão da Síndrome Prader Willi, tenha acesso a um ensino de qualidade, com a visão de equidade e não igualdade visando a para sua formação humana e como as práxis acontecem no processo de inclusão em casos de síndrome de Prader Willi e congêneres.

 

REFERENCIAS

 

ROSSO, Telma. R. F. Contagem numérica e recuperação de fatos aditivos em estudantes com síndromes do X-Frágil e de Prader-Willi. 2012. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Rio Grande do Sul, 2012.

 

ROSSO, Telma Regina. F.; DORNELES, Beatriz. V. Contagem numérica em estudantes com síndromes de X-Frágil e Prader-Willi. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 18, n, 2, 2012. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382012000200005&lang=pt> Acesso em: 28 out. 2013.

 

BRASIL. Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: DF. 1961. Disponível em:< http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=75529.htm>. Acesso em: 10 out. 2013.

CORRÊA, A. Érika. Estudo do sono na síndrome de Prader-Willi com e sem tratamento com hormônio de crescimento humano recombinante. 2012. Tese (Programa de Neurologia) – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP, São Paulo, 2012.

 

______. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. UNESCO, Jomtien/Tailândia. 1990.

 

[1] Professora da Escola SESI ESCOLA “Leonor Barreto Franco”. Graduada em Pedagogia pelo ICEL. Pós graduada em Psicopedagogia Clínica e em Neuro-Educação e mestranda em Ciências da Educação pela AEBRA.

 

LEITURA E LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Solange Rodrigues dos Santos

Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido Mendes - UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia e Educação Infantil.

 

 

RESUMO

O objetivo em trabalhar o tema “Leitura e Literatura na Educação Infantil” é investigar o uso das mesmas como um dos instrumentos que auxilia a criança Abrindo lhe o caminho do conhecimento  tanto em  sua  vida  física;  e intelectual;  Ela  desenvolve na mesma; um pensar mais interrogativo, reflexivo e investigativo, pois é através da leitura e literatura que os seres humanos adquirem conhecimentos e informações que lhes dão capacidades de discutir e questionar diferentes situações que surgem em seu dia-a-dia ajudando na construção da sua cidadania; A Literatura é conhecida como  universo infantil ela abre caminhos na vida da criança possibilita sua interação ao meio em que vive; A mesma lhe proporciona uma  leitura figurada que lhes  traz prazer ao ler; pois através das ilustrações tornam mais fácil sua compreensão na vida da criança ;  A concepção da leitura, hoje significa o encontro das pessoas com elas mesmas. Para se fazer uma boa leitura, não é necessário um lugar que seja considerado adequado, pois, todo lugar pode ser propicio para ler, A leitura hoje não se restringe somente a escola mas se faz presente em todos os lugares, e envolve por um todo a vida dos seres humanos; E é através dela que ele adquire o conhecimento para formação de sua cidadania.

 

Palavras-chave: Leitura. Educação. Conhecimento

 

Introdução

A Educação em seu sentido geral; é um fenômeno próprio dos seres humanos é atreves dela que os mesmos se apropriam do conhecimento; e a leitura e literatura é um dos instrumento que levam esses  conhecimentos até eles; E por ser algo de suma importância; esse trabalho atua sobre o tema   “Leitura e Literatura  na Educação Infantil “cuja Área  de Concentração é; Metodologia de ; Revisão  de bibliografia e Revisão de leitura; levando em consideração o que é percepção de leitura; pois a mesma proporciona na criança a aquisição  de conhecimento e compreensão; e sua importância na vida da  criança, é   dar uma visão original do imaginário para o concreto. A partir do contato com os livros a criança encontrará a leitura em vários níveis: sensorial, através de aspectos exteriores dos livros; emocional, pelos sentimentos que a leitura provoca; e racional, pela reflexão que conduz a construção do conhecimento. Ler também é uma atividade que enriquece seu conhecimento e sua aprendizagem; esse trabalho de pesquisa tem como pontos principais; instigar o aprendizado da criança através da Leitura e Literatura; objetiva –se com propósitos de como ela pode ser trabalhada desde muito cedo na vida da criança; e é também de extrema importância pois seu diagnóstico é mostrar   como a mesma está presente na vida dos seres humanos na formação de seu caráter físico e também emocional. A Leitura e Literatura é trabalhada com crianças de várias  faixas etárias;  nos últimos anos, tornou-se em um verdadeiro patamar que está presente nas escolas, a mesma tem suas diferentes modalidades que são leituras compartilhadas entre professor e aluno, leitura para apresentar a outros, ler e apreciar o texto e atribuir sentido a ele, reler, comparar com outras leituras, ouvir o que as outras  pessoas falam sobre a mesma, enfim, uma infinidade de leituras e cada uma com   sentidos deferentes  dependendo de   como são interpretadas. A literatura é conhecida como universo infantil; a mesma abre caminhos na vida da criança possibilitando a interação ao meio; pois desde muito pequenas as crianças já se deparam com histórias que são contadas pela própria família ou pra não dizer; pela própria mãe começando com as cantigas de ninar, A Literatura infantil possui um papel muito importante na vida da criança ela possibilita  e lhe dá a oportunidade conviver e viver o imaginário ao ler a mesma a criança adquire o conhecimento  do real e do não real.

 

Desenvolvimento

O objetivo desse tema é investigar o uso da leitura como um dos instrumentos que auxilia a criança no seu desenvolvimento físico e intelectual; pois ela atua em seu emocional e a leva para sua vida no real; despertando em si um pensar mais interrogativo, reflexivo e investigativo. Na leitura o ser humano adquire conhecimentos e informações que lhes dão capacidade de discutir e questionar diferentes situações que surgem no seu dia dia e também no decorrer de toda sua vida.  Auxiliando na criatividade e criticidade da construção de sua cidadania plena.

A leitura infantil possui um papel importantíssimo na vida da criança, já que possibilita a oportunidade de conviver e viver o imaginário, fornecendo uma visão original. Ao ler, a mesma, a criança adquire um conhecimento do real e também do não real. A partir do contato com os livros literários, seja com pequenas gravuras ou com textos simples ou mais sofisticados, a criança pode criar seu próprio mundo vivenciando seus sonhos e fantasias e conhecendo mais a si mesmo e o ambiente em que a cerca.

            Na literatura a criança, alcança também, uma leitura em vários níveis: sensorial, através de aspectos exteriores do livro; ou emocional, pelos sentimentos que a leitura provoca; e o racional, pela reflexão que conduz a construção do conhecimento. 

            Ler pode ser uma fonte de prazer, de estimulo à criatividade, enriquecimento de experiências e de motivação à aprendizagem. Para isso, o professor deve relacionar cuidadosamente, os livros e textos literários para serem trabalhados com os seus alunos.

            A variedade e material oferecido para o aluno devem estar de acordo com a necessidade que cada professor observa; e também seguir os objetivos já propostos pela escola, esta variedade acompanha o nível dos alunos, pois independentemente da idade e serie, todas as formas da leitura poderão ser utilizadas, tais como: oral, desenho, dramatizações, mímicas, entre outros.

Nos anos iniciais, é necessário que os alunos sejam estimulados para que criem e que sejam autores das suas próprias histórias, e que se tornem capazes de fazê-las com criatividade, expressão, e sentimentos, já que essas características auxiliam no desenvolvimento do raciocínio lógico, uma vez que e necessário o pensar para organizar as ideias antes de verbalizá-las.

            A aprendizagem da leitura é um processo que implica desde a diferenciação entre a escrita e as outras formas de registro. Além disso, há muitos conhecimentos na leitura que não se restringem ao domínio de código alfabético, a mesma tem capacidade de distinguir tipos de textos (narrativos, informativos, poéticos, instrucionais). Todas as tentativas que o sujeito faz para atribuir sentido a um texto são leituras.

Souza argumenta que:

 

A leitura possibilita a conquista de autonomia, amplia horizontes, implica responsabilidades. É uma atividade individual, em que cada leitor atribui-lhe um significado, dependendo da experiência, vivência e do conhecimento que tenha. A leitura perpassa os âmbitos pessoal das relações e o social que se refere a oportunidade cultural, econômica, política, material. (2009, p.29)

 

                A concepção da leitura, hoje, significa o encontro das pessoas com elas mesmas. Para se fazer uma boa leitura, não é necessário um lugar que seja considerado adequado, pois, todo lugar pode ser propicio para ler. A escola foi vista por muito tempo, como sendo um lugar exclusivo para a leitura. Mas, isto hoje, é algo que não mais se sustenta, pois a leitura permeia por toda a vida dos seres humanos. A escola é, pela sua própria estrutura e finalidade, o local de referência para a leitura, por isso possui os recursos necessários, pela formação formal do educando, mas a leitura situa-se também, muito além de seus muros.

Dessa maneira, a leitura é um momento em que o aluno consegue viajar em seus pensamentos, além compreender as informações sem que precise do auxílio de outra pessoa.

 

A leitura abre novos caminhos aos alunos, trazendo conhecimento de mundo e permitindo um posicionamento crítico diante da realidade de cada um. A prática da leitura permite que ele tenha um bom desenvolvimento cognitivo em todas as áreas, porque ler não é apenas decodificar as palavras, é ir mais além. É saber interpretar, saber reconhecer os sentidos das palavras e saber diferenciar o contexto de cada texto lido. (GÓIS, 2012, p.10)

 

 

É fundamental que cada criança tenha o gosto, o prazer pela leitura, pois essa é uma dimensão essencial na vida de qualquer ser humano. Quando lemos estamos exercitando a mente e aguçando nossa inteligência.

 De acordo com Moric (1974), a literatura constitui uma arte, mas também representam um meio de educar o jovem leitor, desenvolver sua percepção estética do mundo, refinar suas qualidades, revelar sua inteligência, sua concepção do mundo, suas ideias, seu gosto.

     Nas palavras de GOÈS (2010; p.47);

 

O desenvolvimento da leitura entre crianças resultará em um enriquecimento progressivo no campo dos valores morais, da cultura da linguagem e no campo racional. O hábito da leitura ajudará na formação da opinião e de um espírito crítico.

 

Os textos literários são fundamentais às crianças, pois mexem com suas fantasias, emoções e intelecto, sendo apresentados a elas com uma estética atrativa e também por envolverem o lúdico. Bordini (1985, p. 27-28) afirma o seguinte “os textos literários adquirem no cenário educacional, uma função única, singular: aliam à informação o prazer do jogo, envolvem razão e emoções numa atividade integrativa, conquistando o leitor por inteiro e não apenas na sua esfera cognitiva”. É através das emoções, ludismo, imaginação e fantasias que a criança aprende, ou seja, entende a realidade, dando-lhe um significado.

Diante de um mundo globalizado em que o poder da mídia é massificador, é de extrema importância que pais e professores atuem em conjunto despertando nas crianças desde os anos inicias, o desejo pela leitura. Desta forma, no decorrer dos anos à medida que forem amadurecendo, poderão ser adultos capazes de fazer uma leitura além do que lhes está exposto, ou seja, o que mundo globalizado quer realmente expressar ou difundir nas entrelinhas. A literatura infantil é o caminho que leva as crianças ao mundo da leitura de maneira divertida, pois através de seu caráter mágico e lúdico faz com que a atenção das crianças se volte a ela. Entretanto, a escola muitas vezes não tem proporcionado aos seus alunos esse caráter mágico e lúdico da literatura infantil.

E se a leitura não é apresentada à criança como algo belo e prazeroso, daí vem à má formação de nossos leitores. Desta forma, teremos adultos que não sentem prazer pela leitura e nem a adotam como uma prática social indispensável. Cabe assim, aos professores essa árdua tarefa. Eles precisam produzir atividades divertidas, desenvolver em suas aulas metodologias diversificadas, fugindo assim de atividades rotineiras que desligam os alunos do prazer pela leitura. A escola tem como um dos objetivos primordiais, preparar o educando para exercer a cidadania, em que se procura alcançar uma educação transformadora e libertadora, mas como ela alcançará esse objetivo se não formar leitores praticantes que sejam conscientes dos direitos e deveres que constituem a cidadania? Uma educação humanizante tem que obrigatoriamente focar a prática da leitura.

 Nas palavras de Maria (2002), a eficácia da escola pode ser medida no modo como conseguiu prover o aluno de competência linguística para o exercício consciente de sua cidadania. Como somos conhecedores, teoria e prática não deve andar separadas ou desvinculadas, por isso o professor que deseja despertar nos seus educandos o gosto pela leitura, deve ser antes de tudo um constante leitor, fazendo com que suas palavras tenham um real valor para as crianças e para si mesmo. E sendo um mediador do diálogo entre o texto e o leitor. De acordo com Maria (2002), para acompanhar o processo de formação do aluno-leitor é imprescindível que o professor tenha construído ou esteja construindo, para si próprio, uma história de leitor. Mas porque damos tanta ênfase à leitura? Através da leitura podemos ler o mundo que nos rodeia, fazendo indagações e passando a compreender a realidade.

O trabalho com leitura parece estar em um novo patamar nas escolas nos últimos anos. Os professores compreendem a função da leitura em suas diferentes modalidades: leitura pelo professor, leitura pelo aluno, leitura compartilhada, leitura para apresentar aos outros. Ler e apreciar um texto, atribuir sentido a ele, reler, comentar, comparar com outras leituras, ouvir o que dizem outras pessoas sobre o mesmo texto e ampliar seu olhar são ações que a escola pode desenvolver com os alunos em diferentes faixas etárias.

A leitura feita pelo professor alcançou o "horário nobre" em muitas salas de aula e hoje não é mais vista como uma atividade sem grande importância, que é realizada se sobrar um tempinho no final do dia, ou ainda para que seja feita outra atividade com base nela. A leitura está se tornando uma atividade central da aula, ocorre diariamente e, com isso, os professores têm mostrado aos alunos sua importância. As crianças podem conhecer diversos gêneros textuais, escritores e suas obras, valorizar diferentes estilos e apreciar textos de qualidade, previamente selecionados pelo professor, que compartilha com elas os critérios de sua escolha.

A leitura compartilhada ou colaborativa - aquela em que alunos e professor leem juntos um mesmo texto e apresentam suas ideias e impressões acerca do que foi lido - tem como finalidade, segundo Kátia Bräkling, em Sobre a leitura e a formação de leitores, "ensinar a ler, ou seja, criar condições para que as estratégias de atribuição de sentido (sejam relativas à mobilização de capacidades de leitura, ou utilização de determinados procedimentos e desenvolvimento de comportamentos leitores) sejam explicitadas pelos diferentes leitores, possibilitando, dessa forma, que uns se apropriem de estratégias utilizadas por outros, ampliando e aprofundando sua proficiência leitora pessoal". A leitura compartilhada precisa ganhar mais espaço na escola com o intuito de dar aos alunos um modelo de leitor (o professor) e promover o intercâmbio de ideias sobre o que foi lido.

Comentar sobre o que leu ou ouviu ajuda a atribuir sentido ao texto. Ao ouvir um conto, notícia ou lenda, o aluno o interpreta com base em seus conhecimentos de mundo e de outros textos, do que sabe e conhece do gênero ou do autor, do que antecipou durante a leitura. Quando ouve outras interpretações sobre o mesmo texto, ele passa a considerar diferentes pontos de vista e revê os seus, modificando-os, ampliando-os ou reforçando-os. Considerar o que um colega compreendeu que caminho percorreu para chegar àquela conclusão e localizar qual parte da leitura possibilitou sua análise, ajuda-o a buscar sentido, a entender melhor o conteúdo e a ampliar sua própria interpretação sobre aquele texto e sobre outras leituras.

Contar ou ler histórias para as crianças desenvolve seu imaginário, pois ao ouvir a história as crianças expressam suas emoções e sentimentos, tanto de prazer, tristeza, raiva, pavor, alegria, medo, angústias, segurança e insegurança. Ao ouvir histórias as crianças também desenvolvem seu potencial crítico, a qual lhe dá suporte para resolver conflitos que surgem em seu dia a dia. A leitura e a literatura têm essa grande missão, em desenvolver nas mesmas, as operações mentais para realizações de tarefas enriquecendo seu vocabulário e auxiliando no desenvolvimento da leitura e escrita. Ao ouvir um conto, ela a assimila tornando assim melhor sua compreensão no momento de narrar uma história que ela ouviu ou criou. Pois toda história tem seu autor, e tem início, meio e fim com espaços de tempo, interrupção dos mesmos e término.

            Segundo Silva (1997, p.11).

 

A força da história é tamanha que narrador e ouvintes caminham juntos na trilha do enredo e ocorre uma vibração recíproca de sensibilidades, a ponto de diluir-se o ambiente real ante a magia da palavra que comove e enleva. A ação se desenvolve e nós participamos dela, ficando magicamente envolvidos com os personagens; mas sem perder o senso crítico, que é estimulado pelos enredos.

 

A literatura é conhecida como universo infantil, a mesma abre caminhos na vida da criança, possibilitando a interação ao meio em que está inserida, pois desde muito pequenas as crianças já se deparam com história que são contadas pela própria família ou pra não dizer pela própria mãe começando com as cantigas de ninar.

A leitura e literatura quase sempre estão juntas nas histórias e nos contos, pois os livros sempre as relacionam para uma melhor compreensão de suas leituras, principalmente aqueles que são feitos direcionados ao público infantil. Na literatura encontramos a linguagem verbal e também a visual, através das figuras ilustradas torna-se mais fácil a compreensão textual; a imagem tem função representativa e imita a aparência do ser ao qual se refere, enquanto a descritiva descreve o ser juntando assim imagem e escritos, podemos ler e descrever o mundo ao nosso redor.

Durante muito tempo, no século XIX a leitura oral era uma forma de mobilização cultural e política, com o passar do tempo ela se tornou em momentos de lazer e sociabilidade no encontro de famílias das elites. As leituras eram feitas em voz alta, era lida também nas igrejas, tribunais e também nas escolas. A leitura era conhecida como uma prática cultural era feita em voz alta para memorização dos ouvintes. Hoje a leitura está em todo o lugar, pois desde que a criança nasce, é inserida em um mundo de leituras, tanto de objetos, espaços e coisas. A mesma vive em um mundo em que tudo se lê. Então não há um local que seja considerado apropriado para a leitura, tudo hoje o é leitura, por isso já se diz leitura de mundo. Por isso considera-se que ela ultrapassou os muros das escolas e páginas de livros, está em todos os lugares, através das tecnologias; na mídia nos demais meios de comunicação.

 

Conclusão

 

Na elaboração do  trabalho com o tema: “Leitura e Literatura na educação Infantil” pode perceber que a Leitura desde muito cedo  se encontra presente na vida dos seres humanos;  desde que a criança nasce ela já passa a inserir se ao mundo de leitura pois tudo a sua volta  e feito de leituras; Contar ou ler historias histórias para as crianças  desenvolve  seu imaginário  ao ouvi- lá  a criança expressa suas emoções e sentimentos que podem ser de prazer; tristezas; raivas; pavor; alegria ; medo; angustia; segurança; e insegurança; a história desenvolve também na criança um potencial crítico. A leitura nos últimos anos tem se tornado um verdadeiro patamar nas escolas e também fora delas ela se encontra em todos os lugares; e são apresentadas em várias modalidades, seu objetivo é desenvolver na criança um espírito investigativo, reflexivo e interrogativo. A leitura e literatura é instrumentos que estimulam a criatividade, enriquecendo os conhecimentos, dando experiências e motivações à aprendizagem, pois é na leitura e literatura que a criança alcança também, uma leitura de vários níveis: sensorial, através dos aspectos exteriores dos livros; emocional, pelos sentimentos que a leitura provoca; e o racional, através da reflexão que conduz à construção do conhecimento. O objetivo da leitura nas   escolas; é procurar a cada dia aprimorar   mais e mais  seus contextos de leitura; para que possam através  da mesma; forma educandos que venham alcançar uma educação transformadora  e libertadora visando assim uma sociedade mais humana; A leitura não se restringe somente a escola, ela vai muito além dos seus muros, está em todos os  lugares  através de jornais, revistas, anúncios, e também  na mídia .ela faz companhia em todo o tempo de vida  dos seres humanos  pois eles vivem em um mundo em que tudo se faz através da leitura e sem leituras torna se impossível a construção da cidadania.

 

REFERÊNCIAS

 

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 6023).

 

Caderno de Estudos LITERATURA INFANTIL. Edição 2010. Prof.ª: Camila Almeida Pinheiro da Costa.

 

GÓES, L. P. Introdução à Literatura para crianças e jovens. São Paulo: Paulinas, 2010

 

http://geovotorantim.blogspot.com.br/2014/12/a-importancia-da-leitura-em-sala-de.html

 

MARIA, L. Leitura e colheita - Livros, leitura e formação de leitores. Petrópolis: Vozes, 2002.

 

ZILBERMAN, R. A literatura infantil na escola. 9. ed. São Paulo: Global, 1994.

 

 

 

 

INCLUSÃO ESCOLAR

 

Léa Antônia Corrêa da Silva Costa[1]

 

 

RESUMO

 

O presente artigo tem como objetivo central, debater de maneira conceitual sobre a importância das adaptações escolares para que essa se torne capaz de abrigar, de forma exitosa, o processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. A justificativa para a escolha do tema paira sobre sua contemporaneidade, além da expectativa de contribuir para o âmbito acadêmico. O método de pesquisa empreendido segue natureza qualitativa, com pesquisa do tipo bibliográfica. Dentre os principais achados, foi possível concluir que existe uma necessidade de adequação tanto infraestrutura, quanto de equipamentos e materiais, e também de capacitação docente para conduzir o processo de inclusão efetiva dos alunos com necessidades educacionais especiais. Para isso, é fundamental reconhecer o perfil, necessidades de aprendizagem, tempos e formas de aprender de cada aluno, pois a partir desse diagnóstico, será possível fazer as adaptações necessárias ao atendimento dos alunos, oferecendo a eles o acesso equânime ao conteúdo do ensino e equiparando suas possibilidades de aprendizagem com os demais alunos, o que consuma a inclusão de fato, além de promover participação social e autonomia.

 

Palavras-chave: Inclusão. Escola. Educação. Adaptação escolar.

 

ABSTRACT

 

The main objective of this article is to discuss in a conceptual way the importance of the school adaptations so that it becomes able to host, in a successful way, the process of inclusion of students with special educational needs. The justification for choosing the theme hangs on its contemporaneity, in addition to the expectation of contributing to the academic field. The research method followed is qualitative, with bibliographic research. Among the main findings, it was possible to conclude that there is a need for adequate infrastructure, equipment and materials, as well as teacher training to lead the process of effective inclusion of students with special educational needs. For this, it is fundamental to recognize the profile, learning needs, times and ways of learning of each student, since from this diagnosis, it will be possible to make the necessary adjustments to the students' attendance, offering them equal access to the content of teaching and equating their learning possibilities with the other students, which consumes the inclusion of fact, besides promoting social participation and autonomy.

 

Keywords: Inclusion. School. Education. School adaptation.

 

 

  1. INTRODUÇÃO

A escola, para além de ter a função da formação educacional/acadêmica do indivíduo, também se atribui de uma responsabilidade social que envolve a formação cidadã. Para isso, precisa fomentar e ofertar ambientes democráticos, que respeitem os direitos humanos e diversidade, possibilitando vivências pedagógicas que contribuam para processos de inclusão e para que ocorram com a maior integralidade possível. Essa inclusão requer uma articulação entre escola, famílias, comunidade e poder público, a fim de integrar a sociedade na problemática educacional do país.

A educação em escolas que adotam a política da inclusão, deve ser um elemento vivenciado de forma individual, com apoio na sala de recursos e com a integração em sala de aula regular, cuja sociabilidade entre os alunos é estimulada, cuja inclusão tome como base a aprendizagem em conjunto, tornando as oportunidades de aquisição de conhecimentos, equânime para todos os indivíduos. Dispor da sala de recursos é importante para que o aluno com necessidades educacionais especiais, tenha uma atenção individualizada e se desenvolva nas atividades que mais possui dificuldades.

Ao passo que a integração em sala de aula regular, tende a ser facilitada quando o aluno recebe essa atenção individualizada, que auxilia em sua adaptação ao processo de ensino e aprendizagem. Para alunos com deficiências, é comum que haja desconforto e intimidação ao adentrar um novo ambiente, como a escola regular. O que significa que é preciso compreender os alunos com necessidades educacionais especiais e entender que os mesmos possuem comportamentos naturais à sua condição, o que deve ser respeitado e adequado ao ambiente inclusivo.

Logo, inicialmente, ao aluno com deficiência, não importa a capacidade acadêmica em primeiro lugar, mas sim, a prioridade de trabalho com esse aluno é promover a aquisição de habilidades sociais e autonomia. Portanto, a aprendizagem deve ser construída como um instrumento prático que estimulará, de forma saudável, essas habilidades sociais e, consequentemente, as educacionais, trazendo autoconfiança para a vida cotidiana desse indivíduo.

Em vista do cenário supra exposto, desenha-se como objetivo central do presente artigo, debater de maneira conceitual sobre os processos de preparação e adequação das escolas para receber alunos com necessidades educacionais especiais e efetivar o processo de inclusão. A fim de traçar um caminho coerente para o desenvolvimento do tema, elencam-se como objetivos específicos: conceituar a inclusão escolar; e, debater sobre os processos e importância das adaptações na escola para possibilitar o processo de inclusão.

Sendo assim, a problemática de pesquisa a ser solucionada à finalização desse, paira sobre a questão: qual é a importância da preparação escolar e sua adequação para promover e estimular a inclusão? A justificativa para a escolha do tema, envolve o fato de que a pesquisa empreendida tem como finalidade ser mais uma fonte a contribuir com informações para pesquisas acadêmicas, fonte de embasamento social e oferta de dados relevantes aos públicos de interesse no tema e envolvidos na área, se informem, colham dados e reflitam sobre a importância da abordagem e também da aplicabilidade da temática à realidade social.

Sobre o método de pesquisa, Fioreze (2002, p. 27) explica que é necessário optar por um em qualquer pesquisa que se disponha a realizar, a escolha do método acaba por validar o resultado final da pesquisa, sendo assim, o autor define: “O método (metodologia) é o conjunto de processos pelos quais se torna possível desenvolver procedimento que permitam alcançar um determinado objetivo”.

Diehl (2006) explica a pesquisa qualitativa como aquela que objetiva a descrição da complexidade que permeia determinado problema, tornando-se preciso seu entendimento e a classificação dos processos de ordem dinâmica que são vivenciados pelos grupos, contribuindo então no processo de mudança, permitindo a compreensão das mais diversas especificidades dos sujeitos. Por sua descrição, essa foi a metodologia eleita para essa pesquisa.

Como procedimento de pesquisa, foi eleita a pesquisa bibliográfica que, segundo Oliveira (2002), apresenta como vantagem central a possibilidade de o pesquisador em cobrir uma ampla gama de acontecimentos, muito mais ampla do que poderia pesquisar de maneira direta. Sendo assim, a bibliografia possibilita encontrar fontes primárias e secundárias, além de materiais científicos e tecnológicos que são necessários para realizar o trabalho científico ou técnico-científico.

 

  1. DESENVOLVIMENTO

 

  • Adaptação escolar para a inclusão

 

Segundo Aranha (2003) o direito do cidadão à educação é garantido pela política nacional de ensino, independente do gênero, idade ou classe social, de modo que o acesso à escola ultrapassa a ação do matricular-se, implicando na apropriação do saberes e oportunidades educacionais que são ofertadas a todos os alunos visando alcançar as finalidades educacionais, considerando especialmente a diversidade na população escolar.

A autora prossegue dizendo que a perspectiva de educação direcionada a todos é um dos principais desafios do ensino no Brasil, especialmente ao direcionar o olhar para a realidade brasileira, que possui uma parcela significativa de pessoas que ainda é excluída do sistema de ensino e que não possui acesso à escolarização, mesmo com os esforços que são empreendidos para universalizar o ensino básico.

Conforme Aranha (2003) o enfrentamento dessa questão é uma condição elementar para o atendimento das expectativas de democratização da educação no país, bem como das aspirações daqueles que almejam o desenvolvimento e progresso do sistema de ensino. Para o século XXI, ainda é esperada uma escola comprometida não apenas com produzir e difundir saberes culturalmente construídos, mas também, preocupada em formar cidadãos críticos, participativos e criativos, a fim de responder às demandas sociais que são cada vez mais complexas.

A autora explica que, com base nessas premissas, é possível notar a importância da educação escolar para o efetivo exercício da cidadania. Que envolve a participação efetiva da pessoa na vida social resguardada sua dignidade, igualdade de direitos, importância da solidariedade e respeito, além da refutação total de quaisquer formas de discriminação e preconceitos. Dessa forma, há de reconhecer ainda a diversidade que existe em meio à população escolar e a necessidade de respeitar e atender a essa diversidade por meio da adequação do espaço escolar para abarcar essa população diversa e inclui-la no processo educacional.

Pacheco (2007) contribui com a perspectiva da inclusão, dizendo que sua premissa é de que a escola seja ajustada a todas as crianças que desejam se matricular em sua localidade, ao invés de esperar que uma criança que possua alguma especificidade – como necessidade educacional especial – se ajuste à escola, buscando aquela que seja capaz de atende-la. Em sua concepção, isso seria apenas integrar e não incluir.

Mantoan (2004) por seu turno, comenta que quando se fala em inclusão escolar, muitas questões emergem, dúvidas que provém dos próprios profissionais da educação, de pais e da sociedade como um todo, ainda que esses últimos sejam expectadores do processo e não, necessariamente seus usuários diretos. O processo de inclusão tende a gerar ainda muitas dúvidas e dificuldades, sobretudo nos professores, que lidam diretamente com os alunos que serão incluídos, entre outras dificuldades que se apresentam pela falta de preparo geral do sistema escolar.

Quando a legislação passou a determinar que todas as crianças teriam direito de frequentar a escola regular, essas dificuldades e falta de preparo, se tornaram cada vez mais evidentes. Permeando não somente os profissionais da educação, como os professores – evidentemente mal preparados para lidar com o processo – mas problemas de aceitação da inclusão que se encontram arraigados na sociedade. Sobre essa falta de preparo generalizada para a inclusão, Mantoan (2004, p. 80) esclarece que o processo:

 

[...] é uma possibilidade que se abre para o aperfeiçoamento da educação escolar e para o benefício de todos os alunos, com e sem deficiência. Depende, contudo, de uma disponibilidade interna para se enfrentar as inovações e essa condição não é comum aos sistemas educacionais e aos professores em geral.

 

Ainda que alguns autores tratem da inclusão de forma geral, objetivando abordar a inclusão social, no sentido de possibilitar que a escola seja acessível a todas as pessoas, com condições de atender a todas sem qualquer discriminação. Naturalmente a maioria dos estudos e obras que abordam esse processo, evocam a questão da inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, isto é, a inclusão escolar de pessoas com deficiência em unidades regulares de ensino.

Na Constituição Federal de 1988, consta que é direito público e subjetivo de todo cidadão brasileiro ter acesso à educação, o que já insere nesse direito todos os cidadãos. O documento vai além e dispõe em seu art. 208º como dever do poder público, a oferta de atendimento educacional especializado para alunos com necessidades educacionais especiais. Atendimento esse que deve ser, conforme o mecanismo constitucional, preferencialmente disponibilizado nas escolas da rede de ensino regular.

Para além da disposição constitucional, os principais referenciais legais que consolidam a educação especial no sentido da inclusão são: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, nº 9.394/96); o Plano Nacional de Educação (PNE, 2014-2024, lei nº 13.005/14); as Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica, promulgadas por meio da resolução nº 2 do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Câmara de Educação Básica (CBE), de 2001; e o Decreto nº 6.751/08, que implementa o atendimento educacional especializado.

De mecanismo legal em mecanismo legal, sobretudo a partir da constituição federal de 1988, diversas políticas públicas são formuladas e direcionadas à garantia de direitos fundamentais das pessoas com deficiência. Esses mecanismos são, progressivamente incorporados à agenda política e, como consequência, ampliam e possibilitam o acesso a bens e serviços a todos, tornando as oportunidades mais equânimes, uma demanda que é evidente aos agentes políticos (BRASIL, 2012).

Um dos principais e mais recentes reflexos desses avanços, foi a promulgação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI, nº 13.146/15), que é uma reformulação do antigo Estatuto da Pessoa com deficiência. Essa nova legislação traz regras e orientações a fim de promover os direitos e liberdades de pessoas com deficiências, mas, ainda demanda de regulamentação em alguns de seus artigos (BRASIL, 2015).

Considerando essas ponderações, o fato é que a educação precisa ser adequada para atender de forma mais qualitativa aos alunos, sejam com ou sem deficiência. A questão se torna ainda mais complexa nesses termos já que, a partir do momento em que se depara com a especificidade do outro, torna-se, na maioria das vezes, difícil compreender como equilibrar o atendimento de alunos com e sem deficiência em um único espaço. Na perspectiva inclusiva o posicionamento é de que esse atendimento é, não somente possível, mas beneficia todos os envolvidos.

Certamente, adequar a escola para receber alunos com necessidades especiais gera uma mudança significativa nesse espaço. Isso não se limita somente a matricular o aluno na escola e mantê-lo frequentando as aulas, trata, sim, de possibilitar a esse aluno, independente de suas características, aprender e conviver no meio social, gerando a ele as mesmas oportunidades de acesso que todos os outros.

Ao tratar sobre essa proposta pedagógica escolar que visa atender às necessidades educacionais especiais, Carvalho (2004) comenta que o primeiro passo é incorporar à escola regular, o atendimento educacional especializado, sendo esse o passo inicial para preparar a escola para a inclusão. Em muitos espaços escolares essa incorporação já acontece, ao passo que muitos professores – capacitados ou não – se dedicam enfaticamente a buscar os resultados positivos desse processo.

Dessa forma, o autor explica que o resultado almejado por grande parte dos estudiosos e ativistas que militam a favor da educação inclusiva é único: “[...] uma escola ressignificada em suas funções políticas e sociais e em suas práticas pedagógicas para garantir a aprendizagem e a participação de qualquer aprendiz” (CARVALHO, 2004, p. 16).

Prossegue dizendo que pensar nessa nova escola, com a mudança de toda a sua estrutura, desde a arquitetura, as salas de aula, o currículo e os métodos de ensino, pode gerar uma questão sobre a viabilidade disso. No cotidiano essa dúvida se torna uma resistência efetiva em relação aos processos de inclusão, fazendo com que muitas escolas simplesmente se recusem a aceitar alunos com necessidades educacionais especiais.

Ao passo que, por outro lado, como aponta Carvalho (2004), outras escolas são totalmente receptivas a esses alunos, alcançando resultados excelentes com a inclusão e o desenvolvimento dos alunos atendidos. A legislação que propõe a inclusão existe e é reforçada em diversos mecanismos oficiais, contudo, a principal ausência que limita a consolidação desse processo é a motivação das escolas para empreender projetos de adequação e de capacitação de profissionais para fomentar a inclusão e torna-la uma realidade.

 

O que se pretende na educação inclusiva é remover barreiras, sejam elas extrínsecas ou intrínsecas aos alunos, buscando-se todas as formas de acessibilidade e de apoio de modo a assegurar (o que a lei faz) e, principalmente garantir (o que deve constar dos projetos político-pedagógicos dos sistemas de ensino e das escolas e que deve ser executado), tomando-se as providencias para efetivar ações para o acesso, ingresso e permanência bem-sucedida na escola (CARVALHO, 2004, p. 73).

 

 Alves e Barbosa (2006) explicam que durante muito tempo o tratamento destinado a alunos com necessidades educacionais especiais (NEE), tinha a finalidade de adaptá-los, em uma clara tentativa de ‘normalizar a deficiência’, uma situação que demonstra a negligência com a singularidade e complexidade dos processos de construção do conhecimento. Os autores comentam que anteriormente, não havia uma política clara que direcionasse o atendimento aos alunos com deficiência no sistema público de ensino.

Silva et al. (2006) explicam, embora oficialmente essa finalidade educacional tenha se alterado, a escola ainda enfrenta dificuldades para incluir efetivamente esses alunos sem a tentativa de normalizar as deficiências. Para isso, um dos principais desafios que emergem é o fato de a escola ter que se preparar para acolher alunos com NEE. O que deve ocorrer por meio de uma ação conjunta, promovendo a acessibilidade.

Os autores explicam que isso pode ocorrer, por exemplo, por meio da remoção de barreiras arquitetônicas e adaptação de mobiliário – para receber alunos com deficiência física ou problemas de mobilidade; produção de materiais didático-pedagógicos adaptados às necessidades dos alunos – como tradução de conteúdos para o braile e para a LIBRAS, para atender a alunos cegos e surdos; entre outras ações adaptativas.

Silva et al. (2006) comentam que as barreiras arquitetônicas são naturais, ambientais ou resultam de medidas urbanísticas que impossibilitam a acessibilidade de pessoas que devem circular de forma livre no meio urbano, sobretudo em espaços públicos. Logo, é preciso fazer valer o conceito de acessibilidade em todos os espaços sociais, eliminando barreiras arquitetônicas como um compromisso dos profissionais responsáveis por esses projetos e a fim de promover a qualidade de vida e bem-estar social. Sobre esse ponto, os autores elucidam que:

 

As pessoas com alguma limitação ou deficiência devem ter liberdade de ir e vir. É muito importante lembrar que o termo acessibilidade diz respeito não apenas à eliminação de barreiras arquitetônicas, mas também ao acesso à rede de informações, de comunicação, equipamentos e programas adequados (SILVA; et al., 2006, s/p).

 

Sobre os aspectos pedagógicos, acreditam que o professor deve orientar os alunos a fim de promover o acolhimento e compreensão das limitações dos colegas, bem como conscientizar sobre os meios de comunicação diversos utilizados por eles, a fim de gerar uma interação social melhor entre todos. Além disso, deve ainda buscar informações sobre as características dos alunos com e sem deficiência, visando entender suas potencialidades e necessidades, a fim de auxiliá-los de forma mais significativa. O que envolve uma preparação e capacitação adequada, especialmente dos professores, mas também dos outros profissionais da escola.

Silva et al. (2006) entendem que alunos com NEE devem participar das atividades oferecidas pela escola com todos os demais alunos, desempenhando tarefas conforme suas possibilidades. A participação efetiva deve lhe gerar um sentimento de pertencimento ao grupo, assegurando a interação social melhorada. Também é necessário conscientizar o professor a mudar sua concepção e evitar atividades competitivas, mas estimular a realização de atividades cooperativas, em que reine o espírito de equipe e todos possam contribuir com o que lhes é possível a fim de alcançar objetivos em comum.

 

Os profissionais da escola, incluindo a equipe de apoio, devem estimular a todos os alunos a tomarem suas próprias decisões, de forma que eles possam se tornar cada vez mais independentes, facilitando assim, um processo de inclusão escolar que não se restringe apenas a alunos com necessidades educacionais especiais, mas a todos os alunos (SILVA; et al., 2006, s/p).

 

Dito isso, vale então relacionar um ponto que foi mencionado, mas que deve ser mais intensamente atrelado à inclusão, a questão da acessibilidade. Pois na perspectiva da educação inclusiva, consta também que deve ser garantida a acessibilidade arquitetônica, de transporte, mobiliária, comunicacional e informacional e também pedagógica. Quando se fala em acessibilidade ou em possibilitar o acesso, significa romper barreiras, pois são elas as principais responsáveis para a exclusão e a impossibilidade de desenvolvimento equânime dos alunos.

Carvalho (2000) explica que as barreiras podem ser intrínsecas ou extrínsecas aos alunos, de forma que as dificuldades não se apresentam somente aos alunos com deficiência, mas podem ser barreiras, em algum momento, para qualquer um. A partir dessa percepção, nota-se que muitos alunos sem deficiência possuem dificuldades no desempenho escolar, requerendo também ferramentas e métodos específicos de ensino. Portanto, é preciso pensar a inclusão escolar para além do aluno com deficiência, mas considerar o acesso e oportunidades de educação a todos os cidadãos. Ainda considerando a questão das barreiras, o autor explica:

 

Barreiras à aprendizagem (temporárias ou permanentes) fazem parte do cotidiano escolar dos alunos (deficientes ou ditos normais) e se manifestam em qualquer etapa do fluxo de escolarização. Barreiras existem para todos, mas alguns requerem ajuda e apoio para seu enfrentamento e superação, o que não nos autoriza a rotulá-los como alunos ‘com defeitos’ (CARVALHO, 2000, p. 60).

 

Quando se faz referência a um processo de educação inclusiva, está-se considerando que isso advenha de um comportamento e um conceito de sociedade também inclusiva, uma vez que os sistemas e instituições sociais são adaptados às necessidades de todas as pessoas e não apenas de alguma parcela restrita. Desse modo, para que o processo de educação inclusiva ocorra em sua forma plena, é preciso que o processo de aprendizagem esteja centrado no potencial de cada aluno.

Sobre o currículo escolar, Libâneo (2012) aponta que, pensar na proposta curricular é algo para além do conteúdo, o que demanda que o professor mantenha a observância sobre as reais necessidades de seus alunos, avaliando como o currículo auxiliará no desenvolvimento cognitivo desse grupo de estudantes. Ao tratar da adaptação curricular, trata-se sobre a flexibilização, já que parte-se da premissa de que existem mudanças no processo educacional, sobretudo no currículo.

Para tanto, o currículo escolar, na qualidade de documento que serve de referência para a detecção de mudanças relacionadas às necessidades especiais dos alunos, deve ser adotada pela escola como uma proposta de inclusão de todos os alunos, ainda que haja, para isso, a necessidade de adaptar e alterar elementos desse documento. Paula e Baleotti (2011) explicam que o uso de recursos pedagógicos adaptados para possibilitar o acesso ao currículo, é indispensável na preparação escolar para a inclusão.

Além de considerarem que esses recursos são fundamentais para a avaliação do desempenho e processo de aprendizagem dos alunos com NEE. Também mencionam as autoras, é preciso ter critérios específicos para selecionar e indicar o uso desses recursos, buscando direcioná-los sempre ao atendimento das demandas cognitivas, motoras, sociais e emocionais dos alunos. Elementos que são individuais e particulares em cada sujeito.

Ainda segundo Paula e Baleotti (2011) também faz parte da preparação escolar para a inclusão, adaptar o mobiliário, para possibilitar a todos os alunos a ergonomia, locomoção e conforto adequados e propícios durante o período que se encontra em sala de aula. Para alunos com deficiência física, por exemplo, fazer uso da própria cadeira de rodas, pode dificultar o acesso ao material pedagógico, além de colocar barreiras à interação com outros alunos. Por outro lado, elucidam que:

 

O posicionamento adequado, proporcionado pelas condições ergonômicas apropriadas do mobiliário escolar, pode facilitar o desempenho funcional do aluno durante as atividades desenvolvidas em sala de aula e, provavelmente, tornar mais eficaz o processo de ensino e aprendizagem (PAULA; BALEOTTI, 2011, p. 61).

 

Abordando a adequação em relação ao currículo, Garcia (2007) explica que utilizar o termo adaptação ou adequação em relação ao currículo escolar, demanda uma reflexão mais ampla, pois pode ser relacionado à noção de um ajuste mecânico, físico e pontual. Defende que a adaptação curricular foi historicamente associada ao modelo médico-psicológico, a fim de: “[...] adequar métodos, técnicas e recursos aos diferentes diagnósticos dos alunos, a partir das categorias de deficiência: surdo, cego, deficiente físico, mental, múltiplo, das condutas típicas e das altas habilidades” (p. 17).

Contudo, sugere que seja empreendido o termo “flexibilidade curricular”, pois esse: “[...] surge como nova proposta [que], passa a ser relacionada ao significado prático e instrumental dos conteúdos básicos, favorecendo uma interpretação de hierarquização do acesso aos conhecimentos a partir das diferenças individuais” (GARCIA, 2007, p. 15).

Carvalho (2008) comenta que as adequações curriculares podem acontecer em duas vertentes: de grande ou de pequeno porte. Em relação às adaptações de grande porte, o autor refere às mudanças mais amplas, relacionadas aos quesitos políticos, administrativos, financeiros, burocráticos que, de alguma forma, modificam de forma significativa os documentos oficiais da escola. Essas mudanças de grande porte extrapolam o campo de atuação do professor, especificamente, envolvendo a criação de condições físicas, materiais e ambientais para o acolhimento do aluno.

As adequações curriculares de pequeno porte, por sua vez, consistem em mudanças que podem ser efetivadas por parte do professor, em seu cotidiano em sala de aula. São mudanças que visam facilitar o acesso ao currículo, gerando adaptações em relação aos objetivos de ensino, conteúdos, métodos, temporalidade, avaliação e nos materiais didáticos que são utilizados. Esses procedimentos de adequação efetivados pelo professor, tratam de promover a participação e a produtividade dos alunos com necessidades educacionais especiais, integrando-os às atividades em sala de aula regular. Sobre essas adequações, o autor enfatiza:

 

As adaptações curriculares de acesso ao currículo são referentes à previsão e provisão de recursos técnicos e matérias e à remoção de barreiras arquitetônicas e atitudinais que impedem ou dificultam a alguns alunos (como os surdos, cegos e os deficientes motores e os deficientes físicos) O acesso às experiências bem-sucedidas de ensino-aprendizagem. Tais alunos, e segundo as suas necessidades especiais, requerem adaptações de sala de aula, no mobiliário, nos equipamentos, nos recursos instrucionais e nas formas de comunicação (CARVALHO, 2008, p. 85).

 

Paula e Baleotti (2011) explicam que, sobre o uso de estratégias pedagógicas que visam facilitar à participação de alunos com NEE nas atividades escolares, é fundamental dar atenção às adaptações nesses processos durante o preparo da escola para a inclusão. Mencionam que atividades como escrita, comunicação alternativa, jogos, pinturas, digitações, etc. podem ser executadas de forma mais funcional por alunos com deficiência motora, por exemplo, caso sejam adaptados recursos que lhe permitam o acesso, bem como mobiliário adequado para tal.

As autoras constatam, após observação empírica sobre a preparação da escola e dos professores como um todo para receber alunos com NEE e promover a inclusão, que a maioria das dificuldades encontradas ocorre, sobretudo, em relação à inadequação do meio. Enfatizam que, ao passo que muito se fala sobre a capacitação dos professores, pouco se atribui à escola a responsabilidade de adequar seu espaço físico e pedagógico para viabilizar a inclusão que, como visto, não será efetuada por ações isoladas, mas sim, por um conjunto de esforços dedicados.

 

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Através das pesquisas realizadas a fim de compor o presente artigo, foi possível entender que a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em escolas regulares é uma política não tão recente, porém, o fato de as práticas não demonstrarem grande avanço ao longo dos anos, significa que os estudos existentes sobre o tema são, majoritariamente redundantes e pouco inovadores na abordagem da questão. Certamente, é possível presumir que a convivência escolar desses alunos com outros de mesma faixa etária, no espaço da escola regular, é um aspecto positivo para a inclusão social desse indivíduo.

No que tange às adaptações curriculares, é possível notar que para o atendimento das necessidades educacionais e inclusão dos alunos, é preciso estruturar e definir os projetos pedagógicos, envolvendo tanto a educação especial quanto o processo de inclusão em si. De forma que os projetos políticos pedagógicos da escola devem ser adaptados para oferecer o suporte necessário às necessidades desses alunos e, paralelamente, promover seu desenvolvimento social e acadêmico.

A ação educacional inclusiva demanda planejamento e a definição de objetivos e metas que devem ser alcançados em determinados prazos. Também é importante estimular o envolvimento familiar do aluno nesse processo de inclusão, fazendo com que o aluno tenha uma escolarização na sala de aula regular, natural e em condições de acesso adequadas à sua condição, mas equânimes as dos demais alunos.

Para além, vale dizer que as adaptações curriculares e as demais necessárias para que a escola esteja apta a abrigar a inclusão, dependerão de conhecer as características dos alunos com necessidades educacionais especiais, tanto pessoais quanto coletivas, especialmente as particularidades inerentes a cada aluno. Pois para cada sala de aula regular é fundamental que o perfil do aluno, seus tempos e formas de absorver o conteúdo sejam reconhecidos, já que esse reconhecimento é fundamental para que o trabalho de inclusão e as adaptações necessárias, sejam feitas de forma adequada.

Conclui-se o presente artigo com a crença de que objetivos, tanto geral quanto específicos, foram atendidos, bem como a problemática de pesquisa foi solucionada. Contudo, como não era de intento, o assunto não fora esgotado, fora dado um primeiro e importante passo para o fomento de conhecimento e estímulo para o aprofundamento no tema, que pode ser feito em estudos posteriores, que visem corroborar, refutar ou complementar as constatações obtidas até o momento.

 

REFERÊNCIAS

 

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A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Vanessa Ramos
Marli Rodrigues de Almeida
Zilmeire Macedo de Oliveira

 

RESUMO:

O presente trabalho é resultado de um estudo bibliográfico a cerca da importância da música no processo de ensino aprendizagem, sua aplicação e seus benefícios no desenvolvimento do indivíduo. A música com maior ou menor intensidade está na vida do ser humano, ela desperta emoções e sentimentos de acordo com a capacidade de percepção que ele possui para assimilar a mesma. O objetivo do artigo é mostrar que a música não é somente uma associação de sons e palavras, mas sim, um rico instrumento que pode fazer a diferença nas instituições de ensino, pois ela desperta o indivíduo para um mundo prazeroso e satisfatório para a mente e para o corpo que facilita a aprendizagem e também a socialização do mesmo.

Palavras-chave: aprendizagem, socialização e desenvolvimento.

JUSTIFICATIVA

          É importante perceber que o ensino de música não está somente ligado ao aprendizado de instrumentos ou de repetição de canções e cantigas decoradas e descontextualizadas, práticas muito frequentes no ambiente educacional.

            Loureiro (2008) explica que o aprendizado de música deve ser um ato de desprendimento prazeroso, que comungue com as experiências da criança sem ser uma imposição ou que busque a qualquer custo que a criança domine um instrumento, o qual pode minar sua sensibilidade e criatividade.

            A música está presente na vida e na cultura dos povos. Na sua trajetória, proporcionou transformações, determinou condutas e construiu conceitos, servindo como forma de expressão da sensibilidade, da criatividade, dos valores éticos e estéticos. Os estudos históricos permitem afirmar que a música foi à fonte de inspiração de grandes filósofos, que já a apontavam como o caminho para uma educação de qualidade, na qual seus valores colocariam a humanidade na trilha da sabedoria e da produção harmônica de conhecimentos. É uma forma de expressão que permite ao ser humano manifestar suas alegrias e tristezas, suas dúvidas e sentimentos, suas ideias e sensações.   

            Para Borges (2003, p.115)

 

Música é arte [...] seu papel na Educação Infantil é o de proporcionar um momento de prazer ao ouvir, cantar, tocar e inventar sons e ritmos. Por este caminho, envolve o sujeito como um todo, influindo, beneficamente, nos diferentes aspectos de sua personalidade: suscitando variadas emoções, liberando tensões, inspirando ideias e imagens, estimulando percepções, acionando movimentos corporais e favorecendo as relações interindividuais.

             De acordo com Faria (2001, p. 24), “A música como sempre esteve presente na vida dos seres humanos, ela também sempre está presente na escola para dar vida ao ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o senso de criação e recreação”

            Diante do exposto, entende-se que o grande desafio é que a música na educação infantil venha a colaborar com o desenvolvimento da criança, almejando que essa não seja apenas uma prática descontextualizada, mas um complemento, um meio para o melhor entendimento e trabalho das muitas atividades realizadas na educação infantil, que além de desenvolver a sensibilidade musical pode ainda ajudar no desenvolvimento de outras potencialidades da criança.

          Assim, o texto foi organizado buscando apresentar as possibilidades da música como ferramenta pedagógica. Sendo utilizado  pesquisa bibliográfica que permite acesso ao conhecimento sobre o tema, , com foco na importância da música para o desenvolvimento infantil, com base nos teóricos que estudam e pesquisam o assunto investigado (SOUZA,2008) em sua obra, (Linguagens na Educação Infantil V Linguagens artísticas), (BRASIL,1998)   (Conhecimento de Mundo.) ,(BRASIL,1997) ( Parâmetros Curriculares Nacionais) Dentre outros teóricos da área.                                                              

 

DESENVOLVIMENTO

         De acordo com Melo (1985) citado por Monteiro (1999), revelam que a música é uma linguagem que, se compreendida desde cedo, ajuda o ser humano a expressar com mais facilidade suas emoções, sentimentos e principalmente ser criativo. O objetivo da música na educação é contribuir na formação e desenvolvimento da personalidade da criança, pela ampliação cultural, enriquecimento da inteligência e pela evolução da sensibilidade musical. Trabalhar com a música no cotidiano educativo significa ampliar a variedade de linguagens que pode permitir a descoberta de novos caminhos de aprendizagem.

          Do ponto de vista pedagógico, as músicas são consideradas completas: brincando com músicas as crianças exercitam naturalmente o seu corpo, desenvolvem o raciocínio e a memória, estimulam o gosto pelo canto.  Em todas as culturas as crianças brincam com a música através de jogos e brincadeiras que são transmitidas de uma geração para outra. As diferentes situações contidas nas brincadeiras que envolvam música fazem a criança crescer através da procura de soluções e de alternativas. O desempenho psicomotor da criança enquanto brinca alcança níveis que só mesmo com a motivação ela consegue. Ao mesmo tempo favorece a concentração, a atenção, o engajamento e a imaginação. Como consequência a criança fica mais calma relaxada e aprende a pensar, estimulando sua inteligência. (p. 35).

          A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de importante meio de interação social (BRASIL, 1998, p. 49). Portanto, a música no contexto educacional, vem ao longo de sua história, atendendo a vários objetivos, alguns dos quais alheios às questões próprias dessa linguagem tem sido em certos casos, suportes para atender a várias finalidades, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos.

           Sendo assim, crianças que recebem estímulos musicais adequados, aprendem a escrever mais facilmente, tem maior equilíbrio emocional, pois se sabe que a música esta inserida no cotidiano da criança desde o ventre materno.

           A música tem se mostrado um dos instrumentos eficazes para o desenvolvimento infantil, por trazer conhecimentos de forma lúdica e prazerosa para as crianças. As canções infantis são utilizadas como atividade intelectual, artística e socializadora, presentes nas práticas de musicalização, canto, coral ou inserida nos jogos, brincadeiras, festas, rituais e comemorações.

 

O hábito de cantar e dançar com bebês e crianças, presente em praticamente todas as culturas do mundo, auxilia no aprendizado musical, no desenvolvimento da afetividade e socialização, e também no processo da aquisição da linguagem. Quando a criança está em idade escolar, o aprendizado musical, além de ter valor em si mesmo, também exerce uma segunda função, que é o ensino e o aprendizado de conceitos, ideias, formas de socialização e cultura, sempre através das atividades musicais (ILARI, 2003, p.14).

             Nesse sentido, as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical têm grande importância, pois é por meio das interações que se estabelecem que os bebês desenvolvem um repertório que lhes permitirá comunicar-se pelos sons; os momentos de troca e comunicação sonoro-musicais favorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação de vínculos fortes tanto com os adultos quanto com a música (MATOS & SANTOS, 2005, p.187)

           Para Souza (2008, p.47) as crianças chegam á escola cheias de curiosidades, de energia, de vontade. Elas adoram explorar os sons, fazer ritmos e dançar, cantar e jogar. Cabe ao educador fazer este potencial se desenvolver, com som, com música, criando, inovando, fazendo, refazendo, sempre observando como a aprendizagem está se desenvolvendo, cuidando para não propor atividades passageiras, sem significância para o conhecimento musical das crianças.

          Desde pequenas, as crianças se interessam muito pelos sons, exploram objetos verificando suas potencialidades sonoras, imitam os sons de máquinas e de animais, adoram fazer panelas, latas ou qualquer outra coisa, de instrumento. Por isso, é importante aproveitar a pouca idade da criança para explorar o máximo de suas possibilidades auditiva, expressivas e criativa, sem, no entanto, estabelecer o cansaço de um ensino acima das possibilidades de atenção, compreensão e motivação. Durante os primeiros anos, deve-se promover o desenvolvimento da criança por meio de muita ação musical.

          Ainda de acordo com a autora a criatividade deve ser estimulada de diversas formas e não apresentada como uma coisa imposta, seguindo a ideia da autora alguns teóricos ressaltam que a aprendizagem da música não deve passar de um divertimento nessa fase.

 

Tanto a música quanto a dança permitem a expressão pelo gesto e pelo movimento, que traz satisfação e alegria, assim, a criança aprende e se desenvolver através dela. (ESTEVÃO, 2002, apud, SILVA& MARTINS, 2012, p.87)

 

           Conforme Souza e Vivaldo (2010) citado por Silva & Martins, (2012, p.89) na aprendizagem a música é muito importante devido ao fato de o aluno conhece-la desde cedo, se for bem trabalhada ela amplia o raciocínio, a criatividade e outros dons e habilidades, por isso se torna um relevante recurso didático, devendo estar presente cada vez mais nas salas de aula. Nesse sentido ao mesmo tempo em que a música possibilita essa diversidade de estímulos, ela, por seu caráter lúdico e relaxante, pode estimular a absorção de informações, sendo isto uma aprendizagem.

            Para Stabile (1988, p.122) “a expressão musical é importante na vida recreativa da criança, pois desenvolve sua criatividade, promove a autodisciplina e desperta à consciência rítmica e estética”. Através da música ela assimila conceitos e ideias do mundo concreto e abstrato.

           A música se destaca como uma das linguagens a ser ensinada na escola, ao lado das artes visuais, da dança e do teatro, nos Parâmetros Curriculares Nacionais editados pelo Ministério da Educação (MEC), a partir de 1997.

            Em 1998, foi elaborado o Referencial Curricular de educação Infantil (RCNEI), onde o mesmo em seu terceiro volume denominado Conhecimento do mundo inclui a música em um dos seis eixos de trabalho. Em suas finalidades específicas a música visa:

 

- Ao desenvolvimento da sensibilidade musical, determinando o sentimento do som e do ritmo.

-Ao aperfeiçoamento da execução de música já conhecida;

-Despertar o interesse por músicas novas de repertório selecionadas;

-Ao desenvolvimento da sensibilidade auditiva, levando a criança a aprender e a ouvir;

-Despertar o amor pela música e pelas realizações artísticas;

-A descoberta de vocações musicais. (SECRETARIA GERAL DE EDUCAÇAÕ E CULTURA, 1960, p.88)

 

          Ainda segundo o Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (1998) ressalta a importância de se trabalhar na pré-escola, com atividades que envolvam música, por ser este um excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio e da auto-estima das crianças.

 

Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mão, são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem às necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva. (BRASIL, 1998).

 

            Com base em pesquisas o uso ou o trabalho com a música tem como enfoque o desenvolvimento global da criança na educação infantil, respeitando sua individualidade, seu contexto social, econômico, cultural, étnico e religioso, entendendo a criança como um ser único com características próprias, que interage nesse meio com outras crianças e também explora diversas características em todos os aspectos, ressaltando ainda que o ensino de música não tem o objetivo de formar músicos, a ela cabe incentivar a criatividade,

             Ao trabalhar a música na escola, não podemos deixar de considerar os conhecimentos prévios da criança sobre a música e o professor deve tomar isso como ponto de partida, incentivando a criança a mostrar o que ela já entende ou conhece sobre esse assunto, deve ter uma postura de aceitação em relação à cultura que a criança traz, podendo identificar que a música quando trabalhada desde cedo no contexto escolar das crianças auxilia de maneira lúdica e prazerosa o aprendizado e o trabalho em equipe, pois as crianças aprendem a ser mais sociáveis.

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E O ENSINO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

           O educador da educação infantil deve usar a linguagem musical não somente para recreação, mas quando bem planejada contribui muito para o desenvolvimento das crianças, possibilitando um convívio com o ritmo, equilíbrio, lateralidade, concentração, distinção de barulhos, som das palavras. O educador deve estar atento ao que tem de novo, e sempre procurar objetivos que tenham a ver com a realidade de seus alunos.

           Segundo Borges (1994, p. 100 – 101):

 

O professor não precisa ser um especialista ou em música, ou saber tocar, necessariamente algum instrumento. Porém deverá estar consciente de que, em contato com a música, a criança poderá: manter em harmonia a relação entre o sentir e o pensar; proteger a sua audição, para que não se atrofie diante do aumento de ruídos e da desqualificação sonora do mundo moderno; habituar-se a isolar um ruído ou som para dar-lhe sentido, especificidade ou beleza que lhes são próprios.

 

             Como descreve Rosa (1990, p. 21): “a simples atividade de cantar uma música proporciona à criança o treinamento de uma série de aptidões importantes”. E, além disso, pode se alcançar vários objetivos; como por exemplo;

a canoa virou,

foi pro fundo do mar

foi por causa do Lucas

que não soube remar

se eu fosse um peixinho

e soubesse nadar eu tirava o Lucas

lá do fundo do mar.

Objetivos:

-Promover a socialização;

-Identificar o próprio nome, dos colegas de sala de aula e das professoras;

-Desenvolver a expressão oral e corporal; etc.

         E assim são tantas outras músicas infantis cada uma com seu objetivo, lembrando que através da música e das brincadeiras a criança também aprende.

           Nesse contexto o professor de educação infantil deve sempre buscar adequações para as atividades proposta aos alunos e para obter um resultado satisfatório ele deve conhecer as fases do desenvolvimento das crianças e saber de seus potenciais criativos.

           De acordo com o Ministério da Educação, é de competência do professor:

 

[...] planejar pedagogicamente a educação infantil, elegendo conteúdos a ensinar e suas didáticas, gerenciando o espaço escolar na educação infantil, levando em conta o desenvolvimento e aprendizagem específicos nas faixas etárias de 0 a 3 anos e de 4 a 6 anos (MEC/SEMTEC,2000, p.73)

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

             Diante do exposto, entende-se que o grande desafio é que a música na educação infantil venha a colaborar com o desenvolvimento da criança, almejando que essa não seja apenas uma prática descontextualizada, mas um complemento, um meio para o melhor entendimento e trabalho das muitas atividades realizadas na educação infantil, que além de desenvolver a sensibilidade musical pode ainda ajudar no desenvolvimento de outras potencialidades da criança.

           É imprescindível que a música faça parte do currículo, não como um passatempo, más como parte do processo ensino e aprendizagem, oferecendo oportunidades para as crianças escutarem, aprenderem e entenderem os seus elementos, reproduzirem cantando e tocando instrumentos e articulando movimentos, sem esquecer das ações que envolvem o fazer, o perceber e o contextualizar para que aquisição da linguagem musical se concretize. Na educação infantil existem inúmeras possibilidades de se trabalhar a música e os benefícios que ela pode oferecer. Os materiais podem ser diversos, não necessariamente é preciso dispor de materiais caros. Isso evidencia que um trabalho criativo e competente colaborará com a criança para desenvolver sua criatividade, socialização, expressão e também serve como estímulo para o aluno da educação infantil aprender mais e de forma contextualizada.

 

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