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O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Sileide de Souza Rodrigues

Artigo apresentado à UNIASSEL
Profª. Orientadora: Alexandra Magalhaes Frighetto

 

RESUMO

 

O presente artigo vem discutir a importância do brincar na educação infantil, através das práticas pedagógicas, com intuito de conhecer atividades lúdicas para o desenvolvimento da criança em todos os aspectos, físico, psicológico, social e cultural. No decorrer deste trabalho foi desenvolvidas atividades com brincadeiras que ajuda no desenvolvimento da criança, e pesquisado como está sendo incorporados na educação infantil, sabendo que a utilização das brincadeiras colabora muito para o desenvolvimento das crianças, assim como a importância dos brinquedos, e o faz de conta, como recurso na prática pedagógica. O método usado para o trabalho foi através de pesquisa bibliográfica, pesquisa qualitativa descritiva. Com o tema abordado O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL pude conhecer a importância de constantemente por em prática atividades educativas que envolvem brincadeiras contribuindo para o ensino aprendizagem, com relevância para minha carreira profissional.

 

 

Palavras chave: Prática Pedagógica. Ensino aprendizagem. Lúdico.

 

1 INTRODUÇÃO

 

Para a conclusão do curso de Pós-Graduação do Centro Universitário Leonardo Da Vinci, abordei a temática sobre O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL, onde tem sido realizado uma pesquisa, com o objetivo de conhecer a importância das brincadeiras para o desenvolvimento das crianças, através de pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, e questionários indagando os educadores sobre o brincar nas práticas pedagógicas.

Pois é de fundamental importância o brincar na educação infantil, destacando que o caráter pedagógico da prática educativa está em primeiro lugar para a formação da identidade da criança

pois na brincadeira a criança se comporta vivenciando experiência como se fosse à realidade, com isso trabalhar a ludicidade envolve muitas sugestões no processo de ensino aprendizagem nas práticas pedagógicas.

Esta pesquisa foi realizada em Sinop, localizada na Região Norte do Estado de Mato Grosso, às margens da BR 163 a 500 km de Cuiabá (Capital do Estado), no Centro Municipal de Educação Infantil Monteiro Lobato, sendo sujeitos dessa pesquisa as crianças do pré II, e educadores da educação infantil, conforme apresenta o trabalho a seguir.

 

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Considerando a importância da utilização de jogos educativos e brincadeiras de faz de contas que são atividades lúdicas, ou seja, atividades que proporcionam estímulos para que a criança desenvolva sua inteligência, criatividade e sociabilidade, é que senti a necessidade de conhecer e pesquisar sobre o assunto, enfatizando a faixa etária.

Sabemos que ao analisar a história da educação a criança era considerada um adulto em miniatura e tinha que se comportar e agir como os adultos, mas, o filósofo Frances Jean-Jacques Rousseau do Século XVIII, descobriu a infância, fazendo com que se passasse a pensar na criança como um ser com ideias próprias, diferentes dos adultos, suas ideias influenciaram na educação e centralizou a questão da infância na educação, evidenciando de não mais considerar a criança como um homem pequeno, mas que ela vive em um grupo próprio cabendo o adulto compreende-la. (WOLFF, 2011).

Ao longo dessa história inúmeros autores se interessaram e contribuíram pelo desenvolvimento infantil, sabendo que a criança se desenvolve cognitivamente e afetivamente a partir do brincar, incluindo assim o brincar na aprendizagem, onde no passado havia uma distancia enorme entre esses conceitos, o brincar era colocado em segundo plano, as crianças só podiam pegar jogos e brinquedo quando terminava as atividades, sendo difícil acontecer de um adulto sentar com os alunos com objetivo de brincar. Ressaltando Antunes (2004 p. 30 apud Müller, p. 32), “Não se separa a ideia de brincar com a ideia de aprender”. Moyles (2002) afirma ainda que o brincar ajuda os participantes a desenvolverem confiança em si, em suas capacidades e em situações sociais.

Antunes (2004 apud MÜLLER, p. 34. 2008) afirma que:

 

As crianças constroem seus próprios mundos e dos mesmos fazem o vinculo essencial para compreender o mundo do adulto, ressignificam e reelaboram acontecimentos que estruturam seus esquemas de vivencias, sua diversidade de pensamentos e a gama diversificada de pensamentos.

A criança está em constante transformação, por isso as instituições de educação infantil exerce a função de cuidar e educar, resgatando as lembranças do passado por meio de atividades lúdicas, que segundo Roman e Steyer (2001), relatam que as escolas atualmente vêm demonstrando que perderam muitas coisas boas, permitindo a violência entrar e ficar, no entendimento de muitos pesquisadores é lamentável, abrindo espaço demasiado, deixando de fazer coisas que sempre foram boas, pois se fala muito em inovar, criar, recriar e assim por diante, mas nenhum autor tem expressado em acabar com as coisas boas que sempre aconteceram nas escolas do passado, relembrando de algumas que são; cantar, pular com saco de linhagem, brincar de gata cega, brincar de roda, brincar com bilboquês, jogar bolitas, jogar petecas, pular corda, ouvir música, andar com pernas de pau, corrida do ovo, brincar de se esconder, pular dentro e fora com pneus, jogar bolas, brincadeira com saco de areia, brincadeiras com bambolês e elásticos, enfim tantas brincadeiras e jogos vêm perdendo o espaço nas escolas e fundamentalmente na vida das crianças que estão em fase de desenvolvimento, e, na educação infantil que deve ser resgatados essas diversões, intervindo com a aprendizagem. Assim no entendimento de muitos estudiosos no assunto que, brincar é um alimento tão importante quanto o alimento que comemos.

De acordo com o RCNEI (1998) Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta. Onde afirmam que:

 

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil, BRASIL, 1998, p. 23).

 

O cuidar precisa ser considerado as necessidades da criança para que possa ser um cuidado valorizando o seu desenvolvimento.

 

Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si próprio que possui uma dimensão expressiva e implica em procedimentos específicos. (Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil, BRASIL, 1998, p. 24).

 

A educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil o brincar é um potente veículo de aprendizagem, onde faz se necessário buscar uma prática pedagógica, expressando Roman e Steyer (2001), para que sejam eficaz, no desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físicos psicológico, intelectual e social, numa educação voltada para o prazer do movimento corporal por meio de atividades lúdicas recreativas e psicomotoras, usando o folclore, os jogos e brincadeiras, rodas cantadas e outras ferramentas para melhorar a educação infantil.

Assim afirma Santos (1997 apud ROMAN E STEYER 2001. p.196), a importância da ludicidade para o ser humano.

 

A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, pessoal, e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação expressão e construção do conhecimento,”.

 

2.1 O BRINCAR E A APRENDIZAGEM

 

 

Alem das diversões que as brincadeiras proporcionam, elas desenvolvem aprendizagem, como coordenação motora, conceitos e valores, interação e muitas outras habilidades, como trabalhar o folclore infantil segundo Roman e Steyer (2001) pela sua diversidade vem contribuir para o desenvolvimento global da criança, surgindo experiência que contribuíram para identificação e estruturação da realidade e sua personalidade, transmitindo valores culturais, estéticos, sociais e morais.

A autora afirma ainda que o folclore proporciona o desenvolvimento social, pois as crianças em quanto brincam de roda ou dançam, está no estado de unificação social nas tradições que transmitem ideias costumes de uma geração a outra.

 

Folclore é a ciência das tradições e usos populares, constituído pelos costumes e tradições populares transmitidos de geração em geração. Todos os povos possuem suas tradições, crendices e superstições, que se transmitem através de lendas, contos, provérbios,canções, danças, artesanato, jogos, religiosidade,brincadeiras infantis, mitos, idiomas e dialetos característicos, adivinhações, festas e outras atividades culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo.

(Folclore http://pt.wikipedia.org/wiki/Folclore acesso em: 25/07 /2012).

 

Para o RCNEI (1998), a brincadeira de pular corda, tão popular no Brasil, propõe às crianças uma pesquisa corporal intensa, tanto em relação às diferentes qualidades de movimento que sugere (rápidos ou lentos; pesados ou leves) como também em relação à percepção espaço-temporal, já que, para entrar na corda, as crianças devem sentir o ritmo de suas batidas no chão para perceber o momento certo. E também trabalha a coordenação dos movimentos o ritmo o equilíbrio e a memória.

Conforme o RCNEI (1998) os jogos de construção é aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais etc. propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica, desenvolvendo concentração, atenção e coordenação visomotora.

As brincadeiras e jogos envolvem a descoberta e a exploração de capacidades físicas e a expressão de emoções, afetos e sentimentos, além de alegria prazer, algumas vezes a exposição de seu corpo e de seus movimentos podem gerar vergonha, medo ou raiva. Isso também precisa ser considerado pelo professor para que ele possa ajudar as crianças a lidar de forma positiva com limites e possibilidades do próprio corpo.

De acordo com o RCNEI brincar com os jogos de regras são valiosos para o desenvolvimento de capacidades corporais de equilíbrio e coordenação, mas trazem também a oportunidade, para as crianças, das primeiras situações competitivas, em que suas habilidades poderão ser valorizadas de acordo com os objetivos do jogo.

De acordo com Vygotsky (1984, p.97).

 

A brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa se não a distancia entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz.

 

O desenvolvimento nas aulas de arte é uma maneira prazerosa de a criança ter novas experiências ajudando a compreender e assimilar mais facilmente o mundo cultural e estético. Outro ponto é que a prática artista é vivenciada pelas crianças pequenas como uma atividade lúdica, onde “o fazer” se identifica com o brincar, o imaginar com a experiência da linguagem ou da representação.

A autora ressalta que através da brincadeira as crianças vivem situações ilusórias e aprendem a elaborar o seu imaginário, e muitas vezes até a buscar a realização de seus desejos mesmos que sejam irrealizáveis. A capacidade imaginativa que faz a criança extrapolar a realidade é o que vai ajuda-la também a estruturar o pensamento abstrato.

À medida que a criança vai crescendo ela vai evoluindo no seu brincar e passando dos brinquedos e jogos imaginativos para situação em que são apreciadas a regras. (FERRAZ E FUSARI, 1999).

Para Vigotsky a ação de brincar é muito importante na infância porque cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança. Pois quando brinca ela modifica os hábitos e comportamentos usuais, mostrando se mais e em maior grandeza. “No brinquedo”, diz Vygotsky (1989, p. 117), “é como se ela fosse maior do que é na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as formas do desenvolvimento. Apesar da relação brinquedo-desenvolvimento o brinquedo fornece ampla estrutura básica para mudanças das necessidades e da consciência”. (FERRAZ E FUSARI).

Para o Referencial Curricular nacional Para a Educação Infantil (1998, p. 28 apud MELO, 2011, p.76):

 

A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-no em espaço singular de constituição infantil. Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. Por exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança deve conhecer alguma de suas características.

 

 

Consequentemente o professor organiza a base estrutural, por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar.

Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem.

O professor, na instituição infantil, ajuda a estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças, nesta faixa etária, o professor é quem ajudará as crianças a combinar e cumprir regras, desenvolvendo atitudes de respeito e cooperação tão necessárias, mais tarde, no desenvolvimento das habilidades desportivas.

Segundo Wajskop (2005) a brincadeira na concepção antropológica entende-se que é um fato social e espaço privilegiado de interação infantil que constitui o sujeito criança como sujeito humano, produto e produtor de historia a brincadeira é uma atividade social, humana que supõe contextos sociais e culturais, a partir dos quais as crianças recria a realidade através da utilização de sistemas simbólicos próprios, pois considera que é uma atividade específica da criança considerando que historicamente, esta foi ocupando um lugar diferenciado na sociedade.

 

 

2.2 BRINCANDO COM A MÚSICA

 

A música vem desempenhando, ao longo da história, um importante papel no desenvolvimento do ser humano, seja no aspecto religioso, seja no moral e no social, contribuindo para a aquisição de hábitos e valores indispensáveis na educação e ao exercício da cidadania.

Segundo Loureiro (2007 p. 34) desde a infância os gregos aprendiam os cantos como algo capaz de educar e civilizar, assim é importante apresentar as crianças a música em sua própria linguagem através de atividades lúdicas na educação infantil, pois ao envolver músicas nas brincadeiras as crianças se sentem feliz e desenvolvem muita aprendizagem.

Então na educação infantil são relembradas músicas antigas e populares e atualmente muitas músicas educativas, com um espaço lúdico com sons CDs para animar as crianças com as cantigas de rodas que muitas vezes não lembram todas na memória, são brincadeiras formadas por rodas, cantando e ouvindo as músicas, embalando o corpo, explorando a corporeidade, pois utilizam movimentos de acordo com o ritmo da música, além de estimular a musicalização.

Bréscia (2003 p.81 apud MELO, 2011, p.89) afirma que:

 

Ao trabalhar com sons, a criança aguça sua audição, ao acompanhar gestos ou dançar ela esta trabalhando a coordenação motora e a atenção, ao cantar ou imitar sons ela esta estabelecendo relações com o ambiente em que vive. O aprendizado de música, além de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora o desenvolvimento escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o individuo.

 

 

 

A música é parte intensa na vida das crianças, na escola é interessante o educador trabalhar de forma prazerosa, a criança ouve a música e pode brincar com a música, imitar, ouvir, perceber, e vivenciar movimentos corporais através da música e também relacionar a letra com o seu cotidiano, com ajuda do professor dialogando sobre a música estimulando varias aprendizagem.

Como afirma o educador musical Sergio Henrique A. de Andrade, (apud Loureiro, 2007, p.15) que:

A música não esta na escola como uma atividade recreativa, mas sim na construção do conhecimento, Ele vê como primordial, no projeto, o resgate cultural, e ressalta que “as crianças geralmente não tem acesso a música popular, à diversidade de ritmos. Quando levamos isso para sala de aula elas se interessam”.

 

 

 

 

2.3 A IMPORTÃNCIA DO FAZ DE CONTA

 

De acordo com o RCNEI (1998) as brincadeiras de faz de conta, também possibilita que as crianças reflitam sobre o mundo. Ao brincar, as crianças podem reconstruir elementos do mundo que o cerca com novos significados, tecer novas relações, desvincularem-se dos significados imediatamente perceptíveis e materiais para atribuir-lhes novas significações, imprimir-lhes suas ideias e os conhecimentos que têm sobre si mesma, sobre as outras pessoas, sobre o mundo adulto, sobre lugares distantes ou conhecidos.

A brincadeira de faz de conta mágica por excelência aparece com maior frequência entre os dois e quatro anos e é considerada uma das fases mais marcantes da fantasia infantil. A criança, quando se envolve nesta brincadeira, assume papéis da vida adulta, e isso proporciona que ela faça a mediação entre o real e o imaginário. Conforme RODRIGUES (1976), esse ‘’fingimento’’ da realidade, vivenciado no faz de conta, distingue da imitação e constitui em uma recriação das percepções da criança.

Assim, o brincar de faz de conta é a que mais se desenvolve entre as crianças, então devemos considerar o brinquedo um fator de extrema relevância no desenvolvimento infantil. (SANTOS1995).

 

Segundo o RCNEI (1998, V2) o brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira, faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.

Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. A diferenciação de papéis se faz presente, sobretudo no faz de conta, quando as crianças brincam como se fossem o pai, a mãe, o filhinho, o médico, o paciente, etc., imitando e recriando personagens observados ou imaginados nas suas vivências.

A fantasia e a imaginação são elementos fundamentais para que a criança aprenda mais sobre a relação entre as pessoas, sobre o eu e sobre o outro.

O RCNEI (1998, V2) afirma que no faz de conta, as crianças aprendem a agir em função da imagem de uma pessoa, de uma personagem, de um objeto e de situações que não estão imediatamente presentes e perceptíveis para elas no momento e que evocam emoções, sentimentos e significados vivenciados em outras circunstâncias. Brincar funciona como um cenário no qual as crianças tornam-se capazes não só de imitar a vida como também de transformá-la.

Ao brincar de faz de conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar e comunicar de uma forma específica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser uma personagem, que uma criança pode ser um objeto ou um animal, que um lugar “faz de conta” que é outro. Brincar é, assim, um espaço no qual se pode observar a coordenação das experiências prévias das crianças e aquilo que os objetos manipulados sugerem ou provocam no momento presente.

Pela repetição daquilo que já conhecem, utilizando a ativação da memória, atualizam seus conhecimentos prévios, ampliando-os e transformando-os por meio da criação de uma situação imaginária nova. Brincar constitui se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também tornam se autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em prática suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata.

Quando utilizam a linguagem do faz de conta, as crianças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens.

Na brincadeira, vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras de convivência, assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos, das emoções e das construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da brincadeira é sempre individual e depende dos recursos emocionais de cada criança que são compartilhados em situações de interação social.

Por meio da repetição de determinadas ações imaginadas que se baseiam nas polaridades presença/ausência, bom/mau, prazer/desprazer, passividade/atividade, dentro/fora, grande/pequeno, feio/bonito etc., as crianças também podem internalizar e elaborar suas emoções e sentimentos, desenvolvendo um sentido próprio de moral e de justiça. (RCNEI VE2 1998).

SANTOS 1995, p.10 afirma:

 

O brincar é um direito da criança, e este direito é reconhecido em declarações, convencionais e leis, como nos mostram a convenção sobre os Direitos da Criança de 1989, adotada pela Assembleia das Nações Unidas, a Constituição Brasileira de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990. Todos são conquistas importantes que colocam o brincar como prioridade, sendo direito da criança e dever do Estado, da família e da sociedade.

 

 

 

2.4 A IMPORTÂNCIA DA BRINQUEDOTECA

A brinquedoteca é uma nova instituição que nasceu neste século para garantir à criança um espaço destinado a facilitar o ato de brincar, esse espaço se caracteriza por possuir um conjunto de brinquedos, jogos, e brincadeiras sendo um ambiente agradável alegre e colorido, é um espaço de alegria e organizado com brinquedos e materiais variados para resgatar muitas brincadeiras com grande importância da ludicidade que lhe proporcionam.

Este espaço foi criado para todas as crianças e com especialidade na educação infantil estimula à criatividade, desenvolvendo a imaginação, a comunicação, a expressão e incentiva a brincadeira do faz de conta e muitas dramatizações, colocando ao alcance das crianças uma variedade de atividades que possibilita a ludicidade individual e coletiva, construindo seu próprio conhecimento, levando ás crianças a alegria do brincar. A brinquedoteca na educação infantil tem por objetivo uma aprendizagem por meio do brincar com a intervenção do professor ou um brinquedista profissional fazendo uma mediação, está função é a mais importante dentro de uma brinquedoteca para que possa favorecer o desenvolvimento infantil com propostas inovadoras.

Neste sentido Nascimento (2006, p. 28 apud Melo, p. 180) ressalta que:

 

Quando falamos de brinquedoteca estamos falando de magia, de um convite ao brincar, de desafios a vencer, de estruturas cognitivas a se organizar e se desenvolver. Estamos falando de mundo que proporciona não apenas brincadeiras, mas o desenvolvimento físico, cognitivo social e moral.

 

É importante que os educadores tenham o conhecimento que a brinquedoteca não pode ser apenas um espaço com muitos brinquedos, mas sim um espaço lúdico baseado em propostas educacional, e tomar decisões em confeccionar jogos e brinquedos para o desenvolvimento da criança dentro da brinquedoteca.

Assim vimos que o jogo é muito importante na vida da criança, e pode ser confeccionada uma grande variedade de jogos com sucatas como o quebra cabeça, o dominó com figuras, o bingo de animais ou com frutas, material de contagem, bingo de letras, alfabetário, alinhavo com formas geométricas, frutas ou animais, bilboquê, jogo lógico e muito mais que pode estar criando com as crianças, (SANTOS 1995).

Pois esses jogos têm como objetivo finalidades de desenvolver noções de quantidades, cor, percepção visual raciocínio lógico, formas, diferenças coordenação motora, concentração, facilitando assim muita aprendizagem.

 

Assim (ROMAN E STEYER 2001, p.202) afirmam que:

 

Os educadores da educação infantil devem ter consciência plena que o lúdico deve fazer parte do mundo da criança. Cabe à escola e a família oportunizar situações para que a criança possa interagir de forma sistemática com o brinquedo, visto que brincar é necessário para o desenvolvimento integral da criança. Não importa o tipo de brinquedo, o que é significativo para ela, é brincar, mas sempre que possível disponibilizar situações lúdicas de acordo com sua fase evolutiva.

 

 

Para Santos 1995, Jogos, brinquedos fazem parte do mundo da criança, pois o brincar esta presente na humanidade desde o seu inicio. Para DIDONET (1994) o brincar antecede a humanidade. Segundo o autor os animais também brincam, embora o ser humano, ser de cultura, brinque diferente. Pelo jogo, este mergulha em um clima lúdico dentro do qual a realidade tem conteúdo e simbologia próprios dos jogadores criança. O brincar, portanto, é uma atividade natural, espontânea e necessária para a vida da criança, constituindo-se, por isso, em peça importantíssima na sua formação. Seu papel transcende o mero controle de habilidades. Sua importância é notável, já que através dessas atividades a criança constrói seu próprio mundo.

 

É na brincadeira que a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário. A criança vivencia uma experiência no brinquedo como se ela fosse maior do que é na realidade. Vigotsky (1989, p. 117apud WAJSKOP 2005, p.32).

 

 

Segundo RODRIGUES (1976), a função dos jogos e dos brinquedos não se limita ao mundo das emoções e da sensibilidade, ela aparece ativa no domínio de inteligência, para a evolução do pensamento e de todas as funções mentais superiores. Assume também uma função social, e esse fato faz com que as atividades lúdicas extravasem sua importância para além do individuo, por isso é necessário uma brinquedoteca repleta de brinquedos, sabendo que cada um tem seus objetivos, (SANTOS 1995).

Por fim sabemos que a escola de educação infantil é um lugar para a aprendizagem e precisa ser um lugar para brincar, sonhar, sorrir, pensar, construir conhecimentos alimentando a esperança e os sonhos das crianças, buscando construir uma formação integral desenvolvendo valores morais, éticos para termos uma sociedade igualitária, transformando a violência, em momentos lúdicos, garantindo que a escola é um espaço para ser feliz.

 

3 CONSIDERAÇOES FINAIS

 

Primeiramente para ter uma pesquisa precisa para o trabalho de pós-graduação recorri aos cadernos de estudos com orientações do professor e pesquisa bibliográfica feita a partir de internet, livros, enciclopédia, revistas, e entrevista oral sobre o tema escolhido, (O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL), utilizando som, CD, DVD, garrafa pet, barbante, corda, fita colorida, cola, TNT, papel A4, giz branco, com esses materiais desenvolvi trabalhos importantes sobe o tema citado anteriormente.

Em seguida fiz observações participantes, em sala de aula, depois coloquei em prática algumas brincadeiras como atividades educativas, que ocorreu durante o período de pesquisa numa turma do pré II na educação infantil com vinte alunos, sendo atividades relacionadas com o meu tema para fundamentação e conclusão do trabalho de Pós Graduação. Sendo sujeito desta pesquisa professores que leciona na educação infantil da CEMEI Monteiro Lobato - Sinop – MT, pois, os educadores são os maiores protagonistas no processo de mediação do conhecimento no contexto escolar, onde a pesquisa foi feita sobre as brincadeiras na educação infantil, sendo que o foco principal foi o conhecimento e o contato com o brincar que eles detenham, com o intuito de descobrir informações e os conhecimentos acumulados e se utilizam como atividades educativas em sala.

Com base nos dados adquiridos pode-se observar que os educadores caracterizam o brincar como parte fundamental para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem da criança, todos usam diariamente em seu planejamento como atividade educativa uma grande variedade de brincadeiras em sala de aula, que através das brincadeiras as crianças ampliam o conhecimento entre si e o seu meio, brincando a criança revela seu estado cognitivo, visual tato e motor, além de desenvolver sua capacidade de raciocinar facilitando a conquista e formação de sua identidade. As dificuldades encontradas é a falta de espaço físico que a escola não disponibiliza para ampliar uma brinquedoteca que é um espaço com variedades de brinquedos que estimula a criatividade e a imaginação da criança.

Depois de explorar o tema e as experiências lúdicas vividas na prática pelos educadores, vi que realmente todas valorizam o lúdico no ensino aprendizagem, sendo fundamental na vida da criança, pois sem o brincar não é educação infantil, tendo um bom conhecimento sobre o lúdico.

Ressalto aqui a importância do brincar na educação infantil, podendo trabalhar como atividades lúdicas em todas as áreas de conhecimento, desde que seja uma prática educativa movida por objetivo, como afirma os teóricos citado neste trabalho.

Neste sentido ao colocar atividades envolvendo brincadeiras em práticas, observei que as crianças gostam muito das brincadeiras, mas, percebe-se que elas não são motivadas pelos pais, que poucos conhecem sobre a importãncia do brincar para aprendizagem.

O lúdico esta contido no planejamento do professor, pois estão trabalhando de forma objetivada, considerando a importância nas práticas pedagógicas, que estão resgatando a variedade de brincadeiras populares que retratam culturas antigas, para motivar os alunos a conhecer as brincadeiras das diversidades culturais do nosso País.

O movimento de mudança pode se iniciar com o professor na educação infantil, pois tem conhecimento com atitude autoritária e espontânea com possibilidade de conhecer uma atitude democrática, ter coragem para mudar a sua prática tradicional adotando com carinho essa nova tendência lúdica.

De acordo com o (RCNEI) sabemos que educar propicia situações de cuidados, e brincadeiras orientadas de forma que possa contribuir no desenvolvimento infantil com acesso aos conhecimentos mais amplo da realidade social e cultural, assim o educador tem atitude para diversificar muitas culturas e costumes através de muitas brincadeiras dentro da educação infantil.

Contudo posso finalizar que estas informações e observações são de suma importância para o meu desenvolvimento como acadêmica e trouxe muitas experiências e conhecimento para minha formação pedagógica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

FERRAZ, Maria Heloísa C. de T. FUSARI, Maria F. de Resende e. Metodologia do ensino da Arte. Coleção magistério 2° grau. Série formação do professor: São Paulo: Cortez 1999.

 

 

FOLCLORE; Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Folclore> acesso em: 25/07 /2015).

 

 

LOUREIRO, Alice Maria Almeida. O ensino da música na escola fundamental. Campinas – SP: Papirus, 2003, 2ª Ed. 2007.

 

 

MELO, Profª. Fabiana Carbonera Malinverni de. Lúdico e Musicalização na Educação Infantil. Indaial: Uniasselvi, 2011.

 

 

MÜLLER, Profª. Ana Paula Pamplona da Silva. Pedagogia da Educação Infantil: Centro Universitário Leonardo da Vinci. – Indaial: UNIASSELVI, 2008.

 

 

Referencial curricular para educação Infantil. Brasília - MEC/SEF, 1998. V. 1.

 

 

Referencial curricular para educação Infantil. Formação Pessoal e social. Brasília - MEC/SEF, 1998. V2.

 

 

ROMAN, Eurilda Dias. STEYER, Vivian Edite. A Criança de 0 a 6 Anos e a Educação Infantil: Um Retrato Multifacetado – Canoas: 2001.

 

 

VIGOTSKY, L . S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins, 1994.

 

 

WAJSKOP, Gisela. Brincar na Pré-Escola, São Paulo: 6ªed. Cortez, 2005, Coleção Questões da Nossa Época: v. 48.

 

 

WOLFF, Profª. Celi Terezinha. Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil. 2ª Ed. Indaial, UNIASSELVI, 2011.