TDAH (TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE) E SEUS DESEMPENHOS EM ATIVIDADES ESCOLARES NAS SÉRIES INICIAIS:
Vianey Itajana Schwann
RESUMO
O objetivo principal é observar, perceber e conhecer as relações que as crianças diagnosticadas como TDAH enfrentam durante as atividades escolares e suas relações, considerando também seus desempenhos durante a realização. Os professores em sala de aula juntamente com os pais podem criar uma bela perceria de ajuda e tratamento adequado para a criança que sofre com essa síndrome ainda tão discutida e absolutamente longe de criar um tratamento único para auxiliar a criança a desenvolver-se nos relacionamentos sociais, entender-se psicologicamente e conseguir adequar-se a cada situação do dia a dia. Quando devidamente diagnosticas por especialista, com características predominantes de desatenção e com características predominantes de impulsividade, já é possível uma análise adequada e qual tratamento será eficaz para os sintomas. Muitas vezes a criança têm o transtorno e por desconhecimento, os pais não buscam auxílio, dificultando a aprendizagem e a convivência da crianças com o meio escolar, causando inúmeros atropelos e percalços no caminho. O diagnóstico deve ser precoce e o tratamento adequado. É imprescindível que, a compreensão por parte dos professores sobre o assunto e a busca pelo bem estar do aluno em sala de aula é fundamental para o bom desempenho das crianças, visando que a avaliação pode ser pensada de maneira diversificada e de acordo com cada indivíduo, sabendo que alunos com necessidades educacionais especiais podem ser inseridos mas devem ter um olhar do professor voltado para as suas necessidades e limitações. Deve-se observar também que as crianças têm limitações tanto nas atividades cognitivas como nas atividades motoras.
Palavras chaves: desatenção; impulsividade; desempenho; necessidades.
INTRODUÇÃO
O INGRESSO NA VIDA ESCOLAR
A criança ao ingressar no ambiente escolar se depara com inúmeras situações que no seu cotidiano não vivenciava. A primeira forma de obstáculo é a socialização com crianças que muitas vezes também estão iniciando a vida escolar e também precisam de atenção e cuidados por parte do professor.
Infelizmente muitos professores são desinformados sobre TDAH ou estão desatualizados quanto ao conhecimento do transtorno e seu controle. Verificamos que alguns professores têm uma fraca compreensão sobre natureza, curso, resultados e causas desse transtorno. Ele também não apresentam nenhuma noção sobre os tratamentos que são úteis ou não.(BARKLEY, 2002, P. 240)
Crianças com TDAH, têm muitas dificuldades de relacionamento, por serem inquietos, impulsivos e desobedientes. Os professores por sua vez, diante do aluno que não corresponde as suas expectativas, acaba tomando atitudes que não vão solucionar o problema da inquietude em sala de aula. Para saber quais comportamentos as crianças têm, buscamos uma relação que é muito explicativa, são elas:
QUANTO A CLASSIFICAÇÃO:
1. Desatenção:
Dificuldade em prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividade escolares e profissionais;
Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
Parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra;
Não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais;
Dificuldade em organizar tarefas e atividades;
Evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante;
Perder coisas necessárias para tarefas ou atividades;
Ser facilmente distraído por estímulo alheios à tarefa;
Apresentar esquecimento em atividades diárias.
2. Hiperatividade
Agitar as mãos, os pés ou se mexer na cadeira;
Abandonar a cadeira em sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
Correr ou escalar em demasia em situações nas quais isto é inapropriado;
Dificuldade em brincar ou envolver-se silenciosamente em atividades de lazer;
Estar frequentemente “a mil” ou muitas vezes agir como se estivesse “a todo vapor”;
Falar com demasia.
3. Impulsividade:
Frequentemente dar respostas precipitadas antes das perguntas terem sido concluídas;
Apresentar constante dificuldade em esperar sua vez;
Frequentemente interromper ou se meter em assuntos de outros.
Essas características podem se manifestar de forma isolada ou combinada e, ainda, se combinarem de diferentes modos em cada indivíduo.
DESENVOLVIMENTO:
AS INÚMERAS FACES DO TDAH:
O rotulado déficit de atenção é um estilo de vida, mais que um punhado de sintomas. Depois que o diagnóstico é feito, fica mais fácil se achar novas possibilidades de mudanças reais.
Segundo Silva, (2004, p.08) no início do século XX, esse distúrbio foi chamado de distúrbio de disfunção cerebral mínima passando posteriormente a ser chamado de hipercinesia ou hipercinese.
Logo a seguir, hiperatividade, nome que ficou mais conhecido e perdurou por mais tempo. Em 1987, passou a ser chamado de distúrbio de déficit de atenção, sendo que muitas vezes utiliza-se somente da sigla DDA (em português) ou ADD (em inglês “Attencion Déficit Disorder”). É também eventualmente chamado de síndrome de déficit de atenção.
Déficit de Atenção já foi denominado:
• 1947- Lesão Cerebral Mínima
• 1962- Disfunção Cerebral Mínima e Hiperatividade.
• 1980- Síndrome do Déficit de Atenção.
A condição de maior prevalência em crianças em idade escolar é de que estima -se que 5 a 8% da população em idade escolar sofrem com esse transtorno.
Aproximadamente 2% dos adultos podem sofrer com esse transtorno. Em 50% das crianças, os sintomas persistem quando adultos.
CAUSAS DOS SINTOMAS:
As causas podem ser variadas e ainda não se chegou a um diagnóstico preciso da verdadeira causa da síndrome. Inúmeras teses já estudadas mostram divergência em relação aos causadores, são eles: fatores sócio - econômicos, fatores pré e perinatais, neurofisiologia, neurotransmissores e fatores genéticos.
A INVERSÃO DO CONCEITO:
Mais e mais o conceito de "déficit de atenção" está mudando, de "desordem" pela inclusão de uma série de qualidades como:
• Cérebro de scaner
• Criatividade
• Alta inteligência
• Habilidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo
• Forte senso de intuição
Quando detectado precocemente, é possível um trabalho mais eficaz por parte da família e escola, onde possivelmente será percebido a síndrome.
Pelo menos 6 dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade devem estar presentes e é importante considerar a duração dos sintomas e a frequência e intensidade dos mesmos, considerar o grau de prejuízo dos sintomas e a avaliação diagnóstica deve envolver os pais, a criança e escola (professores).
Se diagnosticado em tempo, é possível prevenir alguns contratempos que podem, mas não são regras que no futuro essas crianças possam ter ou ser, como consequência:
• Fracasso escolar
• Evasão escolar
• Delinquência
• Comportamento explosivo
• Atitudes de rebeldia
• Indisciplina no grupo
• Baixa auto estima
• Desajuste emocional (pânico, trauma)
• Baixo desempenho escolar/profissional;
• Dificuldade de relacionamento;
• Baixa auto-estima;
• Interferência no desenvolvimento educacional e social;
• Predisposição a outros distúrbios psiquiátricos
O tratamento pode variar de acordo com o grau de desantenção ou hiperatividade, podendo ser tanto com medicamentos ou mesmo terapias.
CONCLUSÃO
Como metodologia de ensino e avaliação do desempenho, a escola para beneficiar estas crianças, deverá estar o mais próximo possível dos valores da família, deverá dar importância às mesmas coisas que os pais dão, enfim, ser uma escola que complete a educação que o aluno recebe em casa.
A escola precisa ter a preocupação com o desenvolvimento integral do aluno, em vez de uma que vise determinado tipo de sucesso (acadêmico, artístico, esportivo).
A escola que melhor atende às necessidades dos portadores deste transtorno é aquela cuja preocupação maior está em desenvolver o potencial específico de cada aluno, em atender as suas características únicas, em perceber seus pontos fortes e tentar superar pontos fracos.
Segundo Rief (2001, p.01), especialista em Educação Especial e Recursos de Aprendizagem, algumas condições pré-existentes podem desencadear problemas para portadores de TDAH na sala de aula. Estas condições podem ser: físicas, meio ambiente, atividade ou evento específico, tempo específico e demonstração de habilidade ou necessidade de atuação.
Com o objetivo de prevenir problemas na sala de aula, o professor deve procurar alterar essas condições pré-existentes, Rief (2001, p.01)
Rief (2001, p.01), ainda sugere:
Criar um ambiente seguro, reduzindo o medo e o stress.
Estabelecer uma rotina previsível (não difícil de adaptar-se à novas situações);
Ajustar os fatores ambientais (temperatura, iluminação, móveis, estímulos visuais, etc.);
Aumentar as oportunidades de movimentação física;
Proporcionar mais escolhas e opções a fim de provocar interesse e motivação;
As regras, limites e procedimentos a serem seguidos devem ser claramente definidos, ensinados e praticados;
A supervisão deve ser mais frequente;
Ensinar estratégias de auto controle (relaxamento, visualização, respiração profunda, resolução de problemas, auto monitoramento);
Proporcionar acomodações e adaptações segundo a necessidade;
Principalmente usar voz calma, bem como uma tranquila linguagem corporal – requisitar, redirecionar e corrigir de maneira eficiente e respeitosa, entre outros.
As recomendações ao professor são de muita eficácia em relação a aceitação do aluno em desenvolvê-las, basta que seja fiel as recomendações.
• Explique o aluno o seu problema;
• Não o pressionar com o tempo, nem estabeleça competições com os outros;
• Manter a rotina constante e previsível;
• Evitar mudar de horários o tempo todo;
• Deixar claro o que é esperado dos alunos desde o primeiro dia, falando de maneira explícita;
• Percepção e valorização de outras habilidades;
• Ensinar a esta criança pequena coisas como cartões de lembrete;
• Expressar-se claramente, de modo conciso e, de preferência, apresentar aquilo que está sendo dito também sob forma visual (slides, quadro negro, pôsteres, figuras grandes);
• Eventualmente introduzir novidades, desde que isso seja feito com preparo prévio (evite improvisações).
• Trava-língua e outras dicas que servirão de estímulos para desenvolvê-lo a memória.
A criança ou adulto com hiperatividade e déficit de atenção está aqui, ali, em todo lugar, fica tamborilando, batendo os pés movimentando-se, cantando, assobiando, olhando aqui e ali, coçando-se, espreguiçando, rabiscando e as pessoas acham que ela não está prestando atenção.
Ela se perde no tempo, as coisas acontecem todas ao mesmo tempo. Mesmo assim são capazes de prestar muita atenção "hiperfocalizar" o que o interessa, o fato é que não prestam atenção a "alguma coisa", mas prestam atenção a "todas as coisas".
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Barkley, Russell A - ADHD and the Nature of Self-control, National Occupational Stress Conference, June 1994, New York: The Guilford Press, 1997.
BARKLEY, Russell A. Transtorno e Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH): Guia completo para Pais, Professores e Profissionais da Saúde.Tradução de Luis Sérgio Roizman. Porto Alegre: Artmed, 2002.
FABRÍCIO, N. (2004). TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperactividade. Disponível em: www.psicopedagogiaonlineportaldaEducaçãoeSaúdeMental.html (08/03/08).
GARCIA, I. (2001). Hiperactividade. Prevenção, avaliação e tratamento na infância. Lisboa: McGraw-Hill.
LEWIS, Melvin. Aspectos Clínicos do Desenvolvimento na Infância e na Adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
ROHDE, Luis Augusto & MATTOS, Paulo. “Princípios e Práticas em TDAH, O processo Diagnóstico: Integrando os Critérios Operacionais”, p.153, Ed Artmed,2003.
ROHDE,L.A.P. &BENZIK, E.B.P. Transtorno e Déficit de Atenção e Hiperatividade: O que é? Como Ajudar?.Porto Alegre: Artes Médicas,1999.
SILVA, Maria de Lurdes R.L. Uma Atitude Diante de Alunos Hiperativos, Mundo Jovem, Ed. PUCRS, n° 347, 2004.
SILVA, Carmem Virgínia Moraes da. Afinal, O Que è Hiperatividade? Mundo Jovem, Ed. PUCRS, n°338, 2003.
Sites:
BALLONE, G.J. http://gballone.sites.uol.com.br/infantil/tdah.html. ”Transtorno de Atenção e Hiperatividade”,08/09/2006
SANTOS, Lucy. http://www.autistas.org/tdah.html “Compreensão, Avaliação e Atuação: Uma Visão Geral sobre o TDAH”, 08/09/2006.
Professora da Rede Pública, formada na UNEMAT em Pedagogia, Pós-graduada em Psicopedagogia, Educação Infantil e séries Iniciais pelas Faculdades Integradas de Várzea Grande/MT.