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O LÚDICO COMO RECURSO PEDAGÓGICO
Nilza Maria Centa
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo conhecer a concepção dos professores quanto à importância de trabalhar o lúdico na Educação Infantil, tendo como ponto de partida os trabalhos realizados no contexto escolar. Buscou como problemática saber qual a concepção de um grupo de professores que trabalham com Educação Infantil acerca da importância de se trabalhar o lúdico com os alunos.

A INTERDISCIPLINARIDADE DO LÚDICO
O brinquedo é uma oportunidade de desenvolvimento, brincando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades. O brinquedo estimula a iniciativa e a autoconfiança, proporcionando aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração da atenção. Velasco (1996, p. 116), diz em seu livro Brincar: o despertar psicomotor que:
A criança que brinca se tornará um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente, suportará melhor as pressões da vida adulta e terá mais criatividade para solucionar os problemas. Na criança a falta da atividade lúdica pode deixar marcas profundas, e muitos dos problemas apresentados em consultórios médicos ou psicológicos surgiram pela provação desse trabalho infantil.
Portanto, brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. O brinquedo espontâneo pode ser considerado sob dois aspectos: auto-expressão e auto-realização. Em nível de auto-expressão estão às atividades livres, construções, dramatizações, música, artes plásticas, etc. Em nível de auto-realização, o brinquedo organizado, ou seja, aqueles que têm uma proposta e, portanto requer determinado desempenho:
No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além do que é na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento. (Velasco, 1996, p. 117).
A interdisciplinaridade é uma forma de congregar saberes, se realiza com uma forma de ver e sentir o mundo, de estar no mundo. Se o professor for capaz de perceber, de entender as múltiplas implicações que se realizam, ao analisar um acontecimento, um aspecto da natureza, isto é, o fenômeno dimensão social, natural ou cultural. Se for capaz de ver e entender o mundo de forma holística, em sua rede infinita de relações, em sua complexidade, também se tem a capacidade de perceber uma educação não fragmentada, onde o universo é o próprio aluno e não o currículo a ser desenvolvido.
Jogo e a brincadeira estão presentes em todas as fases da vida dos seres humanos, tornando especial a sua existência. De alguma forma o lúdico se faz presente e acrescenta um ingrediente indispensável no relacionamento entre as pessoas, possibilitando que a criatividade surja.
A ludicidade tem conquistado um espaço no panorama da educação infantil. O brinquedo é a essência da infância e seu uso permite um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento e também a estimulação da afetividade na criança. A criança estabelece com o brinquedo uma relação natural e consegue extravasar suas angústias e paixões; suas alegrias e tristezas; suas agressividades e passividades.
O lúdico é um grande recurso para o desenvolvimento das capacidades dos alunos que merece uma atenção especial por parte dos educadores e pais, pois através dele que a criança desenvolve sua inteligência, praticada com emoção e prazer. É nas brincadeiras que ocorre a descoberta de si mesmo e do outro. Não há dúvidas de que é no ato de brincar que a criança apropria-se da realidade atribuindo-lhes significado. Por isso, o professor deve saber escolher brincadeiras adequadas para que a aprendizagem da criança ocorra de maneira agradável e compreensível.
REFERÊNCIAS
GARCIA, Regina Leite. Uma Orientação Educacional Nova - para uma nova escola. São Paulo: Ed. Royola, 1992.
GONÇALVES, Cleber Vicente e Souza, Lucia de Souza. Manual Para Orientação de Padronização e Normatização de Trabalhos Acadêmicos do UGB- 2. ed. rev. e ampl. 2007
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneira, 1996.
VELASCO, Cacilda Gonçalves. Brincar: o despertar psicomotor. Rio de Janeiro: Spront, 1996.

Professoras:
Antônia da Silva Mendes Hoffman,
Pedagoga e pós graduada em Psicopedagogia, Educação Infantil, e Alfabetização.
Antonio José Molina de Castro
Professor de Educação Física.
Brunna Adriana de Carvalho Campos
Pedagoga.
Nilza Maria Centa Favero
Pedagoga e pós graduada pós graduada em Psicopedagogia, Educação Infantil, e Alfabetização.