LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Katiuscia dos Passos Martins
Maria Neusa de Araújo Mendes
RESUMO
Este artigo cientifica é resultado de uma pesquisa realizada que teve por objetivo geral averiguar métodos seguros para introduzir a ludicidade no processo ensino-aprendizagem na Educação Infantil. Para o problema proposto foram: de que maneira podemos propiciar métodos para introduzir a ludicidade na aprendizagem das crianças na educação infantil? Justifica-se tal escolha do tema, que, por meio da atividade lúdica a criança interage com o mundo e consigo mesmo, construindo conhecimentos e estabelecendo relações sociais. Sendo importante também, a formação e aperfeiçoamento do professor-educador e de seu compromisso frente ao processo de construção do conhecimento. Para tanto, foram consultados livros, textos, artigos que contou com a prática de autores renomados. Desta forma, esta pesquisa tomou por metodologia à importância do lúdico no ato de ensinar, conceituando-o na perspectiva da criança, sendo visto como algo natural em sala de aula, que dá ao aluno a oportunidade de sonhar, fantasiar e viver como criança de verdade. Ao ser elaborado este estudo, foi possível notar o quanto é importante refletir sobre essa forma de ensinar através de meios diferenciados como brinquedos, jogos e brincadeiras, na qual fazem parte do lúdico e que deve ser aplicado em sala de aula pelos professores. O lúdico permite novas maneiras de ensinar, associado a fatores como: capacitação dos profissionais envolvidos, infra-estruturar, pode-se obter uma educação de qualidade, capaz de ir ao encontro dos interesses essenciais à criança, pois as atividades lúdicas não são somatórias, mas sim fazem parte do processo de aprendizagem.
Palavras-chave: Ludicidade, Criança, Educação.
ABSTRACT
This scientific article is the result of a research carried out that had as general objective to investigate safe methods to introduce playfulness in the teaching-learning process in Early Childhood Education. For the proposed problem were: how can we provide methods to introduce playfulness to children's learning in early childhood education? Such a choice of theme is justified, that through play activity the child interacts with the world and with himself, building knowledge and establishing social relations. Also important is the formation and improvement of the teacher-educator and his commitment to the process of knowledge construction. For that, were consulted books, texts, articles that had the practice of renowned authors. In this way, this research took as a methodology the importance of the playful in the act of teaching, conceptualizing it in the perspective of the child, being seen as something natural in the classroom, which gives the student the opportunity to dream, fantasize and live as a child of truth. When this study was elaborated, it was possible to notice how important it is to reflect on this way of teaching through different means such as toys, games and games, in which they are part of the ludic and that should be applied in the classroom by the teachers. The ludic allows new ways of teaching, associated with factors such as: training of the professionals involved, infrastructure, quality education can be achieved, able to meet the interests essential to the child, as the activities are not summoned but ludic part of the learning process.
KEY WORD Ludedom, Child, Education.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de TCC do curso acadêmico de Licenciatura em Pedagogia pretende mostrar pontos essenciais que define a importância do lúdico na infância da criança, tendo como objetivo geral analisar tal questão como forma de aprendizagem orientada no recurso pedagógico na educação infantil. Levando os professores a instrumentalizar a sua prática docente, por meio da construção de recursos didáticos, no papel que a ludicidade exerce para o desenvolvimento da personalidade da criança.
Para esta pesquisa, na Delimitação do Tema, será destacado que as brincadeiras, os brinquedos e os jogos são fundamentais para o universo da
Criança, pois as atividades lúdicas são de extrema importância para o desenvolver sadio das crianças, bem como para a assimilação de conhecimentos.
Para o problema proposto, destaca-se: de que maneira podemos propiciar métodos para introduzir a ludicidade na aprendizagem das crianças na educação infantil?
Justifica-se a escolha do tema em questão, pelo fato que a criança, por meio da atividade lúdica interage com o mundo e consigo mesma, construindo conhecimentos e estabelecendo relações sociais. Sendo relevante também, a formação e aperfeiçoamento do professor-educador e de seu compromisso frente ao processo de construção do conhecimento.
Pensar na educação e no desenvolvimento de uma criança requer reflexão e esforço. Portanto, este trabalho tem como interesse melhor compreender esta concepção, como contexto privilegiado da aprendizagem infantil, etapa esta, que é possível assimilar o aprender com o ato de brincar.
UM OLHAR SOBRE A HISTÓRIA DA LUDICIDADE
Brincadeiras, brinquedos e jogos, fazem parte do universo da criança, pois se fazem presentes na humanidade desde o princípio, e estas atividades se relacionam em diversos tempos, conforme o contexto histórico e social que cada criança está inserida. Ou seja, a brincadeira, com o passar dos tempos, é reinventada com o poder da criação e imaginação de cada criança. A Proposta Curricular de Santa Catarina (1998, p. 21), define que:
A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo social em que se desenvolve, mas também o marca.
As brincadeiras ocorridas em tempos anteriores integravam a cultura de uma determinada sociedade. Evidências mostram que foram encontrados bonecos nos túmulos das crianças na Grécia, no século IV a.C., o que prova que há referências desde a antiguidade de brincadeiras e jogos.
Wajskop (2007) relata que a brincadeira era utilizada na antiguidade como objeto de ensino, e que somente depois de se romper o pensamento romântico da época, é que se deu valor a necessidade do ato de brincar. Anterior a esta fase, os povos viam as brincadeiras como algo contrário ao trabalho e como sinônimo de desprezo ao que se considerava sério.
A idade para as brincadeiras é na infância. Por meio delas, a criança realiza seus desejos particulares, suas necessidades, seus interesses, sendo uma forma privilegiada de se inserir na realidade, pois expressa a forma como a criança ordena, reflete, destrói e reconstrói seu universo. Portanto, desde muito cedo, a criança desenvolve interações com os adultos. A partir da 17° semana no ventre da mãe, o bebê consegue desenvolver o ato de brincar com o cordão umbilical através de toques, puxões, apertos, e assim, interage com alguma coisa.
Conforme Machado (2003, p. 8).
A mãe também brinca com seu bebê mesmo antes de ele nascer, pois fica imaginando como será ser mãe, e associa as lembranças de quando brincava com sua boneca. Assim, quando o bebê nasce, já há uma relação criada da mãe para com o bebê e do bebê para com a mãe, pois esse reconhece sua voz. No princípio, a relação acontece como se o bebê fosse o brinquedo de sua mãe e ao interagir com ele diariamente, a criança vai aprendendo a linguagem do brincar e se apropriando dela.
A criança por desenvolver interações com os adultos desde muito cedo, coloca em ação sua experiência sócio histórica com o mundo que elas criam. Os filhos quando são incentivados pelos pais durante algum tipo de brincadeira, estes estão auxiliando seus filhos para que passem de um período de desenvolvimento para outro.
É errado pensar que a criança é vulnerável e apenas um mero aprendiz, por que podemos considerá-la sim, tão sujeito quanto um adulto. Conforme Perroti(1990), infelizmente é normal considerar que a criança não tenha sua própria cultura. A sociedade sempre negou que a criança possua um lugar ativo na cultura, e é essa afirmação exigida pelo sistema que almeja especificar os indivíduos conforme o grau quantitativo de produção que eles mantenham/mantém.
Nossa organização social é de tal modo “autocêntrica”, que nossas reflexões sobre a criança e seu universo cultural correm sempre o risco de, repetindo a organização social, situar a criança em condição passiva face à cultura. Pensamos sempre na criança recebendo (ou não recebendo) cultura, e nunca na criança fazendo cultura ou, ainda, na criança recebendo e fazendo cultura ao mesmo tempo. (PERROTI, 1990, p.18)
Assim, podemos encontrar os mesmos brinquedos e brincadeiras, gestos e coreografias em diferentes culturas, porém, estas podem ocorrer de formas diferentes. Um exemplo é a brincadeira de roda, que é exercida em diferentes culturas, e que se modifica a cada contexto social e a traços culturais de cada sociedade.
Carvalho (2007, p. 3), enfatiza que:
As culturas infantis são construídas por um conjunto de formas, significados, objetos, artefatos que conferem modos de compreensão simbólica sobre o mundo. Ou seja, brinquedos, brincadeiras, músicas e histórias que expressam o olhar infantil, olhar construído no processo histórico de diferenciação do adulto. Os brinquedos e brincadeiras elaborados e vivenciados pelas crianças ao longo da história da humanidade são, portanto, objeto de estudo que surgem à medida que entendemos a infância como categoria geracional sociologicamente instituída e produtora de uma cultura própria.
No texto acima,as brincadeiras e jogos retratam meios singulares, especialmente quando as crianças entendem e percebem o mundo que as rodeiam.
As crianças brincam com brincadeiras que foram transmitidas de geração para geração, que as diferem por classes sociais adversas, rompendo barreiras de tempo e espaço. Brincadeiras que foram ensinadas pelos avós aos pais, como pular corda, pipa, bola de gude, ainda são reproduzidas pelas crianças até hoje, na qual mostra transcender fronteiras em culturas diferentes, mesmo que tais brincadeiras possam ser melhoradas.
Para compreender a ludicidade como fenômeno cultural e histórico, é essencial entender que as crianças percebem o mundo que as cerca através de experimentos que adquirem quando brincam e se relacionam com as demais crianças e adultos, elaborando e vivenciando assim, novas emoções.
AS IMPLICAÇÕES DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Ao resgatar o lúdico como processo educativo, se demonstra que ao trabalhar em sala de aula ludicamente, não está se eximindo da seriedade e das relevâncias que os conteúdos representam. As atividades lúdicas são imprescindíveis para a apreensão dos conhecimentos e para o desenvolvimento sadio das crianças, pois viabilizam o desenvolver da imaginação, da percepção, dos sentimentos e da fantasia. Através da ludicidade, a criança tem a oportunidade de comunicar-se com o mundo e consigo mesmo, estabelecendo relações sociais e construindo conhecimentos para se desenvolver integralmente.
Conforme relata Sneyders (1996, p. 36), “Educar é ir em direção à alegria”, ou seja, este autor dá ênfase na aprendizagem com as atividades lúdicas, onde ressalta que a criança deve aprender com entretenimento e prazer. É importante ressaltar que a educação lúdica está longe do conceito ingênuo de passatempo ou diversão superficial.
Almeida (1995, p.11) diz que,
A educação lúdica é uma ação inerente na criança e aparece sempre como uma forma transacional em direção a algum conhecimento, que se redefine na elaboração constante do pensamento individual em permutações constantes com o pensamento coletivo.
Assim, é essencial se utilizar de brincadeiras e jogos no processo pedagógico, pois os conteúdos podem ser transmitidos por meio de atividades predominantemente lúdicas que demonstra toda a importância na educação infantil, onde possibilita prazer, vida e significado ao processo de aprendizagem.
Vygotsky desenvolveu muitas teorias sobre este assunto, na qual procurou compreender os avanços das causas psicológicas no decorrer da história da existência humana, e considerou a particularidade de cada indivíduo que está imerso no meio cultural e social que o define. Ele afirma ainda, que o brinquedo auxilia a desenvolver o que difere ação de significado.
É na brincadeira que a criança consegue vencer seus limites e passa a vivenciar experiências que vão além de sua idade e realidade, fazendo com ela desenvolva sua consciência. Dessa forma, é na brincadeira que se pode propor à criança desafios e questões que a façam refletir, propor soluções e resolver problemas. Brincando, elas podem desenvolver sua imaginação, além de criar e respeitar regras de organização e convivência, que serão, no futuro, utilizadas para a compreensão da realidade. A brincadeira permite também o desenvolvimento do autoconhecimento, elevando a auto-estima, propiciando o desenvolvimento físico-motor, bem como o do raciocínio e o da inteligência (VIGOTSKY, 1984, apud WAJSKOP, 2007).
O ato de brincar é aprender, e é brincando que se encontra o eixo do que mais tarde permitirá à criança aprendizagens mais preparadas. Nota-se então, que o lúdico se revela como uma ferramenta educacional que confronta as dificuldades com o método de ensino-aprendizagem.
Outro ponto a salientar, é que através do ato de brincar, a criança reproduz seu cotidiano, isto é, possibilita que a aprendizagem aconteça de forma natural, auxiliando na construção da criatividade, autonomia e reflexão. Vygotsky (1998) fala que o jogo e a brincadeira transformam a criança por meio da imaginação, e que se beneficiando através do contexto lúdico, proporcionará à criança a possibilidade de fazer uso da criatividade, na qual firmará sua personalidade e o controle de si mesmo. Por intermédio da brincadeira, também se tem a oportunidade de distender faculdades que são primordiais para a futura vida profissional da criança, como a prática de concentração, atenção, afetividade, entre outras.
Winnicott também defende a atividade lúdica como forma de expressão ao que considera:
É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre seu eu. (WINNICOTT, 1975, p. 89).
Assim, se entende que nesta etapa, a criança está liberta e despreocupada, e que suas aptidões e condutas, ocorrem de forma espontânea.
Rosamilha (1979, p. 77), também dá sua contribuição em relação ao lúdico quando cita:
A criança é, antes de tudo, um ser feito para brincar. O jogo, eis aí um artifício que a natureza encontrou para levar a criança a empregar uma atividade útil ao seu desenvolvimento físico e mental. Usemos um pouco mais esse artifício, coloquemos o ensino mais ao nível da criança, fazendo de seus instintos naturais, aliados e não inimigos.
A prática do brincar não está somente no brinquedo, mas sim, na forma intangível que a criança apresenta e no tipo de ação que realiza no momento da brincadeira. O brincar se altera a cada passo evolutivo que a criança apresenta, sendo importante que lhe seja dada a chance de descobrir todas as etapas deste processo.
Conforme, Vygotsky (1998, p.130):
A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança; pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e ao mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se as regras e, por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia à ação impulsiva constituiu o caminho para o prazer do brinquedo.
O poder que a ludicidade exerce, é da exploração real do mundo externo e do aprendizado, na qual estimula a função sensorial, emocional e motora. As brincadeiras expandem o lado intelectivo das crianças, e o mais importante, desenvolvem meios para que as crianças possam evidenciar circunstâncias emocionais e confrontos sentidos no seu dia a dia. Desta forma, quando elas brincam, aprendem a respeitar limites e regras, pois todos nascemos em uma sociedade traçada por regras sociais, na qual temos que nos adaptar.
Aberastury(1972) ressalta que por meio do lúdico, a criança consegue expulsar seus medos e suas angústias. E através das brincadeiras, ela relembra de forma ativa tudo o que lhe causou sofrimento de forma passiva, conseguindo alterar um final que lhe foi desagradável, permitindo relações que seriam negadas na vida real.
As contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança. (NEGRINE, 1994, p. 19)
Quando a criança brinca, ela está aprendendo, e neste ato, gera um espaço para pensar, pois ela avança no raciocínio, consegue estabelecer contatos sociais, desenvolver o pensamento, compreender o meio em que vive, desenvolvendo suas habilidades e criatividade. As interações que os jogos e as brincadeiras oferecem, dá a oportunidade de a criança superar o egocentrismo, desenvolver a empatia e a solidariedade.
Melo & Valle (2005) comentam que brincar de forma livre e prazerosa permite que a criança seja levada a uma espera imaginária, a um mundo de faz de conta consciente, mas que é capaz de apresentar relações que observa em seu cotidiano, na qual vivencia simbolicamente diferentes papéis e exercita sua capacidade de abstrair e generalizar.
Assim, vê-se que a principal função da brincadeira é proporcionar a criança trocas de sentimentos como alegria, prazer, se sentir realizadas com o alcance de seus desejos, mas também, pode levar a sentimentos de frustrações. Estas explosões de sentimentos ajudam a criança a construir sua personalidade e a administrar seus anseios.
Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos. (GARDNEI apud FERREIRA; MISSE; BONADIO, 2004)
Por meio das atividades lúdicas, a criança é capaz de estabelecer elementos distintos e significativos, desenvolver sua capacidade de abstração e dar início a sua independência para agir conforme o que vê, atuando com diferentes significados por mera percepção dos objetos. Os jogos dependem da fantasia e é a partir daí, que a imaginação traça passagem à abstração, sendo imprescindível que a escola também absorva a necessidade deste processo imaginativo na criação do pensamento abstrato.
Entretanto, não se pode deixar de ressaltar que, em virtude das alterações da realidade econômica, o lúdico acaba sendo extraído do universo de muitas crianças. Vemos que cada vez menos as crianças brincam por razões adversas como o amadurecimento precoce, o excesso de atividades como natação, ginástica, aulas de línguas, e até mesmo são trocadas por atividades como os jogos de computadores, os programas de televisão. Brougére (1995, p.50) fala que: a televisão transformou a vida e a cultura da criança, as referências de que ela dispõe. Ela influenciou, particularmente, sua cultura lúdica.
Todos os elementos citados acima tomam praticamente o tempo da criança e, no momento de brincar, quando sobra algum tempo, muitas vezes permanecem horas em frente à televisão se divertindo com jogos e brinquedos eletrônicos e virtuais, onde a liberdade de agir e as interações sociais ficam demarcadas pelo próprio brinquedo. O ponto mais negativo disso tudo, é que a televisão e tais jogos eletrônicos e virtuais, fazem praticamente tudo pela criança, pois se movimentam e muitas vezes até falam, e assim, sobra muito pouco tempo para o faz de conta.
Em virtude do uso excessivo da mídia dentro dos lares e os pais estarem cada vez mais ocupados com seu trabalho, acabam se eximindo deste controle, e assim se esquecem da importância do brincar. Vemos que as crianças estão cada vez com menos tempo para o lúdico, o que é preocupante, pois as crianças irão se transformar em “mini adultos”, deixando de lado a criatividade, o desenvolvimento lógico e casual, a criatividade e a alegria de brincar.
Infelizmente a mudança que ocorre no mundo, acaba influenciando negativamente no tempo, espaço e na atuação dos pais no brincar com seus filhos.
Para Carneiro e Dodge (2007), diante desta problematizarão, podem-se evidenciar alguns espaços para serem repensados para que as crianças consigam desempenhar livremente suas brincadeiras, sendo elas: observar a natureza, levá-las a teatros, a museus, a brinquedoteca, a bibliotecas públicas. Ou seja, explorar mais o mundo cultural com as crianças.
Freud (1973, p. 1344, apud MEIRA, 2004, p. 84), enfatiza:
Não haveremos de buscar já na criança as primeiras marcas da atividade poética? A ocupação favorita e mais intensa da criança é o jogo. Acaso seja lícito afirmar que toda criança que joga se conduz como um poeta, criando-se um mundo próprio ou, mais exatamente, situando as coisas de seu mundo em uma nova ordem, grata para ele. Seria injusto, neste caso, pensar que não toma a sério este mundo: pelo contrário, toma muito a sério seu brincar e dedica a ele grandes afetos. A antítese do brincar não é gravidade, senão a realidade. A criança distingue muito bem a realidade do mundo e seu brincar, apesar da carga de afeto com que o satura e gosta de apoiar os objetivos e circunstâncias que imagina em objetos tangíveis e visíveis no mundo real. Este apoio é o que ainda diferencia o “brincar” infantil do “fantasiar”.
É com base nesse pensamento que se pode dizer que propiciar à criança possibilidades e espaços para que ela possa expor seus pensamentos, dar assas a sua imaginação, explorando sua criatividade, lhe dará a oportunidade de se desenvolver em sua totalidade e assim, ser a autora de sua própria história.
O LÚDICO COMO PROCESSO EDUCATIVO
Existem inúmeros motivos para que os professores aprovem e instiguem o ato de brincar na Educação Infantil, pois é sabido de sua importância para o desenvolvimento afetivo, cognitivo, social e motor da criança. Conforme Vygotsky (1998, p. 126):
É no brincar que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não pelo dos incentivos fornecidos pelos objetos externos.
A aplicação de brincadeiras no meio pedagógico é indispensável, Ferreira, Misse e Bonadio (2004), enfatizam que a ação de brincar tem que ser um dos eixos primordiais na organização escolar, pois a sala de aula se torna mais engrandecida de desenvolvimento criativo, intelectual e motor.
Compreende-se que educar ludicamente não é lançar conteúdos empacotados para que o professor os consuma passivamente. Educar é uma ação planejada e consciente, que precisa seduzir as crianças para o prazer de conhecer. Da mesma forma, que a escola precisa enfatizar seu sentido: um local de satisfação, de prazer intelectual e alegria.
Portanto é necessário que educadores repensem sua prática pedagógica, substituindo a inflexibilidade pela passividade, alegria e pelo entusiasmo de aprender.
A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio. (ALMEIDA, 1995, p. 41)
Faz-se necessário refletir sobre a ação educativa que leve em consideração as relações entre a escola, lazer e o processo educativo, sendo um caminho importante a ser trilhado em busca de um novo futuro para as escolas. Por isso, se vê como positiva a presença de atividades lúdicas nas escolas, como processo pedagógico na apresentação dos conteúdos e também, como técnica educativa. Vygotsky (1998) ressalta que o conhecimento construído por intermédio do lúdico, implica em uma escola mais democrática e autônoma.
O experimento da aprendizagem tende a se concretizar em um processo que seja vivenciado com prazer, desta forma, a brincadeira e o jogo são experiências prazerosas. E a escola valorizando as atividades lúdicas, auxilia a criança a formar conceitos em que a afetividade é acolhida, a criatividade pode ser estimulada e os direitos das crianças respeitados.
A escola também é um ambiente onde se concede expansão cultural e, se essa técnica do brincar for explorada corretamente com a criança desde cedo, estas, no decorrer de suas vidas, conseguiram expressar seus desejos e vontades, bem como, lidar com situações adversas e inesperadas, para conseguir agir de forma independente na sua vida adulta.
As brincadeiras nas escolas são amparadas pela Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, inscrita no Estatuto da Criança e do Adolescente, onde no capítulo II, Art. 16°, Inciso IV, nos deparamos com o ponto que diz que toda a criança tem o direito de brincar, de praticar esportes e se divertir. Desta forma, vemos inúmeras questões para que a ludicidade seja estimulada pelo educador em sala de aula, que por sua vez, alcançará objetivos que beneficiará a criança no sentido de favorecer e aguçar sua concentração e observação, e indo mais além, as crianças conseguem desenvolver também seus músculos, se movimentam no espaço, crescem e descobrem seu próprio corpo.
Portanto, como foi visto anterior, é indicado que todos esses benefícios que as brincadeiras trazem, sejam reforçados no âmbito escolar desde a infância, para que a brincadeira possa auxiliar no aprendizado, acelerando a criatividade, e desta forma, atuar diretamente na construção do conhecimento. Para tanto, os educadores tem de prestar atenção para a atividade lúdica, elaborando contextualizações para as brincadeiras, de forma que, através da investigação do brincar, os professores sejam capazes de entender a real necessidade de cada criança, seus níveis de desenvolvimento, para a partir daí, preparar suas ações pedagógicas.
Conforme Melo e Valle (2005, p.17):
É por meio do brinquedo e de sua ação lúdica que a criança expressa sua realidade, ordenando e desordenando, construindo e desconstruindo um mundo que lhe seja significativo e que corresponda às necessidades intrínsecas para seu desenvolvimento global. O brincar estimula a criança em várias dimensões, como a intelectual, a social e a física. A brincadeira a leva para novos espaços de compreensão que a encorajam a prosseguir, a crescer e a aprender.
É importante ressaltar que os professores juntamente com a equipe pedagógica devem proporcionar aos alunos espaços oportunos na escola para que elas possam brincar, tendo a possibilidade de criação, pois quando a criança se envolve com o jogo e a brincadeira, ela reconstrói cenas do seu dia a dia que a marcam, construindo assim, sua própria história. As crianças que tem por hábito o brincar de faz-de-conta,tem mais facilidade em dividir e cooperar com as demais crianças e a serem mais bem-dispostas do que aquelas que não têm o costume de brincar de forma imaginativa.
Segundo relata Cunha (1994)a brincadeira é um atributo indispensável na vida da criança, porque é bom, traz felicidade e é prazeroso. Estar pré-disposto a ser feliz, a partilhar fraternalmente, são pontos positivos que esta atividade traz.
O trabalho escolar decorrente da ludicidade abre caminhos que envolvem todos em uma proposta integracionista, que oportuniza o resgate de cada potencial. Ou seja, a partir daí, cada educador pode suscitar estratégias lúdicas para estimular seu trabalho que será mais significativo, produtivo e prazeroso, conforme enfatiza Marcellino (1990, p. 126): “É só do prazer que surge a disciplina e a vontade de aprender”.
A criança se prepara para a vida por meio da atividade lúdica, assimila a cultura do meio em que vive, e se integra a ela, encaixando-se às circunstancias que o mundo lhe oferece e assim, aprende a competir, a viver como um ser social e a cooperar com seus semelhantes. Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras, além de possibilitar diversão e prazer, podem retratar desafios e causar pensamentos reflexivos na criança. Desta forma, nota-se que realmente a ludicidade dá aos alunos a oportunidade de terem experiências concretas que são imprescindíveis às abstrações e operações cognitivas.
Estamos inseridos numa sociedade moderna, onde os pais, devido ao trabalho, acabam tendo pouco tempo para brincar e ficar juntos de seus filhos. E muitas vezes a escola acaba sendo a única opção de transferência de cultura, onde as crianças se deparam com lugares para brincar, e encontram professores que tem a incumbência de ensinar e redescobrir as brincadeiras populares.
A brincadeira se caracteriza por alguma estruturação e pela utilização de regras. A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva quanto individual. Na brincadeira a existência das regras não limita a ação lúdica, a criança pode modificá-la, ausentar-se quando desejar, incluir novos membros, modificar as próprias regras, enfim, existe maior liberdade de ação para as crianças (ALMEIDA, 2005, p. 5).
Quando a criança está brincando, pode-se dizer que está ocorrendo à atividade lúdica, na qual é necessária para desenvolvê-la, porque são ações primárias que oportunizam benefícios nos aspectos social, físico e intelectual. Dar importância ao lúdico na metodologia de ensino significa conceituá-lo na perspectiva da criança, sendo vista como algo natural na sala de aula, que dá ao aluno a oportunidade de sonhar, fantasiar e viver como criança de verdade. Desta forma, o professor pode se beneficiar do lúdico, porém, tendo sempre o discernimento das circunstancias que são apropriadas dentro da sala de aula, observando e sentindo qual a melhor maneira para auxiliar a criança no processo de aprendizagem.
Maluf (2003, p.19) enfatiza a importância do lúdico na Educação Infantil.
A Educação Infantil e o lúdico se completam, pois o brincar está diretamente ligado à criança, a recreação é parte integrante da rotina diária e ficar fora deste momento é impossível para os pequenos, porque “além de muitas importâncias o brincar desenvolve os músculos, a mente, a sociabilidade, a coordenação motora e além de tudo, deixa qualquer criança feliz.
A escola que trabalha com a Educação Infantil, deve propiciar aos alunos um ambiente fraterno, para que assim, consigam acolher suas necessidades com as atividades pedagógicas fundamentadas no lúdico, dando oportunidade as crianças de descobrirem o espaço, para conquistas de novas aptidões, pois segundo Bujes (2001, p.13):
A experiência da criança no contexto educativo precisa ser muito mais qualificada. Ela deve incluir o acolhimento, a segurança, o lugar para a emoção, para o gosto e para o desenvolvimento da sensibilidade.
Sendo assim, observar-se que as atividades lúdicas permitem a liberdade de ação e, por conseqüência, traz prazer que muito raro são encontrados em outras atividades escolares. Por isso que se faz importante ser estudados e pesquisados pelos educadores para que possam utilizá-los pedagogicamente como uma forma a mais em prol do desenvolvimento integral da criança.
A atividade lúdica é primordial para uma escola que se propõe não somente a ter sucesso pedagógico, mas também aquela que pretende formar cidadãos, pois a resultado imediato dessa atuação educativa é a aprendizagem em todas as proporções: relacional, social, cognitiva e pessoal.
METODOLOGIA
Com fundamento nos objetivos definidos desde artigo científico, foi que se realizou uma pesquisa bibliográfica, que contou com a atuação de autores renomados.
Conforme Demo (2000, p.39):
Pesquisar [...] é sempre também dialogar, no sentido específico de produzir conhecimento do outro para si, e de si para o outro, dentro de contexto comunicativo, nunca de todo devassável e que sempre pode ir a pique.
A pesquisa passa a ser, ao mesmo tempo, método de comunicação cabível e adequada, e conteúdo da comunicação, se for produtiva. Quem pesquisa tem o que comunicar. Quem não pesquisa apenas reproduz ou apenas escuta. Quem pesquisa é capaz de produzir instrumentos e procedimentos de comunicação. Quem não pesquisa assiste à comunicação dos outros.
Desta maneira, para desenvolvimento desta pesquisa, o estudo consistiu na leitura de teorias de autores consultados em variados livros, sites, artigos que perpassaram o objeto desse estudo, A Ludicidade na Educação Infantil, tendo como propósito embasar teoricamente todo o desenvolver deste artigo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento infantil se aplica em uma técnica elaborada respectivamente pela criança por meio de relações que ela vivencia, portanto, o lúdico é visto como exercício pedagógico mediado pelos educadores, na qual favorece para este desenvolvimento.
Além disso, a criança que brinca é muito mais feliz e tem a possibilidade de lidar com seus conflitos, medos e angústias, adquirindo conhecimentos sobre a realidade que está inserida. Conforme a pesquisa observa-se que a criança quando é estimulada a brincar desde os primeiros anos de vida, seja em casa pelos pais, ou na escola pelos professores, esta apresenta um nível de criatividade e desenvolvimento à frente das crianças que não dispuseram dos mesmos estímulos.
Ao ser elaborado este estudo, foi possível entender que quando uma criança brinca, joga, ela está instigando sua criatividade, levando-as a estimular seu imaginário, e também a acelerar seu potencial e suas habilidades. O ato de brincar é uma façanha natural da vida infantil, pois no momento em que a criança está brincando, ela trabalha com aspectos diversos como motor, o físico, o emocional, o cognitivo e constrói um elemento importante no processo de aprendizagem e desenvolvimento.
Nota-se que o lúdico está presente o tempo todo, pois o brincar é necessidade do ser humano, e no âmbito escolar, este tem maior relevância porque o ato de brincar é estimulante para a memória e oportuniza a aprendizagem, bem como o desenvolvimento social, pessoal e cultural.
Sendo assim, ao estabelecer relações entre os dados, vêem-se os benefícios que o lúdico proporciona em sala de aula, sendo uma alternativa para que se melhore o intercâmbio de ensino-aprendizagem, pois este pode ser considerado uma ponte que auxiliará na melhoria de resultados por parte dos professores interessados em promover mudanças. Mediante a importância do lúdico, percebe-se que existem muitos caminhos a serem trilhados e discutidos sobre este assunto, na qual se espera que educadores compreendam sua relevância, e percebam como esta tática pode se tornar uma aliada em seu trabalho, para juntamente com os alunos, obter resultados positivos provenientes do uso destes recursos.
REFERÊNCIAS
ABERASTURY, Arminda. A criança e seus jogos. Petrópolis: Vozes, 1972.
ALMEIDA, Danielle Barbosa Lins de. Sobre brinquedos e infância: aspectos da experiência e da cultura do brincar. Educ. Soc. Campinas – SP – 2006.
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo, SP - Loyola, 2003.
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