ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)
Cleydson da Silva
Daiane Ferreira Teza
Sergio Junior Bertucini
INTRODUÇÃO: Este artigo pode constatar que os problemas associados ao peso vêm crescendo muito nos últimos anos, observa-se também a preocupação de estudiosos em relação à subnutrição que embora nosso país esteja em franco desenvolvimento, ainda são relatados casos de crianças abaixo do peso ideal.
ÍNDICES DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS
Os problemas associados ao peso vêm crescendo muito nos últimos anos apresentando-se como uma epidemia global. O aumento dos casos de alterações na infância e na fase adulta está se tornando cada vez mais preocupantes, pois as estimativas dizem que cerca de 20% das crianças brasileiras estão obesas. Com o avanço da tecnologia, mais as crianças passam a maior parte do tempo em frente à televisão, vídeo game, computador e, além disso, o consumo de alimentos ricos em calorias associados com a inatividade física vem contribuindo muito para esse crescimento, e doenças que eram visíveis só na fase adulta já podemos constatar em crianças. Em outra vertente, observa-se também a preocupação de estudiosos em relação à subnutrição, que embora nosso país esteja em franco desenvolvimento, ainda são relatados casos de crianças abaixo do peso ideal.
Diante da pesquisa feita, podemos constatar que um bom relacionamento e a troca de informações geral podem contribuir para que diminua o crescimento dessa epidemia e a prevenção precisam-se começar logo nos primeiros anos de vida das crianças.
A avaliação do estado nutricional é de fundamental importância para investigar se uma criança está crescendo dentro dos padrões recomendados ou está se afastando dos mesmos, devido à doença ou às condições desfavoráveis de sobrevida. Medir o crescimento de uma criança é uma das maneiras mais eficientes de avaliar sua condição geral de saúde, possibilitando intervenções efetivas no sentido de restabelecer as condições ideais de saúde, evitando os danos provenientes de desnutrição. (Ceci V. Martins Doutora, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP).
Os períodos mais recentes para o início da desnutrição são nas series inicial a fase escolar, já os principais fatores estão associados a período curto de amamentação, a falta de ingestão de alimentos, distúrbios alimentares, relação familiar instável, além de problemas genéticos.
A desnutrição não deve ser encarada simplesmente como problema estético, pelo contrário, é um grave distúrbio de saúde que reduz a expectativa de vida e ameaça sua qualidade vida.
As crianças naturalmente começam a vida com um alto índice de gordura corpórea, mas vão ficando mais magras conforme envelhecem. Além disso, também há diferenças entre a composição corporal de meninos e meninas. E foi para poder levar todas essas diferenças em consideração que os cientistas criaram um IMC especialmente para as crianças, chamado de IMC por idade. Os médicos e demais profissionais nutricionistas usam um conjunto de gráficos de crescimento para seguir o desenvolvimento de crianças e jovens adultos dos 2 aos 20 anos de idade. (BARBIN, 2002).
O IMC por idade utiliza a altura, peso e idade de uma criança para determinar quanta gordura corporal ele ou ela tem e compara os resultados com os de outras crianças da mesma idade e gênero. Ele pode ajudar a prever se as crianças terão risco de ficar acima do peso quando estiverem mais velhas.
O (IMC) tem sido recomendado para se classificar o sobrepeso e a obesidade em Crianças e adolescentes, mostrando uma correlação positiva com a gordura corporal, seja ela, expressa em % de gordura ou peso de gordura (GALLAGHER et. al., 1996; PIETROBELLI et. al., 1998; MORABIA et. al., 1999), mas é na classificação das crianças e adolescentes que tem sido bastante utilizado pela facilidade de sua aplicação.
As crianças com deficiência de peso devem ser frequentemente encorajadas a comer, mesmo quando não tenham fome. Para isso, é importante estabelecer um número de refeições por dia adequado que incluam alimentos apetitosos (o apetite por certos alimentos varia de criança para criança e por isso é importante conhecer os hábitos alimentares dela) e forma de preparar. Essas refeições deverão ser feitas em horários programados e de forma tranquila, visto que a tensão nervosa frequentemente contribui para a deficiência de peso em algumas crianças. (FISBERG, 1998)
A desnutrição ou, mais corretamente, as deficiências nutricionais - pode ser o resultado de pouca alimentação ou alimentação excessiva. Ambas as condições são causadas por um desequilíbrio entre a necessidade do corpo e a ingestão de nutrientes essenciais. O mais comum na desnutrição é a pessoa não obter calorias suficientes na alimentação, ou ingerir uma dieta com deficiência de proteínas, vitaminas ou micronutrientes. (FISBERG, 1998)
Os tipos mais comuns de desnutrição incluem a proteico-energética e de micronutrientes. A desnutrição proteica energética é a inadequada absorção ou disponibilidade de energia e proteínas no organismo. Já a desnutrição de micronutrientes refere-se à falta de alguns nutrientes essenciais como vitaminas e sais minerais necessários em pequenas quantidades. Deficiência de micronutrientes ocasiona várias enfermidades e compromete o funcionamento normal do corpo. A deficiência de vitamina A reduz a capacidade de o organismo resistir a doenças. Deficiências de ferro, iodo e vitamina A são prevalentes e representam um desafio para a saúde pública. (BIRCH, 1995)
A avaliação rotineira e sequencial do crescimento e do desenvolvimento das crianças nos primeiros anos de vida continua sendo uma forma indireta, porém extremamente importante, para monitorar as práticas alimentares de crianças e, posteriormente, de adolescentes. A avaliação do crescimento ponderoestatural não só reflete as condições de saúde naquele momento, como também exerce papel fundamental na prevenção de doenças futuras. (STETTLER, 2002)
Dietz (1997) analisa que a detecção de possíveis alterações na composição corporal ainda durante a infância é uma grande aliada de médicos e pais, pois o autor analisa que intervenção precoce pode prevenir as possíveis complicações da obesidade. Assim, as modificações nos padrões alimentares e de atividade física, em geral, são mais aceitas pelas crianças e os hábitos alimentares são fixados neste período.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para averiguar profundamente as consequências que a desnutrição pode ter acarretado nos percentuais de crianças relacionadas a esse distúrbio, seria necessário uma investigação familiar, desde a vida intrauterina, até os dias atuais, e uma avaliação neurológica, capazes de apontar as sequelas geradas; já que essa desnutrição pode também ser algo passageiro, que em pouco tempo poderá ser revertida, e não trará grandes distúrbios.
Esse histórico da vida nutricional desde a fase gestacional poderia justificar futuros problemas de aprendizagem, devido possíveis déficits de atenção, sequelas motoras, capacidade de armazenar informações e disfunções neurológicas, por longa falta de alimentos; e buscar tratamento para possível reversão de alguns destes transtornos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBIN, J.M. e cols. Psicológica ajuste nos filhos de mães com histórico de transtorno alimentar. Eat Weight Disord 2002
BIRCH, L.L.; FISHER, J.A. Appetite and eating behavior in children. Pediatr Clin North Am; 1995;
DIETZ WH. Periods of risk in childhood for development of adult obesity - What do we need to learn? J Nutr, v. 127, 1997, pp. 1884-6.
FISBERG, M. e cols. Distúrbios do apetite na infância. IN: Distúrbios da Nutrição. Revinter, 1998.
(GALLAGHER et. al., 1996; PIETROBELLI et. al., 1998; MORABIA et. al., 1999)