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A IMPORTÂNCIA DO OLHAR PSICOPEDAGÓGICO NA LUDICIDADE PARA O BOM DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Angela Borba de Oliveira Prates da Silva
Claudia Pagliari
Juliana Aparecida dos Santos
Liliane Polo

RESUMO
Este artigo tem por objetivo explanar conteúdos condizentes ao olhar psicopedagógico na educação infantil I, com o tema: A importância do olhar psicopedagógico da ludicidade para o bom desenvolvimento da criança, pois sabemos que o corpo é o primeiro meio simbólico percebido pela criança. É com o seu corpo que ela vai se movimentar, conhecer e se relacionar com o mundo. Neste trabalho encontra se o relato de como a ludicidade é muito importante na educação infantil e não é um mero passa tempo. Percebemos que para nós, veio somente a acrescentar e enriquecer a nossa bagagem acadêmica com este artigo, onde tivemos muitas experiências novas, que muitas vezes pensávamos que a brincadeira era simplesmente uma brincadeira e não havia tanta importância para as crianças. A partir desta afirmativa, elaborou-se este artigo com a proposta de trabalhar com as crianças da pré-escola, tendo uma ligação muito ampla coma as necessidades e interesses destas, que buscam sempre coisas novas.

Palavras Chave: Psicopedagogia. Lúdico. Importância. Criança.

ABSTRACT
This article aims to explain content that is consistent with the psych pedagogical gaze in early childhood education I, with the theme: The importance of the psych pedagogical gaze of playfulness for the good development of the child, since we know that the body is the first symbolic means perceived by the child. It is with your body that it will move, know and relate to the world. In this work we find the report of how playfulness is very important in early childhood education and is not just a passing time. We realized that for us, it only added and enriched our academic baggage with this article, where we had many new experiences, that we often thought that the game was simply a joke and it was not so important for the children. Based on this statement, this article was elaborated with the proposal of working with preschool children, having a very broad connection with their needs and interests, always looking for new things.

Keywords: Psych pedagogy. Playful. Importance. Child.
 
INTRODUÇÃO
 
Falar sobre jogos e brincadeiras lúdicas na Educação Infantil é um desafio significativo, uma vez que se está buscando meios mais qualitativos para viabilizar uma proposta de aprendizagem que cative e que respeite a criança, e garanta - lhe condições necessárias de se desenvolver fisicamente, mentalmente e socialmente equilibradas.
Graças aos jogos e brincadeiras, a criança, tornando-se menos objetiva, se relaciona mais com seu exterior, o que facilita e seu total desenvolvimento, ou seja, de seus aspectos cognitivos, motores e afetivos incluindo a importância da totalidade do ser humano.
A educação como um todo não deixa dúvida da sua importância para a pessoa na sua individualidade, na família, na sociedade, no país e no mundo.
No processo educacional, cabe ressaltar a primazia da Educação Infantil que se bem qualificada é elemento desencadeador do desenvolvimento da criança, da construção de conhecimentos e base para aprendizagens subsequentes. Mal realizada, pode criar bloqueios, deixar marcas comprometedoras no processo cognitivo do indivíduo com reflexos na sua condição de cidadão.
Muitos estudos entre a psicopedagogia afirmam que a criança se desenvolve, no sentido de aprender, a partir do momento e que ela cria seu mundo mágico, seu universo de fantasia, seu faz – de – conta. E a partir dos jogos e brincadeiras lúdicas que as crianças começam a estabelecer normas, regras e padrões sociais. Na prática alguns educadores se preocupam essencialmente em garantir apenas o cumprimento dos componentes curriculares, fato que transforma o processo de aprendizagem em tanto quanto ameaçador e acaba por limitar a criatividade da criança, assim, esquecem-se de que a criança traz ao nascer, no processo interativo com as condições oferecida pelo meio ambiente, irão encaminhar o seu grau de desenvolvimento, sua maneira de sentir, pensar e agir.
Condições estas que implicam, dentre outras, da atenção dispensada a ela, de seu estado de saúde, de sua alimentação. Conciliando as condições necessárias do meio que exercem uma importância muito grande no intelectual da criança.
Assim, a Educação Infantil é uma etapa do desenvolvimento da criança, pois é o alicerce psicossocial da vida do ser humano.
 
O OLHAR  PSICOPEDAGÓGICO
Este artigo procurou retratar o olhar psicopedagógico sobre a importância das brincadeiras para o bom desenvolvimento da criança.
Sabendo-se que o lúdico é de suma importância para o ensino-aprendizagem e que é necessário que seja utilizado no cotidiano de todas as crianças para que se desenvolvam todas as coordenações necessárias ao crescimento físico e intelectual, também sendo de caráter social e cultural.
Segundo Poppovic (1968), “a prontidão para alfabetização significa ter um nível suficiente sob determinados aspectos para iniciar o processo da função simbólica que a leitura e a sua transposição gráfica que é a escrita” (Assunção José & Coelho, 1982, p. 5)
A principal característica é valorizar o lúdico fundamentando-se através de obras de educadores e estudiosos da educação e na minha vivência como educadora que estou me formando, sabemos que podemos ensinar e aprender de maneira prazerosa, enquanto proporcionamos o desenvolvimento da coordenação espacial, motora, viso motora, raciocínio lógico, percepção visual e aprendendo a obedecer a regras, sendo paciente cooperativo e desenvolvendo a socialização, criticidade e a integração dos alunos e professores, mostrando aos educadores a necessidade da brincadeira na escola para o bom desenvolvimento da criança.
Brincar é essencial à saúde física, emocional e intelectual do ser humano. Brincar é coisa séria, porque na brincadeira a criança se reequilibra inova suas emoções e sacia sua necessidade de conhecer e reinventar a realidade.
Vimos que a aprendizagem nos dias atuais exige-se escolas onde a criança desenvolva todas suas coordenações e habilidades de maneira satisfatória e prazerosa. Foi dentro desta perspectiva de inovação, atualização e de mudar a sala de aula para algo novo e atraente, colaborando para uma escola e sociedade melhor, foi que optei pelo tema “A importância da ludicidade para o bom desenvolvimento da criança”.
Vygotsky (1987), cita que é importante mencionar a língua escrita, como a aquisição de um sistema simbólico de representação da realidade. Também contribui para esse processo o desenvolvimento dos gestos, dos desenhos e do brinquedo simbólico, pois essas são também atividades do caráter representativo, isto é, utiliza-se de signos para representar significados.
 
“O desenhar e brincar deveriam ser estágios preparatórios ao desenvolvimento da linguagem escrita das crianças. Os educadores devem organizar todas essas ações e todo o complexo processo de transição de um tipo de linguagem escrita para outro. Devem acompanhar esse processo através de seus momentos críticos até o ponto da descoberta de que se pode desenhar não somente objetos, mas também a fala. Se quiséssemos resumir todas essas demandas práticas e expressá-las de uma forma unificada, poderíamos dizer o que se deve fazer é, ensinar às crianças a linguagem escrita e não apenas a escrita de letras” (Vygotsky, 1987, p.134)
 
            Segundo os psicopedagogos para a criança, o ato de brincar não é considerado uma perda de tempo, elas devem ser bem orientadas pedagogicamente para que as crianças possam se expressar suas culturas em sala de aula. É importante trabalhar a expressividade e a motricidade que a criança traz para a sala, para que ela tenha um bom aprendizado.
            Antes de ela entender que as palavras são usadas para representar objetos e ações, a criança precisa saber brincar (jogar), explorar e conhecer os objetos. Brincar significa então ser capaz de representar ações. Quando a criança imagina que um pedaço de papelão significa uma garagem, ela começa a simbolizar que certo objeto ausente (a garagem) pode ser representado por algo presente (o papelão).
            Esta representação ou simbolização pode ser considerada um pré-requisito para a linguagem. Logo a criança deve saber brincar e jogar de diversas maneiras e de forma apropriada, pois constitui algo essencial para o seu desenvolvimento e a sua comunicação efetiva.
            A escola, espaço privilegiado de vida e aprendizagem deve criar condições para o aluno realizar atividades lúdicas livremente e, ao mesmo tempo, poder emprega­­-la como estratégia de ensino-aprendizagem.
            Algumas vezes já observamos educadores e mães dizendo: Brinca direito menino! Será que há precisão no brincar? Há uma relação de passos a serem seguidos numa livre brincadeira? Salvos os jogos de regras que, como o próprio nome já diz, são regrados, não há precisão nenhuma na brincadeira.
            Ela é só isso: um fim em si mesmo, uma simples brincadeira.  Sua importância está verdadeiramente na ação de brincar e pronto. O que pode existir são normas, tempo e espaço predeterminados para que a brincadeira ocorra, mas que são, na verdade variáveis exteriores a brincadeira em si no usufruto do direito de brincar, a criança não precisa brincar direito. A polissemia do termo permite o trocadilho e a reflexão. Mesmo nos referidos espaços com normas e tempo predeterminados, brinquedoteca, lojas infantis, consultórios psicológicos e psicopedagógicos, salas lúdicas escolares, a criança tem o direito de não brincar direito, o que não impede, de forma alguma, a interpretação, a reflexão e o planejamento de sua ação lúdica, por parte dos chamados adultos mais experientes.
            Com este artigo percebi que chegamos num ponto bastante discutido na área educacional escolar ou não: a intencionalidade pedagógica perante a atividade lúdica infantil e a seriedade no tratamento do tema, ou seja, quem tem de saber que brincadeira é coisa séria é o adulto não a criança.
            Essa manifestação humana, o brincar, é altamente recomendável para a manutenção da saúde mental de crianças e adultos.
            Sabe-se que o papel do professor é fundamental, principalmente quando envolve o lado emocional e o físico da criança, pois através deste divertimento é onde ela se interessa  com o conteúdo concreto, este que vai abrir os valores que a criança terá como um incentivo à produção do seu conhecimento.
            Lúdico, que vem do latim ludere (ilusão) é o adjetivo que qualifica tudo o que se relaciona com o jogo ou brincadeira. É utilizado para caracterizar uma mentalidade, um comportamento ou uma ação que parece apresentar um ambiente ou evento no qual o real tem um estatuto semelhante ao que tem na brincadeira ou no jogo: de prazer e divertimento.
            O jogo é a própria atividade da criança pequena para gastar energia. Muda de natureza no decorrer do seu desenvolvimento.
            Pode ser de imitação (projeção de desenhos) ou de regras (jogo socializado, no qual o prazer está relacionado ao respeito às regras e ás dificuldades a serem vencidas ou ao ganho que aprova a competição).
            O jogo e a brincadeira são, com frequência, percebidos pelo adulto como oportunidades de certa liberdade ou, de forma deturpada, como sendo contrários ao trabalho, recebendo a nomenclatura de inúteis.
            Através do brincar, ninguém fica mais rico, nenhuma dívida é paga, e isso é verdade. Realmente, o simples fato de estar brincando já é a paga de uma vida inteira.
            Brincar é essencial à saúde física, emocional e intelectual do ser humano. Brincar é coisa séria, porque na brincadeira a criança se reequilibra, renova suas emoções e sacia sua necessidade de conhecer e reinventar a realidade.
            Tudo isso desenvolve atenção concentração e muitas outras habilidades, muito prazer em viver e, para isso a criança não precisa estar brincando direito.
            Desde os tempos rupestres o homem já manifestava sua humanização através do brincar, desenhar em paredes em cavernas. Tal ato pode ser visto em suas pinturas, danças, suas manifestações de alegria.
            Brincando, a criança pode realizar atividades próprias do mundo adulto, o que facilita seu ingresso neste mundo futuramente.
            Toda criança brinca. Ela necessita deste espaço para se desenvolver. Julga-se que os povos primitivos manifestavam-se através de figuras, ritmos de tambores em forma de músicas e danças. O homem sempre se expressou através de seu corpo.
            Podemos perceber que até hoje, as crianças desenvolvem atividades rítmicas, melódicas, dançam, inventam histórias, desenhos, enfim, de maneira lúdica, através de jogos e brincadeiras elas se expressam.
            A criança pode brincar o que não entende que isso seja um desperdício de tempo. De tão importante, a brincadeira ganhou lugar próprio para sua manutenção, o parquinho, um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. Desde a brinquedoteca é um lugar onde tudo convida a explorar, a sentir, a experimentar.
A brincadeira oferece a oportunidade para a criança explorar, aprender a linguagem e solucionar problemas.
Segundo Tizuko Morchida kishimoto, (1988, p. 26) “Educar e desenvolver a criança significa introduzir brincadeiras mediadas pela ação do adulto, sem omitir a cultura, o repertoria de imagens sociais e culturais que enriquece o imaginário infantil.”
Isto significa que o adulto deve observar as brincadeiras, investigar, mas deixar que as regras sejam criadas pelas crianças ou com participação da mesma, pois desta maneira terá facilidade para obedeces-lhes. “Se brincar é essencial é porque é brincando que o paciente se mostra criativo”. (RICHTER, 1998, p. 21).
Os jogos são instrumentos de fundamental importância para auxiliar o professor em uma observação tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento das dificuldades de aprendizagem.
Através dos jogos do educando externa o seu pensamento, abrindo caminho do cognitivo ao afetivo, possibilitando ao psicopedagogo conhecer sua realidade e dimensionar quais as áreas da aprendizagem apresentam eventuais dificuldades. A proposta dos jogos prevê uma maior aproximação do educando aos conteúdos neles envolvidos e o desenvolvimento de atitudes favoráveis à aprendizagem desses conteúdos.
Como recordam Yamamoto e Carvalho (2002, p. 32) “o indivíduo que brinca, o faz porque essa atividade o torna mais competente, seja no ambiente imediato, seja no futuro. A motivação para brincar é intrínseca à própria atividade”. O brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira.
A comunicação estabelecida entre o educador e o educando é de suma importância, pois através dela se estreita a relação entre ambos. Tudo nessa comunicação é importante: a palavra, o modo de falar e agir, os gestos, a movimentação do corpo, etc. A partir daí o educando passa a ter confiança, respeito, simpatia pelo educador, facilitando em muito o seu trabalho.
A sociedade está em constante processo de mudanças, exigindo cada vez mais profissionais capacitados, ativos, autônomos e que saibam solucionar problemas. Então, é mister buscarmos mecanismos para atender a essas necessidades.
A dificuldade de aprendizagem é uma das principais queixas de pais e educadores, e também, a maior preocupação, pois na maioria das vezes por não conhecerem a causa não encontram solução para o problema. Por isso, não é raro encontrar educadores que rotulam o educando de preguiçosos, desorganizados, desatentos, entre outros predicados, atribuindo-lhes a causa de seu insucesso escolar, mas para isso tem que ser trabalhado com este educando através do lúdico para que se chegue a uma conclusão onde estaria o problema desta criança, para que com isso possa  o mesmo ser sanado esta dificuldade de aprendizagem.
Talvez a maior dificuldade encontrada no relacionamento educador/educando com problemas de aprendizagem seja a falta de uma visão global do ser humano por parte do educador, pois a tendência é analisar o educando por parte, esquecendo-se que o mesmo está inserido num contexto sociocultural e que este também precisa ser analisado.
Fernandez (1991, p. 49), com uma visão global das dificuldades de aprendizagem nos aponta:
Se pensássemos no problema de aprendizagem derivado só do organismo, ou só da inteligência, para seu diagnósticos e cura não haveria necessidade de recorrer à família. Se ao contrario, as patologias no aprender surgissem na criança ou adolescente somente a partir de sua função equilibradora do sistema família, não necessitaria, pra o seu diagnóstico e cura, recorrer ao sujeito separadamente de sua família.
Então, é fundamental perceber o educando em toda a sua singularidade, captá-lo em toda sua especificidade e sua experiência de vida.
As dificuldades de aprendizagem devem ser levadas em conta, não como fracassos, mas como desafios a serem enfrentadas e trabalhadas, dando oportunidade ao educando de reconstruir seu aprendizado e sua história, enquanto ser humano.
Trabalhar com educandos que apresentam dificuldades de aprendizagem requer por parte do educador uma investigação de como esse educando aprende, além de ter sensibilidade de perceber as suas habilidades e fraquezas, não só no que diz respeito à escrita e leitura, como também em termos de percepção, audição, visão e memória.
Muitos educandos são rotulados por terem dificuldades de aprendizagem que não são detectadas rapidamente. Através do jogo o profissional pode diagnosticar dificuldades, além de ter interação afetiva com o educando, que permite conduzi-lo à autonomia intelectual e moral. Essa interação, também é útil para observação das dificuldades e dúvidas que o educando possa ter.
            O jogo conduz a um diagnóstico e auxilia o educando a se tornar seres pensantes, participativos e felizes por desempenhar, nesse momento um papel decisivo na construção do conhecimento, uma vez que possibilita ao educando criar, recriar, imaginar e atuar sobre o meio em que vive podendo até mesmo transformá-lo. Estimulando assim o desenvolvimento integral da criança. Por isso, não pode ser visto apenas como mera diversão ou brincadeira para que a criança possa gastar suas energias.
Segundo Kishmoto (1996, p. 96): “as crianças ficam mais motivadas a usar a inteligência, pois querem jogar bem; sendo assim, esforçam-se para superar os obstáculos, tanto cognitivos quanto emocionais.”
Até mesmo para os adultos, o jogo é essencial, muitos não puderam resolver situações traumáticas e dolorosas, por terem sido crianças que não brincaram. E no jogo, revivem situações que lhe foram significativas, revelando-lhes com viram essas situações e como gostariam que tivessem acontecido.
            Através de jogos e brincadeiras o educando pode depositar e extravasar sentimentos agressivos ou amáveis, que originariamente poderiam ser destinados às figuras dos pais, irmãos ou até mesmo aos professores, revelando sua relação com o outro e com o mundo exterior.
De acordo com Rubem Alves:
A liberdade é fundamental. E o encontro com ela pode ser o espaço lúdico, onde as pessoas se relacionam com o real, vivenciando-o ao seu modo. Através do lúdico, não se está perdendo uma evasão da realidade, mas ao contrário, procura – se construir e recriar esta realidade, desistindo da lógica dominante do presente estado das coisas e tornando – se criativo. (Alves, p.86, 1987).
            Assim pouco a pouco, vai reconstituindo esquemas verbais ou simbólicos tudo aquilo que desenvolveu em seu primeiro ano de vida.
Os jogos possibilitam ao educando aprender de maneira prazerosa, facilitam o vínculo sobre as pessoas, fundamental para que qualquer processo tenha êxito. Através da aprendizagem do próprio jogo, do domínio das habilidades e raciocínios utilizados, o educando tem possibilidade de reformular seus conceitos, buscar novos conhecimentos e construir sua aprendizagem a respeito do mundo em que vive e da cultura na qual está inserida.
Acredita-se que não exista uma área de dificuldade de aprendizagem na qual o educador não possa utilizar o recurso dos jogos.
            A criança que tem seus primeiros contatos com a aprendizagem de forma lúdica, provavelmente desenvolverá um vínculo mais positivo com a educação formal, vai estar mais preparada para lidar com medos e frustrações inerentes ao processo de aprender. E, com certeza será um adulto com atitudes firmes, confiantes e capaz de enfrentar e resolver situações-problemas com tranquilidade.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acredita-se ser importante deixar aos leitores algumas considerações a respeito da inteligência da criança.
Pela importância que se atribui às atividades lúdicas no processo de ensino-aprendizagem, acredito ser necessário, que se amplie a discussão sobre brinquedos, jogos e brincadeiras tanto no que se referem aspectos gerais do jogo no desenvolvimento infantil, como importância que este possa ter na construção de conhecimentos específicos.
Trazer o jogo e a brincadeira para a sala de aula como estratégia, para desencadear aprendizagens significativas, exige uma preparação do mesmo para o seu uso pedagógico. Implica ainda a compreensão de que não é o jogo pelo jogo que nos interessa como atividade pedagógica, mas sim, as relações possíveis de serem estabelecidas pelas crianças ao jogar.
As crianças que estão expostas as diferentes linguagens expressivas em um ambiente enriquecido diariamente pela Arte serão melhores produtoras, conhecedoras das manifestações artísticas, além de ampliarem suas formas de expressão e representação do mundo.
Acredita-se ainda, que profissionais sensíveis flexíveis e criativos, favoreça na Educação Infantil, o desenvolvimento de um trabalho baseado no pleno aproveitamento da capacidade criadora da criança, de suas possibilidades para novas experiências, pois ela é o principal agente construtor de seu conhecimento de mundo e de sua própria identidade.
Educação é uma tarefa difícil, tanto para a criança que se educa, quanto para o professor que a assiste com sua experiência e apoio. Mas, a criança tem capacidade para isto, desde que não seja visto como adulto em miniatura e nem se espere que tenha atitudes de gente grande. O que a educação pretende é a partir de sua vivência, estimulá-la e encorajá-la a vencer suas dificuldades, assegurando e incentivando nas atividades experimentais.  
Sabe-se que não se pode mudar a educação somente através dos brinquedos, brincadeiras e jogos, mas eles são sem dúvida um dos recursos que poderão ajudar a transformá-la, em uma educação onde a criança talvez pudesse ir para a escola com muito mais prazer, pois o desenvolvimento se dá pela experiência e existe sempre alguma etapa a ser vencida e algo a realizar.
Conclui-se não dando por encerradas as colocações aqui expostas, mas deixando o caminho aberto para novos questionamentos. As ideias esboçadas neste artigo não se esgotam e devem ser aprofundadas, pesquisadas e discutidas. Essa reflexão será possível e válida a partir de nossas próprias vivências lúdicas no processo de ensino-aprendizagem.
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
ALVES, Rubem. A gestão do futuro. Campinas: Papirus, 1987
FERNANDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Tradução Iara Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
KISHIMOTO, T.M. (org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1996.
RICHTER, Ana C.; VAZ, Alexandre F. Corpos, saberes e infância: um inventário para estudos sobre a educação do corpo em ambientes educacionais de 0 a 6 anos. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 26, n. 3, maio 1998.
 
POPOVIC, A. M. Alfabetização: Disfunções psiconeurológicas. São Paulo: Vetor, 1968.
VIGOTISKY, L. 1989. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2001.