Buscar artigo ou registro:

AS DIFERENTES LINGUAGENS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Mikaeli dos Santos Cichoski
Renata Wilke Horback

Resumo
O desenvolvimento adequado da linguagem é um dos fatores fundamentais para que o desenvolvimento infantil ocorra de forma harmônica em todas as esferas, seja do ponto de vista social, cultural e afetivo. A aquisição da forma, conteúdo e uso da linguagem assumem papel importante na construção do aluno e na formação do ser cognitivo e intelectual. Entretanto, não são incomuns problemas que podem interferir neste curso. Este artigo fala sobre as diferentes linguagens na educação infantil bem como a sua contribuição para a aprendizagem dos alunos.

Palavra Chave: Literatura, Educação Infantil, Artes, Ludicidade.


Introdução

O artigo nos incube a analisar sobre as diferentes linguagens, ligados a educação infantil. Buscaremos falar um pouco sobre a formação cognitiva da criança e o papel do professor na etapa do ensino da educação infantil.
Ao discorrer sobre o assunto vemos que as crianças tem características próprias, como a imaginação, o lúdico, a comunicação. Para começarmos a inserção dos conteúdos "escolares" temos que partir da zona de desenvolvimento "real" ou seja do que a criança já sabe, pois cada uma já traz uma bagagem de casa, as vezes a mesma não compreende, mas se inserirmos nas ações de seu cotidiano se tornará bem mais fácil.
Falar sobre as diferentes linguagens são os métodos que o educador poderá utilizar para tornar a aprendizagem mais fácil como a contação de história, através da arte, música, dança, de atividades que desenvolvam sua psicomotricidade como coordenação motora fina, global e óculo manual, analisando e trabalhando as diferentes linguagens escolares.
Para compreendermos um pouco mais sobre o assunto fizemos uma pesquisa na forma de entrevista com a Prof. Nildail Magalhães, prof. Regente do segundo ano da escola Papa J. Paulo, e através disso descobrimos que todos os tipos de linguagem seja eles verbal ou não verbal, cantado, apresentado, falado, são importantes para uma educação de qualidade.


1. Quais os diferentes enfoques da psicomotricidade.
A psicomotricidade tem o caráter de prevenção, reeducação e terapêutica. Verifica-se que sempre existem alunos que não acompanham o ritmo acadêmico de seus colegas em sala de aula. Os motivos são diversos, e vão desde problemas mais sérios de incapacidade intelectual, até pequenas desadaptações que, quando não cuidadas, se transformam em verdadeiros obstáculos para uma aprendizagem significativa.

(...)A criança é o seu corpo, pois através dele que a criança elabora todas as suas experiências vitais e organiza toda sua personalidade. A primeira imagem de si mesmo se constrói igual à forma que as demais estruturas mentais (pela associação dos elementos cada vez mais coordenados e complexos) Ajuriaguerra (1972)

Atualmente muitos profissionais da área da educação estão despreparados para trabalhar com o desenvolvimento psicomotor das crianças muitas vezes ouvimos dizeres como: esse menino é estabanado ou é muito desastrado, e precisa de acompanhamento, pois deve ter problemas corporais, ou quando tem dificuldade de aprendizagem encaminham para o psicólogo, porém o educador deve ser completo e saber lidar com as dificuldades de seus alunos, pois cada um é diferente do outro.
Muitos professores, preocupados com o ensino das primeiras letras, e não sabendo como resolver as dificuldades apresentadas por seus alunos, várias vezes os encaminham para as diversas clínicas especializadas que os rotulam como “doentes”, incapazes ou preguiçosos.
Na realidade, muitas dessas dificuldades poderiam ser resolvidas dentro da própria escola.
Por acreditar que a psicomotricidade auxilia e capacita melhor o aluno para melhor assimilação das aprendizagens escolares, procuramos trazer os seus recursos para dentro da sala de aula, tanto no âmbito da educação quanto da reeducação. Considerando que um bom desenvolvimento psicomotor proporciona ao aluno algumas das capacidades básicas a um bom desempenho escolar, pretendemos dar-lhe recursos para que se saia bem na escola, aumentando seu potencial motor. A psicomotricidade, pois, se caracteriza por uma educação que se utiliza do movimento para atingir outras aquisições mais elaboradas, como as intelectuais.
As aulas de educação física dentro do currículo escolar é a área que mais se utiliza atividades da psicomotricidade pois através do lúdico (brincadeiras) como correr, saltar, pular podemos desenvolver as a lateralidades das crianças em como utiliza-se muito a coordenação motora global. O francês Jean Le Boulch (1983), um dos precursores da utilização da educação psicomotora nas aulas de educação física afirma que a corrente educativa da psicomotricidade surgiu na França, em 1966, pela fragilidade da educação física, pelo fato dos professores de educação física não conseguirem desenvolver uma educação integral do corpo. Para ele, muitos desses professores centravam sua prática pedagógica nos fatores ligados à execução dos movimentos, tendo como principal objetivo de sua ação educativa chegar à perfeição desses movimentos, de forma mecânica.
   A educação psicomotora coloca em evidência a prevenção das dificuldades pedagógicas, dando importância a uma educação do corpo que busque um desenvolvimento total da pessoa, tendo como principal papel na escola preparar seus educandos para a vida, utilizando métodos pedagógicos renovados, procurando ajudar a criança a se desenvolver da melhor maneira possível, contribuindo dessa forma para uma boa formação da vida social.
A coordenação motora e óculo manual podem trabalhar em todas as áreas educacionais com atividades de artes, onde se utiliza a tesoura para recortes pinturas, arte em argila, pontilhados....
A psicomotricidade tem a função do equilíbrio corporal, pois o corpo é o ponto de referência que o ser humano possui para interagir com o mundo, ela serve de base para o desenvolvimento cognitivo, para a aquisição de conceitos e tempo e espaço, para um domínio de todos os seus movimentos.

“O esquema corporal resulta das atividades que possuímos provenientes do corpo e das sensações que experimentamos. Por ex. andar, sentar, correr, segurar a caneta de modo correto, com equilíbrio e movimentos coordenados depende de uma noção adequada do esquema corporal. O esquema corporal regula, portanto postura e equilíbrio.” MORAIS (1998) e SANTOS (1987).

Para uma maior compreensão perguntei a uma professora da escola municipal Papa J.Paulo, Qual a relação da psicomotricidade com o processo de aprendizagem?
“Segundo ela a psicomotricidade tem” o objetivo de trabalhar o indivíduo com toda sua história de vida, essa história é relatada no corpo das crianças como afetos, desafetos e a partir disso é que podemos observar qual criança é mais ativa ou mais comunicativa ao seu entender a psicomotricidade tem a função de trabalhar o equilíbrio do corpo buscando a “totalidade” do ser.
Para ela não existem crianças “desastradas”, ou ‘lentas’: ‘acho muito feio pais e até professores dizendo: Nossa esse menino (a) é muito lento ou o termo “devagar quase parando”, nós educadores temos que entender que as crianças não são iguais cada um tem seu tempo e muito depende do ambiente familiar e o meio social em que estão inseridas, é por isso que vemos várias crianças com a mesma idade, mas com desenvolvimentos diferentes”.
A educação psicomotora vê a criança como um todo e, seu crescimento embora subdividido em aspectos específicos, deve ser global, abrangem desenvolvimento da criança.
Toda criança só consegue estar preparada para a aprendizagem se está consciente do seu corpo, do lugar que este ocupa no espaço. É justamente neste aspecto que o trabalho da psicomotricidade está centrado.
Durante o seu desenvolvimento a criança enfrenta problemas, frente às situações novas que, se não forem solucionadas, irão se transformar em barreiras muito difíceis para os educadores que só poderão ser transpostas através de ações reeducadoras, como o trabalho psicopedagógico que visa solucionar o problema fazendo a criança enfrentá-lo através do brincar, do lúdico, dos jogos, da afetividade e criatividade, das crianças e dos educadores. Conforme afirma Negrini,

Para atuar na Educação Infantil, o profissional necessita ter ampla compreensão das teorias que tratam do desenvolvimento humano, necessita saber quais as diferenças entre umas e outras, mas antes de tudo necessita formar convicções que lhe permita relacionar a teoria que adota com a prática pedagógica que oferece através de suas ações. Ou quem sabe ao contrário, necessita refletir sobre a prática que adota para compreender melhor a teoria que a sustenta (2003, p.22).

No contexto escolar, a psicopedagogia implica também uma metodologia específica de Trabalho. Essa metodologia precisa levar em conta, necessariamente, o contexto em que se desenvolve a ação pedagógica: família, escola, comunidade. No caso da Educação Infantil, é preciso levar em conta não apenas as características psicológicas e sociais das crianças, mas também, as características dos educadores e da própria instituição.
Constatou-se que para conseguir um desenvolvimento satisfatório, é necessária que a parte física se desenvolva plenamente, a parte sensorial atinja o máximo de inteligência. Para tanto a atitude do educador exerce papel fundamental, pois ele deverá sempre estar atento às atitudes e comportamentos das crianças, e quando perceber qualquer problema encaminhar a criança ao psicólogo ou a psicopedagoga para investigação e auxílio necessário. Neste aspecto o jogo, a ludicidade, no contexto psicopedagógico tem grande relevância.

2.Desenvolvimento Humano e o uso de diferentes linguagens e sua contribuição na educação infantil.

O desenvolvimento humano ocorre a partir do contato com outras pessoas e com o meio em que vive. A escola é o espaço adequado para que essa interação aconteça. Por ser o Centro de Educação Infantil um espaço educativo e social, é fundamental que nele haja um espaço planejado e que tenha um tamanho proporcional para o desenvolvimento de diversas atividades, que promovam e favoreçam o desenvolvimento de crianças, que ali são educadas, deve- se ter uma visão especial para as crianças que passam o dia todo nas creches ou escolas pois é um ambiente muito diferente de sua casa o educador então deve criar um ambiente que não se torne estressante para a criança permanecer ali o dia todo.
A sala de aula da educação infantil deve ser um espaço visualmente limpo, claro, permitindo que as crianças sintam-se à vontade para desenvolver suas capacidades de criar e imaginar, bem como, interagir e serem capazes de exercer uma série de atividades.
A ideia central na forma de organizar o espaço para a realização de atividades é que as mesmas sejam planejadas de acordo com a faixa etária das crianças, envolvendo atividades lúdicas, que levem em conta as diversas formas de linguagem: música faz de conta, teatro, imitação, dança desenhos, literatura, etc. Ao organizar o espaço, o educador deve levar em consideração: o imaginário, o artístico, o lúdico, o afetivo e o cognitivo das crianças e lembrar que nem todas são iguais. Este espaço não pode ser visto como um mero lugar da sala de aula.
À medida que o educador pensa em sua ação pedagógica, há uma preocupação também com os materiais a serem utilizados, bem como a realidade pela qual a instituição está inserida. É necessário que ao definir o espaço a ser utilizado, o educador pense na forma de utilização, e nas atividades que irá desenvolver. Para tanto, o espaço interno como o externo da educação infantil, deve permitir o fortalecimento da independência da criança, favorecendo o autoconhecimento e desenvolvimento de habilidades afetivas, cognitiva e social.
Os educadores devem preocupar-se também em criar uma rotina que não seja tão inflexível para as crianças, pois devemos pensar que a criança está longe de casa, de seus pais então se deve criar algo que seja prazeroso para as crianças.

[...] rotinas rígidas e inflexíveis desconsideram a criança, que precisa se adaptar a uma nova realidade, ou seja, longe do convívio com seus familiares, de sua casa, de seus brinquedos. Como deve ser a criança precisa sentir-se bem na escola de educação infantil, pois, como já foi dito, lá é o local onde permanece o dia todo, com um adulto, que no primeiro momento é um estranho para ela. Se não houver mudanças na rotina, a mesma também desconsidera o adulto, tornando seu trabalho monótono, repetitivo e pouco participativo (BRASIL, 1998, p. 73).


Deve visar ainda a inclusão das crianças com necessidades especiais, sendo que a educação infantil deve elaborar estratégias, orientações e materiais que atendam à necessidades especificas da criança, evidenciando a formação continuada da equipe para atender esses alunos, bem como, a adaptação do espaço e equipamentos.
Conforme Vygotsky, a escrita tem início com os gestos, é o signo visual inicial que contém a futura escrita da criança. Para Vygotsky (1988, p. 142), “[...] os gestos são a escrita no ar, e os signos escritos são, frequentemente, simples gestos que formam fixados [...]”.
Os gestos são uma representação visual, uma forma de comunicação que a criança utiliza nos primeiros anos de vida. Os rabiscos que as crianças costumam fazer tendem a serem mais gestos do que desenhamos. Vygotsky afirma que:

“A segunda esfera de atividades que une os gestos e a linguagem escrita é a dos jogos das crianças”. Para o autor, os jogos fazem um elo entre os gestos e a linguagem escrita. É através dos objetos que a criança consegue estabelecer símbolos e assim chegar aos signos. De fato, “O mais importante é a utilização de alguns objetos como brinquedos e a possibilidade de executar, com eles, um gesto representativo. Essa é a chave para a função simbólica do brinquedo das crianças” (VYGOTSKY, 1998, p. 143).

Veremos a seguir várias linguagens como: os gestos, a música a dança, desenho e a escrita, bem como sua importância para a alfabetização e embasamento dos autores sobre a sua importância.
Existe uma grande relação entre o ato de desenhar com a linguagem falada e escrita. De acordo com K. Buhler (apud VYGOSTKY, 1998), “A criança consegue desenhar quando a linguagem falada já está bem formada. Seus desenhos são de memória e eles não tem nada em comum com o objeto original”.
Vemos também outra importante forma de linguagem como, a dança e a música que estimulam áreas do cérebro que aguçam a percepção, desenvolvendo a sensibilidade, o raciocínio, a concentração, memória e coordenação motora. Também ajudam na expressão das emoções, facilitam as relações sociais, o enriquecimento cultural, e auxilia na construção da cidadania. A dança pode ser expressa por meio de atividades lúdicas, tais como: “jogos, brincadeiras, mímicas, interpretações de músicas”, ou atividades técnicas, como “exercícios técnicos de dança, improvisação, atividades de conscientização corporal” (BARRETO, 2005, p. 70).
É através da manipulação de diferentes objetos que a criança consegue estabelecer símbolos e, assim, chegarem aos signos, de fato os jogos fazem elo entre os gestos e a linguagem escrita. Sempre que observamos uma criança brincar podemos notar que em meio a sua brincadeira o faz de conta está sempre presente, uma colher pode ser uma boneca, a vassoura pode ser um avião. As brincadeiras ajudam no desenvolvimento da criança contribuindo para sua vida e na construção da linguagem escrita. A criança também constrói a sua linguagem através da observação e imitação de atitudes cotidianas como: brincar de polícia, médico, observa o jeito da mãe cuidar da casa e manipula os brinquedos imitando a mãe.
O contato com diversos materiais provoca novas experiências nas crianças. O uso de materiais é como um desafio que deve ser estabelecido com as crianças, aumentando o grau de dificuldade gradativamente. As crianças devem ter a oportunidade de experimentar coisas novas, novas texturas. O professor deve acompanhar, mas não fazer pelo aluno; para que não interfira na sua criatividade o professor deve sempre instigar coisas novas e desafiadoras a seus alunos.
O desenvolvimento da linguagem escrita, segundo Vygotsky (1998) “se dá pelo deslocamento do desenho de coisas, para o desenho de palavras”. Na verdade, o segredo do ensino da linguagem escrita é preparar para organizar adequadamente essa transição de maneira natural. Após ser alcançado esse processo, a criança passa a dominar o princípio da linguagem escrita, então o professor somente ajuda a aperfeiçoá-la.
Vygotsky (1998) afirma que “A linguagem escrita é constituída por um sistema de signos que designam os sons e as palavras da linguagem falada, os quais, por sua vez, são signos das relações e entidades reais [...]”. Assim, o domínio simbólico não pode ser alcançado de forma externa e mecânica (por meio de repetições).
Sabemos que os gestos e o brincar proporcionam a criança o início do que será sua escrita futuramente, uma vez que se trata de uma primeira forma de comunicação infantil. Quando a criança brinca ela está socializando-se com as demais crianças e estimulando sua comunicação. Com o desenho a criança se expressa e estimula o desenvolvimento da escrita que será uma fase futura.
A dança e a música representam grande estímulo a criança, aguçando sua sensibilidade, criatividade e desenvolvendo, ao mesmo tempo, a coordenação motora e suas emoções. Por meio da manipulação de objetos e materiais artísticos a criança também tem a possibilidade de desenvolver sua criatividade e sua expressividade. Da mesma forma, as brincadeiras de manipulação propiciam à criança a construção da linguagem escrita, bem como ampliar seu conhecimento.
Enfim, a escrita é o resultado das diversas experiências que a criança realiza durante sua infância, ou seja, por meio dos gestos, brincadeiras, manipulações e pelo movimento do seu corpo, proporcionado pelas atividades envolvendo a dança e a música. Dessa forma, compreendemos que a escrita forma-se nas mais diversas relações estabelecidas pela criança no decorrer das atividades que realiza.
De acordo com essas diferentes formas de linguagens, observamos que a criança não aprende somente por meio da repetição, ou da leitura e escrita, mas pelas múltiplas linguagens inerentes no processo de apropriação do conhecimento. A infância é uma fase onde ocorre o desenvolvimento intelectual, emocional, motor e social do ser humano. A criança vive a infância como um momento próprio dela, tendo um tempo que possibilite diversas linguagens, na qual destacamos o gesto e o ato de brincar, que a criança ao brincar utiliza um objeto e o transforma em outro objeto, o que acaba sendo uma brincadeira simbólica cheia de significados, onde a criança usa os gestos para brincar.
Para ressaltarmos o assunto perguntamos para uma professora de uma escola pública “Papa J. Paulo” que é professora regente de uma turma de 3°ano, Qual a importância das diferentes linguagens na educação infantil?
Prof.: Temos vários tipos de linguagens como: as artes, a música, dança simbolismo, linguagem corporal.... Elas são importantes para o desenvolvimento intelectual, emocional, físico e cognitivo das crianças. Cabe ao professor saber inseri-las no cotidiano de sua sala de aula buscando sempre trabalhar de uma forma visando o uso dessas linguagens para contribuir na alfabetização das crianças.
3.Qual a importância das histórias na “formação” das crianças?

Bebês podem até não entender todo o enredo de uma história, mas a leitura em voz alta os colocam em contato com outras dimensões das linguagens oral e escrita, que serão importantes em seu desenvolvimento. ‘Eles percebem que a fala do dia-a-dia é diferente daquela usada numa leitura, que tem cadência, ritmo e emoção. Entendem, por exemplo, que há um começo, um clímax e um desfecho. Cada criança que chega à escola está em uma fase diferente de alfabetização, isto é, possuem diferentes conhecimentos de acordo com a realidade em que está inserida. Dessa maneira o ambiente escolar deve ser preparado e pensado para proporcionar inúmeras interações com a língua oral e escrita.
O professor deve escolher livros que tenham identificação, diretamente relacionada com a vida de seus alunos, para aproximar e resgatar o interesse, a magia, que há nos livros e suas histórias.
O papel da escola é fundamental nesse processo, no qual o professor, sendo o principal agente no processo de melhoria da qualidade do ensino, poderá realizar uma série de atividades que favoreçam a aproximação do educando com a leitura. Para que essa prática se torne interessante ao outro, ela deve ser introduzida de maneira agradável e estimulante e não de maneira autoritária e em forma de obrigação, pois ela é a condição essencial para o bom desempenho da linguagem oral e escrita.
Contar história é um costume muito antigo, mas se faz necessário que se conheça bem a estrutura da mesma. Os personagens, os recursos utilizados na contação da história, o público alvo e a faixa etária.
Ouvir história é embarcar em uma aventura. É poder viajar pelo mundo sem sair do lugar, é experimentar através da imaginação coisas novas. Para que se possa escutar a famosa frase “Conte de novo”, é necessário que a história percorra seu curso de maneira organizada, com começo, meio e fim e que seja conhecido seus elementos.
A maneira como se unem as ações de uma história é o que chamamos de enredo, cada autor organiza as informações de um jeito. As ações são realizadas por personagens. É necessário fazer uma seleção, quando se deve observar o interesse das crianças, sua faixa etária, suas condições socioeconômicas. É de grande importância levar em conta este processo, pois se a história a ser contada não estabelecer os critérios de necessidade da criança, o narrador/ contador de história poderá não atingir objetivos propostos com a contação da história. É importante escolher os recursos certos para a contação da história. Os recursos mais usados são: narração da história, narração com auxílio de livro, uso de gravuras, dramatização, uso de objetos e brinquedos.
Mas o primeiro contato que a criança tem com as histórias é através da voz da mãe, do pai ou dos avós, contos de fadas, histórias inventadas, poemas livros atuais.
A criança que tem o contato com as histórias suscita o imaginário, descobre o mundo de conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos. É ouvindo as histórias que sente importantes emoções, como tristeza, raiva, alegria, pavor, medo, insegurança e tantas outras mais.
As histórias podem ser contadas com recursos variados para que o aluno possa interatuar com o meio e criar gosto pela leitura, como a utilização de fantoches, dedoches, reprodução do texto com artesanato, encenação...
A partir da literatura a criança começa a entender os princípios e os fatos sociais, despertam o sentido fático, se emocionando e criando expectativas com o texto.
"É através duma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica...É ficar sabendo História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula...”. (ABRAMOVICH, 1995, p. 17).
Para o desenvolvimento do seu pensamento lógico e também de sua imaginação, que segundo Vygotsky (1992, p.128) caminham juntos: “a imaginação é um momento totalmente necessário, inseparável do pensamento realista.”. Neste sentido, o autor enfoca que na imaginação a direção da consciência tende a se afastar da realidade.
É importante contar histórias mesmo para as crianças que já sabem ler, pois segundo Abramovich (1997, p.23) “quando a criança sabe ler é diferente sua relação com as histórias, porém, continua sentindo enorme prazer em ouvi-las”. Quando as crianças maiores ouvem as histórias, aprimoram a sua capacidade de imaginação, já que ouvi-las pode estimular o pensar, o desenhar, o escrever, ao criar, o recriar. Num mundo hoje tão cheio de tecnologias, onde as informações estão tão prontas, a criança que não tiver a oportunidade de suscitar seu imaginário, poderá no futuro, ser um indivíduo sem criticidade, pouco criativo, sem sensibilidade para compreender a sua própria realidade.
As histórias estimulam o desenvolvimento de funções cognitivas importantes para o pensamento, tais como a comparação (entre as figuras e o texto lido ou narrado) o pensamento hipotético, o raciocínio lógico, pensamento divergente ou convergente, as relações espaciais e temporais( toda história tem princípio, meio e fim ).Os enredos geralmente são organizados de forma que um conteúdo moral possa ser inferido das ações dos personagens e isso colabora para a construção da ética e da cidadania em nossas crianças.
É através das histórias que se descobre outros lugares, outros tempos, outra ética. Deixa de ser literatura e passa a ser Didática.
Quando se vai ler uma história para criança, não se pode fazer de qualquer maneira, pegando o primeiro livro que se pega, a ensaísta cubana Alga Marina Elizagaray, diz uma coisa importante: “O narrador tem que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar admiração. Tem que conduzir a situação como se fosse uma virtuose que sabe seu texto, que o tem memorizado, que pode permitir-se o luxo de fazer variações sobre o tema.
A obra literária para as crianças é a mesma obra de arte para o adulto. Para as crianças muito pequenas, o desenho das palavras não significa nada, mas a imagem como o desenho, fotografias e bonecos, elas conseguem entender este sinal ou signo facilmente, e quando queremos desenvolver o interesse pela história, é importante a gravura. O texto deve ser pequeno para conduzir à observação das figuras, os livros são maiores que o normal, muitos ganham o formato do personagem como um animal ou criança, são bastante motivadores.
A literatura na infância é o meio mais eficiente de enriquecimento e desenvolvimento da personalidade: é um passaporte para vida e para a sociedade. |Pois é na infância que se adquire o gosto de ler, por isso que é de suma importância o conto, pois o fantasiar antecede a leitura.
A leitura em voz alta pode ser muito importante. Além disso, é uma oportunidade para que a criança saiba o que você considera benéfico ou importante. Pode-se ler com ela, por exemplo, histórias de aventuras ou lendas de sua cidade ou país. Qualquer assunto pode ser bom. É importante respeitar o horário escolhido para formar o hábito. Algumas crianças, desde cedo, se sentem inclinadas a ler autores clássicos, embora em adaptações infantis, ao passo que outras resistem a esse tipo de livros. O importante é que a criança adquira o hábito da leitura. Deve-se respeitar a personalidade e os gostos da criança. Não é bom criticar as preferências das crianças em matéria de livros. É importante lembrar que nem todas as crianças têm o mesmo grau de maturidade, a mesma disposição ou o mesmo grau de sensibilidade e de interesses. Posteriormente, será mais fácil orientá-la para que aprecie uma boa leitura. É tarefa dos pais e professores fazer com que as crianças tenham, ao alcance da mão, livros de boa qualidade, de maneira que possam se acostumar à boa literatura. Uma vez que a criança tenha desenvolvido o interesse pela leitura, é pouco provável que o perca, especialmente se tiver adquirido desde cedo o hábito de ler. Embora desenvolva outros interesses e algumas vezes não tenha muito tempo para ler, cedo ou tarde a criança retomará o hábito da leitura.
É importante que os pais participem com as crianças e, principalmente, que lhes deem o exemplo. As crianças cujos pais leem certamente também o farão. Uma boa ideia é dar livros de presente no Natal e nos aniversários e possuir uma biblioteca aberta a todos os membros da família. Há uma grande diferença entre ler porque a leitura é obrigatória para o estudo e ler por prazer ou educação. É importante estimular a leitura na criança como uma experiência valiosa e prazerosa.
Os livros precisam estar em um local de fácil acesso, desde que a criança consiga alcança-los a hora que quiser.
Na visão vigotskiana cabe ao educador o papel de interventor, desafiador, mediador e provocador de situações que levem as crianças a se desenvolverem. Para Vygotsky (2001) é a própria relação da criança com a cultura do meio onde se encontra que possibilita o desenvolvimento e a aprendizagem. O recurso da contação, nessa abordagem, privilegia a personagem física na condição de narrador gerando uma situação que culmina na interação entre a personagem saída do lúdico e a criança em seu ambiente escolar.
O professor que acreditar que além de informar, instruir ou ensinar, o livro pode dar prazer, encontrará meios de mostrar isso à criança. E ela vai se interessar por ele, vai querer buscar no livro está alegria e prazer. Tudo está em ter a chance de conhecer a grande magia que o livro proporciona. Enfim, a literatura é um amplo campo de estudos que exige do professor conhecimento para saber gerar um momento de prazer e estimulação para a leitura. 
Antes, portanto, é preciso pensar o quão é difícil para a criança aprender a ler e escrever, pois, não há esforço maior para a criança do que aquele encontrado na codificação e decodificação de letras. A leitura não pode ter uma definição única, exatamente porque ler vai muito além dos fonemas e grafemas que precisam ser de fato decodificados. Seguindo esse princípio, a compreensão sobre leitura não está exclusivamente nas letras, símbolos ou palavras, mas nas emoções, sentimentos, expressões e olhares, na vivência e na experiência ilimitada sobre o mundo e para o mundo. A leitura também não é uma alfabetização, ao menos que esse procedimento seja visto como princípio norteador para a aquisição do ato de ler e escrever.
A Literatura Infantil é uma rica possibilidade. Nela a criança encontra, além das palavras, o sentido que a impulsiona ao prazer de ler. Uma leitura que flui ausente de intencionalidades, uma leitura que acontece mesmo não sabendo decifrar o código, mesmo não entendendo o que é leitura, mas compreendendo na magia dos contos, fábulas, poesias e histórias, na viagem que se faz através delas a presença de algo que lhe é próprio, a sua experiência.
Assim, a literatura infantil oferece a possibilidade de romper com a imagem medíocre e subestimada da inteligência da criança. O simples ato de recontar histórias, interpretar, ler, mesmo que não seja de forma convencional, folhear, apreciar, conhecer e examinar permite a construção do seu próprio processo pessoal de leitura e escrita.

4.Quais as contribuições da Arte no processo de aprendizagem?

A Arte na educação possibilita o desenvolvimento do indivíduo como um todo, através de várias modalidades como: artes visuais, música, teatro e dança, que desempenha papel de suma importância no desenvolvimento e na formação integral da crianças. É necessária real compreensão do valor das atividades de expressão por parte dos professores que deve ser fundamental na educação como um todo e principalmente na educação infantil.
A Arte na educação infantil cumprirá com todos os objetivos a partir do momento em que o currículo não seja formado por atividades que tem interesses imediatos como os desenhos, colagens e pinturas, mas que também seja trabalhado nos aspectos cultural e social.
Professores da educação infantil nem sempre são arte-educadores, é importante um profissional desta área para contribuir no desenvolvimento pedagógico, sendo que a aprendizagem através da arte auxilia a criança na alfabetização estética, possibilitando fatos e acontecimentos do mundo que a cerca, auxilia no desenvolvimento da crítica, da imaginação e da criatividade. O educador deve proporcionar maneiras inovadoras de ensinar, substituindo salas de aula em espaços diferenciadas.
A Arte possui uma relação direta com as emoções e por isso, que é uma disciplina importante na escola. Ela está presente na sociedade, em profissões que são exercidas nos diferentes ramos de atividades.
É importante que pais e educadores envolvam-se na formação intelectual, social e emocional, garantindo gerações conscientes, pessoas capazes de administrar seus conflitos, obtendo sucesso pessoal e profissional, suscitando e desenvolvendo competências, levando em conta que o ser humano recebe de fora sua identidade, o professor deve buscar um ponto de apoio no aluno a fim de fazê-lo evoluir, explorando em todos os sentidos os conhecimentos a serem adquiridos.
Na maioria das escolas brasileiras, a Arte é tratada como suporte para as demais disciplinas que compõe o quadro curricular, que acaba negando o seu caráter especifico.
Em especial na educação infantil devemos considerar a dificuldade da criança, por exemplo, em compreender que podemos com uma única curva expressar a sombra de um objeto ou animal.
O ensino de Arte pode ser realizado mediando a apreciação de uma tela. Primeiro recolhendo as observações feitas pelas crianças e depois instigando-as a perceberem outras. A partir desta apreciação podemos, por exemplo, mostrar as cores (primárias, secundárias, frias, quentes) as linhas (o ponto) e as sombras substituindo estas últimas como uma forma diferente de revelar a figura ou o objeto. E com certeza posso também mediar a suposição do que o artista quis revelar. Uma suposição, uma vez que não existe uma resposta certa ou errada para tal questão. Neste momento ensino também as diferenças de interpretação, e a riqueza destas. Tomando o cuidado de escutar e respeitar a interpretação da criança, e não esperar uma resposta única, uma resposta certa. Isto seria um erro desastroso. E neste momento estarei, como diz Vygotsky, demonstrando quanto são indissociáveis duas concepções de ensino de arte.
O Daí o ensino profissionalizante da técnica de cada arte enquanto problema de formação geral e educação deve ser introduzido em certos limites, reduzido ao mínimo e, principalmente, combinado a duas outras linhas da educação estética; a própria criação da criança e a cultura das suas percepções artísticas. Só é útil aquele ensino da técnica que vai além dessa técnica e ministra um aprendizado criador: ou de perceber (VIGOTSKY, 2001, p. 351).
O ensino-aprendizagem de todas as áreas do saber podem despertar no ser humano o ato criador, mas a Arte é a que permeia todas elas. Dizemos isto por observar a matemática na música, na escultura; a Língua Portuguesa na poesia e em tantas outras formas de expressão artísticas.
Nas Artes visuais ainda domina na sala de aula o ensino de desenho geométrico, temas banais, as folhas para colorir, a variação de técnicas e o desenho de observação, os mesmos métodos, procedimentos e princípios ideológicos encontrados numa pesquisa feita em programas de ensino de artes de 1971 e 1973 (BARBOSA, 1975, p.86). Evoluções não têm lugar em salas de aula nas escolas públicas. O sistema educacional não exige notas em artes porque arte-educação é concebida como uma atividade, mas não como uma disciplina de acordo com interpretações da lei educacional 5692. Algumas escolas exigem notas a fim de colocar artes num mesmo nível de importância com outras disciplinas; nestes casos, o professor deixa as crianças se auto -avaliarem ou as avalia a partir do interesse, do bom comportamento e da dedicação ao trabalho.
As únicas imagens na sala de aula são as imagens ruins dos livros didáticos, as imagens das folhas de colorir, e no melhor dos casos, as imagens produzidas pelas próprias crianças. Mesmo os livros didáticos são raramente oferecidos às crianças porque elas não têm dinheiro para comprar livros. O professor tem sua cópia e segue os exercícios propostos pelo livro didático com as crianças. Visitas a exposições são raras e em geral pobremente preparadas. A fonte mais frequente de imagens para as crianças é a televisão, os fracos padrões dos desenhos para colorir e cartazes pela cidade. As crianças de escolas públicas, na sua grande maioria, não têm revistas em casa, sendo o acesso à TV mais frequente e mesmo que não se tenha o aparelho em casa, há a possibilidade do acesso a algum tipo de TV comunitária.
Nas escolas particulares mais caras a imagem não é usada nas aulas de arte. Eles lecionam arte sem oferecer a possibilidade de ver. É como ensinar a ler sem livros na sala de aula.
Segundo Madalena Freire, com o desenho a criança estaria representando a mais possível a realidade de uma imagem, que em palavras não conseguisse faze-lo, compreendendo como forma de expressão do entendimento, expressão da cognição da criança a respeito da produção de seus conceitos, sua interpretação da realidade.
“É através da leitura dos símbolos, que representam as atividades que a criança vai “lendo” e “escrevendo” seu cotidiano... tudo que lhe é significativo é expresso através do desenho. Por isso o ato de desenhar é um ato de “escrever” seus “pensamentos” sobre a realidade”. (FREIRE, 1986, p. 88)
A Arte se constituí de modos específicos da atividade criativa dos seres humanos ao interagirem com o mundo em que vivem, ao se conhecerem e ao conhecê-lo‖. (Ferraz & Fusari, 1993, p.13). A criança, desde que nasce, depara-se com esse repertório de símbolos e significados construídos pelas gerações que a precederam e, participando das práticas A presença da arte na educação infantil: olhares e intenções culturais do seu grupo, reconstrói os significados do mundo físico, psicológico, social, estético e cultural.
... seja na cotidianidade que os conceitos sociais e culturais são construídos pela criança, por exemplo, os de gostar, desgostar, de beleza, feiura, entre outros. Esta elaboração se faz de maneira ativa, a criança interagindo vivamente com pessoas e sua ambiência (FERRAZ & FUSARI, 1993, p.42).
A Arte desenvolve nas crianças no que se refere aos aspectos perceptivos, motores e psicológicos. A intenção subjacente às práticas de ensino é de favorecer a criatividade e a livre expressão ou de utilizar atividades que envolvam linguagens artísticas, com o fim de desenvolver habilidades, que visam prepara para a leitura e escrita.
A Arte está presente na vida do homem, diariamente, nas suas mais variadas formas, seja na dança, na música, na pintura, na literatura, na arquitetura, no teatro, no hip hop dos garotos, ou no grafite dos muros, entre outras representações. Assim, de alguma forma, a arte se faz presente no cotidiano, mesmo que não se perceba.
Porém a escola tem o papel importante na formação humana, na construção sensível do olhar sobre o pensar e do olhar sobre o mundo. A escola não é somente espaço para se aprender a ler, escrever e fazer contas e deve ir além do que é imediatamente utilizável. Por isso, é preciso que a escola se comprometa com a sensibilização das crianças, que oportunize experiências novas de descobertas e que possibilite a expressividade de cada aluno, permitindo que ele conheça a si mesmo e olhe para aquilo que o cerca com curiosidade e sentimento.

5.Estabeleça uma descrição fundamentada pela teoria de práticas pedagógicas, que contribuem para o desenvolvimento das linguagens na educação.

Falar de diferentes linguagens, na educação infantil, significa enfatizar vários aspectos que traduzem as características da linguagem própria da criança: imaginação, ludicidade, simbolismo, representação. Além disso, as linguagens servem de comunicação para as crianças, que ao mesmo tempo que expressam, permitem que entendam também. Antes porém de falarmos sobre as múltiplas linguagens devemos lembrar que nós docentes temos a incumbência de adaptar as salas convencionais a fim de criar espaços como propósito de aguçar os sentidos das crianças a fim de explorar, sentir, experimentar, e que se aplique às necessidades de aprendizagem da Educação Infantil, vivenciando de forma prazerosa as atividades lúdicas.
Existem vários tipos de linguagens na educação infantil como, linguagens não verbais (movimento, desenho, pintura, modelagem, dança) linguagem visual, musical, contação de histórias; no trabalho a seguir citaremos alguns tipos dessas linguagens e sua contribuição na educação infantil.
5.1 A LINGUAGEM ORAL

É por meio da linguagem que a criança se comunica e interage com o mundo ao seu redor constituindo-se e desenvolvendo-se. Sabemos que a criança é constituída de múltiplas linguagens a linguagem oral faz parte do cotidiano das crianças e dos adultos, logo, está presente, na instituição de educação infantil e na vivência das crianças com suas famílias. As crianças falam umas com as outras, com os adultos e comunicam entre si, transmitem ideias, vontades, sentimentos. Segundo Vygotsky:

“(...) por volta dos dois anos de idade, o percurso do pensamento encontra-se com o da linguagem e inicia uma nova forma de funcionamento psicológico: a fala torna-se intelectual, com função simbólica, generalizante, e o pensamento
torna-se verbal, mediado por significados dados pela linguagem. Enquanto que no desenvolvimento filogenético foi à necessidade de intercâmbio dos indivíduos durante o trabalho que impulsionou a vinculação dos processos de pensamento e linguagem, na ontogênese esse impulso é dado pela própria inserção da criança num grupo cultural. A interação com membros mais maduros da cultura, que já dispõem de uma linguagem estruturada, é que vai provocar o salto qualitativo para o desenvolvimento verbal”.

A roda de conversa na escola e de fundamental importância para o desenvolvimento da linguagem oral das crianças porém muitos docentes fazem a roda de forma mecânica e não com a finalidade de aprendizagem da criança.
Enfim comunicar, narrar, descrever, brincar são eixos importantes para o desenvolvimento da oralidade das crianças cabe ao docente criar vaias oportunidades para o aprendizado das mesmas.

5.2. A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA

Geralmente o primeiro contato que as crianças têm com as histórias são aquelas contadas pelos pais, avós, as que contamos antes de dormir, também são importantes para a formação do senso crítico da criança, pois, através das histórias ela pode conhecer sentimentos como raiva, alegria, tristeza, dor, bondade bem como criar um mundo imaginário, conhecer história, geografia, matemática, através da imaginação viajar para outros lugar interpretar as histórias da sua maneira.
Por meio das histórias a criança conhece a sua cultura, e outras culturas que estão em sua volta. A leitura é de extrema importância por isso se deve estar sempre lendo para as crianças da educação infantil.
Ler significa descobrir e compreender a palavra do outro. A leitura é uma prática cultural e social, é através da leitura que as crianças aprimoram seu conhecimento e vão encontrando a palavra do outro e desenvolvendo sua imaginação. Assim as crianças vão tem prazer e vontade de ler e isso fará muito bem para seu desenvolvimento.


5.3. A linguagem das Artes Visuais

As artes têm o poder de provocar os sentidos das pessoas, de nos “tirar do chão”. Diante dessa magia, como trabalhar essas linguagens na educação das crianças? Cada vez mais as crianças vivenciam suas infâncias em um espaço coletivo de educação e cuidado que ainda estamos conhecendo e procurando transformar.
A Importância das Artes Visuais na Educação Infantil visa não à importância da beleza estética, mas a capacidade da criança de produzir e criar segundo suas habilidades e seu olhar de mundo.
As Artes Visuais na Educação Infantil desenvolve uma conscientização e valorização do ser humano, em especial às crianças, não pelo o que ela tem de material ou pelo seu valor econômico e sim, a valorização dele (a) como pessoa humana, capaz de criar e recriar. Valorizando sua existência, sua dignidade, seu poder de ser e estar no mundo e fazer parte dele vivenciando seus direitos e deveres de cidadão ativo e atuante da sociedade.
Nas atividades artísticas, no manuseio de diversos objetos, materiais e no contato com variadas formas de expressão de arte, possibilitaremos a ampliação cultural, o diálogo com o mundo, a valorização e cuidado com o outro, a justiça, a solidariedade, o cuidado com o meio ambiente e a promoção humana.
Como sintetiza ROTTA (2005 apud Bona et al, 2005):

“Se a gente conseguisse que a arte dentro da educação infantil, levar ela nesse sentido, de que ela pode criar, pode romper com o que está estabelecido, é que a gente vai dar a questão de autoria, mas geralmente a arte é vista dentro das atividades pedagógicas, então tem um momento específico para a arte”.

5.4 Linguagem Musical

A música como linguagem que é, organiza os signos sonoros no espaço e no tempo. Podemos inserir a música no cotidiano da creche por ex. em todas as atividades como hora do lanche, da higiene, de brincar, estudar, contar histórias. Através da música podemos explorar também a interação das crianças com o grupo, trazer as crianças que são mais inibidas para fazer parte das brincadeiras (interagir com os colegas), pode- se também ensinar relatos políticos, econômicos, sociais, culturais e históricos.
Sabe-se que a criança é um ser brincante e que a música é criada ao brincar, os sons, são transformados e recriam ambientes. É necessário que nossos ouvidos estejam atentos para perceber o modo como bebês e crianças maiorzinhas se expressam musicalmente em cada período de suas vidas. Há aqueles que denominam muitas das músicas ouvidas pelas crianças de “musiquinhas”, num tom francamente pejorativo, porém revelador da maneira como meninos e meninas são concebidos e ainda mais, como são pensadas e realizadas as relações entre adultos e crianças em ambientes para a infância também no que toca às músicas e sons que, ao serem realizados pelas crianças, são ouvidos como barulhos, contrariando as regras do silêncio.
A canção é importante como brincadeira, como conhecimento cultural, como contato com o folclore brasileiro. No entanto, não podemos deixar de lado o contato com outros gêneros musicais, de outras culturas e, principalmente com os sons de todas partes do mundo, considerando também o que a criança porta advindo de seu contexto social, familiar, cultural.
A música possui um papel importante na educação das crianças. Ela contribui para o desenvolvimento psicomotor, sócio afetivo, cognitivo e linguístico, além de ser facilitadora do processo de aprendizagem. A musicalização é um processo de construção do conhecimento, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação. 

Conclusão
Ao término desse artigo concluímos que: todos os tipos de linguagem oral e escrita como: artes, música, teatro e contação de histórias são importantes para o desenvolvimento infantil.
A música e o teatro por ex. utilizamos para a expressão corporal e gestual da criança através dos movimentos corporais, através das histórias a criança viaja por um mundo imaginário, descobre outras culturas e sentimentos, como raiva, dor alegria, entre outros.
O docente deve ser dinâmico para trabalhar todas essas linguagens com a criança, podendo inseri-las em seu cotidiano pois é através do domínio das mesmas que o aluno alcançará a alfabetização plena com a escrita formal e a leitura, o docente tem a função não só de ensinar a ler e escrever mas de formar cidadãos capazes de compreender a política e a sociedade e só será possível com a inserção dos diversos tipos de linguagem no desenvolvimento humano.

R. Bibliográficas

FERRAZ, M. H. T. e Siqueira, P. I. 1987. Arte-Educação: vivência, experimentação ou livro didático? São Paulo, Edições Loyola.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei De Diretrizes E Bases Da Educação Nacional– LDB(EN) 9394/96 – Seção II. Art. 29.
BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2002.
FERREIRA, Francisco Whitaker. Planejamento Sim e Não: um modo de agir num mundo em permanente mudança. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1976. p. 65-83.
KHULMANN JR, Moysés. Infância e Educação Infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre, Mediação, 1998. p.197-210.
VIGOTSKI, Lev Semyonovicth. Psicologia pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
FREIRE. Paulo. A importância do ato de ler (em três artigos que se completam). São Paulo: Autores Associados/ Cortez, 1982. ALVES, Rubem. Gaiolas ou Asas - A arte do voo ou a busca da alegria de aprender Porto, Edições Asa, 2004 
ZILBERMANN. Regina. A leitura e o ensino da literatura; São Paulo: Cultrix,1988.
BOULCH, J. A educação pelo movimento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983
OLIVEIRA, G. C. Psicomotricidade, educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. SP: Scipione, 1989.