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A PRÁTICA DA MATEMÁTICA NA VIDA DO SER HUMANO DESDE A SUA EXISTÊNCIA

 

Noeli Maria Zimmer[1]

 

Resumo

Sabe-se que os jogos trabalhados em grupos, despertam aspectos emocionais, éticos e sociais no desenvolvimento do ser humano. Ao se relacionar em grupo, o educando estará sendo incitado para o uso do seu entendimento coerente de um modo mais divertido, na interação com os que permanecem a seu entorno, numa aproximação maior entre educando e educador, já que dessa forma todos podem compartilhar das atividades. Á medida que a criança cresce novas obrigações e responsabilidades surgem e tudo se torna mais sério, é a regra e a batalha, o comércio, o método e a informação, perdendo a relação com o jogo, restando apenas as invenções daquele tempo de criança. Embora não se percebe claramente, que a vida é vista como um jogo, com inúmeras regras que de acordo com as próprias decisões, tornando-o um vencedor ou um perdedor. A escola é um ambiente acessível para promover o desenvolvimento de cada um e consequentemente ensinar as diferentes regras. A utilização de recursos como os jogos é um modo de cooperar na edificação do conhecimento, pois além de atrativo leva a uma motivação interior em desejar aprender. Na conjuntura escolar, onde se sugere trabalhar com jogos, o professor ostenta o papel de organizador do ensino, isso significa assumir, conscientemente a criação de circunstâncias que possibilitam ao aluno tomar ciência do significado. Com base nesse pensamento deixa-se a teoria e aplica-se na prática os vários aspectos desse estudo. Buscando fundamentações e apreendendo o pensamento unindo as experiências e as realidades da sala de aula.

Palavras-chave: jogos. matemática. educação infantil. educador. educando.

 

Abstract

It is known that games worked in groups, arouse emotional, ethical and social aspects in the development of the human being. To relate in a group, the student is being urged for the use of their coherent understanding of a more fun way, in interaction with those who remain in their surroundings, a closer relationship between student and teacher, since that way everyone can share the activities. As the child grows new obligations and responsibilities arise and everything becomes more serious, it is the rule and the battle, trade, the method and information, losing the relationship with the game, leaving only the inventions that child time. Although not clearly realize that life is seen as a game with numerous rules according to their own decisions, making it a winner or a loser. The school is an affordable environment to promote the development of each and consequently teach different rules. The use of resources such as games is a way to cooperate in building the knowledge, as well as attractive leads to an inner motivation to want to learn. In the school environment, where it is suggested working with games, sports teacher role teaching organizer, this means taking consciously creating circumstances that allow the student becomes aware of the meaning. Based on this thought leaves the theory and applies in practice the various aspects of this study. Seeking foundations and seizing thinking uniting the experiences and classroom realities.

Keywords: games. mathematics. childhood education. educator. educating

 

Introdução

A matemática faz parte da vida em sociedade desde os princípios de sua existência. Desde os tempos antigos, geralmente as crianças já contam números, mesmo antes de iniciarem os primeiros contatos com a escola. Mas quando chegam às salas de aula, em vezes parece que surgem bloqueios para a grande maioria dos alunos, do tipo ‘medo dos números’.

A aprendizagem da matemática na Educação Infantil surge através da curiosidade, da admiração dos alunos e das experiências que estes terão de descobrir em novas ideias, de fazerem novos experimentos, ou de arquitetarem argumentos de modo cada vez mais aprimorados.

Mas mesmo na atualidade, percebe-se nitidamente e enfaticamente o descaso, como do sentir do educando, como na frieza do trabalho de muitos educadores, que talvez na preocupação com o excesso de conteúdo a ser trabalhado, acabam sendo negligentes com o pensar e o sentir dos alunos. Em vezes esquecem-se de humanizar as ações para que o conteúdo se torne mais agradável e compreensível.

Segundo Smole 2000:

 

Já se vai longe o tempo em que ensinar matemática na educação infantil confundia-se com atividades de seriação, classificação e sequenciação. Também não faz mais sentido o trabalho centrado em preencher folhinhas com números ou marcar quantidades de objetos de um conjunto em um quadradinho.

 

Por outro lado também há alunos desmotivados, assustados, bloqueados e revoltados com a escola, onde consequentemente não conseguem produzir o necessário. Pois nesses e outros casos é necessário transformar o medo, em confiança e a frieza em compreensão, entrando num processo de cumplicidade para que haja a facilitação do processo de ensino, e aprendizagem na busca do desenvolvimento dos resultados.

Autores assim como Borin (2007) e Macedo (2000) destacam que o jogo é elemento de entretenimento que acaba por produzir, desenvolver aptidões, estimular o raciocínio, competência de compreensão dos conteúdos matemáticos e de diferentes campos do conhecimento.

Assim sendo, as pesquisas bibliográficas que foram destacadas entre autores do tema, nota-se que a utilização das diversas metodologias para ensino da matemática propicia ao aluno compreender normas a serem empregadas no método de conquista do conhecimento e assimilar conteúdos que mesmo pareciam completamente abstratos.

 

Desenvolvimento

É necessário priorizar ações de aproximação, de descobertas de conhecimento uns dos outros, de diálogos, de ouvir, de traçar metas juntos, da aceitação, mostrando-se tolerante e compreensivo, consequentemente terão como resposta não ter medo do erro e a busca por acertos. A valorização das pessoas e o aproveitamento desses dar-se-á prazer ao executar os afazeres e ter-se-á confiança em buscar bons resultados.

No processo de ensino-aprendizagem deve-se sempre ser trabalhado como aliado a afetividade, lembrando sempre que o educando é agente desse processo. O objetivo é que ele se torne confiante em suas ações, independentes dos resultados que possam vir a ter, mas que haja sempre a certeza de que caso não tenha conseguido desenvolver o necessário na primeira tentativa, terás sempre suporte e estímulo para se tentar novamente.

Propõe-se como metodologia na prática inicial a descaracterização da sala de aula convencional, a mudança estrutural do interior da sala de aula, colocando, por exemplo, as carteiras em forma de “U”, ou em círculos para que todos possam se ver e se falarem entre si, facilitando as intervenções, para que haja o aproveitamento do potencial de cada educando nas ações desenvolvidas.

Considerando que os alunos da educação infantil se encontram em uma fase lúdica, na qual brincar é um direito legítimo e algum modo de crescer amplamente, as lições de matemática necessitam ter ambiente para jogos, brincadeiras, narrações, fábulas, problemas, experiências e entre outras atividades que compõem o mundo  da criança. Em seus cursos de neurociências e matemática, Whyte e Bull (2008) comprovaram que crianças que jogam entendem melhor o mundo dos números.

 

O jogo para a criança forma uma terminação, ela compartilha com a finalidade de obter prazer, enquanto que para o professor que almeja usar o jogo com finalidades educativas este é aceito como um meio, jeito a mais de induzir a criança a entender a Matemática. (ARANÃO, 2000)

 

A utilização dos recursos tecnológicos, jogos e a música são exemplos de ferramentas que não só podem, mas devem ser utilizadas para o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem, explorando-a das mais diversas formas, tendo o objetivo de estimular e envolver o aluno na construção desse novo fazer, de forma a conciliar o desenvolvimento, com as atividades musicalizadas e outras, que instigam a participação, nas descobertas de novos conhecimentos.

É essencial desfazer o mal entendido de que no ensino infantil exercita-se uma matemática simplista, muito elementar, sem recomendar situações desafiadoras, e igualmente desfazer do conceito de que primeiro os educandos aprendem a ler e escrever para posteriormente descobrir situações mais complicadas da matemática.

Utilizar materiais trabalhados e construídos pelos próprios alunos é um ponto forte, pois ambos terão que pesquisar e interagir entre si para conseguir os resultados esperados. Com isso eles estarão desenvolvendo não só o didático-pedagógico, mas também o psicológico e a socialização em suas intervenções nos grupos de trabalho.

É interessante a disponibilização de laboratórios de informáticas para pesquisas, e espaços em bibliotecas para oficinas de conhecimentos. Poder-se-á, de acordo com o tema, também fazer a disponibilização de espaço/tempo, com intervenções através de entrevistas nos complementos dos temas trabalhados. Cada oficina trabalhada poderá ter apresentações e fechamento, coordenado por cada um dos grupos envolvidos.

Ter o aluno como agente ativo no processo de ensino e aprendizagem, certamente lhe abrirá um leque de conhecimento e de oportunidades, pois o instigará a sua necessidade no crescimento cultural e social. O aluno quando se sente valorizado, descobre capacidades inimagináveis. Até mesmo o próprio educando faz descobertas que até então parecia longínquas.

 

Relação com o jogo resta apenas as invenções daquele tempo de criança. Embora não se percebe claramente, que a vida é vista como um jogo, com inúmeras regras que de acordo com as próprias decisões, tornando-o um vencedor ou um perdedor. A escola é um ambiente acessível para promover o desenvolvimento de cada um e consequentemente ensinar as diferentes regras. A utilização de recursos com os jogos é um modo de cooperar na edificação do conhecimento, pois além de atrativo leva a uma motivação interior em desejar aprender. (ARANÃO, 2000)

 

Tem por finalidade fundamental, demonstrar que as oficinas literárias servem como estimulo capaz de cooperar para o desenvolvimento físico, cognitivo e social. Visa também levantar dados de como são visto as oficinas na educação infantil. Portanto a ação de praticar é elemento prioritário para o desenvolvimento da aprendizagem e também parte do currículo escolar.

Como experiência de prática in locus, em 2013, foi acompanhado um aluno que era considerado o terror de alguns professores e sempre o foco nos conselhos de classe. Em um desses conselhos foi estimulante concordar que o aluno era insuportável e atrapalhava a aula. Com constrangimento pela situação, e em desculpas aos colegas educadores da escola, levantou-se a hipótese de que talvez fosse a disciplina e a metodologia utilizada que poderia atrair o referido aluno.

Depois de perceber a inquietude do educando, foi feito um planejamento de que tudo o que precisasse ser feito na sala, ele o fizesse, desde o apagar da lousa, do fechar ou abrir da porta, de sentar-se junto a um colega que estivesse tendo dificuldades. Não que ele soubesse mais, mas porque isso o levaria a se sentir útil e a se sentir na responsabilidade de tentar ajudar o outro. Outro método foi pedir ao aluno sempre que fosse possível, pesquisas ou material complementar ao estudo do dia, realizando em conjunto com os demais da turma uma complementação do que tinha sido trabalhado. Com isso ele começou a ficar mais atento e participativo, pois se encantava com o fato de estar lá na frente complementando alguma atividade e exemplificando o tema trabalhado.

A partir daí o aluno começou a pesquisar e sempre trazia novidades, até impressa, sempre fazia questão de mostrar as imagens aos colegas de sala e explicar cada detalhe.

Sua capacidade discursiva, a sua segurança, a sua responsabilidade, a sua compreensão e sua simpatia, acabou por cativar os colegas e alguns passaram a ajudá-lo em suas pesquisas e nas explicações complementares. Comecei a me orgulhar dele, de sua luta para mostrar do que era capaz.

Então, neste caso, não tem como concordar com o incomodo oferecido pelo aluno, porque ele era um excelente aluno, pois buscava a sua própria valorização. Por este e outros motivos é preciso acreditar na necessidade da dinamização da sala de aula independente do estágio cultural.

 

Segundo o autor Vigotskiano (1978), a essência de uma educação voltada para a inclusão deve adotar determinados requisitos fundamentais: Comentar com o educando, oferecendo a ele a oportunidade de socialização. Na pratica é comum o educador utilizar os jogos no fim da aula, e desta forma fazer com que os estudantes retornam determinados no dia seguinte. Ressalvas feitas por Borin a respeito aos reforços que os jogos poderiam ter em uma sala de aula improvisada de forma sistematizada em um grupo de estudantes.

 

Defende-se neste artigo que o trabalho harmonioso, embasado na compreensão, no estímulo, na aceitação, na busca pela superação, sempre com respeito aos limites individuais, na tolerância, tudo isso fortalece a autovalorização das pessoas.

Toda ação de ensino/aprendizagem, necessita da aceitação e do querer do educando. Portanto cabe ao educador proporcionar este ambiente estimulante, agradável e diversificado. Algo diferente do corriqueiro, do monótono, do estressante e do antiquado, fazendo existir um ambiente inovador e com atividades atrativas, descontraídas e, com ações que o educando também sente prazer em executar e ao mesmo tempo desenvolva diversas habilidades, fazendo sempre descobertas e desenvolvendo seu aprendizado.

Relatar a mudança comportamental do educando em sala de aula, visando a transformação do espaço educacional. Precisamos deixar no passado, os antigos espaços de obediências e de silêncio, fomentando a existência de um novo espaço, de dinamismo, agora prazeroso, de diálogo, de argumentação, de troca de opiniões, de conhecimentos e descobertas. Lugar onde se tem prazer em estar e de se sentir bem em fazer parte, principalmente onde se consegue compartilhar e não quando só se é constrangido quando por acaso acontecer os erros.

Sem deixar de citar que todo funcionário de uma Instituição escolar faz parte do processo educativo, então é também primordial que consigam impor limites e é claro fazer respeitar hierarquia e regulamentos, mas deve haver a valorização e o respeito. Que os dirigentes vejam os alunos como capazes de compreender e de sentir, de modo que se envolvem em situações escolares saudáveis, A partir daí com certeza teremos parceiros para seu próprio desenvolvimento.

 

Conclusão

Conclui-se que os jogos e outras ferramentas didáticas quando utilizados como ferramenta de amparo no processo de ensino-aprendizagem na disciplina da matemática podem cooperar positivamente para a interação aluno/professor e aluno/aluno.

Sabe-se que ultimamente, grande parte dos educadores e alunos estão em condições de total desmotivação no que se refere ao método de ensino-aprendizagem. Os jogos quando empregados de modo apropriado à situação da sala de aula tornam-se um item impulsionador do desenvolvimento social e moral do educando.

O jogo para a criança forma uma terminação, ela compartilha com a finalidade de obter prazer, enquanto que para o professor almeja usar o jogo com finalidades educativas, este é aceito como um meio a mais de induzir a criança a entender a Matemática. O docente precisa ser cauteloso ao propor o jogo a ser trabalhado, pois o mesmo necessita ser apropriado para transmitir mensagem educacional almejada. Por meio de um trabalho significativo e criativo é que se amplia o cognitivo, psicológico, físico, igualitário, o cultural do aluno. O jogo é um dos elementos pelo qual a criança pode viver sua expressão mais instintiva, em um improvisar mais real.

Nas últimas décadas vários trabalhos de educadores-pesquisadores mostram que a disseminação de certas técnicas pedagógica desperta o anseio dos educandos pela matemática tornando prazerosa sua aprendizagem. Notadamente é visto que quando avaliados os resultados referentes a ensino da matemática verifica-se que os dados não são tão expressivos, no entanto a solução está numa transformação revolucionária das práticas adaptadas a realidade de cada aluno, mediado por bons objetivos no ensino.

É possível, também, identificar receios e alegrias, desenvolvimentos de particularidades que seguem o aluno por toda existência. Com essas técnicas em âmbito escolar o educador pode trabalhar o raciocínio lógico, a seguir as regras que estão presentes na vida social, a ampliação da linguagem e convívio em coletividade de forma harmoniosa.

 

Referências

ARANÃO, Ivana Valéria Denófrio. A Matemática através de Brincadeiras e Jogos. Campinas, SP: Ed. Papirus. 3a Edição, 2000.

 

Revista F@pciência. ISSN 1984-2333, v.4, n. 2, p. 5 – 15. Apucarana, PR. 2009.

 

SMOLE, Katia Stocco, DINIZ, Maria Ignez, CÂNDIDO, Patrícia. Brincadeiras Infantis nas

Aulas de Matemática. Coleção Matemática de 0 a 6 anos. Porto Alegre, RS: Editora Artmed, 2000.

 

SMOLE, Katia Stocco. Matemática na Educação Infantil. Disponível em: <http://www.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/10083/matematica-na-educacao-infantil.aspx.>Acesso em: 10 de novembro de 2014.

 



[1] Licenciatura em Matemática - Faculdade:UNIP/ Sorriso MT. Pós-graduada em Docência na Educação Infantil e Anos Iniciais – UCAM. e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.