A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA PRIMEIRA INFÂNCIA
Silmara Zavardiniack[1]
Resumo
É por meio da leitura que o indivíduo descobre sobre o mundo em que vive, assim, a mesma passa a fazer parte de nossas vidas desde o instante que tentamos compreender o que nos rodeia, buscando informações sobre a percepção que tens de si mesmo com mundo. Pretende-se com este trabalho contribuir para a formação de novos leitores e esclarecer sobre os benefícios que a leitura proporciona ao ser humano desde a fase inicial da vida, e que todos os que lerem este artigo reflita sobre a importância e a responsabilidade para com quem esta em tuas mãos. No Primeiro momento discute-se a importância e contribuição de inserir a leitura e o contar histórias desde o nascimento do indivíduo. No segundo momento, o papel do professor na aprendizagem da leitura nas séries iniciais.
Palavras chave: Leitura na primeira infância. Benefícios da leitura na primeira infância. Papel do professor.
Abstract
It is through reading that the individual learns about the world you live in, so, it becomes part of our lives from the moment we try to understand what surrounds us, seeking information about your perception of yourself with the world . The aim of this work contribute to the formation of new readers and clarify the benefits that reading provides the human being from the earliest stages of life, and that all who read this article reflects on the importance and responsibility to those who is in your hands. The first time discusses the importance and contribution of insert to read and tell stories from the birth of the individual. In the second phase, the teacher's role in learning to read in the early grades.
Keywords: reading in early childhood benefits of reading in early childhood teacher's role.
1. Introdução
O presente artigo surge a partir da minha experiência como professora da disciplina de matemática de Escola de Educação Fundamental ao se deparar com a dificuldade dos dicentes no momento da interpretação de questões relacionada com seu cotidiano. Diante deste fato, a atenção se voltou para a leitura, pois é através dela que se adquire o conhecimento, que só é possível através da interpretação e o interpretar se desenvolve através da leitura, na qual, a prática da mesma é essencial para desenvolver o raciocínio, o senso crítico e a capacidade de interpretação. Nessa perspectiva, tem como objetivo discutir o conceito de leitura, sua importância de ser inserida na primeira infância (0 a 5 anos) e, a escola tem que adotar o método de inserção da leitura desde as séries iniciais e que os pais devem ajudar nos desafios que iram surgindo para uma melhoria no desenvolvimento do aluno como um todo.
A pesquisa é qualitativa, como procedimento metodológico bibliográfico de diferentes tipos de textos e livros como fundamentação teórica.
2. A leitura nos primeiros cinco anos de vida
Para se aprofundar no conceito sobre a leitura buscou-se seu significado primeiramente no dicionário online Aulete na qual diz: “Ação ou resultado de ler; Modo de interpretar, forma como se vê ou compreende uma obra ou uma situação; Processo de reconhecimento, decodificação e reprodução, por meio de dispositivo apropriado, de som, imagem ou dados armazenados num suporte.” Posteriormente sua tradução no latim, que Segundo :
“A palavra ler vem do latim legere, que significa ao mesmo tempo ler e colher, ou seja, a arte de colher idéias, no entanto, para colher idéias de uma forma eficiente é preciso não saber apenas o que está escrito no papel, é necessário saber compreender, interpretar e ter cuidados ao realizar uma leitura.”
Por mais que existam técnicas para ler e interpretar essas não são tão eficientes, para Bacha (1975): “A leitura, como o andar, só pode ser denominada depois de um longo processo de crescimento e aprendizado.” Seguindo este raciocínio não se aprende a interpretar textos do dia para a noite ou vice versa, ela acontece gradativamente, com o amadurecimento de cada indivíduo, por isso a importância de ser inserida a leitura desde a infância. Segundo Martins (2004):
“Desde os nossos primeiros contatos com o mundo, percebemos o calor e o aconchego de um berço diferentemente das mesmas sensações provocadas pelos braços carinhosos que nos enlaçam [...] começamos assim a compreender, a dar sentido o que e a quem nos cerca. Esses também são os primeiros passos para aprender a ler.” ( p. 11)
Neste sentido, logo após que nascermos já começamos a aprender a ler, e tudo que nos rodeia pode contribuir para o aprendizado da leitura. Ainda segundo Craidy e Kaercher (2001):
“As crianças aprendem desde os primeiros momentos neste mundo. Educar crianças com pouca idade não é apenas dar alimento e tomar os cuidados necessários. Junto com carinho e cuidados higiênicos é fundamental que as crianças pequenas recebam estímulos que desenvolvam seus sentidos e posteriormente sua intelectualidade”.( p.109):
Hoje, muitos genitores têm consciência do citado acima, devido a isto já é possível encontrar em livrarias e lojas especializadas para crianças livros para bebês nos primeiros meses de vida, são dos mais variados tipos, com páginas perfumadas, de pano, de plástico para a hora do banho, onde o importante é que a criança desde cedo tenha o apreço pelo livro. Segundo Sandroni & Machado (2000) “a criança percebe desde muito cedo, que livro é uma coisa boa, que dá prazer”. Desde os primeiros dias de vida é fundamental que os pais comecem a contar histórias, se não tem livros não há desculpa, pode ser histórias pessoais do dia a dia, pois o importante é contar. Segundo A Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children's Reading Foundation), dos Estados Unidos, afirma que, ler durante 20 minutos por dia para os filhos nos primeiros cinco anos de vida proporciona 600 horas de preparação pré-alfabetização essencial antes de entrar na escola. E que Seu amor e tempo são de valor inestimável. Para cada ano que você ler com seu filho, os ganhos durante a vida média aumenta em US $ 50.000, ou seja, faz uma doação de US $ 250.000 para o seu filho apenas lendo ou contando histórias. E os beneficios não param por ai, de acordo com o estudo da mesma:
“Lendo com seu filho desde o nascimento, literalmente, as células cerebrais fios juntam em redes que facilitam a leitura mais tarde independente. A pesquisa do cérebro mostra que as células do cérebro associadas, permite que uma criança: Detecta os diferentes sons em palavras (consciência fonêmica); Reconhece letras e desenvolve estratégias para descobrir novas palavras (decodificação); Desenvolve mundo real entendimento do que as palavras se referem (criar contextos para compreensão do significado); Constroi um vocabulário oral e de escuta (cerca de 5.000 palavras por jardim de infância)”.
Fica evidente que contar histórias e incentivar as crianças com pouca idade é fundamental para sua vida social, emocional e cognitivo. Por mais que hoje muitas atribuições passaram a “ser da escola” os genitores devem ter consciência de que o responsável por cada ser é sua e que por mais que o educando seja amoroso, cuidadoso estes sentimentos não se mede ao sentimento de relação entre pai e filho, que os estímulos devem ter inicio em casa e se completada na escola.
2.1 O papel do professor na leitura nas séries iniciais
Desenvolver o hábito e gosto pela leitura é um processo constante, que deve ser iniciado muito cedo, em casa e ser aperfeiçoada na escola para ser contínua pela vida inteira. Assim a partir dos seis anos de idade os pais passam a dividir a responsabilidade com a escola, segundo a Lei de diretrizes e Bases da Educação (LDB), lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996:
“Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006): I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura [...]”
Como transcrito pela lei todos temos direito a educação e a leitura, então a escola tem um papel primordial na formação de leitores. É nela, o primeiro espaço que a leitura acontece de forma “organizada” e consciente. Neste sentido, o educando deve ter bem claro que o ler é gradual, aprende-se pouco a pouco a cada texto e cada indivíduo possui um ritmo próprio e forma de aprendizagem, portanto torna-se necessário refletir sobre as maneiras de se ensinar a ler e interpretar, procurando entender as necessidades e ritmo de cada um para e possa orientá-los nas suas descobertas e intervir de forma positiva, sendo cautelosos para que ela não se torne um fantasma, mas sim que perceba-la como um ato prazeroso e necessário. Não é obrigatório que o mesmo aprenda a ler para ter acesso ao prazer da leitura: pode acompanhar as leituras feitas por adultos, manusear livros e outros impressos, tentando ler através das figuras ou adivinhar o que está escrito. Segundo Martins (2004):
“A função do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas a de criar condições para o educando realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, seguindo as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta. Assim, criar condições de leitura não implica apenas alfabetizar ou propiciar acesso aos livros”.(p.34)
O papel do professor não é de obrigar os alunos a lerem, a saber, a atividade permanente da leitura são situações favoráveis para a formação de leitores, contudo é importante dentre outras modalidades que o aluno possa escolher o que deseja ler, porem cabe ao educando orientá-los e criar oportunidades para que ela aconteça de forma prazerosa para minimizar a queixa dos professores que Ângela Kleiman (1993) afirma que é "os meus alunos não gostam de ler". Nesta perspectiva, acredita-se que a aversão a mesma muitas vezes esta relacionado de como a leitura passou a fazer parte na vida do individuo, por isso, ela é um problema que preocupa muitos educadores. Como a leitura na maioria das vezes passa a fazer parte nas séries iniciais o responsável por criar laços entre a criança e a leitura são os pais e professores da educação infantil.
O ensinar a ler e ter o gosto pela leitura não é uma tarefa fácil para o educador mas sim o desafio indispensável, pois os entraves são muitos, a saber, crianças comprometidas com o seu desenvolvimento congnitivo, emocional, psicomotor ou linguistico, desestruturação familiar, estrutura do ambiente escolar entre outros. Para sanar as dificuldades o dicente sozinho não obtem um resultado positivo, segundo Santos (2009):
“É preciso uma dinâmica familiar saudável, uma relação positiva de cooperação, de alegria e motivação. Torna-se necessário orientar aluno, família e professor, para que, juntos, possam buscar orientações para lidar com alunos/filhos que apresentam dificuldades e/ou que fogem ao padrão, buscando a intervenção de um profissional especializado”. (p.10)
Portanto, para o desenvolvimento de um ser crítico é preciso que todas as partes estejam envolvidas, situação essa que muitas vezes não ocorre, muitos passaram a responsabilidade para a escola eximindo sua responsabilidade. Para Cagliari (2001) “A leitura é ainda uma fonte de prazer de satisfação pessoal, de conquista, de realização, que serve de grande estímulo e motivação para que a criança goste da escola e de estudar”, então, quando não há a participação de todos os envolvidos, as dificuldades, na maioria das vezes, dificilmente são sanadas, que consequentemente resulta em uma aversão a leitura gerando um descontentamento, desmotivação pelo ambiente escolar e o estudo.
3. Conclusão
Diante das reflexões estabelecidas, é clara a importância do contato com a leitura na primeira infância, a saber, quanto antes a criança tiver contato com a mesma, mais fácil será de criar um hábito, sem que esteja associado à obrigação. O sujeito se torna muito mais confiante e preparado para a vida. O papel dos pais é fundamental não somente no momento de introdução à leitura, mas durante toda a vida. E ao papel do educador, “podemos afirmar que será ele a ferramenta capaz de articular todos os mecanismos apresentados na busca da formação do leitor”. (LOPES, 2001, p. 12.998).
Referências
BACHA, M.L. Leitura na Primeira Série. Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1975.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. 10 ed. São Paulo: Scipione, 2001. p. 149.
CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis E. Educação Infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001.
Disponível em: <http://aulete.uol.com.br/leitura#ixzz2MrWJc3D2> acessado em 07/03/2013.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm> acessado em 08/03/2013.
Disponível em: <http://www.readingfoundation.org/parents.jsp> acessado em 07/03/2013.
KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura. Campinas, SP: Pontes, 1993. p. 15
LOPES, Carolina da Silva ,GARMS, Gilza Maria Zauhy. A Formação do Leitor na Educação Infantil (0 a 5 anos): Algumas Reflexões. Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5597_3840.pdf> acessado em 09/03/2013.
MARTINS, Maria Helena. O que é Leitura. 19. Ed.São Paulo: Brasiliense, 2004. (coleção primeiros passos;74).
SANDRONI, Laura; MACHADO, Luíz Raul. A criança e o livro. Rio de Janeiro: Ed. Ática, 2000.p.12.
SANTOS, Cristina Pereira dos. [et al]. Dificuldades de Aprendizagem em Leitura e Escrita nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Revista Científica de Educação a Distância. Edição Especial – OUT 2009 | ISSN 1982-6109
ZIMMERMANN, Daniel. Saber Ler é Preciso. Disponível em: <http://pt.shvoong.com/humanities/209268-saber-ler-%C3%A9-preciso/> acessado em 07/03/2013.