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ÉTICA E O TRABALHO DOCENTE

Rosilene de Fatima Silvino da Silva
Fernanda Mariele Nunes de Almeida
Raiane Fatima Silveira dos Santos
Poliana Rodrigues de Souza

RESUMO
No decorrer desta pesquisa, na qual buscou estudar a ética no trabalho docente, e entender o que é ética, analisando seu potencial na formação de professores, e valor da mesma para a educação, notamos que a ética para a maioria dos docentes transcende a cumprir leis e regras, ao contrário, através destas leis pela ética é possível os sujeitos pensarem e tomar partido diante das escolhas que o mundo muitas vezes impõe. O educador tem que ser conhecedores das teorias que dirigem sua pratica, especificamente sobre as questões que abrangem a ética no processo ensino aprendizagem precisa conhecer a ética para então passar a agir eticamente dentro e fora da sua profissão como um ser que pensa e age ativamente na construção da cidadania. A metodologia utilizada foi de cunho bibliográfico, pautado nos seguintes autores como: freire (2006), Paranhos (2007), Rios (2010), Rodrigues (1989) entre outros. A ética resulta num acordo moral com suas próprias ações, e maneiras para o professor, que, além de educador tecnicamente é um educador universal, que eleva o indivíduo para a sociedade. Constatou-se que a ética na profissão docente, explana os valores morais e os deveres dos educadores no ensino aprendizado e na formação do cidadão. E que a práxis do professor deve estar sempre ligada com o modo de ser da moral e da ética, para colocá-lo em prática não só na sala de aula, mas também na sua vida pessoal e profissional.
Palavras-chave: Docente; Ética; Educação; Valores.


1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo de, desenvolver o conhecimento sobre as características da ética no trabalho docente, tendo em vista que para entender o que realmente é ética, devemos saber em qual contexto ela se encaixa.
Com o crescimento desenfreado do mundo globalizado diante da contemporaneidade é marcada por uma série de desafios cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas, quer seja no contexto individual, coletivo, informal ou profissional. Deixado levar pela pressão exercida pela busca de produção, pois o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e exigente, com a correria do dia a dia às vezes não sobra tempo para pensarmos sobre nossas atitudes.
Assim, torna-se necessário, a ética é o conjunto de normas morais em que o indivíduo deve orientar seu comportamento na profissão que exerce, e importante em todas as profissões e para todo ser humano, e para vivermos bem em sociedade.
Contudo, temos que ter a consciência de que nossos atos podem agir na vida dos outros e que nossa liberdade acarreta em responsabilidade. Ética é definida como a explicitação teórica do fundamento do agir humano na busca do bem comum e da realização individual. Ao falar em ética na educação, devemos considerar que as consequências educacionais se dão a partir do apelo à humanidade vindo do outro tendo a possibilidade de uma resposta completa e responsável.
A pedagogia da ética começa pelo respeito um ao outro, com o anseio da humanidade. É necessário que nos dias atuais termos profissionais éticos, que acreditem que por meio da educação que se forma cidadãos comprometidos, ousados, críticos e corajosos com vontade de lutar por seus direitos e deveres, por uma sociedade mais justa e igualitária.
Esse artigo está dividido em 5 seções, sendo a Introdução, a Ética e alguns conceitos, a Ética no trabalho docente, a Importância na formação docente, a Visão dos professores, Considerações finais e Referencias.

DESENVOLVIMENTO

A ética é os valores morais estão ligados a uma cultura, independentes de seus valores, costumes ou tradições, a ética começa a existir a partir de um pilar central, o ser humano e suas relações entre o meio em que vive.
Segundo Paranhos (2007), o termo ético deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio na formação social. Desta forma, a ética, não pode ser comparada com as leis. A ética é elaborada por uma sociedade tendo como princípio a história e a cultura. No pensamento da filosofia, a ética e uma ciência que estuda os valores e fundamentos morais de uma sociedade e seus grupos.
De acordo com (BARBIERI, 2009, p.84). “A ética pode ser considerada uma dimensão específica da responsabilidade social [...] o termo responsabilidade, entendido como obrigação ou compromisso para com outros, faz parte da linguagem da moral e da ética.
Assim, somente o estudo e a análise da ética e a conduta humana possibilitará ao indivíduo a razão de ser das normas morais, proporcionando o comprometimento e a dever com as normas, concedendo-lhe uma visão crítica com relação ao código de sua sociedade, sendo capazes de entender melhor os códigos de outras culturas. Para Vasquez
A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano. A nossa definição sublinha em primeiro lugar o caráter científico desta disciplina; isto é, corresponde à necessidade de uma abordagem científica dos problemas morais. De acordo com esta abordagem, a ética se ocupa de um objeto próprio: o setor da realidade humana que chamamos moral, constituído por um tipo peculiar de fatos ou atos humanos. Como ciência, a ética parte de certo tipo de fatos visando descobrir lhes os princípios gerais. Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar à racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos e, no limite do possível, comprováveis. (VASQUEZ, 1997, p. 12).
Como ciência tem seus objetos próprios, leis e método próprio. A ação da Ética é a moral. A moral é um das aparecias do comportamento humano. A forma de expressar deriva da palavra romana mores, no sentido de costumes, conjunto de normas conseguidas pelo hábito reiterado de sua prática.

A ética cuida do comportamento humana diante do bem e do mal. Ou, “daquilo que tem valor, do que realmente tem importância, do sentido da vida, do que torna a vida digna de ser vivida ou da maneira correta de viver” (WITTEGENSTEIN, 1971, p. 144).

Conforme o autor, a educação pautada na prática da ética pressupõe uma ação afetiva, que uni, Induz, compreende, encaminha, e partilha.
Deve-se então, buscar entender conceitos, técnicas, conhecimentos, desafiadores, criadores de seres humanos e não só de pessoas. O conhecimento transforma-se em uma atividade volitiva, que deve superar, aperfeiçoar, o ser e não apenas construir, mas ter a consciência do nosso agir no mundo.


2 1 A ÉTICA NO TRABALHO DOCENTE
Para Barroco (2009, p.121), ‘O homem e considerado como ser humano, racional, pois tem capacidade para agir de acordo com sua consciência e liberdade, atributos essenciais de um ser humano. Esses atributos foram criados pelo próprio ser humano, a partir do seu desenvolvimento.
O mesmo autor diz que o homem como ser racional, que tem o poder de escolha, que amplia seus sentidos humanos (o paladar, olfato, sensibilidade e outros), o homem também transforma suas condições de trabalho, cultura e a relação entre homens. E por meio de uma ação transformadora se denomina práxis: atividade especifica do ser social cujo modelo é dado pelo trabalho. A consciência, o conhecimento, a linguagem, o intercambio, a cooperação, e a valorização dos objetos e das ações e os costumes, são mediações inscritas pela práxis desenvolvida pelo trabalho criador da cultura. O trabalho, como práxis, é o componente que desenvolve a produção do ser social como ser histórico capaz de ser consciente livre, base de sua capacidade de instituir-se como sujeito ético.
Atualmente podemos mencionar situações em que a ética se encontra, de como ética está em evidencia nas profissões, ética profissional, ética no setor público, na área medica, empresarial, na administração pública, entre outros. A ética se encontra no dia a dia em situações e relações pessoais, está presente em todos os locais da sociedade.
Já Simões (2005), a ética é uma resposta do grupo profissional, moral profissional, moral do trabalho. Há um embate da sociedade capitalista e socialista que é o trabalho, em que a relação de trabalho de um trabalhador era, simultaneamente, uma relação de trabalho com sociedade global, espontânea e instintiva. Não tinha separação entre vida privada e comunitária, e concepção da privacidade da vida. Os grupos profissionais buscam a distinção de interesses de outros grupos e da sociedade em geral procura estudar, pesquisar, sistematizar padrões. Isso passa a ser ética como ciência, cujo objeto é a moral. Essa forma cientifica, definida e sistematizada onde por intermédio da ética os profissionais criam sua identidade.
No cotidiano escolar, relatos de certos problemas que podem comprometer a efetividade e qualidade do ensino-aprendizado. Como discutir assuntos que particularmente dizem respeito a alunos ou outro colaboradores em locais inadequados.
Situações que causam certos transtornos e constrangimentos que podem comprometer a eficiência e eficácia do processo ensino aprendizagem.
Em algumas ocasiões, temos observado que o tema das virtudes sumiu das escolas. Casos de desrespeito, de falta de limites, de assédio têm sido comuns, mas a radicalidade da crise ética nos impõe o desafio de reinserir temas morais da formação humana nos processos educacionais em todas as suas dimensões (CAPORALI, 1997).
Conhecer e viver nossos limites tem que aprender o sentido da vida, que é o complemento, de conviver verdadeiramente. Entende-se que a educação é a socialização das gerações e, uma forma de estimular à transformação.
Já Baptista (2005), diz que a sociedade contemporânea tem na escola um lugar privilegiado para a concretização do ideal de humanidade construído em torno dos valores da democracia, da justiça, da paz e da solidariedade.
O docente visa determinar uma conduta ética que aprimore a conduta moral tanto dos docentes quanto dos discentes, Andrade diz;
A escola é uma atividade social onde ações morais são realizadas e discutidas diariamente diante de cada nova situação. Os professores se deparam com situações controversas e suas ações diante delas são formas de moral. Tais ações necessitam de uma discussão mais profunda e refletida. Esse é o papel da ética docente. Uma reflexão sobre a ação docente de cada dia que em seu conjunto reflete uma prática moral. E essa pratica carece de definição, reflexão e de sistematização. Pois somente a partir de uma discussão aprofundada e refletida sobre nas nossas ações seremos capazes de emitir juízo ético (e não apenas morais) sobre a ação docente e, consequentemente, sobre os valores da educação. Isso permite a visualização de uma ética docente baseada em princípios comuns nas exigências e demandas sociais e nos meios adequados para alcança-los. (ANDRADE, 2006, p.52).
Professores críticos precisam ter um comprometimento ético onde a virtude está nos princípios que defendem e na pratica da reflexão e da determinação, dando exemplos morais a serem seguidos pelos educandos que estão sob seus cuidados.
Rodrigues (1987, p.65). O "educador consciente" luta para que a escola seja competente em possibilitar aos trabalhadores e seus filhos as condições intelectuais e sociais para que possam construir um espírito de solidariedade e autodesenvolvimento.
Nessa tarefa, os professores devem ser um modelo, porque "a imitação é o primeiro e mais poderoso condutor para a formação da consciência do educando". Dessa forma, "devemos atentar para que nossos procedimentos sejam sobretudo imitados por eles.
A elaboração do docente como um sujeito que ajusta seu comportamento por princípios, empenhado com a justiça, com a elucidação e a independência, com a humanização e o pensamento crítico, é o resultado de um trabalho constante e a dedicação do sujeito consegue mesmo e com o ato educativo. "Ninguém é comprometido, politicamente, de uma vez por todas. O compromisso é como um ato de amor, que tem de se renovar diariamente" (RODRIGUES, 1989, p.66).
O comprometimento depende de trabalho ético do indivíduo sobre si próprio na medida em que compõem os outros como sujeitos de certo tipo por meio de determinadas tecnologias.
Podemos compreender que a tarefa pedagógica do intelectual educacional é "orientar as consciências para a ação". Contribuir para que, pelo questionamento da conduta humana, "os homens possam reencontrar a si mesmos, à sua conformação histórica e à sua capacidade de agir. Sem tais questionamentos e posições é impossível compreender a situação e transformá-la" (RODRIGUES, 1987, p.15).
Tarefa para intelectuais universais e "de esquerda" que, mesmo situados em lugares de trabalho nos quais estão submetidos a controles e relações de ordem institucional, lutam contra o poder em nome da verdade, da objetividade, da justiça e da razão histórica.
As práticas de si e o cuidado são aspectos fundamentais daqueles que exercem uma função pastoral. "O sábio necessita manter suas virtudes em alerta" (Foucault, 1985, p.59). Ao incentivar alguém ao trabalho ético, ele próprio é incentivado, criando com sujeitos que estão sob seus cuidados um jogo de trocas e obrigações recíprocas. Essa é a propriedade central do cuidado de si. Não é um exercício solitário, ao contrário do que se pode pensar precipitadamente, mas está enredado em inúmeras relações e práticas sociais, como é o caso da educação.
O docente tem que cuidar de sua própria conduta, vigiar seus pensamentos, zelar pela relação entre o que é dito e o que é feito, é compromisso sem rivalidades de educadores e intelectuais educacionais críticos. Os educadores críticos têm que promover a arte da autorreflexão e da autodeterminação em si próprios para que possam ensinar seus estudantes. Como Sócrates já dizia, ao ensinar os cidadãos a ocuparem-se de si mesmos se lhes ensina também a ocuparem-se da própria cidade (FOUCAULT, 1997, p.119).
Nas diferenças, de complexidades e de paradoxos, a dimensão dos valores se impõe por se tratar de uma ação de sujeitos sobre a composição que os cerca e por se dar em um espaço de vida de educandos e de educadores.
Sendo assim, toda ação educativa deveria estar implicada com a construção de uma consciência ética e social, sendo imperativa a reflexão sobre as virtudes no cotidiano escolar e a discussão e efetivação de propostas pedagógicas que levem em conta a formação de um ambiente sociomoral cooperativo e participativo (TOGNETTA, 2007, p. 23).
As virtudes na educação impedem a construção da personalidade de pessoas com valores morais. As virtudes são nossos valores morais, se quiserem, mais encarnados, tantos quanto quisermos, mas vividos, mas em ato.
A opção do profissional está formada nas ideias de bem e virtude como valores obsessos pelo ser humano, onde atinge e emitem numa vida plena e feliz. Já Silva fala sobre a importância de educar para os valores:
Somente uma educação pautada em sólidos valores altruístas poderá fazer surgir uma nova ética social que seja capaz de conciliar direitos individuais com responsabilidades interpessoais e coletivas. A aprendizagem altruísta é o único caminho possível para combatermos a cultura (...) pautada na insensibilidade interpessoal e na ausência da solidariedade coletiva (SILVA, 2008, p. 193).
Refletir sobre a construção de uma pedagogia que possa compreender os aspectos cognitivos, morais e afetivos. Com isso, está questão está sendo vivida nas escolas e existe uma criação que objetiva a qualidade formativa, social e humana. Freire relata.
Paulo Freire (2006) propõe uma prática educativa que considere sobre o compromisso e a responsabilidade do educador, em relação à sala de aula, os limites da ética, do que é “ser ético”. O autor observa para o comportamento ético do professor, orientando nos saberes por ele propostos e que não pode faltar na prática educativa, e a obrigatoriedade de que o docente observe estas virtudes.
Alguns autores, a educação tem uma proporção ética, que abrange todos os seus princípios, para que haja uma modificação concreta nas ações dos sujeitos nos aspetos políticos, intelectuais, sociais e morais.
Dessa forma Rios (2010 p. 667) ressaltam que a educação deve ser um gesto de emancipação. “Se assim é, não se pode esquecer a dimensão ética no trabalho educativo, de quem ensina ou aprende”, mostrando - nos o quanto através da educação, os sujeitos podem apoderar-se da construção ética, de que pode a educação auxiliar. Portanto, não há ética que possa ser construída, sem que perto esteja a educação.
“Ética não se ensina, ela é praticada, discutida, aplicada”, construída no exemplo, nas práticas dos professores, pela boa formação dos educandos, e até pelos conceitos ensinados. Mas não penso que é possível “ensinar” a sociedade a serem éticos.
Almeida (2002, p. 11) diz que “[...] ética não se ensina, dá-se como exemplo e constrói-se na relação”, alegando que é a partir de um seguimento de construção que a mesma se faz presente nas relações. Dessa forma, a universidade como lócus de um trabalho ético, e a prática docente, para Freire (1996, 27), que é “[...] especificamente humana, [...] profundamente formadora, por isso ética”, pode desenvolver frequentemente, seja no espaço da sala de aula, ou na promoção de eventos acadêmicos a construção da ética, pautada no desenvolvimento de um ser crítico e autônomo, capaz de refletir e agir, diante do que colaborei para esse espaço.
Neste ensejo, que o professor como educador, antes de tentar construir valores éticos no ambiente de trabalho, consiga incorporar em sua vida, como diz Freire (1996, p. 26).
As qualidades ou virtudes são construídas por nós no esforço que nos impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e o que fazemos, para sermos capazes de fazermos juntos com os sujeitos, uma ética baseada no esforço de cumprir não só os valores morais que regem as leis, mas, de refleti-los e questioná-los.
3 IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE
A formação ética deverá preparar os docentes para apoderar-se de uma consciência nítida no seu crescimento moral, pessoal e profissional que habilite a entender e apoiar os alunos no seu processo de crescimento sócio moral, planejando a sua formação para a vida, e o mundo do trabalho, responsabilizado com sigo, e os outros e na sua profissão.
Nesse contesto de formação, a autossuficiência, responsabilidade e a aptidão são características tradicional e associadas a valores profissionais que deveriam ser incontestável na profissão docente (CONTRERAS, 2002, p.73).
Os professores exaltaram o valor da proporção ética na formação, atendendo que está presume um suporte ético de valores. Considerando, que o exercício da profissão, tenha formação e reflexão ética dos formadores. Os formandos vão confirmar a importância desta formação. Na formação pessoal, tendo em vista, influenciar o modo de pensar e agir, divulgar os valores da sociedade, distinguir que se deve e não deve fazer. Na formação profissional, conduta social do educador, para a reflexão sobre a ação, ajudar a estimular nas crianças os valores da sociedade.
3 1 A ÉTICA: AVISÃO DOS PROFESSORES
Para o professor, a escola é um ambiente de criação de relação de independência do aluno, produz seu trabalho possibilitando a relação com a instituição. Atentar-se para a globalização e orientar o estudante para a vida, dando-lhe condições para inserir na sociedade. Por meio da cultura adquire-se como se deve ser e fazer, a partir das orientações dos conceitos do indivíduo, tendo como moralidade valores ligados entre bem e ao mal, e o certo e ao errado, o que deve fazer ou não, procurando sempre a melhor modo de agir.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS), 1997, p.43, os conteúdos se concretizam de acordo com o valor social e específico variando de sociedade para sociedade, cultura para cultura, seus interesses e poderes, sendo sempre importante ressaltar o tamanho dos valores morais de cada indivíduo e seus comportamentos presentes em suas relações com outros indivíduos e com culturas e povos encontrados.
Todo indivíduo tem o dever de escolher o que fazer, fazendo assim o ato de se fazer algo bom ou ruim, isso porque seus atos são resultados do caráter que possui.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS),
A ética é a reflexão crítica sobre a moralidade. Ela não tem um caráter normativo, pois, ao fazer uma reflexão ética, pergunta-se sobre a consistência e a coerência dos valores que norteiam as ações, busca-se esclarecer e questionar os princípios que orientam essas ações, para que elas tenham significado autêntico nas relações. Há uma multiplicidade de doutrinas morais que, pelo fato de serem históricas, refletem as circunstâncias em que são criadas ou em que ganham prestígio. Assim, são encontradas doutrinas morais cujos princípios procuram fundamentar-se na natureza, na religião, na ciência, na utilidade prática. (BRASIL, 1997, p. 52).
Para o professor ensinar, deve-se ter respeito com a realidade, identidade e individualidade dos alunos. Cada aluno tem uma história de vida diferente, e por este motivo diversas culturas, regras e realidade na sociedade, e para a inclusão do aluno na sociedade em que se agrupa é necessário cautela para referir alguns assuntos. É importante que o professor sempre avalie a estrutura familiar, porque as instituições sociais se ligam as bases familiares, vivenciando suas diversas formas de agir e pensar sobre suas atitudes, buscando constantemente mostrar uma melhor maneira de conviver em um maior grupo na sociedade.
Os PCNS (1997), defendem que as pessoas se formam pelo convívio e valores que podem ou não ser bons, conflitantes e complementares nesse grupo social:
(...) As influências que as instituições e os meios sociais exercem são fortes, mas não assumem o caráter de uma predeterminação. A constituição de identidades, a construção da singularidade de cada um, se dá na história pessoal, na relação com determinados meios sociais; configura-se como uma interação entre as pressões sociais e os desejos, necessidades e possibilidades afetivo-cognitivas do sujeito vividas nos contextos socioeconômicos, culturais e políticos. (BRASIL, 1997, p. 52).
O professor em seu local de trabalho se depara com diversos valores, normas, e comportamentos que as pessoas compartilham diferentes meios sociais em que convive. De acordo com Parâmetro Curricular Nacional (PCN 1997, p. 64) necessita muitas das vezes preparação para reconhecer os valores e identificar os conflitos entre os outros. “A forma de operar com a diversidade de valores por vezes conflitantes também é dada culturalmente, ainda que do ponto de vista do sujeito dependa também do desenvolvimento psicológico”.
A função do educador é fomentar a decisão de consciência, voltado em um processo democrático e integrador, e às diversidades socioculturais, se exprime no gosto de fazer cidadania, no aprender a pensar, ser, conviver que se colocam nesse novo cenário pós- moderno. A moral sofre alterações, sobretudo quando submetida à reflexão da ética e o professor é o exemplo para seus alunos.
Na relação professor-aluno o educador não procura usar a obediência para controlar, mas utiliza a cooperação, pois sugere, pede, persuade, permitindo que os alunos reflitam sobre qual serão suas ações e tomem suas próprias decisões, o que evita os conflitos. O professor com está prática, estimula a criança a pensar e agir de forma autônoma. (DEVRIES; ZAN,1998 p.16).
Para ser ético em sala de aula, é importante que o educador tenha como meta o papel de apresentar aos alunos que todos precisam ser respeitados e que valores, atitudes tem que ser construídas em conjunto para que não haja conflitos. A ética tem que ser construída entre professor e aluno.
(...) que respeitam as diferenças e modifiquem a realidade. Quando o professor assume está postura ele se percebe agente transformador notando que (...) sua experiência na escola é apenas um momento, mas um momento importante que precisa ser autenticamente vivido. (FREIRE, 1992, p. 113).
Concordamos com o autor, pois o educador é um modelo para a criança, sua postura e conduta são exemplos, imitados pelos alunos. Para o professor nos dias de hoje está sendo mais do que educador é a base moral da criança que fica mais tempo na escola, que nesse contexto deve ser a grande criadora de cidadãos

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho foram abordadas questões voltadas aos princípios éticos conduzidos ao trabalho docente por meio de pesquisas de como agir eticamente com os colegas, os alunos e nas atividades do cotidiano escolar. Com a globalização tem se enfrentado problemas de educar para as diferenças, para o respeito a todos os seres humanos.
A ética e a moral são fundamentais no ambiente educacional e na formação da personalidade do homem, diante das ameaças continuas do modo de viver que a sociedade impõe para a boa convivência, que são os valores éticos.
Ao trazer à tona e aprofundar sobre a ética e a moral onde envolve a identidade do educador é uma ferramenta essencial na luta da valorização destes profissionais com um local de trabalho.
As mudanças sociais provocadas pelos novos encaminhamentos da conduta ética em função da avaliação de valores universais, o bem que firmava um novo modelo de caráter baseado na virtude, o homem virtuoso é aquele que conhece e prática o bem.
O ambiente escolar é adequado para o exercício da ética. Professores, alunos e funcionários podem obter efeitos construtivos no processo educacional, sendo importante no ambiente de trabalho e aprendizado. Enfim, se todos atuarem de forma ética no trabalho docente onde todos sairão premiados, pois os resultados vão ser construtivos.

 

 

 


5 REFERÊNCIAS
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