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Metodologias ativas de aprendizagem

Leidimar Brito da Silva Cunha

Flávia Michelle Ferreira Oliveira

Antônio Carlos de Lima Oliveira

Josiane Sérgio da Silva Miranda

Léa Antônia Correa da Silva Costa

 

DOI: 10.5281/zenodo.15269604

 

 

RESUMO

No mundo competitivo criado pela busca por profissionais qualificados para obter bons resultados, novas mudanças são necessárias para a formação de pessoas que compreendam as necessidades iminentes da sociedade. Esses profissionais têm habilidades para lidar com diferentes situações e diferentes interlocutores que demonstrem habilidade na tomada de decisão e capacidade de trabalhar em equipes multidisciplinares. É claro que a pesquisa contribui significativamente para o desenvolvimento de práticas de treinamento da instituição porque os métodos e as atividades têm vários aspectos e formas de trabalhar para desenvolver a aprendizagem atuante nos alunos dos cursos da instituição de ensino, buscando competências que as diferenças no mercado de trabalho e expectativas crescentes possam trazer para uma inovação para o dia a dia. As metodologias ativas se tornaram comuns na educação pública e sua natureza e propósito dialógicos fazem do aprendiz seu protagonista para um treinamento de aprendizes. Dentre as suas formas de aprendizagem há diversos meios de formação de aprendizado, como a dança e música, que possibilitaram aprendizados importantes em todas as etapas da educação básica.

 

Palavras-chave: Metodologias ativas. Ensino e Aprendizagem. Tecnologias de Informação.

 

 

Introdução

 

A sociedade moderna é caracterizada por uma economia baseada no desenvolvimento da tecnologia de informação e comunicação. Nesse contexto vale destacar também a aceleração do processo de infoentretenimento, que é ajudada pelas intensas dinâmicas sociais que trazem oportunidades culturais significativas para o espaço com as empresas, mas, ao mesmo tempo, com desafios complexos que podem ser determinados por essas mudanças e inserções.

No mundo competitivo criado pela busca por profissionais qualificados para obter bons resultados, novas mudanças são necessárias para a formação de pessoas que compreendam as necessidades iminentes da sociedade. Esses profissionais têm habilidades para lidar com diferentes situações e diferentes interlocutores que demonstrem habilidade na tomada de decisão e capacidade de trabalhar em equipes multidisciplinares.

A sociedade da informação, caracterizada por uma economia global e desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TIC) coloca mudanças na vida profissional e exigem um novo perfil profissional, cheio de habilidades e novas habilidades. A tecnologia da informação e comunicação trouxe mudanças inimagináveis na maneira como as pessoas vivem, trabalham, se comunicam e até para obter informação.

O uso de novas formas de participação social foi impacto no setor público, como administração, saúde, educação. Nesse sentido, é necessário incluir mudanças nas instituições de ensino, na busca por ensinar usando os métodos ativos que os professores estão tentando transmitir conhecimento, de modo que o foco não seja mais o ensino, mas o aprendizado.

Um estudante constantemente responsável pela autoaprendizagem através de novas formas aprender em vez de apenas ser um espectador recebendo informações. Nas metodologias ativas de aprendizagem, os alunos do paradigma educacional são os protagonistas em sala de aula, que falam e trazem ideias e soluções para os problemas levantados pelo professor.

Nesse sentido, se faz necessário incluir metodologias ativas no ensino e aprendizagem, se se configuram como uma inovação no contexto escolar e universitário, desestabilizando uma cultura existente na escola e na prática docente.

O ensino deve se adaptar ao novo método ativo de ensino, principalmente para fins que proporcionem oportunidades para o desenvolvimento de competência e independência na aprendizagem para que o conhecimento seja aprendido durante a vida profissional do aluno.

Os departamentos devem concordar sobre sua cultura e políticas com os professores em busca de maiores treinamentos especializados que acabem preparando para a organização atual e um futuro que possa atender satisfatoriamente às demandas do trabalho.

Este estudo se justifica pela importância de agregar metodologias ativas no processo de ensino e aprendizagem porque essa inovação em contexto é urgente e necessário para a escola e, sobretudo, para o mundo de hoje onde as instituições de ensino seguem e implementam novos métodos de construção de conhecimentos que atendam às exigências do mercado de trabalho atual a realidade da nova ordem mundial. É claro que a pesquisa contribui significativamente para o desenvolvimento de práticas de treinamento da instituição porque os métodos e as atividades têm vários aspectos e formas de trabalhar para desenvolver a aprendizagem atuante nos alunos dos cursos da instituição de ensino, buscando competências que as diferenças no mercado de trabalho e expectativas crescentes possam trazer para uma inovação para o dia a dia.

 

 

Desenvolvimento

 

Conceitos de metodologias de aprendizagem

 

A pedagogia moderna frente as mudanças e inovações sociais e de tecnologias, incluindo mudanças no mercado de trabalho, tentou rastrear processo educacional por meio do desenvolvimento de habilidades e competências. Nessa nova perspectiva, os métodos ativos são popularizados e seu uso aumentou na educação brasileira apoiada pela psicologia, Neurociência e pedagogia (MORAN, 2018; SILVA et al., 2021).

Isso é entendido pelas competências da BNCC (2018) como a “mobilização de conhecimento  (conceitos  e  procedimentos),  habilidades  (práticas,  cognitivas  e socioemocional), atitudes e valores para lidar com necessidades complexas da vida cotidiano, a plena realização da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASILIO, 2018, p. 8).

Segundo Bacich e Moran (2018, p. 17) as “práticas despertam a curiosidade, desafiam e envolvem os alunos em prol de experimentar, fazer algo e elevar a capacidade do mesmo para fazer algo, assim que deixe-os trabalhar a cooperação e o desenvolvimento da independência na tomada de decisões”. Os métodos ativos mudam o foco da aprendizagem para longe do educador na busca por educá-lo, envolvê-lo através da descoberta, pesquisa e resolução de problemas (VALENTE, 2018).

As metodologias ativas estão relacionadas as mudanças pedagógicas que são inovações práticas e pedagógicas que tem como princípio o aluno como protagonista da aprendizagem combinando o desenvolvimento emocional, social, afetivo e cognitivo que eles sugerem independência, proatividade, resolução de problemas, trabalho em equipe, autoestima (SILVA; PIRES, 2020).

Em ambos os casos, as vantagens do uso de metodologias ativas podem ser apontadas para alunos e professores. Para os alunos, os mais destacados são: melhor qualidade da comunicação e do ensino, desenvolvimento do trabalho em equipe, responsabilidade e autonomia, desenvolvendo pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade. Alguns dos benefícios para os educadores são: dinamismo e engajamento alunos, maior satisfação dos familiares com o método e resultados utilizados e maior produtividade estudantil (SANTIAGO, 2021).

Os métodos ativos enriquecem o ambiente educacional como tal estimula o questionamento, criando soluções, conexões, conhecimento, discussão, reflexões que participam do processo do aluno. No entanto, é necessário considerar algumas questões básicas a seguir: estreitando o objetivo aprendizagem, por competências e habilidades são desenvolvidas, que as estratégias devem ser implementadas usando recursos e ferramentas que gerem interesse e engajamento aos alunos, por meio de atividades significativas e controle da aprendizagem (SILVA; PIRES, 2020).

A resolução de problemas é outra metodologia ativa, que visa a educação como transformadora para a sociedade. Isso faz com que o aluno seja o personagem principal em conhecimentos prévios e desenvolvam novos métodos para resolver problemas sob a orientação do professor (SILVA; PIRES, 2020).

Outros exemplos de métodos citados na literatura são: treinamento entre pares, mesas redondas, exposições dialogadas, oficinas, apresentações teatrais, filmes, musicais, etc. (SILVA; PIRES, 2020). Portanto, os métodos ativos promovem o aprendizado de diferentes pessoas de diversas formas, principalmente promovendo a inclusão e tornando o aluno o protagonista deste processo.

 

 

A formação das metodologia ativas voltadas à aprendizagem

 

Os métodos ativos deram resultados positivos na aprendizagem onde um número significativo de alunos em todos os níveis do ensino básico desde o jardim de infância até o ensino médio devem procurar meios para uma nova formação de sua aprendizagem.

A aprendizagem significativa é a responsabilidade de promover o desejo do aluno de aprender, combinando estruturas antes de novos conhecimentos (a aprendizagem deve ser significativa para ser incluído). Nessa perspectiva, os métodos ativos levam a mudanças profundas, desenvolvendo novas práticas pedagógicas e desenvolvendo o que significa aprender a propor, que significa “movimentar, participar, construir, conhecimento, crescimento” de uma nova forma de aprendizagem (GRAPIGLIA et al., 2021, p. 216).

Eles também exigem perspectiva de aprendizagem, olhar para o ambiente, ou seja, sua arquitetura perante um espaço onde a aprendizagem acontece porque é preciso uma perspectiva ampla que entende a si mesmo, aos outros e ao ambiente como significativos e métodos ativos que podem ocorrer coletivamente em ambientes colaborativos e valoriza o indivíduo, suas competências e habilidades (GRAPIGLIA et al., 2021).

Reis e Barreto (2017) apresentam uma divisão do par de ideias, conectando a situação-problema com o aprendizado emparelhado que levou ao aprendizado investigativo e argumentativo. Costa (2021) utilizou o tema geral Ambiente participação interdisciplinar em situações problemáticas. Damiano, Ishiba e Rezende (2020) realizaram o projeto para construir uma horta escolar, aprender a conseguir a aprender importantes aulas teóricas e práticas.

O ensino médio afirma que o uso da tecnologia melhora o aprendizado desenvolvendo independência e proatividade. Neste contexto, pode-se referir o rápido progresso na utilização de métodos ativo com a necessidade de mudar os processos educativos que tanto falam de alunos e professores

 

 

A inclusão por meio da formação das metodologias ativas

 

As metodologias ativas são uma forma metódica de treinamento para acomodar mudanças rápidas e novas demandas para a modernidade de ensino. No entanto, eles são ferramentas de ensino eficazes que também são aplicadas à educação inclusiva devido ao seu caráter dialógico em que o personagem principal é o aluno.

Sobre esse aspecto, Silva et al. (2021) argumentam que o paradigma está mudando. Os métodos devem considerar a aplicabilidade e contextualização dos métodos atuantes na realidade da educação (SILVA et al., 2021).

Esquinsan et ai. (2021), que trata de metodologias ativas e educação participativa refere-se aos conceitos de prejuízo de Vygotsky (1997) e ao conceito de compensação e plasticidade cerebral que a neurociência defende.

Este desenvolvimento ocorre “de uma forma diferente, por um caminho diferente, mas sempre juntos de outros recursos, sendo importante que o pedagogo conheça as especificidades da passagem que orienta esta criança” (ESQUINSANI et al., 2021, p. 22) Sobre o conceito de plasticidade cerebral, Izquierdo (2011) afirma que é a capacidade dos neurônios de modificar respostas a certos estímulos no fundo dessas mudanças, ou seja, capacidade de aprendizado, renovação e recuperação ao longo da vida por meio de conceitos e significados para se adaptar a novas situações e ambientes.

Nessa perspectiva, os autores acrescentam o papel principal do professor tanto como facilitador do processo de aprendizagem quanto como participante e conselheiro. Por fim, destacam que foram desenvolvidas metodologias ativas para criar oportunidades para incentivar todos os alunos a participar aprender por outros meios e caminhos com base em requisitos e desejos trazidas pelos alunos”(ESQUINSANI et al., 2021).

Moran (2015) reflete que as metodologias ativas auxiliam o processo avaliativo diversidade, observando também o processo de autonomia dessa população que incentive a construção de aprendizagem e libertação, contribuindo para a aprendizagem e a educação inclusiva.

No entanto, diz que métodos ativos são pontos de partida passar para processos reflexivos mais avançados, integração cognitiva, generalização, reelaboração de novas práticas (MORAN, 2015, p. 18).

Em particular, os métodos ativos são importantes no processo de engajamento uma escola para alunos com necessidades especiais porque colocam o aluno em primeiro lugar protagonista da aprendizagem com diferentes instrumentos e ferramentas que oferecem várias possibilidades

 

 

Conclusão

 

As metodologias ativas se tornaram comuns na educação pública e sua natureza e propósito dialógicos fazem do aprendiz seu protagonista para um treinamento de aprendizes. Dentre as suas formas de aprendizagem há diversos meios de formação de aprendizado, como a dança e música, que possibilitaram aprendizados importantes em todas as etapas da educação básica.

Por valorizar a diversidade e aumentar a autonomia do aluno, tornam-se importantes no processo de inclusão de crianças com necessidades especiais, não só nas classes regulares, mas também nas áreas sociais. Portanto, as metodologias ativas cobrem novas exigências educacionais por meio de competências e habilidades modernas e em evolução.

 

 

Referências

 

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018.

 

BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996.

 

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

 

ESQUINSANI et al., Rosimar Serena Siqueira. Metodologias ativas na educação inclusiva: diálogo entre os conceitos de compensação e plasticidade cerebral. In: PAVÃO, Ana Cláudia Oliveira; PAVÃO, Sílvia Maria de Oliveira. (Org.) Metodologias ativas na Educação Especial/Inclusiva. 1. Santa Maria –RS: FACOS-UFSM, 2021. P. 18- 33.

 

GRAPIGLIA et al., Franciele Xhabiaras. Metodologias ativas na educação inclusiva: diálogo entre os conceitos de compensação e plasticidade cerebral. In: PAVÃO, Ana Cláudia Oliveira; PAVÃO, Sílvia Maria de Oliveira. (Org.) Metodologias ativas na Educação Especial/Inclusiva. 1. Santa Maria –RS: FACOS-UFSM, 2021. P. 210-222.

 

SANTIAGO, Beatriz. BNCC: seis metodologias ativas para engajar os alunos. 2021.

 

MORÁN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, Carlos Alberto de; MORALES, OfeliaElisa Torres (Org.). Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Vol. II. Coleção Mídias Contemporâneas. Ponta Grossa: Foca Foto-PROEX/UEPG, 2015.

 

SILVA, Rosimary Batista da; PIRES, Luciene Lima de Assis. Metodologias ativas de aprendizagem: construção do conhecimento. CONEDU, Anais. 2020.

 

SILVA et al., Robson Veríssimo. Metodologias ativas no Ensino Básico: uma análise de relatos de práticas pedagógicas. Scielo, 2021.

 

 

 

 

Ludicidade e aprendizagem na Educação Infantil: como brincar favorece o desenvolvimento cognitivo

Silmara Martins Coimbra

Cleusa Bispo Galvão de Oliveira

Maria Aparecida Nobre

Natalia Nobre Teixeira

Regiane Alves de Souza

 

DOI: 10.5281/zenodo.15264570

 

 

RESUMO

A ludicidade tem um papel essencial no desenvolvimento intelectual das crianças, tornando o processo de aprendizagem mais envolvente e prazeroso. Por meio das brincadeiras, as crianças desenvolvem competências importantes, como a imaginação, a capacidade de resolver problemas, a interação social e a coordenação dos movimentos. Além disso, as atividades lúdicas possibilitam a construção do conhecimento por meio da vivência prática, promovendo a autonomia e a habilidade de tomar decisões. Ao brincar, a criança tem a oportunidade de descobrir e compreender o mundo ao seu redor, fortalecendo o pensamento lógico, a memória e a concentração. Assim, incluir momentos lúdicos na educação favorece uma aprendizagem mais significativa, respeitando o tempo e as particularidades de cada criança.

 

Palavras-chave: Ludicidade. Aprendizagem. Desenvolvimento Cognitivo. Brincadeira. Educação Infantil.

 

 

ABSTRACT

Ludicity plays a fundamental role in children's cognitive development, making learning more meaningful and enjoyable. Playing stimulates essential skills such as creativity, problem-solving, socialization, and motor coordination. Moreover, playful activities promote knowledge construction through experimentation, encouraging autonomy and decision-making abilities. Games and play allow children to explore the world around them, developing logical reasoning, memory, and attention. Thus, integrating playful practices into the educational process contributes to more effective learning, respecting students' individual pace and needs.

 

Keywords: Playfulness. Learning. Cognitive Development. Play. Early Childhood Education.

 

 

Introdução

 

A ludicidade é um elemento essencial no processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil, pois proporciona às crianças um ambiente de descobertas, experimentações e interações que estimulam seu desenvolvimento integral. O ato de brincar é a principal forma de expressão da infância e, mais do que uma atividade recreativa, representa um caminho para a construção do conhecimento. Por meio do lúdico, as crianças exploram o mundo ao seu redor, desenvolvem habilidades cognitivas, aprimoram a criatividade e aprendem a solucionar problemas de maneira espontânea e prazerosa.

Na perspectiva da aprendizagem, o brincar desempenha um papel fundamental na construção do pensamento crítico, na ampliação do repertório linguístico e na aquisição de conceitos matemáticos e científicos. Estudos na área da psicopedagogia e da neurociência indicam que o desenvolvimento cognitivo está diretamente relacionado às experiências lúdicas, pois essas atividades ativam diferentes áreas do cérebro, favorecendo a memória, a concentração e a capacidade de abstração. Jogos, contação de histórias, música, teatro e brincadeiras simbólicas são algumas das ferramentas que estimulam o raciocínio lógico e a criatividade, permitindo que a criança aprenda de forma significativa e contextualizada.

Além dos benefícios cognitivos, a ludicidade também contribui para o desenvolvimento emocional e social. Durante as brincadeiras, as crianças aprendem a lidar com suas emoções, a compartilhar, a respeitar regras e a trabalhar em equipe, aspectos fundamentais para a formação de indivíduos mais empáticos e colaborativos. Dessa forma, a interação com os colegas e com os adultos fortalece a comunicação e as relações interpessoais, preparando os pequenos para os desafios da vida em sociedade.

Diante da relevância do brincar no processo educativo, torna-se indispensável que os educadores adotem práticas pedagógicas que valorizem a ludicidade como estratégia de ensino. A escola deve ser um espaço onde o aprender e o brincar se complementam, possibilitando às crianças uma jornada de conhecimento que respeite sua fase de desenvolvimento e suas necessidades individuais. Este artigo busca aprofundar a relação entre ludicidade e aprendizagem na Educação Infantil, destacando como o brincar favorece o desenvolvimento cognitivo e contribui para a formação de sujeitos autônomos, críticos e criativos. A análise proposta visa evidenciar a importância do lúdico no contexto escolar e sugerir práticas que potencializem a aprendizagem por meio das brincadeiras, tornando o processo educativo mais dinâmico, envolvente e significativo para as crianças.

 

 

Desenvolvimento

 

A ludicidade como ferramenta essencial para a aprendizagem

 

A ludicidade é um dos aspectos mais fundamentais no processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil, pois permite que a criança construa seu conhecimento de maneira espontânea e prazerosa. Ao brincar, a criança não apenas se diverte, mas também experimenta diferentes formas de interação com o mundo, desenvolvendo habilidades cognitivas, emocionais e sociais. O brincar é uma atividade natural e essencial para a infância, sendo reconhecido por organizações como a ONU e a UNESCO como um direito fundamental das crianças.

Os primeiros anos de vida são marcados por intensas transformações no desenvolvimento cerebral, e a estimulação por meio de atividades lúdicas favorece a formação de conexões neurais que serão essenciais para o aprendizado ao longo da vida. Através das brincadeiras, as crianças exploram conceitos matemáticos, desenvolvem a linguagem, aprimoram a coordenação motora e fortalecem a memória e a criatividade. Por isso, a ludicidade não deve ser vista apenas como entretenimento, mas sim como um recurso pedagógico que potencializa a aprendizagem de forma significativa.

O desenvolvimento cognitivo infantil está diretamente ligado à forma como a criança interage com o meio e com as experiências que vivencia. De acordo com Jean Piaget, o aprendizado infantil ocorre por meio de um processo de assimilação e acomodação, no qual a criança incorpora novos conhecimentos a partir das experiências vividas. No brincar, essa dinâmica se manifesta na forma de jogos simbólicos, exploração sensorial e resolução de desafios, permitindo que a criança crie hipóteses, teste possibilidades e estabeleça relações entre conceitos.

Já Lev Vygotsky enfatiza o papel da interação social no desenvolvimento cognitivo, destacando que a aprendizagem ocorre de forma mais eficaz quando a criança é mediada por um adulto ou por colegas mais experientes. Dentro desse contexto, a brincadeira assume um papel crucial, pois possibilita que as crianças aprendam por meio da observação, da imitação e da troca de conhecimentos com os pares. O brincar também amplia a chamada "Zona de Desenvolvimento Proximal" — ou seja, aquilo que a criança pode aprender com auxílio de um mediador, antes de conseguir fazer sozinha.

Algumas brincadeiras específicas exercem grande impacto no desenvolvimento cognitivo:

  • Jogos de encaixe e quebra-cabeças → Estimulam o raciocínio lógico, a resolução de problemas e a percepção espacial.
  • Brincadeiras simbólicas (faz de conta, casinha, mercadinho, etc.) → Favorecem o desenvolvimento da linguagem, da criatividade e da compreensão de papéis sociais.
  • Contação de histórias e cantigas → Contribuem para o enriquecimento do vocabulário, a memória e a interpretação de narrativas.
  • Jogos matemáticos e desafios lógicos → Auxiliam na construção do pensamento matemático e na abstração de conceitos numéricos.
  • Atividades artísticas (desenho, pintura, modelagem) → Desenvolvem a expressão criativa, a coordenação motora e a percepção visual.

Dessa forma, observa-se que cada tipo de brincadeira oferece estímulos específicos para o desenvolvimento infantil, sendo fundamental que os educadores utilizem esses recursos de forma planejada para favorecer a aprendizagem.

O ambiente escolar deve ser um espaço onde o brincar seja valorizado como parte essencial do processo educativo. Para isso, é necessário que os professores adotem metodologias que integrem a ludicidade às atividades diárias, garantindo que o aprendizado ocorra de maneira prazerosa e eficiente.

Na prática pedagógica, a ludicidade pode ser incorporada de diversas formas:

1 Aprendizagem baseada em jogos → Utilização de jogos educativos para ensinar conceitos matemáticos, linguísticos e científicos.

2 Projetos interdisciplinares lúdicos → Desenvolvimento de atividades que combinem diferentes áreas do conhecimento por meio do brincar.

3 Ambientes estimulantes → Criação de espaços com materiais manipuláveis, jogos interativos e cantinhos temáticos para promover o aprendizado.

4 Brincadeiras dirigidas e livres → Equilíbrio entre momentos de brincadeira estruturada e tempo para o brincar espontâneo, permitindo que a criança explore sua criatividade.

5 Uso de histórias e dramatizações → Inserção de narrativas e representações teatrais para fortalecer a linguagem e a imaginação.

Além disso, é fundamental que os professores atuem como mediadores, incentivando as crianças a refletirem sobre suas ações durante o brincar, fazendo perguntas desafiadoras e propondo novas formas de explorar o conhecimento. O planejamento pedagógico deve considerar as especificidades de cada faixa etária, respeitando os interesses e as necessidades individuais dos alunos.

 

 

A Importância da ludicidade na inclusão educacional

 

Outro aspecto relevante é a contribuição da ludicidade para a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais. O brincar é um recurso que pode ser adaptado para atender diferentes perfis de aprendizagem, tornando o ensino mais acessível e equitativo. Crianças com dificuldades de comunicação, por exemplo, podem se expressar melhor por meio de jogos visuais e atividades sensoriais, enquanto aquelas com dificuldades motoras podem ser beneficiadas por brincadeiras adaptadas que favoreçam a coordenação e a mobilidade.

A adoção de práticas lúdicas inclusivas também promove a socialização entre as crianças, estimulando a cooperação, o respeito às diferenças e o fortalecimento dos vínculos afetivos. Dessa forma, a escola se torna um espaço onde todos podem aprender e brincar juntos, independentemente de suas limitações ou habilidades específicas.

  • Apesar dos inúmeros benefícios do brincar na aprendizagem, ainda existem desafios na implementação da ludicidade no contexto escolar. Entre eles, destacam-se:
  • A falta de formação dos professores para trabalhar com metodologias lúdicas;
  • A valorização excessiva de práticas tradicionais, com foco na memorização e na repetição;
  • A escassez de materiais e espaços adequados para brincadeiras nas escolas;
  • A pressão para que a Educação Infantil foque em conteúdos acadêmicos precocemente, em detrimento das atividades lúdicas.

Superar esses desafios exige um olhar mais atento por parte dos gestores educacionais, das famílias e dos próprios professores, que devem buscar formação continuada e estratégias inovadoras para garantir que a ludicidade seja incorporada de maneira efetiva ao processo de ensino.

 

 

Conclusão

 

Diante do exposto, fica evidente que a ludicidade é um elemento essencial para a aprendizagem na Educação Infantil, favorecendo não apenas o desenvolvimento cognitivo, mas também o emocional, social e motor das crianças. O brincar proporciona experiências ricas e significativas, estimulando a criatividade, a autonomia e o pensamento crítico desde os primeiros anos de vida.

Para que o potencial da ludicidade seja plenamente aproveitado, é fundamental que as escolas e os educadores adotem práticas pedagógicas que integrem o brincar ao currículo escolar, respeitando as características e as necessidades de cada criança. Além disso, é necessário que a sociedade como um todo valorize a importância do brincar, garantindo que as crianças tenham tempo e espaço adequados para essa atividade fundamental ao seu desenvolvimento.

 

 

Referências

 

BROUGÈRE, Gilles. Brinquedo e Cultura. São Paulo: Cortez, 1998.

 

FRIEDMANN, Adriana. O brincar no desenvolvimento da criança. São Paulo: Moderna, 1996.

 

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 2002.

 

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

 

SANTOS, Antonieta Megale dos. O brincar e a construção do conhecimento na Educação Infantil. Revista Educação & Sociedade, v. 23, n. 80, p. 23-42, 2002.

 

VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

 

Documentos oficiais e diretrizes educacionais:

 

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ministério da Educação, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: [data].

 

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Ministério da Educação, 2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: [data].

 

UNIDADE DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA – UNICEF. Brincar é essencial para o desenvolvimento infantil. Disponível em: https://www.unicef.org. Acesso em: [data].

 

 

 

 

A importância da leitura para o desenvolvimento da criança

Maria Aparecida Soares da Silva

Taymi Maísa Soares da Silva Santiago

Luciene Alves de Jesus de Medeiros

 

DOI: 10.5281/zenodo.15192486

 

 

Resumo

Este artigo ressalta importância da leitura infantil, e vem incentivar a formação do hábito da mesma na idade em que todos os hábitos se formam, isto é, na infância. Neste sentido, a literatura infantil é um caminho que leva a criança a desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa. O presente estudo inicia com um breve histórico da leitura, apresenta conceitos de linguagem e leitura, enfoca a importância de ouvir histórias e do contato da criança desde cedo com o livro e finalmente esboça algumas estratégias para desenvolver o hábito de ler.

 

Palavras-chave: Leitura. Desenvolvimento da criança.

 

 

Introdução

 

O objetivo desse artigo é identificar a importância da leitura na educação infantil para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança. No decorrer dos anos, a educação tem se preocupado em contribuir para a formação de indivíduos críticos, e responsáveis para atuar na sociedade. Isso porque atualmente as trocas sociais acontecem rapidamente, seja através da leitura, da escrita, da linguagem oral ou visual.

Diante dessa situação, a escola busca conhecer e desenvolver na criança as competências da leitura e da escrita, e como a leitura infantil pode influenciar de forma positiva neste processo.

 

“Bakhtin (1992) expressa sobre a literatura infantil abordando que por ser um instrumento motivador e desafiador, ele é capaz de transformar o indivíduo em um sujeito ativo, responsável pela sua aprendizagem, que sabe compreender o contexto em que vive e modificá-lo de acordo com a sua necessidade.”

 

Este estudo visa enfocar a importância que a literatura infantil possui, ela é fundamental para a obtenção de conhecimentos, informação e interação necessários ao ato de ler. Diante das ideias acima, percebe-se a necessidade da aplicação coerente de atividades que despertem o prazer de ler, e estas devem estar presentes diariamente na vida das crianças.

 

“De acordo com o PCN de Língua Portuguesa v2, pág. 55 p3, O conhecimento atualmente disponível a respeito do processo de leitura indica que não se deve ensinar a ler por meio de práticas centradas na decodificação. Ao contrário, é preciso oferecer aos alunos inúmeras oportunidades de aprenderem a ler usando os procedimentos que os bons leitores utilizam. É preciso que antecipem que façam interferências a partir do contexto ou do conhecimento prévio que possuem que verifiquem suas suposições- tanto em relação à escrita, propriamente, quanto ao significado. É disso que se está falando quando se diz que é preciso "aprender a ler, lendo": de adquirir o conhecimento da correspondência fonográfica, de compreender a natureza e o funcionamento do sistema alfabético, dentro de uma prática ampla de leitura.”

 

Apesar da grande importância que a literatura exerce na vida da criança, seja no desenvolvimento emocional ou na capacidade de expressar melhor suas ideias. O que se percebe é que a literatura não está sendo explorada como deve nas escolas, e isto ocorre em grande parte pela pouca informação dos professores.

A formação acadêmica, infelizmente não dá ênfase à leitura e esta é uma situação contraditória, pois para tornar alunos bons leitores, para desenvolver mais que a capacidade de ler o gosto e o compromisso com a leitura a escola terá que mobilizá-los, fazendo com que esta se torne algo interessante e desafiador.

 

PCN de Língua Portuguesa v2, pág. 56 p3, Para aprender a ler é preciso interagir com a diversidade de textos escritos, testemunhar a utilização que os já leitores fazem deles, participar realmente de ato de leitura, negociar o conhecimento que já possui com o que será apresentado pelo texto, o que está atrás e diante dos olhos, recebendo o apoio e incentivo de leitores já experientes.

 

A leitura é indispensável, é resposta a um objetivo, fora da escola não se lê apenas para aprender a ler ou a leitura de uma única forma, as palavras não são decodificadas uma a uma, não se faz desenho sobre o que mais gostou de um texto, dificilmente se lê em voz alta. Ao refletir sobre o tema abordado nota-se que a prática de repetição infindável, dessas atividades escolares tornam-se cansativas para as crianças.

A prática constante de leitura deve admitir vários tipos de leituras, deve também ser superada a concepção de que a interpretação de um texto é única, portanto, o significado constrói-se pelo estímulo de interpretação do leitor, e também a partir do conhecimento de mundo que ele trás para dentro do texto.

Portanto, pode-se afirmar que para ter bons leitores é necessário, muito mais que a capacidade de ler. É preciso fazer com que criança ache que a leitura é algo interessante, desafiador e que, se conquistado plenamente lhes trará autonomia e independência.

 

 

Práticas de leitura

 

A prática da leitura advém dos primórdios da civilização, quando o homem busca por compreender os sinais por meio de uma leitura interpretativa em face das anotações de seus antepassados. O aprimorar deu-se com o surgimento da escrita formal, em que a sociedade passa a buscar por normatizar as informações a serem disseminadas. Por consequência das distâncias que os homens passaram a produzir no tempo, surgem às cartas e outros mecanismos escritos para se comunicarem.

 

“A observação de Bajard (1994, p. 16), de que “[...] a invenção da escrita ocorreu não para duplicar o oral, mas pra completá-lo”, nos ajuda a compreender que a leitura tem, de fato, a função de informar, de apresentar um tema, um assunto que complete o leitor. Numa perspectiva de assimilação da amplitude de mundo, num todo. Com a leitura, ao longo dos tempos, tem sido transmitido, de geração a geração, a imagem em codificação escrita do mundo, dos sentimentos humanos”.

 

A evolução humana passa, necessariamente pelo crivo da leitura, seja ela da escrita tal qual conhecemos hoje, ou das imagens gravadas pelos nossos ancestrais. Neste sentido, estudiosos apresentam pesquisas que revelam necessidade de compreensão dos símbolos e a mitigação de técnicas de ensino e aprendizagem. Segundo relatos históricos e arqueológicos, foi na Babilônia onde tudo começou.

Hoje, dessa cidade só restam ruínas na região Mesopotâmica do Egito. Seu povo foi o precursor de muitos avanços da civilização como, por exemplo, agricultura, arquitetura, comércio, astronomia, direito, escrita. Nesse local, surgiram as primeiras inscrições do que viria a consumar o nascimento de uma prática revolucionária a leitura. Nesse contexto, percebe-se o nascimento do ler pela necessidade evolutiva do próprio homem, pois os símbolos precisavam ser decodificados e compreendidos.

Considerando o que a história mostra a leitura de figuras em paredes de caverna e em outros artefatos pré-históricos, este foi considerado como o momento do simbolismo. A leitura, então, se torna uma necessidade para a sobrevivência, do homem. O que ao longo dos anos foi aperfeiçoando e tornando-se cada vez mais necessário. De acordo com DeNipoti (1996, p. 82).

 

“Foi em virtude do cristianismo que, durante a Idade Média, as técnicas pedagógicas de ensino da leitura se multiplicaram. A história da leitura nesse período é possibilitada pelo que remanesceu dessas técnicas”.

 

 Técnicas que o homem foi aprimorando ao longo dos anos. Nesse contexto, é importante ressaltar que a leitura é uma arte que vai passando de geração a geração. A arte de ler vai além do saber físico, parte para conhecer o mundo e compreender a vida pelos olhos de quem escreveu.

Nestas circunstâncias, vale lembrar que a necessidade do ser humano em alcançar novos horizontes, o levou a encurtar espaços, isto não ficou só nas navegações e viagens físicas, o abstrato também levou a diminuir distâncias. A leitura é fonte de informação e aquisição da mesma. O processo de leitura desenvolve o sentimento de liberdade de ir e vir, de escolhas.

No entanto, Fonseca (2013, p. 92) destaca que:

 

“[...] a história da leitura tem sido um dos mais instigantes objetos de estudo das últimas décadas por dar voz a personagens até então silenciadas nas análises que focavam o texto e não os usos e interpretações dos textos”.

 

Ao escrever o autor expõe sentimentos em palavras e isso leva o leitor a acompanhar suas ideias pela imaginação.

Fonseca (2013, p. 92) explica que, os antigos leitores, muitas vezes obscurecidos nas pesquisas seriais e quantitativas, ao ganharem destaque nos estudos históricos mostraram que havia uma grande distância entre o prescrito e o vivido, entre o leitor idealizado e o leitor real, entre a interpretação considerada correta pelo autor e/ou editor e a compreensão adquirida no ato da leitura.

Apesar de não ser aqui o objeto de estudo interpretar o que era real, fantasioso, ou mesmo, “sem sentido”. Lembramos que as fases da história da leitura estão relacionadas ao hábito de ler, de viajar com o autor de um livro, de uma revista, compreender as informações contidas. O fato é que a escrita e sua interpretação, tem uma amplitude, levando as mais variadas interpretações, a qual pode não ser a intenção do autor. Segundo Alves (2012, p. 2449).

 

“[...] a leitura é uma arma que pode ser utilizada para dominar, com o pretexto de que se está possibilitando acesso à informação, muitas vezes, para justificar e/ou disfarçar ideias autoritárias”.

 

Desse modo percebemos a importância de formar pessoas críticas com capacidade de interpretação. Muito se fala sobre a importância da leitura para as crianças, pois é lendo que os pequenos desenvolvem a criatividade e a imaginação. Pesquisas do mundo todo mostram que a criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo, principalmente se for com o acompanhamento dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende, pronúncia e se comunica melhor de forma geral.

A leitura deve permitir que o leitor entendesse o sentido do texto, não podendo transformar simplesmente em decifração de signos linguísticos. A leitura não é somente a decodificação da escrita, de símbolos, ela significa mais que isso, ler é compreender e interpretar o que se lê.

Um indivíduo pode ser considerado leitor quando passa a compreender o que lê. Ler primeiramente é compreender, por isso não basta decodificar sinais e signos, é necessário transformar e ser transformado.

 

“Segundo Souza (1997) a leitura é, basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sob as influências de um determinado contexto. Esse processo leva o indivíduo a uma compreensão particular da realidade. Por isso se torna indispensável que desde os anos iniciais escolares, textos, frases, palavras, sílabas e letras, tudo isso tenha um sentido para a criança, pois é a partir deste processo que ela poderá criar o hábito pela leitura de forma estimulante e fascinadora. A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a compreender o mundo à nossa volta.”

 

A preocupação com a leitura esteve sempre muito presente por se tratar de um instrumento essencial em nossa sociedade. A leitura está presente em nossas vidas de forma muito intensa, ela está relacionada a muitas de nossas atividades, no trabalho, lazer ou mesmo em nossa rotina.

 

“Conforme define Carleti (2007), a leitura é o meio mais importante para a aquisição de saberes na formação de um cidadão crítico para atuar na sociedade”. O ato de ler é uma forma exemplar de aprendizagem: Durante o processo de armazenagem da leitura coloca-se em funcionamento um número infinito de células cerebrais. A combinação de unidade de pensamentos em sentenças e estruturas mais amplas de linguagem constitui, ao mesmo tempo, um processo cognitivo e um processo de linguagem. A contínua repetição desse processo resulta num treinamento cognitivo de qualidade especial. “(CARLETI, 2007, p.2)”.

 

A leitura é um dos meios mais importantes para a construção de novas aprendizagens, possibilita o fortalecimento de ideias e ações, permite ampliar conhecimentos e adquirir novos conhecimentos gerais e específicos, possibilitando a ascensão de quem lê a níveis mais elevados de desempenho cognitivo, como a aplicação de conhecimentos a novas situações, a análise e a crítica de textos e a síntese de estudos realizados e algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através da leitura que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação.

Com a leitura, o leitor desperta para novos aspectos da vida em que ainda não tinha pensado desperta para o mundo real e para o entendimento do outro ser. Assim os seus horizontes são ampliados. A comunicação também adquire maior fluência através da prática da leitura.

 

De acordo com Cardoso e Pelozo (2007), a leitura desenvolve a capacidade intelectual do indivíduo e a criatividade e deve fazer parte do cotidiano. Os primeiros contatos do indivíduo com a leitura são de fundamental importância para suas percepções futuras, pois interferem na formação de um ser humano crítico, capaz de encontrar as possíveis resoluções para os problemas sofridos pela sociedade a qual se pertence.

 

Sendo assim, a reflexão sobre o ensino e incentivo da leitura é indispensável nos dias de hoje, pois ninguém se se torna leitor por acaso, as pessoas não nascem gostando de leitura, é de suma importância a influência dos adultos para o incentivo das crianças, na medida em que são vistos lendo ou escrevendo. O desenvolvimento do hábito permanente pela leitura é um processo contínuo que começa através da família, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola e continua pela vida afora. As crianças aprendem através de exemplos, dessa forma pais e professores que lêem desenvolvem nos filhos e alunos o gosto pela leitura. O hábito de ler, também pode ser iniciado na escola, pois a mesma tem a função de desenvolver o estímulo à leitura, a busca pelo saber, oferecendo meios que desperte o desejo de conhecimento da criança.

 

Cardoso e Pelozo (2007) afirmam que nos primeiros anos de escolarização o discente precisa ser incentivado e instigado a ler, de modo que se torne um leitor autônomo e criativo.

 

As crianças enquanto sujeitos formadores dos seus saberes devem estar em constante contato com o mundo das letras, pois tendo convívio constante com a leitura é que vão criar gosto pela mesma.

Para Souza (1992, pg. 22) A Leitura é, basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sob as influências de um determinado contexto. Esse processo leva o indivíduo a uma compreensão particular da realidade.

Diante da citação percebemos a importância da leitura. A literatura infantil pode influenciar na formação da criança, que passa a conhecer o mundo em que vive e a compreendê-lo. Assim como destaca Goes (1990, p. 16) “A leitura para a criança não é, como às vezes se ouve, meio de evasão ou apenas compensação”. É um modo de representação do real. Através de um "fingimento", o leitor reage, reavalia, experimenta as próprias emoções e reações. Vemos como a leitura e a sua utilização pode promover condições de aprendizagem e relaxamento, buscando um aprendizado fluente. A hora do conto encanta as crianças fixando sua atenção e instigando sua imaginação. Ao buscarmos a leitura como apoio pedagógico procurou alcançar nas crianças um nível de conexão com a realidade e consequentemente com sua aprendizagem.

As histórias infantis oportunizam atividades que objetivam a interdisciplinaridade na alfabetização tornando esta menos cansativa e repetitiva para as crianças. Ao trazer o mundo da imaginação dos contos para a realidade das crianças conseguem-se abordar temáticas que podem ser trabalhadas dentro dos objetivos da educação infantil.

 

 

Considerações finais

 

A leitura como grande instrumento facilitador da aprendizagem precisa ganhar lugar de destaque nas escolas.

 

Os anos iniciais escolares deixam marcas profundas nas crianças. A leitura, na infância, satisfaz as necessidades e interesses das várias fases de desenvolvimento, de maneira demasiado unilateral. Quando, mais tarde, os interesses se modificam (diminuindo o amor da aventura), muitas crianças param completamente de ler. A motivação para a leitura é demasiado fraca (BAMBERGER, 2000, p.20).

 

É necessária uma maior compreensão por parte dos educadores. É na persistência que alguns conseguem encontrar o caminho certo, porém há aqueles que cruzam os braços por acharem sua prática correta, sem se quer, preocupar em buscar outras metodologias de trabalho.

A leitura, como um processo que atende a diversos propósitos necessita ser exposta claramente às crianças em função das aprendizagens que ocorrem por imitação dos adultos. Muitos dos hábitos das crianças são em decorrência da imitação dos hábitos das pessoas adultas. Por isso é importante, ler e discutir livros, jornais, revistas, dando exemplos concretos de que o professor convive com materiais escritos.

O professor tem papel fundamental na formação de leitores, a importância do hábito de leitura precisa a todo tempo ser evidenciada pelo educador em sala de aula, fazendo assim, com que seu aluno desperte para o quão necessário se torna a leitura em seu dia a dia.

 

 

Referências

 

BAJARD, Elie. Ler e Dizer: compreensão e comunicação do texto escrito. São Paulo: Cortez, 1994 (Coleção questões da nossa época; v 28).

 

BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Cultrix, 1977.

 

CARDOSO, G. C.; PELOZO, R. de C. B. A Importância da Leitura na Formação do Indivíduo. Revista Científica Eletrônica de Pedagogia. A. 5, n. 9, 2007.

 

CARLETI, Rosilene Callegari. A leitura: um desafio atual na busca de uma educação globalizada. ES, 2007; Disponível em

http://www.univen.edu.br/revista. Acesso em junho de 2011.

 

FONSECA, André Dioney. A instigante e complexa história da leitura: apontamentos teóricos e metodológicos. In: Revista Espaço Acadêmico, nº 144, maio de 2013, mensal, ano XIII, ISSN 1519-6186. Disponível em:

 

GÓES, Lucia Pimentel. A aventura da Literatura para crianças. São Paulo: Melhoramentos, 1990.http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario9/PDFs/3.31.pdf.Acesso em: 12 de outubro de 2015.

http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewFile/19966/11106. Acesso em: 10 de novembro de 2015.

 

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS de Língua Portuguesa 2001 v2, pág. 56 p3

 

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS de Língua Portuguesa 2001 v2, pág. 55 p3

 

PINHEIRO, Welington da Costa; ALVES, Laura Maria da Silva Araújo. A história da leitura contada a partir da ótica dos pensadores da educação brasileira. In: IX Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil”. Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551- Disponível em:

 

SOUZA, Renata Junqueira de. Narrativas Infantis: a literatura e a televisão de que as crianças gostam. Bauru: USC, 1992.

 

 

 

 

Direitos Humanos e Diversidade no Ambiente Empresarial

Thais Regina da Silva Mar

 

 

Resumo

No cenário corporativo atual, as empresas desempenham um papel essencial na promoção dos direitos humanos e da diversidade. Adotar práticas inclusivas vai além do cumprimento legal, sendo um compromisso ético e estratégico que favorece ambientes mais justos, acolhedores e produtivos. A valorização da diversidade implica reconhecer as diferenças como fontes de aprendizado e inovação, o que se reflete positivamente no desempenho organizacional. Além disso, o respeito aos direitos humanos inclui garantir condições dignas de trabalho, combater discriminações e promover igualdade de oportunidades. Inserir esses princípios na gestão empresarial é uma necessidade urgente para quem busca crescer com responsabilidade social e impacto positivo.

 

Palavras-chave: Direitos humanos. Diversidade. Inclusão. Gestão empresarial. Responsabilidade social.

 

 

Desenvolvimento

 

No contexto atual, as empresas têm um papel fundamental na promoção dos direitos humanos e na valorização da diversidade. Mais do que cumprir obrigações legais, adotar práticas inclusivas é um compromisso ético e estratégico. Organizações que respeitam e protegem os direitos individuais de seus colaboradores, independentemente de gênero, raça, orientação sexual, religião ou condição física, constroem ambientes mais justos, acolhedores e produtivos.

A diversidade no ambiente corporativo vai além da representatividade. Trata-se de criar uma cultura organizacional que reconheça e valorize as diferenças como fonte de aprendizado, criatividade e inovação. Quando pessoas com diferentes vivências e pontos de vista trabalham juntas, os resultados tendem a ser mais criativos e eficientes, refletindo diretamente no desempenho e na imagem da empresa perante a sociedade e o mercado.

Além disso, respeitar os direitos humanos dentro das empresas também envolve garantir condições dignas de trabalho, oferecer oportunidades iguais de crescimento profissional e combater qualquer forma de discriminação ou assédio. A responsabilidade social empresarial, quando genuína, contribui para a construção de uma sociedade mais equitativa e fortalece a confiança dos consumidores, investidores e demais públicos de interesse.

Portanto, inserir os direitos humanos e a diversidade como pilares da gestão empresarial não é apenas uma tendência moderna — é uma necessidade urgente para quem deseja crescer com ética, consciência social e impacto positivo.

 

 

Referência

 

ALVES JÚNIOR, Silvio Moreira. A Responsabilidade das Empresas na Garantia dos Direitos Humanos: O Papel da Due Diligence em cadeias de suprimentos globais. Portal Jus, 2025. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/112958/a-responsabilidade-das-empresas-na-garantia-dos-direitos-humanos-o-papel-da-due-diligence-em-cadeias-de-suprimentos-globais

 

 

 

A importância da gestão de dados nas empresas

Thais Regina da Silva Mar

 

 

A gestão de dados tem se tornado um dos pilares fundamentais para o sucesso e a competitividade das empresas, especialmente em um contexto em que a quantidade de informações geradas está crescendo exponencialmente. A implementação eficaz de governança de dados e a gestão estratégica do Big Data são essenciais para garantir que as empresas possam extrair valor real de seus dados, ao mesmo tempo em que mantêm a segurança, qualidade e conformidade das informações. De acordo com Peter Aiken e Todd Harbour (2014), em Data Governance in the Age of Big Data, a governança de dados se refere ao conjunto de práticas e processos que garantem a boa gestão, qualidade e segurança dos dados ao longo de seu ciclo de vida. Em um cenário de Big Data, essa governança torna-se ainda mais relevante, pois as empresas lidam com volumes, variedades e velocidades de dados muito maiores do que no passado.

A implementação de uma governança eficaz de dados começa com a criação de políticas claras e estruturas organizacionais bem definidas. Aiken e Harbour (2014) destacam que, para que a governança seja bem-sucedida, é necessário que as empresas integrem os dados em sua estratégia organizacional, envolvendo tanto equipes técnicas quanto executivas. A governança de dados abrange não apenas a definição de padrões e normas para a qualidade e segurança dos dados, mas também estabelece a responsabilidade sobre quem pode acessar e manipular as informações. Isso ajuda a garantir a conformidade legal, a transparência e a proteção contra violações de dados.

No entanto, a gestão de dados não se limita à governança. Como destaca Robert S. Seiner (2014), em Big Data and the Data Warehouse: A Case Study in Data Governance, a gestão de dados também envolve a integração, armazenamento e análise de dados. As empresas precisam garantir que suas infraestruturas de dados estejam preparadas para lidar com o crescimento acelerado dos dados. A implementação de data warehouses (armazéns de dados) é uma das soluções adotadas por muitas empresas para centralizar e estruturar dados de diferentes fontes, tornando-os acessíveis para análise e geração de insights.

Seiner (2014) explica ainda que, em um cenário de Big Data, as empresas devem ser capazes de integrar dados de fontes estruturadas e não estruturadas, de forma eficiente e escalável. A gestão eficaz de grandes volumes de dados exige tecnologias avançadas de armazenamento e processamento, como as baseadas em computação em nuvem, análise em tempo real e inteligência artificial, que ajudam a reduzir os custos e a aumentar a agilidade nos processos empresariais. Ao integrar essas tecnologias com uma governança robusta, as empresas conseguem não apenas melhorar a qualidade e segurança de seus dados, mas também utilizar esses dados para aprimorar a tomada de decisões, prever tendências de mercado e melhorar a experiência do cliente.

Além disso, tanto Aiken e Harbour (2014) quanto Seiner (2014) ressaltam a importância de uma cultura organizacional orientada para os dados. A governança de dados deve ser apoiada por uma mentalidade de colaboração entre diferentes departamentos e uma forte liderança executiva. Isso inclui a capacitação das equipes em relação à importância da qualidade dos dados, bem como a implementação de práticas de monitoramento e auditoria contínuos para garantir que os dados estejam sempre alinhados às necessidades do negócio.

Em resumo, a gestão de dados nas empresas não é apenas uma questão técnica, mas também estratégica. Uma governança de dados bem estruturada, aliada ao uso eficiente de tecnologias para Big Data, é essencial para que as organizações possam aproveitar o valor dos dados de forma segura e responsável, ao mesmo tempo em que atendem às exigências legais e melhoram seus processos decisórios. O desafio é equilibrar o controle rigoroso com a flexibilidade necessária para inovar e se adaptar rapidamente às mudanças do mercado.

 

 

Referências

 

AIKEN, Peter; HARBOUR, Todd. Data Governance in the Age of Big Data. Elsevier, 2014.

 

SEINER, Robert S. Big Data and the Data Warehouse: A Case Study in Data Governance. Technics Publications, 2014.