Relação professor aluno e interesse escolar
Eduarda Fazolin da Silva 1
Thayná Neves Rodrigues 2
Keylijane Alves da Silva 3
DOI: 10.5281/zenodo.12584412
RESUMO
Este artigo explora a relação entre professores e alunos, destacando seu impacto crucial no interesse e desempenho escolar dos estudantes. Segundo o texto, uma comunicação eficaz e um relacionamento positivo entre professor e aluno são fundamentais para o sucesso acadêmico, especialmente em áreas como o ensino de música. A confiança mútua e um ambiente de aprendizado positivo aumentam a motivação dos alunos e promovem um espaço seguro para o desenvolvimento de habilidades. Além disso, o artigo discute a importância da afetividade nessa relação, pois ela desempenha um papel vital no desenvolvimento cognitivo dos alunos e na criação de um ambiente propício ao aprendizado. Professores que estabelecem uma conexão afetiva com os alunos podem melhorar significativamente o interesse e a dedicação aos estudos, o que leva a um melhor desempenho acadêmico. A pesquisa também ressalta que a dependência dos alunos em relação aos professores para motivação pode ser um obstáculo ao desenvolvimento da autonomia dos estudantes. Portanto, é essencial que os professores fomentem a automotivação e o autocontrole nos alunos, reduzindo a necessidade de apoio emocional constante. Em resumo, o artigo sugere que a qualidade da relação professor-aluno é um pilar fundamental para o interesse escolar e que estratégias que valorizem a autonomia e o bem-estar emocional dos alunos são essenciais para um aprendizado eficaz.
Palavras chave: Interesse escolar. Professor e Aluno. Desempenho Escolar.
ABSTRACT
This article explores the relationship between teachers and students, highlighting its crucial impact on students' interest and academic performance. According to the text, effective communication and a positive relationship between teacher and student are fundamental to academic success, especially in areas such as music teaching. Mutual trust and a positive learning environment increase student motivation and provide a safe space for skill development. Furthermore, the article discusses the importance of affection in this relationship, as it plays a vital role in the cognitive development of students and in creating an environment conducive to learning. Teachers who establish an emotional connection with students can significantly improve interest and dedication to studies, which leads to better academic performance. The research also highlights that students' dependence on teachers for motivation can be an obstacle to the development of student autonomy. Therefore, it is essential that teachers encourage self-motivation and self-control in students, reducing the need for constant emotional support. In summary, the article suggests that the quality of the teacher-student relationship is a fundamental pillar for school interest and that strategies that value students' autonomy and emotional well-being are essential for effective learning.
Keywords: School interest. Teacher and student. School performance.
1 Introdução
Este artigo examina a dinâmica crucial entre professores e alunos, enfocando como essa relação influencia diretamente o interesse e o desempenho acadêmico dos estudantes. A pesquisa destaca a importância da comunicação eficaz e de um vínculo positivo entre professor e aluno como elementos essenciais para o sucesso educacional, particularmente no campo do ensino de música. A afetividade surge como um componente vital, tanto para o desenvolvimento cognitivo dos alunos quanto para a criação de um ambiente de aprendizado propício.
Além disso, o estudo aborda as implicações da dependência dos alunos em relação à motivação externa fornecida pelos professores, e como isso pode afetar a autonomia dos estudantes. Ao longo do texto, são discutidas estratégias para fomentar a automotivação e a auto regulação emocional dos alunos, com o objetivo de reduzir a necessidade de suporte emocional constante e promover um aprendizado mais eficaz e independente.
2 Referencial teórico
Conforme Silva (2023), a relação professor/aluno desempenha um papel crucial na performance da aprendizagem dos alunos. A interação e a comunicação eficaz entre ambos são fundamentais para o sucesso acadêmico, especialmente no ensino de música. Silva enfatiza que a confiança mútua e o ambiente positivo promovido pelo professor são determinantes para a motivação dos alunos e para a criação de um espaço seguro onde possam explorar e desenvolver suas habilidades musicais.
Ainda segundo Silva (2023), a componente mental, incluindo fatores como motivação e ansiedade, é vital para a otimização do rendimento escolar. O estudo aborda a dependência dos alunos em relação aos professores e como essa dinâmica pode afetar a capacidade dos alunos de desenvolverem automotivação e autocontrole. A pesquisa destaca a importância de estratégias que promovam a autonomia dos estudantes, reduzindo a necessidade de constante apoio emocional e motivacional por parte dos docentes.
Portanto, conforme Silva (2023), a motivação no ensino de música é um dos pilares para a aprendizagem eficaz. A motivação intrínseca, que vem do próprio aluno, é particularmente importante, pois está associada a um maior engajamento e persistência nas atividades acadêmicas. O desenvolvimento de estratégias que incentivem essa motivação interna é essencial para que os alunos mantenham o interesse e o empenho no estudo da música ao longo do tempo.
De acordo com Silva (2023), a ansiedade é outro fator crítico no contexto educacional, especialmente no ensino de música. A ansiedade pode ser desencadeada por diversas situações, como apresentações públicas, exames e a própria prática instrumental. O manejo adequado dessa ansiedade é fundamental para que os alunos possam desempenhar suas atividades com confiança e tranquilidade, evitando que o estresse prejudique seu rendimento e seu desenvolvimento musical.
Silva (2023) também discute a dependência motivacional dos alunos em relação aos professores. Essa dependência pode ser um obstáculo para o desenvolvimento da autonomia dos estudantes. É importante que os professores incentivem os alunos a desenvolverem suas próprias estratégias de motivação e controle da ansiedade, promovendo um ambiente de aprendizagem que valorize a independência e a autossuficiência.
Conforme Silva (2023), o processo de intervenção pedagógica implementado no estudo envolveu questionários iniciais e finais, além de atividades específicas voltadas para a melhoria da motivação e do controle da ansiedade. Os resultados indicaram que os alunos que participaram da intervenção apresentaram uma compreensão mais aprofundada sobre esses temas e desenvolveram maior capacidade de gerir seus próprios estados emocionais, refletindo em melhor desempenho acadêmico.
Portanto, de acordo com Silva (2023), a formação contínua dos professores em técnicas de manejo da ansiedade e estratégias de motivação é essencial. Professores bem preparados podem criar ambientes mais favoráveis à aprendizagem, ajudando os alunos a superar desafios emocionais e a desenvolverem uma atitude mais positiva e proativa em relação aos estudos.
Finalmente, conforme Silva (2023), é fundamental que as instituições educacionais reconheçam a importância das componentes mentais na aprendizagem e invistam em programas de apoio tanto para alunos quanto para professores. A criação de um ambiente educacional que valorize o bem-estar emocional e psicológico de todos os envolvidos é crucial para o sucesso acadêmico e para o desenvolvimento de competências que transcendem o ambiente escolar.
Conforme Santos et al. (2023), a relação entre professor e aluno é uma temática amplamente discutida e fundamental para o processo de ensino-aprendizagem. A interação positiva entre docentes e discentes está associada ao sucesso escolar e ao fortalecimento das competências dos alunos. Além disso, um bom relacionamento pode prevenir problemas no ambiente escolar, como a exaustão do professor e a síndrome de esgotamento profissional. Portanto, é essencial que os professores atuem como facilitadores, criando um ambiente propício para a construção do conhecimento.
De acordo com Santos et al. (2023), um vínculo insatisfatório entre professor e aluno pode levar ao fracasso acadêmico, evasão escolar e menor participação dos alunos. Freire (1996) enfatiza que ensinar não é apenas transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção. Assim, um bom vínculo é fundamental para o processo educativo, pois a aprendizagem ocorre por meio das interações sociais e está impregnada de afetividade, conforme Goldani; Togatlian; Costa (2010).
Conforme Aquino (1996), a relação professor-aluno influencia significativamente a metodologia, avaliação e conteúdo educacional. Uma relação positiva é essencial para uma vivência escolar prazerosa e efetiva. Vygotsky e Wallon destacam a importância da afetividade para um desenvolvimento cognitivo significativo. Dessa forma, as práticas pedagógicas baseadas na afetividade promovem uma construção do conhecimento mais profunda e significativa (Leite e Tagliaferro, 2005).
Na perspectiva de Santos et al. (2023), a diversidade em sala de aula influencia a relação professor-aluno. Cada estudante traz consigo uma trajetória única, o que torna a sala de aula um espaço rico de aprendizagem. A inclusão escolar, como direito garantido pela ONU em 1994, destaca a importância da adaptação e interatividade entre docentes e alunos com necessidades especiais, promovendo um desenvolvimento socioemocional completo.
Santos et al. (2023) também destacam a implementação de ciclos de ensino como uma forma de abraçar a diversidade escolar. Os ciclos proporcionam maior tempo de aprendizagem e oportunidades de complementar o estudo, especialmente para alunos que necessitam de mais tempo para adquirir conhecimento. Essa abordagem visa transformar a organização escolar para assegurar o direito à educação, promovendo uma inclusão educativa mais efetiva (Barreto e Sousa, 2005).
Segundo Santos et al. (2023), apesar da disponibilidade de informações na internet, a relação professor-aluno continua sendo crucial para o processo de ensino-aprendizagem. Rocha (2004) sugere que o papel do educador é ser um facilitador da aprendizagem, promovendo um ambiente de diálogo e desafios. A interação social e cultural do professor com os alunos é fundamental para uma aprendizagem adequada e significativa (Abreu e Masetto, 1990).
Para Santos et al. (2023), a afetividade na relação professor-aluno é crucial no contexto universitário. Decisões pedagógicas baseadas na afetividade influenciam diretamente a formação integral do discente. Piaget (1971) reforça que a adaptação contínua da vida afetiva e intelectual é interdependente, influenciando a experiência de aprendizagem do aluno. Assim, a postura do professor como mediador afeta significativamente o conhecimento absorvido pelo aluno.
A afetividade na relação professor-aluno é um fator fundamental para a aprendizagem significativa no contexto da Educação Básica. De acordo com Guimarães e Maciel (2021), a afetividade é um elemento crucial no desenvolvimento intelectual dos alunos, pois facilita a criação de um ambiente propício para o aprendizado. A interação positiva entre professor e aluno fomenta a confiança, a admiração e o respeito, que são essenciais para um desenvolvimento cognitivo eficaz.
Segundo Guimarães e Maciel (2021), a comunicação é um aspecto vital no processo de ensino-aprendizagem. Uma comunicação eficiente entre professor e aluno não apenas melhora a compreensão do conteúdo, mas também ajuda a estabelecer um vínculo afetivo que é benéfico para ambos. Os professores entrevistados destacaram a importância de conhecer o estado cognitivo dos alunos para construir novos conhecimentos sobre essa base, o que só é possível através de laços afetivos sólidos.
Ademais, a Teoria da Aprendizagem Significativa, proposta por Ausubel, é um mecanismo humano essencial para a aquisição e armazenamento de informações. Conforme Guimarães e Maciel (2021), a afetividade desempenha um papel significativo na assimilação de novos conhecimentos, pois facilita a reorganização da estrutura cognitiva dos alunos, integrando novos conceitos com os conhecimentos pré-existentes de maneira não-arbitrária e substancial.
Na visão de Guimarães e Maciel (2021), o afeto no ambiente escolar nunca deve ser subestimado, pois influencia diretamente a motivação e o interesse dos alunos pelas disciplinas. A afetividade é vista como um facilitador da aprendizagem, promovendo um ambiente onde os alunos se sentem valorizados e motivados a participar ativamente do processo educativo.
Além disso, Guimarães e Maciel (2021) enfatizam que a afetividade não é apenas um complemento ao ensino, mas uma necessidade fundamental. A relação afetiva entre professor e aluno é capaz de transformar o ambiente escolar, tornando-o mais acolhedor e favorável ao desenvolvimento emocional e intelectual dos estudantes. Essa transformação é crucial para a construção de uma trajetória educacional de qualidade.
Guimarães e Maciel (2021) também abordam a necessidade de uma comunicação clara e afetiva como base para a aprendizagem significativa. A comunicação deve ser bidirecional, permitindo que os alunos expressem suas opiniões e sentimentos, o que contribui para uma compreensão mais profunda do conteúdo e para o fortalecimento do vínculo afetivo entre professor e aluno.
A importância da afetividade no processo de ensino-aprendizagem, especialmente na relação entre professor e aluno nos anos iniciais do ensino fundamental, é amplamente reconhecida na literatura educacional. Conforme Sousa; Paes; Gaia (2023), a afetividade desempenha um papel central no desenvolvimento humano e no sucesso escolar. A negligência desse aspecto pode acarretar sérios prejuízos no processo de aprendizagem dos alunos.
A afetividade se insere na história genética do ser humano, sendo fundamental para sua sobrevivência e desenvolvimento social. De acordo com os autores, a afetividade permite que os indivíduos manifestem sentimentos e reações, influenciando diretamente suas experiências de aprendizagem. Assim, a afetividade pode ser considerada uma forma de aprendizagem que auxilia na adaptação dos seres humanos ao seu ambiente.
Maldonado (1994) discute como sentimentos negativos, como o medo, podem dificultar o relacionamento entre alunos e professores, destacando a importância de o professor estar atento às manifestações de afetividade na sala de aula. Atitudes ríspidas podem criar traumas nos alunos, impactando negativamente sua autoestima e, consequentemente, seu desempenho escolar. Portanto, o professor deve agir com sensibilidade para evitar esses problemas e promover um ambiente de aprendizado saudável.
A autoestima é um fator crucial no processo de ensino-aprendizagem. Alunos com baixa autoestima tendem a buscar outros espaços que consideram mais acolhedores do que a escola, prejudicando seu desenvolvimento acadêmico. Woolfolk (2000) reforça que os professores são a principal fonte de apoio para alunos com problemas emocionais ou interpessoais, necessitando estabelecer um ambiente seguro e estruturado para que esses alunos possam prosperar.
Rodrigues (1976) enfatiza que a motivação intrínseca é fundamental para a aprendizagem. Alunos que se sentem queridos e seguros aprendem melhor e mais rápido. A afetividade do professor, ao criar um ambiente estimulante e acolhedor, é vital para o sucesso escolar. Isso significa que a escola deve ser um espaço dinâmico e interativo, onde as necessidades emocionais dos alunos são consideradas no planejamento das aulas.
A teoria do desenvolvimento humano de Vygotsky (1998) integra o afeto e o intelecto como categorias indissociáveis, ressaltando que a compreensão completa do pensamento humano só é possível quando se considera sua base afetivo-volitiva. Nesse contexto, a zona de desenvolvimento proximal é um conceito essencial para os educadores, permitindo que o professor identifique e atue no desenvolvimento real e potencial dos alunos.
Henri Wallon, por sua vez, destaca a emoção como central no desenvolvimento humano. A afetividade, para Wallon, é essencial desde os primeiros anos de vida, mediando a transição entre o estado orgânico e a etapa cognitiva. Dantas (1992) explica que a afetividade, sendo inerente ao ser humano, é produto da evolução da linguagem e da mediação cultural, essencial para a aquisição de conhecimento.
As vivências afetivas no ambiente escolar, conforme Kieckhoefel (2011), são fundamentais para a construção de relações harmoniosas e respeitosas entre professores e alunos. A afetividade se manifesta nas interações diárias, influenciando diretamente a qualidade do ensino e a aprendizagem. Ranghetti (2002) corrobora essa visão, afirmando que a afetividade se constrói "na" e "com" as diferenças, valorizando a diversidade e o respeito mútuo.
Conforme Filippsen e Marin (2021), a avaliação do clima escolar em instituições privadas de ensino técnico é crucial para entender a dinâmica entre professores e alunos. A relação positiva entre esses grupos é fundamental para um ambiente educativo saudável. A pesquisa indica que, embora tanto professores quanto alunos percebam o clima escolar de forma positiva, existem nuances na percepção de cada grupo. Professores tendem a ver as relações entre os alunos e o engajamento estudantil de forma mais positiva, enquanto os alunos valorizam mais a clareza e a justiça das regras e a segurança escolar.
De acordo com Filippsen e Marin (2021), a qualidade do clima escolar não se restringe apenas à infraestrutura ou à qualificação docente, mas também engloba as interações diárias entre todos os membros da comunidade escolar. Essas interações são essenciais para a construção de um ambiente de aprendizagem positivo e eficaz. A pesquisa destaca que um clima escolar positivo é associado a melhores desempenhos acadêmicos e ao bem-estar emocional dos alunos, reforçando a importância de políticas e práticas que promovam essas interações de forma saudável.
Filippsen e Marin (2021) ressaltam que o clima escolar pode ser avaliado a partir da percepção dos professores e estudantes, o que permite identificar pontos fortes e áreas que necessitam de melhorias. As diferentes percepções destacadas no estudo indicam a necessidade de um diálogo contínuo entre todos os envolvidos para alinhar expectativas e promover um ambiente educativo mais coeso e satisfatório.
Filippsen e Marin (2021) discutem também a importância de considerar o contexto específico de cada instituição ao avaliar o clima escolar. Cada escola possui suas particularidades que influenciam as percepções e as interações no ambiente escolar. Portanto, estratégias de melhoria devem ser adaptadas às necessidades e características de cada comunidade escolar para serem efetivas.
A pesquisa de Filippsen e Marin (2021) contribui significativamente para a compreensão do clima escolar em instituições técnicas privadas, destacando a importância de uma abordagem integrada que considere tanto a infraestrutura quanto as relações interpessoais. Essa perspectiva integrada é essencial para promover um ambiente de aprendizagem que favoreça o desenvolvimento acadêmico e pessoal dos estudantes.
Conforme Valle e Williams (2021), o engajamento escolar é um constructo multidimensional que engloba componentes comportamentais, emocionais e cognitivos. Esses componentes interagem de maneira dinâmica e são fundamentais para a experiência acadêmica dos alunos. O engajamento comportamental refere-se à participação ativa e ao esforço despendido nas atividades escolares. O engajamento emocional envolve reações afetivas e estados emocionais direcionados ao ambiente escolar, colegas e professores, enquanto o engajamento cognitivo diz respeito à disposição dos alunos em investir na aprendizagem e utilizar estratégias de aprendizado eficazes.
Fredricks et al. (2004) afirmam que o engajamento escolar pode ser influenciado por diversas variáveis contextuais, como fatores culturais, sociais, familiares e escolares. No entanto, destaca-se que as relações sociais na escola, especialmente a relação professor-aluno, desempenham um papel crucial. Relações positivas com professores podem aumentar o engajamento escolar, promovendo um ambiente de confiança e apoio, o que facilita a aprendizagem e o desenvolvimento saudável dos alunos.
Penrose (2009) ressalta a importância de uma relação professor-aluno positiva, caracterizada por confiança, empatia e respeito. Essa relação não deve se limitar à transmissão de conteúdos acadêmicos, mas deve também fomentar um ambiente de aprendizagem dinâmico e recíproco. Relações conflitivas, por outro lado, podem aumentar a probabilidade de fracasso escolar e comportamentos inadequados, como indisciplina e revolta.
Lopes Neto (2005) enfatiza que o bullying é um fator que pode prejudicar significativamente o engajamento escolar. A exposição a agressões repetitivas e intencionais cria um ambiente escolar conflituoso e desconfortável, afetando negativamente o desenvolvimento social, emocional e acadêmico dos alunos. O bullying pode ser físico, verbal, relacional ou material, e suas consequências incluem isolamento social, baixa autoestima e evasão escolar.
De acordo com Williams e Stelko Pereira (2013a), a relação professor-aluno pode moderar os efeitos negativos do bullying no engajamento escolar. Uma relação de apoio com professores pode minimizar os impactos adversos do bullying, promovendo um ambiente escolar mais seguro e acolhedor. No entanto, quando essa relação é negativa, os efeitos do bullying podem ser exacerbados, prejudicando ainda mais o engajamento dos alunos.
Portilla et al. (2014) apontam que o apoio dos professores está positivamente associado ao engajamento escolar, enquanto o conflito está negativamente associado. Isso sugere que intervenções voltadas para melhorar a relação professor-aluno e reduzir o conflito podem ser eficazes para aumentar o engajamento escolar. Estratégias que promovem uma interação positiva entre alunos e professores são essenciais para criar um ambiente propício ao aprendizado e ao desenvolvimento integral dos estudantes.
Martin e Collie (2019) sugerem que o balanceamento entre relações positivas e negativas com diferentes professores pode afetar significativamente o engajamento escolar. Alunos que possuem mais relações positivas tendem a ter um maior nível de engajamento, enquanto aqueles com mais relações negativas tendem a ser menos engajados. Portanto, é crucial que as escolas incentivem e promovam relações saudáveis entre alunos e professores para favorecer o sucesso acadêmico.
3 Material e métodos
O presente trabalho consiste em uma revisão bibliográfica, onde foi feito um levantamento de algumas publicações de maior relevância no que concerne ao tema, para facilitar na observação do estudo. Dentre os procedimentos metodológicos utilizados nessa pesquisa, destacam-se as seguintes etapas: delimitação do tema, pesquisas bibliográficas e entrevista com os alunos de 6º anos, 9º anos e 3º anos do Ensino Médio.
Foram entrevistos 60 alunos de 6º anos, 60 alunos de 9º anos e 60 alunos do 3º ano do Ensino Médio, onde a coleta de dados estava relacionado ao Interesse Escolar e Relação professor/ aluno.
A entrevista foi realizada no período de 14/02/2023 a 24/02/2023, pelos alunos do 2º ano C do Ensino Médio da Escola Estadual Militar Dom Pedro II Vitória Furlani da Riva na cidade de Alta Floresta – MT, na disciplina de Trilha de Aprofundamento em Matemática, orientado pela professora Keylijane Alves da Silva.
4 Resultados e discussão
Os resultados deste estudo ressaltam a significativa influência da relação entre professores e alunos no desempenho escolar. Foi observado que uma comunicação eficaz e um relacionamento positivo, enriquecido por laços afetivos, são essenciais para motivar os alunos e promover um ambiente de aprendizado seguro e propício ao desenvolvimento de habilidades. No entanto, a dependência dos alunos na motivação fornecida pelos professores pode ser um obstáculo para o desenvolvimento da autonomia do aluno. A necessidade de apoio emocional constante dos professores sugere uma área de vulnerabilidade que pode limitar o crescimento pessoal e a autossuficiência dos estudantes.
A pesquisa também destaca a importância da afetividade na interação entre professor e aluno em relação ao combate do bullying. Professores que estabelecem uma conexão emocional com os alunos demonstram melhorar significativamente o engajamento e o desempenho acadêmico dos alunos. Essa afetividade facilita a reorganização da estrutura cognitiva, integrando novos conceitos com os conhecimentos pré-existentes, tornando o aprendizado mais significativo e duradouro.
Conclui-se que a qualidade da relação professor-aluno é um pilar fundamental não apenas para o interesse estudantil, mas também para o sucesso educacional como um todo. É imperativo que as estratégias pedagógicas adotadas em ambientes educacionais valorizem a autonomia e o bem-estar emocional dos alunos para cultivar um aprendizado eficaz e independente. Além disso, é crucial que as instituições educacionais e os próprios educadores reconheçam a importância de formar professores capacitados para gerenciar não apenas os aspectos cognitivos, mas também os emocionais da aprendizagem. Investir em formação contínua que aborde técnicas de manejo da ansiedade e estratégias de motivação pode transformar significativamente o ambiente educacional, promovendo um desenvolvimento mais completo e integrado dos estudantes.
Considerações finais
A relação professor-aluno desempenha um papel central no processo de ensino-aprendizagem, influenciando diretamente o interesse e o desempenho escolar dos estudantes. Este estudo destacou a importância de uma comunicação eficaz e de um vínculo positivo entre professores e alunos. A afetividade emerge como um componente essencial, proporcionando um ambiente de aprendizado seguro e motivador, que favorece o desenvolvimento das habilidades dos alunos.
A pesquisa evidenciou que a dependência excessiva dos alunos em relação à motivação externa fornecida pelos professores pode ser um obstáculo para o desenvolvimento da autonomia. É crucial que os educadores incentivem a automotivação e a auto regulação emocional dos alunos, promovendo um aprendizado mais independente e eficaz. Estratégias pedagógicas que valorizem a autonomia e o bem-estar emocional dos alunos são fundamentais para o sucesso educacional.
Além disso, a afetividade na relação professor-aluno mostrou-se um fator significativo na prevenção e combate ao bullying, reforçando o engajamento escolar e o desempenho estudantil. Professores que estabelecem uma conexão emocional com os alunos conseguem criar um ambiente propício para a aprendizagem significativa, integrando novos conhecimentos de forma não-arbitrária e substancial.
Portanto, a qualidade da relação professor-aluno é um pilar essencial não apenas para o interesse escolar, mas para o sucesso educacional como um todo. As instituições educacionais e os próprios educadores devem reconhecer a importância de capacitar os professores para gerenciar tanto os aspectos cognitivos quanto os emocionais da aprendizagem. Investir em formação contínua que aborde técnicas de manejo da ansiedade e estratégias de motivação pode transformar significativamente o ambiente educacional, promovendo um desenvolvimento mais completo e integrado dos estudantes.
Conclui-se, então, que a construção de um ambiente de aprendizagem positivo, que valorize a afetividade, a autonomia e o bem-estar emocional dos alunos, é fundamental para promover um ensino eficaz e significativo. A relação professor-aluno, quando bem cultivada, tem o poder de transformar a experiência educacional, incentivando o interesse e o engajamento dos estudantes, e, consequentemente, melhorando o desempenho acadêmico.
Agradecimentos
O Desenvolvimento desse trabalho, contou com a ajuda de diversas pessoas, dentre as quais agradeço:
A minha querida professora Keylijane Alves da Silva pela orientação nesse trabalho, que acompanhou pontualmente, dando todo apoio necessário e vários puxões de orelha, e que através dos ensinamentos permitiram a elaboração desse artigo
A todos os alunos da Escola Estadual Militar Dom Pedro II Vitória Furlani da Riva que participaram das pesquisas, pela colaboração no processo de obtenção dos dados
Aos meus colegas de classe Kaue dos Anjos de Oliveira, Maria Clara Mendes Alves, Mariana Giansante Blasius, Melyssa de Aguiar Corna Santos, Rafaela Nunes da Silva, Thayná Neves Rodrigues, que participaram do primeiro momento desse trabalho em sala de aula
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1 Discentes da Escola Estadual Militar Dom Pedro II Vitória Furlani da Riva
2 Discentes da Escola Estadual Militar Dom Pedro II Vitória Furlani da Riva
3 Professora da Escola Estadual Militar Dom Pedro II Vitória Furlani da Riva