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A importância da sala de apoio para o processo de aprendizagem do educando

Elizete Alves Ferreira1

Marta Szolomicki2

Antônia Alves Ferreira Fortuna3

 

DOI: 10.5281/zenodo.11828304

 

 

RESUMO

O referente artigo aborda sobre a importância da sala de apoio para o processo de aprendizagem do educando. Trata-se de uma pesquisa de natureza empírica na qual descreve-se o trabalho efetuado por uma professora em uma sala de apoio específica. Os resultados apontaram que a sala de apoio corrobora com o processo de ensino e aprendizagem das crianças com diferentes necessidades educativas especiais, de modo a contribuir para amenizar as diferenças sociais, melhorando a qualidade de vida, bem como a qualificação das mesmas. Verificou-se, portanto, que as crianças que frequentam a sala de apoio podem aprender mais e, ao regressar para as salas regulares, tendem a estarem mas aptos a acompanharem o ritmo do processo ensino aprendizagem com efetividade.

 

Palavras-chave: Aprendizagem. Educando. Apoio. Educação. Desenvolvimento.

 

 

ABSTRACT

The article addresses the importance of the support room for the student's learning process. This is empirical research in which the work carried out by a teacher in a specific support room is described. The results showed that the support room supports the teaching and learning process of children with different special educational needs, in order to contribute to alleviating social differences, improving their quality of life, as well as their qualifications. It was therefore found that children who attend the support room can learn more and, upon returning to regular classrooms, tend to be better able to follow the pace of the teaching-learning process effectively.

 

Keywords: Learning. Educating. Support. Education. Development.

 

 

Introdução

A inclusão de alunos com necessidades educativas especiais predomina no contexto da legislação brasileira. Ao longo dos anos, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e a Constituição Federal têm passado por avanços significativos para garantir a inclusão e o acesso à educação de qualidade para todos os estudantes, independentemente de suas diferenças e necessidades específicas.

A Constituição Federal brasileira tem se mostrado um instrumento importante na luta pela inclusão educacional. A Constituição assegura o direito à educação para todos os cidadãos, sem qualquer tipo de discriminação. Dessa forma, ela respalda a implementação de políticas públicas que visam garantir o acesso e a permanência dos alunos com necessidades especiais nas escolas. Além disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, também conhecida como LDB 9394/96, prevê que a educação especial deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, garantindo assim o direito à educação inclusiva para todos os estudantes.

Com base nesses avanços legislativos, o Brasil tem buscado cada vez mais promover a inclusão escolar e social desses alunos, proporcionando-lhes condições adequadas para seu pleno desenvolvimento. Dentre os avanços, encontra-se a Sala de Apoio, objeto deste artigo. Ou seja, busca-se neste retratar a importância de uma sala de apoio investigada, bem como o processo de ensino aprendizagem dos alunos com necessidades especiais que dela fazem parte. Antes, contudo, faz-se imprescindível delinear aspectos teóricos cernes à inclusão.

 

 

Aspectos teóricos cernes à inclusão

 

Tal qual exposto na introdução, ainda que brevemente, vivenciamos avanços legais à educação inclusiva. Todavia, vale frisar que a materialidade da lei requer mudanças no espaço escolar. Uma das principais mudanças necessárias para a inclusão na educação escolar é a adaptação do currículo escolar. E, nesse sentido, os professores devem estar preparados para trabalhar com alunos com necessidades especiais. Segundo Zanato (2022)

 

Ao reconhecer que cada aluno aprende de uma maneira é possível compreender melhor a importância de adaptar o currículo de modo a atender às diferentes necessidades de aprendizagem de cada um, possibilitando que todos tenham a oportunidade de aprender. “O currículo deveria ser adaptado às necessidades das crianças, e não vice-versa. Escolas deveriam, portanto, prover oportunidades curriculares que sejam apropriadas a criança com habilidades e interesses diferentes” (Unesco, 1994, s/n). Ao pensar em um currículo igual para todos, esquece-se das diferenças, dos conhecimentos já adquiridos, dos diferentes ritmos de aprendizagem e de suas possíveis dificuldades. É importante pensar que “a escola para todos requer uma dinamicidade curricular que permita ajustar o fazer pedagógico às necessidades dos alunos” (Brasil, 1998b, p. 31). O processo de ensino aprendizagem deve ser focado no aluno, considerando suas diferentes necessidades e possibilidades, sendo necessário, para isso, que esse seja flexível e adequado. Desse modo, ele pressupõe um currículo que possa ser adaptável às necessidades dos alunos e não um ensino que tenta modificar o aluno para que esse se encaixe aos moldes da escola. Um currículo, para ser inclusivo, deve adequar-se às habilidades, competências e necessidades, adaptável e desafiador para todos os alunos (Zanato, 2022, p.28).

 

O currículo deve ser adaptado para atender às necessidades individuais de cada aluno. Tal competência professoral requer dos educadores treinamento especializado e recursos adequados capazes de subsidiá-los no ensino de todos

os alunos de forma eficaz. Para tanto, as instituições escolares devem se planejar, se readaptar às diferenças que delas necessitam, portanto, trata-se de adaptar materialmente cada escola, a fim de garantir acessibilidade àqueles alunos com deficiências físicas. Pois, a materialidade da lei também exige a construção de elevadores nas escolas, rampas, exige que os banheiros possam estar adaptados aos cadeirantes, por exemplo. E para isso o planejamento na educação é fundamental, isto é, para garantir a qualidade do ensino oferecido aos discentes da educação inclusiva. Pois, indubitavelmente contribui para promover a eficiência e eficácia da gestão e do ensino. Mediante o ato de planejar os gestores educacionais e professores podem identificar as necessidades da escola, definir prioridades e estabelecer metas claras e objetivas para o seu desenvolvimento. Entretanto, o conceito de acessibilidade está para além do mater

 

É necessário que sejam identificadas e removidas quaisquer barreiras que possam impossibilitar a concretização de uma educação inclusiva, sejam elas de caráter conceitual, atitudinal e/ou político administrativo. Essas barreiras podem ser, por exemplo, a mudança de atitudes frente à diferença, ao repensar o trabalho desenvolvido nas escolas; as injustiças sociais e econômicas que causam a desigualdade de oportunidades; ou as múltiplas jornadas dos professores (Carvalho, 2010). Sassaki (1997; 2005) define seis dimensões da acessibilidade nos campos do lazer, do trabalho e da educação, as quais devem romper com as barreiras que impedem a inclusão. Ele as define como: acessibilidade arquitetônica, comunicacional, metodológica, instrumental, programática e atitudinal. Na educação podemos compreender as dimensões da acessibilidade como maneiras de adequar o sistema escolar às necessidades dos alunos, seja nos campos arquitetônico, comunicacional, metodológica, instrumental, programática ou atitudinal (Zanato, 2022, p.26).

 

Por meio do referido processo os gestores e educadores podem identificar as necessidades da escola, definir metas claras e objetivas e promover o desenvolvimento da instituição de ensino em diferentes áreas. E é necessário que haja uma participação ativa dos professores, funcionários, pais e alunos no processo de planejamento da escola. Segundo Tannús-Valadão e Mendes (2018), o planejamento na educação inclusiva é crucial para garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade. Ele envolve a criação de estratégias e políticas que promovam a participação plena e efetiva de todos os alunos, independentemente de suas diferenças individuais. O planejamento adequado permite que as escolas atendam às necessidades educacionais diversificadas dos alunos, oferecendo um ambiente de aprendizagem inclusivo e acolhedor. Constituem princípios-chave do planejamento na educação inclusiva:

Conforme a UNESCO (2019), a equidade é um princípio-chave do planejamento na educação inclusiva, pois tal planejamento deve garantir que todos os alunos tenham igualdade de oportunidades para aprender e se desenvolver. A equidade desempenha um papel fundamental na promoção de uma educação inclusiva e igualitária. Ela busca garantir que todos os alunos tenham acesso às mesmas oportunidades educacionais, independentemente de suas características individuais, origem étnica, gênero, condição socioeconômica ou necessidades especiais. A equidade na educação visa eliminar as desigualdades existentes e criar um ambiente em que todos os alunos possam prosperar e alcançar seu pleno potencial. A educação inclusiva é um conceito que se baseia na ideia de que todas as crianças têm o direito de receber uma educação de qualidade em um ambiente inclusivo. Isso significa que todas as crianças, independentemente de suas diferenças, devem ter a oportunidade de aprender juntas e se beneficiarem das mesmas experiências educacionais. No entanto, para que a educação inclusiva seja eficaz, é necessário garantir a equidade no acesso e na participação dos alunos. Uma das principais razões pelas quais a equidade é importante para a educação inclusiva é porque ela está para além de dar oportunidades aos alunos com necessidades educativas especiais, ela ajuda a combater as desigualdades sociais e econômicas que afetam o acesso à educação. Muitas vezes, crianças de famílias mais pobres ou de grupos minoritários enfrentam barreiras para acessar uma educação de qualidade. A equidade busca eliminar essas barreiras, fornecendo recursos adicionais e apoio adequados para garantir que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades. Além disso, a equidade também é fundamental para garantir que os alunos com necessidades especiais recebam a educação adequada. A inclusão de alunos com deficiência ou necessidades educacionais especiais é um aspecto essencial da educação inclusiva. No entanto, para que isso seja eficaz, é necessário fornecer os recursos e o suporte necessários para atender às necessidades individuais de cada aluno. A equidade garante que esses recursos sejam disponibilizados de forma justa e que todos os alunos tenham acesso aos serviços de apoio necessários. A equidade na educação também contribui para a promoção da diversidade e do respeito pela diferença. Ao garantir que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades, independentemente de suas características individuais, o patrimônio promove a valorização da diversidade e do respeito pela igualdade de direitos. Isso cria um ambiente inclusivo em que todos os alunos se sintam valorizados e respeitados. Por fim, a equidade na educação também está relacionada ao desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao fornecer a todos os alunos as mesmas oportunidades educacionais, independentemente de suas situações pessoais, a equidade contribui para a redução das desigualdades sociais e econômicas. Isso não beneficia apenas os indivíduos diretamente envolvidos, mas também promove o desenvolvimento social e econômico como um todo.

Segundo a UNESCO (2019), as escolas devem ser projetadas e equipadas para atender às necessidades de todos os alunos, incluindo aqueles com deficiências físicas, sensoriais ou intelectuais. A acessibilidade desempenha um papel fundamental na promoção da educação inclusiva, que busca garantir o acesso igualitário e a participação plena de todos os estudantes, independentemente de suas habilidades ou deficiências. Mediante a implementação de medidas de acessibilidade, é possível criar um ambiente educacional que atenda às necessidades individuais dos alunos, permitindo que eles tenham as mesmas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento. A educação inclusiva é um conceito que permite a diversidade dos estudantes e busca eliminar as barreiras que impedem sua participação efetiva na escola. Essas barreiras podem ser físicas, como a falta de rampas ou elevadores para estudantes com mobilidade reduzida, ou podem estar relacionadas à comunicação, como a ausência de materiais adaptados para alunos com deficiência visual ou auditiva. A acessibilidade visa superar essas barreiras, garantindo que todos os estudantes possam se envolver plenamente nas atividades educacionais. Uma das principais razões pelas quais a acessibilidade é importante para a educação inclusiva é porque ela promove a igualdade de oportunidades. Ao fornecer recursos e suporte adequados para alunos com deficiência, a acessibilidade permite que eles participem das mesmas atividades e tenham acesso ao mesmo conteúdo educacional que seus colegas sem deficiência. Isso não apenas fortalece o senso de pertencimento e inclusão desses alunos, mas também dá a chance de desenvolver todo o seu potencial acadêmico. Além disso, a acessibilidade também contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais. Ao criar um ambiente inclusivo, onde todos os alunos são valorizados e respeitados, a acessibilidade ajuda a promover a empatia, a compreensão e o respeito mútuo entre os estudantes. Isso é essencial para a formação de cidadãos conscientes e preparados para viver numa sociedade diversa. Outro aspecto importante da acessibilidade na educação inclusiva é o impacto positivo que ela tem na autoestima e na autoconfiança dos alunos com deficiência. Quando esses alunos têm acesso às mesmas oportunidades de aprendizado que seus colegas, eles se sentem valorizados e reconhecidos por suas habilidades e potenciais. Isso fortalece sua confiança em si mesmos e os motiva a buscar o sucesso acadêmico. Por fim, a acessibilidade também desempenha um papel crucial na preparação dos estudantes para a vida após a escola. Ao fornecer uma educação inclusiva, que valorize a diversidade e promova a igualdade de oportunidades, a acessibilidade ajuda a preparar os alunos para enfrentar os desafios do mundo real. Eles aprenderam desde cedo a lidar com as diferenças, a trabalhar em equipe e a buscar soluções criativas para superar obstáculos. Essas habilidades são essenciais para uma sociedade inclusiva e para o sucesso pessoal e profissional dos estudantes.

A participação ativa também é fundamental, visto que os estudantes devem ser encorajados a participar ativamente do processo de aprendizagem, promovendo a autonomia e a tomada de decisões. Para concretizar os objetivos da educação inclusiva é fundamental que haja uma participação ativa de todos os envolvidos no processo educacional, incluindo alunos, professores, famílias e comunidade. A participação ativa contribui para a construção de um ambiente escolar mais inclusivo, promovendo o respeito à diversidade e o desenvolvimento pleno de cada indivíduo. A participação ativa dos alunos na educação inclusiva é essencial para o seu aprendizado e desenvolvimento. Quando os estudantes são encorajados a participar ativamente das atividades escolares, eles se sentem valorizados e reconhecidos como membros importantes da comunidade escolar. Além disso, a participação ativa permite que os alunos expressem suas opiniões, compartilhem suas experiências e contribuam com ideias para melhorar o ambiente educacional. Dessa forma, eles se tornam protagonistas de seu próprio processo de aprendizagem, adquirindo autonomia e confiança em suas habilidades. A participação ativa dos professores também desempenha um papel fundamental na promoção da educação inclusiva. Os educadores devem estar preparados para acolher e atender às necessidades individuais de cada aluno, adaptando sua prática pedagógica de acordo com as características e potencialidades de cada um. Ao envolver os alunos nas decisões sobre seu próprio aprendizado e ao oferecer oportunidades para que eles se expressem e participem ativamente das aulas, os professores contribuem para a construção de um ambiente inclusivo e estimulante. Além disso, a participação ativa das famílias na educação inclusiva é de extrema importância. Os pais e responsáveis ​​​​são parceiros da escola, participando de reuniões, eventos e atividades que envolvem o processo educacional de seus filhos. Ao estabelecer uma relação de parceria com a escola, as famílias podem contribuir com informações relevantes sobre as necessidades e características individuais dos alunos, auxiliando os professores na elaboração de estratégias pedagógicas adequadas. A participação da comunidade também é essencial para a promoção da educação inclusiva. A comunidade pode oferecer recursos, apoio e oportunidades de aprendizagem adicionais para os alunos, enriquecendo o currículo escolar e promovendo a integração social. Além disso, a comunidade pode desempenhar um papel importante na sensibilização e conscientização sobre a importância da inclusão, combatendo preconceitos e estereótipos que possam existir.

Destaca-se também segundo a UNESCO (2019) a colaboração, uma vez que o planejamento na educação inclusiva requer uma abordagem colaborativa, envolvendo educadores, famílias, profissionais de saúde e outros membros da comunidade escolar. A educação inclusiva busca garantir que todos os alunos, independentemente de suas habilidades ou características individuais, tenham acesso a uma educação de qualidade em um ambiente inclusivo. Essa abordagem colaborativa é essencial para criar um ambiente de aprendizagem que atenda às necessidades de todos os alunos e promova seu pleno desenvolvimento. Uma das principais razões pelas quais a abordagem colaborativa é importante para a educação inclusiva é porque ela regularmente que cada aluno é único e possui necessidades diferentes. Ao envolver educadores, famílias, profissionais de saúde e outros membros da comunidade escolar no processo educacional, é possível obter uma compreensão mais abrangente das necessidades individuais de cada aluno. Isso permite que sejam elaboradas estratégias personalizadas de ensino e suporte para garantir que todos os alunos tenham acesso igualitário à educação. Além disso, a abordagem colaborativa também promove uma troca de conhecimentos e experiências entre os diferentes atores envolvidos na educação inclusiva. Os educadores podem compartilhar suas práticas pedagógicas eficazes, as famílias podem fornecer informações valiosas sobre as necessidades específicas de seus filhos e profissionais de saúde podem contribuir com seu conhecimento especializado. Essa colaboração multidisciplinar enriquece o processo educacional e possibilita a implementação de estratégias mais práticas para atender às necessidades dos alunos. Outro aspecto importante da abordagem colaborativa é o fortalecimento do senso de pertencimento e inclusão dos alunos. Quando educadores, famílias, profissionais de saúde e outros membros da comunidade escolar trabalham juntos no prol da educação inclusiva, os alunos se sentem valorizados e reunidos em seu ambiente escolar. Isso contribui para o desenvolvimento de uma cultura inclusiva, onde todos os alunos são respeitados e têm suas vozes ouvidas. A abordagem colaborativa também desempenha um papel fundamental na identificação precoce de dificuldades de aprendizagem e no encaminhamento adequado para serviços de apoio. Ao trabalhar em conjunto, educadores, famílias e profissionais de saúde podem identificar sinais precoces de dificuldades de aprendizagem e desenvolvimento, possibilitando intervenções oportunas. Essa abordagem preventiva é essencial para garantir que os alunos recebam o suporte necessário para superar desafios e alcançar seu pleno potencial acadêmico. Por fim, uma abordagem colaborativa também promove a construção de parcerias sólidas entre a escola e a comunidade. Ao envolver membros da comunidade escolar, como líderes comunitários, organizações não governamentais e empresas locais, é possível ampliar as oportunidades de aprendizagem dos alunos. Essas parcerias podem incluir programas extracurriculares, estágios profissionais e outras atividades que enriquecem a experiência educacional dos alunos.

E, por último, a individualização. Segundo Tannús-Valadão e Mendes (2018) cada aluno é único e possui necessidades educacionais específicas. O planejamento deve levar em consideração essas diferenças individuais e oferecer suporte personalizado. Logo, a individualização é um conceito fundamental para a educação inclusiva, pois regular e valorizar as diferenças individuais dos alunos, permitindo que cada um receba um ensino adequado às suas necessidades e potencialidades. Mediante a individualização, os educadores podem criar um ambiente de aprendizagem que promova a participação ativa de todos os alunos, independentemente de suas habilidades, características ou condições específicas. A importância da individualização na educação inclusiva reside no fato de que cada aluno é único, com suas próprias experiências, interesses, estilos de aprendizagem e ritmos de desenvolvimento. Ao respeitar e respeitar essas diferenças individuais, os educadores podem criar estratégias pedagógicas personalizadas que atendam às necessidades específicas de cada aluno. Isso inclui a adaptação do currículo, a utilização de materiais didáticos variados, o uso de diferentes métodos de ensino e avaliação, bem como o fornecimento de suporte adicional quando necessário. A individualização também contribui para a promoção da igualdade de oportunidades na educação. Ao adaptar o ensino às necessidades individuais dos alunos, a individualização permite que todos tenham acesso a uma educação de qualidade. Isso é especialmente importante para estudantes com deficiências ou dificuldades de aprendizagem, que muitas vezes enfrentam barreiras adicionais para alcançar o sucesso acadêmico. Através da individualização, esses alunos podem receber o apoio necessário para superar essas barreiras e alcançar seu pleno potencial. Além disso, a individualização promove a autonomia e a responsabilidade dos alunos em relação ao seu próprio processo de aprendizagem. Ao permitir que os estudantes tenham voz e escolha em sua educação, eles se tornam mais engajados e motivados, o que pode levar a melhores resultados acadêmicos. A individualização também incentiva os alunos a desenvolverem habilidades de autorregulação, autoavaliação e autodireção, preparando-os para enfrentar os desafios da vida adulta. A individualização na educação inclusiva também beneficia os educadores, pois lhes permite desenvolver uma compreensão mais profunda das necessidades e capacidades de cada aluno. Isso os capacita a planejar e implementar estratégias pedagógicas mais práticas, adaptadas às características individuais de seus alunos. Além disso, a individualização promove um ambiente de aprendizagem colaborativo, onde os alunos podem aprender uns com os outros e se beneficiarem da diversidade presente na sala de aula.

Há que se considerar também estratégias efetivas de planejamento na educação inclusiva: 1. Avaliação das Necessidades: O planejamento começa com uma avaliação abrangente das necessidades dos alunos, identificando seus pontos fortes, desafios e requisitos específicos de suporte. 2. Adaptação Curricular: As escolas devem adaptar o currículo para atender às necessidades dos alunos, fornecendo materiais didáticos acessíveis e estratégias diferenciadas de ensino. 3. Formação de Professores: Os educadores devem receber treinamento adequado sobre educação inclusiva, desenvolvendo habilidades e conhecimentos para lidar com a diversidade na sala de aula. 4. Recursos e Apoio Adequados: É essencial fornecer recursos e apoio adequados aos alunos com necessidades especiais, incluindo tecnologias assistivas, auxiliares de ensino e serviços de suporte. 5. Ambiente Inclusivo: As escolas devem criar um ambiente inclusivo que promova o respeito mútuo, a valorização da diversidade e a participação ativa de todos os estudantes.

Logo, o planejamento na educação inclusiva desempenha um papel crucial na promoção de uma educação equitativa e de qualidade para todos os alunos. Ao adotar princípios-chave e estratégias efetivas, as escolas podem garantir que cada aluno tenha igualdade de oportunidades para aprender e se desenvolver. O planejamento adequado na educação inclusiva é um dentre os muitos passos importantes em direção a uma sociedade mais inclusiva e justa, isto é, que materializa a legislação.

Pois, quando se fala em inclusão é importante pensar em toda a logística de trabalho realizado pela instituição de ensino, seja ela de caráter público ou privado ela precisa trabalhar de acordo com o que a lei diz. É importante pensar em instalações que permitam que os discentes com deficiência possam se movimentar de forma livre, que eles possam explorar o espaço, que tenha aplicação do lúdico, de tarefas interativas e socialização da criança.

A escola tem que ser um espaço de disciplina e ao mesmo tempo acolhedor, lúdico, de felicidade para o aluno, que ele possa se sentir acolhido. As escolas devem ter recursos tecnológicos adequados, como softwares de leitura de tela e outras ferramentas que auxiliem os alunos com deficiência visual ou auditiva. O professor também precisa ter atitudes, que os colegas possam se ajudar, compartilhar as suas experiências e, por conseguinte, contribuir para um trabalho promissor para com os alunos. O professor precisa ser afetuoso para com os seus alunos.

É importante lembrar que todos os alunos sejam tratados com respeito e dignidade, independentemente de suas habilidades ou deficiências. Os professores devem estar cientes e preparados das necessidades individuais de cada aluno e trabalhar em conjunto com os pais e outros profissionais para garantir que essas necessidades sejam atendidas.

Essa situação conduz a uma reflexão sobre o atendimento recebido por essas crianças durante sua permanência nas instituições de ensino regular e especificamente em sala de aula. Esta pesquisa se propõe a buscar conhecimentos acerca da melhor forma de trabalhar com estes alunos. Percebe-se que o problema não é somente na dificuldade dos alunos devida à sua deficiência, mas também na prática pedagógica do professor, visto que eles necessitam de conhecimentos, habilidades, competências peculiares para desenvolver o trabalho com seus educandos inclusos no ensino regular.

 

 

A importância da sala de apoio para o processo de aprendizagem do educando: Aspectos Práticos

 

A escola Selvino Municipal Damian Preve possui uma sala de apoio, no qual atende alunos no período matutino e vespertino. Alguns alunos possuem laudos médicos e outros estão sob investigação, porém enquanto não há esse laudo, essas crianças recebem atendimento semanalmente para que possam ser auxiliados no processo de ensino e aprendizagem.

As crianças que são atendidas possuem: TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade); TEA( Transtorno do Espectro Autista) e DI ( Deficiência Intelectual), as mesmas são atendidas no contraturno e com atividades diferenciadas, inclusive a questão de coordenação motora, e atividades de alfabetização através de jogos e brincadeiras.

As crianças apresentam grande dificuldades em sua aprendizagem, e para isso a metodologia deve ser diferenciada do contexto da sala de aula para que assim possa de fato contribuir em seu desenvolvimento cognitivo.

O encaminhamento para a sala de apoio ocorre através de observações pela professora efetiva, que verifica que a criança não está conseguindo acompanhar os conteúdos da sala de aula, não consegue se concentrar, ou ainda não tem uma boa coordenação motora, então a sala de apoio está a disposição para que possa atender esse aluno nas dificuldades existentes. Caso, verifica ainda na sala de apoio algumas características de TDAH, TEA, dislexia, a mesma é encaminhada a um especialista para investigação e confirmação para que posteriormente seja trabalhado de maneira adequada conforme o diagnóstico do aluno, e isso ocorre com a parceria com a psicóloga escolar que trabalha em parceria com a professora da sala de apoio.

Na sala de apoio é trabalhado jogos psicomotores e outras atividades adequadas aos alunos com suas dificuldades, e essas adaptações são necessárias ao ritmo e tempo de organização para o aluno e ter uma conversa com poucas palavras para que assim possa entender o que está sendo solicitado, não pode ser muitas coisas ao mesmo tempo, tem que ser aos poucos para que consiga entender e realizar os comandos propostos; trabalhando uma atividade de cada vez, inclusive para os alunos com TEA.

Já os alunos com TDAH, é trabalhado conteúdos de concentração e atenção, também não pode sobrecarregar de atividades para que consiga realizar aos poucos o que de fato ele se aproprie aos poucos de como ele deve aprender, é interessante jogos de memória, assim ao brincar ele está aprendendo e ao mesmo tempo está se concentrando e valorizando esse momento para ele que é tão precioso.

A sala de apoio possui vários tipos de jogos, brinquedos de encaixar, quebra-cabeça, jogo de memória, material dourado, um computador com internet, quadro branco, e todos esses materiais são explorados pelos alunos com objetivo de contribuir na melhoria de sua aprendizagem, além disso também tem a estimulação de atividades de coordenação motoras, recorte e colagens. A sala também possui cartazes de leitura, que é de suma importância trabalhar a leitura dos cartazes, enfatizando os sons das consoantes, pois a escola trabalha o método fônico.

Com os alunos que apresenta TEA, trabalha várias atividades com tinta guache, massinha, atividades de colagem e recorte, todas as atividades que são de estimulação tátil, e sempre é necessário estar atento se a criança está confortável ao estar realizando e manuseando o material, caso não esteja se faz necessário mudar de atividade a fim de que não ocorra uma crise no mesmo.

No início do ano letivo é feito um plano anual para que possa ser desenvolvido no decorrer do ano letivo, com conteúdos adequados, objetivos e materiais que serão utilizados, bem como a avaliação que é realizada através do dia a dia, como está ocorrendo o seu processo, o que evoluiu, o que precisa trabalhar mais, sempre respeitando os limites e o tempo de cada criança.

A professora da sala de apoio tem 27 anos de experiência na educação, sendo quase dez anos de atendimento de alunos na sala de apoio, tem graduação em Pedagogia pela UNEMAT, pós graduação em Psicopedagogia; Educação Infantil e Alfabetização pelo ICE (Instituto Cuiabano de Educação), pós em Neuropsicopedagogia e as Necessidades Especiais pela EDUCAVALES Educação Especial e Psicomotricidade ( Faculdade de Educação São Luis).

Relatando um pouco sobre a sala de apoio que na verdade não é uma sala de AEE, porém atende alunos com TEA, TDAH e Dislexia, pois o atendimento não se destina apenas para alunos com deficiência, embora não tenhamos alunos com cegueira, surdez e deficiência física. Conforme a resolução CEB/CNE nº 4/2009 no artigo 1º diz para a implementação do decreto nº 6571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades e superdotação nas classes comuns do ensino regular e no atendimento educacional especializado (AEE). Como a escola não tem a sala de AEE, essas crianças são atendidas na sala de apoio. O MEC (Brasil:2009) diz que deve ser “ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de atendimento educacional especializados da rede pública ou instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. No entanto, a escola vai atendendo conforme o que está ao seu alcance.

Referente ao laudo médico, não se obriga ter o laudo, porém contribui quando tem um laudo, pois nos dá uma direção no que se deve ser trabalhado com aquele aluno, pois a sala de apoio tem a características de atendimento pedagógico e não clínico. Portanto, com laudo ou sem laudo, elas devem ter o atendimento adequado para auxiliar em seu processo educacional, respeitando suas limitações. A cada dia são grandes desafios e se faz necessário estímulos aos educandos e envolver a questão motora, bem como desenvolver o processo de atenção para que consiga evoluir o seu processo de aprendizagem.

Além dos alunos com laudos e sem laudo, também são atendidas as crianças com dificuldades de aprendizagem, ao final de cada bimestre é realizado um conselho de classe com todos os professores para relatar o desempenho de cada aluno, quando tem aluno que obteve melhoras em sua aprendizagem o mesmo é dispensado da sala de apoio.

Lembrando que as crianças com TDAH, é preciso trabalhar a questão psicomotora das mesmas, fazer com que elas sintam, valorizem, experimentem e entendam, e para que isso se faz necessário a estimulação psicomotora, mostrar a importância de prestar atenção, de como estar sentado e há outros momentos de correr, pular, andar e para isso é preciso conhecer o corpo e trabalhar as emoções e as habilidades psicomotoras do educando.

 

 

Considerações finais

 

O avanço da legislação LDB e da Constituição Federal no que diz respeito à inclusão de alunos com necessidades educativas especiais representa um importante passo rumo a uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos tenham acesso aos mesmos direitos e oportunidades no campo da educação.

Nesse contexto inclusivo, há a sala de apoio que corrobora com o processo de ensino aprendizagem das crianças com diferentes necessidades educativas especiais, de modo a contribuir para amenizar as diferenças sociais, melhorando a qualidade de vida, bem como aumentando a qualificação das mesmas. Verificou-se, portanto, que as crianças que frequentam a sala de apoio podem aprender mais e, ao regressar para as salas efetivas, tendem a estarem mais aptas a acompanharem o ritmo do processo ensino aprendizagem com efetividade.

 

 

Referências

 

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Atualizada até a EC n. 105/2019. Brasília: Supremo Tribunal Federal, Secretaria de Documentação, 2019. Disponível em: <https://constituicao.stf.jus.br/>. Acesso em: 18 fev. 2023.

 

Lei No. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 4. ed. Atualizada até abril de 2020. Brasília, DF: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2020. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bits-tream/handle/id/572694/Lei_diretrizes_bases_ 4ed.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 18 fev. 2023.

 

.Legislação Específica/Documentos Internacionais [sobre necessidades educacionais especiais e inclusão]. Brasília, DF: MEC, 2020. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=12716&Item>. Acesso em: 05 fev. 2023.

 

Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001. Institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília, DF: MEC/CNE, 2001. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2023

 

Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF: MEC, 2008. Disponível em: <portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ politicaeducespecial.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2023.

 

Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Marcos Político-Legais da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2010.

 

TANNÚS-VALADÃO, G.; MENDES, E. G. Inclusão escolar e o planejamento educacional individualizado: estudo comparativo sobre práticas de planejamento em diferentes países. Revista Brasileira de Educação, v. 23, 2018.

 

UNESCO. Manual para garantir inclusão e equidade na educação. – Brasília: UNESCO, 2019.

 

ZANATO, C. B. INCLUIR E ADAPTAR NA ESCOLA. IV CINTEDI.REIN – Revista Educação Inclusiva. EDIÇÃO ESPECIAL - VOLUME 6, NÚMERO 2. FEVEREIRO 2022.

1 Formada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT), especialização em Psicopedagogia Institucional pelo ICE- Instituto Cuiabano de Educação; Alfabetização e Educação Infantil pelo ICE- Instituto Cuiabano de Educação; Neuropsicopedagogia e as Necessidades Especiais pela EDUCAVALES e Educação Especial e Psicomotricidade pela Faculdade de Educação São Luis. Trabalha na Escola Municipal Selvino Damian Preve na cidade de Santa Carmem-MT nos anos iniciais do Ensino Fundamental. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

2 Marta Szolomicki, formada em Pedagogia pela UEM (Universidade Estadual de Maringá), pós graduação em Psicopedagogia e Gestão Escolar pela Universidade Cândido Rondon e Neuropsicopedagogia e as Necessidades Especiais pela EDUCAVALES. Trabalha na Escola Municipal Selvino Damian Preve na cidade de Santa Carmem-MT nos anos iniciais do Ensino Fundamental. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

3 Antonia Alves Ferreira Fortuna², formada em Pedagogia pela UNEMAT, pós graduação em Neuropsicopedagogia e Necessidades Especiais pela EDUCAVALES. Educação Infantil e Alfabetização pelo ICE- Instituto Cuiabano de Educação. Trabalha no CEMEI Gabriela Bedendo Torezzan na cidade de Guarantã do Norte-MT na Educação Infantil. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.