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OS DESAFIOS DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA ESCOLA CUIABANA DIANTE DAS ORIENTAÇÕES DA BNCC QUANTO AS PRÁTICAS DE ROTINA EM SALA DE AULA

Claudia Regina da Silva1

Jussinara Mariana da Silva2

 

 

RESUMO

Este artigo tem por objetivo evidenciar os desafios da Política de Educação Infantil da Escola Cuiabana diante das orientações da Base Nacional Comum Curricular-BNCC quanto às práticas em sala de aula. O artigo de natureza qualitativa consiste em uma produção bibliográfica mediante relato de experiência de duas docentes da Rede Municipal de Cuiabá, que como professoras da rede pública municipal de ensino em Cuiabá-MT, percebem que a educação de qualidade que buscam desenvolver vincula-se com a prática pedagógica, pois o professor consiste no agente responsável pelo processo educativo das pessoas. Nesta direção, a Política da Escola Cuiabana como um mecanismo de ressignificação da Educação Infantil mediante o desenvolvimento das premissas orientadas pelos campos de experiência.

 

Palavras-chave: Política da Escola Cuiabana. BNCC. Educação Infantil. Desafios e Prática de rotina em sala de aula.

 

 

Introdução

 

No Brasil, a Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 205, reconhece a educação como direito fundamental compartilhado entre Estado, família e sociedade ao determinar que

 

[...[ a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).

 

Para atender a tais finalidades no âmbito da educação escolar, a Constituição Federal, no Artigo 210, já reconhece a necessidade de que sejam “fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais” (BRASIL, 1988).

Também a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, esclarece que a Educação Infantil por meio do seu currículo deve ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos (BRASIL 1996).

Tal orientação induziu à concepção do conhecimento curricular contextualizado pela realidade local, social e individual da escola e do seu alunado, que foi o norte das diretrizes curriculares traçadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) ao longo da década de 1990, bem como de sua revisão nos anos 2000.

Em 2018, com a alteração da LDB por força da Lei nº 13.415/2017, a legislação brasileira passa a utilizar, concomitantemente, duas nomenclaturas para se referir às finalidades da educação:

 

Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento [...]

Art. 36. § 1º A organização das áreas de que trata o caput e das respectivas competências e habilidades será feita de acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino (BRASIL, 2018).

 

Trata-se, portanto, de maneiras diferentes e intercambiáveis para designar algo comum, ou seja, aquilo que os estudantes devem aprender na Educação Básica, o que inclui tanto os saberes quanto a capacidade de mobilizá-los e aplicá-los.

É diante deste contexto que nasce a Política da Escola Cuiabana.

 

A Escola Cuiabana nasce no âmago da sociedade contemporânea e coloca no centro das suas discussões a formação do ser humano constituído e integrado nesta sociedade, assinalada pelo contexto social global e, ao mesmo tempo, pelo local no espaço do território cuiabano (CUIABÁ 2020, p 08).

 

Trata-se de uma Política Educacional profundamente marcada pelo movimento teórico prático instaurado na história social, na cultura, na reflexão e no diálogo, assim como, no enfrentamento às adversidades que ainda persistem no campo da Educação Básica da capital mato-grossense.

Tendo em vista que a segunda Infância consiste no período que vai dos 3 aos 6 anos de idade, aproximadamente (PAPALIA et al., 2010), período de vida a frequência à pré-escola de qualidade tem impactos positivos e significativos sob diferentes dimensões de desenvolvimento condicionados à qualidade da intervenção, importante se faz considerar o aspecto regional no processo formativo da criança.

Com base em uma formação orientada para o pertencimento, dentre os benefícios que a criança recebe ao frequentar a creche ou a escola, incluem-se ganhos no desenvolvimento cognitivo no curto prazo, melhora nos níveis de aprendizado no médio prazo, e melhora na escolaridade e renda no longo prazo.

É diante do contexto de uma formação humana e integral que a escola considera a criança, centro do planejamento curricular, sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.

As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil da Educação Infantil têm como eixos norteadores as interações e as brincadeiras, os direitos de aprendizagem que consistem em: conhecer-se, Conviver, Participar, Brincar, Expressar-se e Explorar, além dos campos de experiência que se traduzem no: Eu, o Outro e o Nós garantindo experiências que:

I – Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;

II – Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical;

III – possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos;

IV – Recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais;

V – Ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas;

VI – Possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar;

VII – possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e reconhecimento da diversidade;

VIII – incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza;

IX – Promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança teatro, poesia e literatura;

X – Promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais;

XI – propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e tradições culturais brasileiras;

XII – possibilitem a utilização de gravadores, computadores, máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos.

Os Centros de Educação Infantil pertencentes à rede municipal de Ensino em Cuiabá-MT avaliam o trabalho pedagógico do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação, não havendo retenção das crianças na Educação Infantil, garantindo a continuidade no processo de aprendizagem e desenvolvimento delas, respeitando as especificidades etárias, sem antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental.

 

 

METODOLOGIA

 

Tomando como referências as docentes que atuam no contexto da Educação Infantil em Cuiabá – MT. Ambas são licenciadas em Pedagogia em um Centro de Educação Infantil da Rede Municipal de Cuiabá-MT.

As professoras assumem como metodologia de ensino a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, a Política da Escola Cuiabana, a Base Nacional Comum Curricular e o Projeto Político Pedagógico do Centro de Educação Infantil.

Partindo da ideia de que este artigo está voltado para o fenômeno relativo aos desafios da Política da Educação Infantil da Escola Cuiabana diante das orientações da Base nacional Comum Curricular- BNCC no que se refere às práticas de rotina em sala de aula, para tanto, utilizamos diferentes recursos metodológicos com a intenção de atingir os objetivos propostos.

A fim de atender aos objetivos propostos para esta investigação, propomos a realização de uma pesquisa que, no que diz respeito à natureza, se apresenta como pesquisa aplicada em ciências humanas, uma vez que almeja contribuir para tentar resolver um problema específico (LAKATOS, 2007), no caso à formação humana integral, a partir da dimensão regional, por meio do trabalho colaborativo com foco na formação de cunho regional desenvolvido pelo professor.

Em se tratando da abordagem da pesquisa, para a consolidação do objeto de estudo, fizemos uso da metodologia qualitativa, tendo em vista sua adequação às pesquisas em educação e ensino, uma vez que serão coletadas as percepções dos sujeitos envolvidos na pesquisa. Em conformidade com Merrian (1998),

 

Os métodos qualitativos são mais indicados para as investigações de perspectiva interpretativa ou crítica. A pesquisa qualitativa ocupa um reconhecido lugar entre as várias possibilidades de se estudar os fenômenos que envolvem os seres humanos e suas intricadas relações sociais, estabelecidas em diversos ambientes. É um conceito “guarda-chuva” que envolve uma gama de técnicas e procedimentos interpretativos, que procuram essencialmente descrever, decodificar e traduzir o sentido e não a frequência de eventos ou fenômenos do mundo social (MERRIAM, 1998, p. 186).

 

Na mesma perspectiva, foi imprescindível, também inicial, desenvolver uma pesquisa bibliográfica relativa aos temas principais da pesquisa, para que seja possível desenvolver o exame de materiais diversos, que podem ser analisados de forma a criar novas interpretações, uma vez que a pesquisa bibliográfica se apresenta como um elemento fundamental para qualquer pesquisa que permite ao pesquisador estar em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre o assunto.

No que tange aos objetivos do artigo, trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, que consiste em analisar o fenômeno relativo à inserção escolar por meio do trabalho docente de criação da identidade. A percepção de Prodanov e Freitas (2013) é a de que esse tipo de pesquisa observa e analisa dados por meio de técnicas específicas tais como questionários, formulários, observação dentre outras técnicas. Já, no que concerne aos procedimentos, à pesquisa em tela se caracteriza como sendo um estudo de caso. A percepção de Yin (2001) é a de que se trata de uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto.

O estudo de caso se caracteriza pelo estudo intenso e exaustivo de um ou poucos objetos, de forma a possibilitar um conhecimento vasto e detalhado do mesmo (GIL, 1999). A análise de algumas unidades de dado universo, na percepção de Gil (2002), permite a compreensão da generalidade dos objetos além do estabelecimento de bases para uma investigação posterior, mais sistemática e precisa. O autor destaca também que a relevância dos resultados obtidos neste tipo de esboço depende do estudo de certa variedade de casos, os quais, de modo geral, não são selecionados mediante critérios estatísticos.

A fim de levar em conta as questões que perpassam a formação integral escolar com base na Política da Escola Cuiabana em consonância com a BNCC, temática em estudo neste artigo, a mesma fez uso também, da análise documental da Política da Escola Cuiabana (2020). Lüdke (1986) destaca que “[...] a análise documental pode se constituir numa técnica valiosa de abordagem de dados qualitativos, seja complementando as informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema” (LUDKE, 1986, p. 38).

Para a coleta de dados utilizamos a experiência desenvolvida pelas pesquisadoras que atuam como docente em um Centro de Educação Infantil na Rede Municipal de Educação em Cuiabá-MT. Desta forma, a análise dos dados foi realizada mediante análise de conteúdo com base em Bardin (1979).

 

 

A ANÁLISE DOS DADOS

 

A rotina desenvolvida pelas professoras no dia a dia do processo formativo das crianças no Centro de Educação Infantil vem ao encontro do que propões Sassaki (1997) que afirma que a escola cabe propor atividades que atendem as demandas da infância, uma vez que nesta fase, o brincar se apresenta como a principal atividade a ser realizada pela criança. Importante se faz destacar que não se trata de uma brincadeira simples, e sim de formas de experiências situações que preparem a crianças para a vida.

As professoras compreendem que fazer parte de uma escola de educação infantil significa respeitar o tempo e as necessidades das crianças. Nesta direção, as professoras se colocam à disposição para modificar suas metodologias para atender todas as crianças que necessitem de um atendimento personalizado, de forma a seguir uma rotina que leve em conta o tempo de aprender de cada criança.

Por se tratar da Educação Infantil, as professoras desenvolvem outra maneira de ensinar, avaliar, designar atividades, pois sentem que é papel da escola propor atividades lúdicas com capacidade para levar ao aprendizado, mediante a adaptação de metodologias de ensino.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

As práticas educativas desenvolvidas pelas professoras evidenciam a importância do papel docente no contexto da formação integral, cujo início se dá na Educação Infantil. Desta forma fica evidente que é imprescindível utilizar as estratégias regionalizadas para ultrapassar as barreiras relativas ao sentimento de pertencimento, acesso e à participação dos alunos.

Importante se faz destacar que é preciso olhar para a dimensão local e regional na perspectiva de recursos de apoio à aprendizagem, em vez de considerá-las como problemas a resolver. Reconhecer o direito dos alunos a serem educados na sua localidade é de fundamental importância para o seu desenvolvimento.

Desenvolver as ações educativas considerando o potencial de seus profissionais e alunos consiste no papel das escolas na construção das subjetividades e no desenvolvimento dos valores, bem como no aumento do sucesso da aprendizagem. Daí a importância de incentivar as relações mútuas, entre escolas e comunidades.

Da mesma forma, é essencial reconhecer que a formação a partir da Política da Escola Cuiabana na educação é um dos aspectos da inserção na sociedade e nós assumimos como nosso papel para o desenvolvimento de esta pesquisa.

A partir das premissas orientadoras da Política da Escola Cuiabana, fica evidente que o trabalho colaborativo é o melhor meio de atualização e reflexão sobre a ação educativa de seus profissionais. Trabalhar colaborativamente não significa, necessariamente, todos trabalharem junto o tempo todo.

Dependendo dos objetivos comuns, é possível dividir responsabilidades e executar atividades com subgrupos ou mesmo individualmente, desde que se garanta a troca constante de informações e a continuidade do trabalho na direção dos objetivos estabelecidos de comum acordo.

Nesta direção, para que haja tal participação, há que se ter consciência e responsabilidade, o que exigirá de todos, presença, reflexão e crítica constantes, sendo esta, a definição de trabalho colaborativo, tão importante no processo formativo humano.

Nesta perspectiva os professores, ocupam uma posição privilegiada na comunidade escolar não só pelo fato de exercerem uma liderança formalmente legitimada, pois assumem um papel determinante na organização da escola, influenciando e apoiando o desencadear de processos de mudança orientados por princípios inclusivos.

Tal mudança deve ser enquadrada num processo de desenvolvimento profissional que promova as competências necessárias à implementação de práticas inclusivas, designadamente ao nível da resolução colaborativa de problemas, ensino cooperativo, trabalho de equipe, comunicação com os pais e organização e gestão da sala de aula.

A consolidação do trabalho colaborativo na escola resulta de um processo intencional e árduo na busca do rompimento das relações de poder autoritário para um processo mais democrático. As linhas de qualquer Projeto Político Pedagógico devem refletir o desejo de um trabalho coletivo e colaborativo.

O trabalho coletivo e colaborativo não é meta fácil e simples de atingir. Desta forma, a gestão democrática e participativa consiste no caminho para a escola que deseja ser democrática e inclusiva e desenvolva um processo pedagógico eficiente para a oferta da qualidade do ensino.

Na escola, o ato de educar deve atender às necessidades de qualquer um, e é trazendo para todos os profissionais da educação, por meio de discussões, problematizações, estudos, enfim, de formação continuada sobre as diferenças, as deficiências, o preconceito, a exclusão, a normalidade e a anormalidade, que se pode iniciar o processo de construção de um saber baseado em igualdade, fraternidade, dignidade e respeito a todos, de maneira igual, mesmo sendo todos tão diferentes.

Sendo assim, as práticas desenvolvidas pelas professoras no Centro de Educação Infantil pertencente à Rede Municipal de ensino de Cuiabá-MT evidencia que cabe ao professor subsidiar educacionalmente alunos, comunidade escolar como um todo, para que se dê e se permita a formação de alunos como sujeitos críticos e participativos em nossa sociedade, uma vez que a finalidade da escola consiste na busca por uma educação de qualidade e inclusiva, assegurando os objetivos que compõem o Projeto Político Pedagógico da mesma, desenvolvendo uma política que vise formar cidadãos preparados para a vida em suas muitas dimensões.

Diante do exposto, podemos inferir que a formação integral, com base na cuiabania, quando considerada como um elemento essencial para o processo formativo do ser humano pela comunidade escolar, terá espaço no planejamento educativo, sendo traduzido em prática pedagógica capaz de perpassar todos os conteúdos escolares.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BARDIN, L. Análise de conteúdoLisboa, Edições 70, 1977.

 

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional-LDB. Brasília-DF: Ministério da Educação, 1996.

 

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em : http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>. Acesso em: 05 jan 2023.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Documento da Área de Ensino. CAPES, 2019.

 

CUIABÁ. Escola Cuiabana: cultura, tempos de vida, direitos de aprendizagem e inclusão. Edilene de Souza Machado e Mabel Strobel Moreira da Silva (organizadoras). 1ª edição. Cuiabá-MT: Print Gráfica e Editora, 2020.

 

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

 

GIL, R. Análise de Discurso. In: BAUER, M. W.; GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 3. ed. Petrópolis: Vozes; 2002, p. 244-270.

 

LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

 

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.

 

MERRIAM, S. B. Qualitative research and case study applications in education. São Francisco (CA): Jossey-Bass, 1998.

 

PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artmed, 2010.

 

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. de. Metodologia do trabalho científico: método e técnicas de pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

 

SASSAKI Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

 

YIN, R. K. Estudo de caso – planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

1 Licenciada em Pedagogia. Professora da Educação Infantil no CEIC Neli Talino. Pós graduada em Educação Infantil

2 Licenciada em Pedagogia. Professora da Educação Infantil.

 

 

A ESCOLA COMO FERRAMENTA DE COMBATE AO PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Nádia Cristhiane Mattoso Mareco

Elisângela Serencovick Fernandes

 

 

RESUMO

A variação presente em alguns grupos linguísticos pode ser a base de comportamentos preconceituosos, que se manifestam também nos ambientes escolares. À vista disso, considera-se primordial a abordagem deste fenômeno nas aulas de Língua Portuguesa, para que o aluno possa, ao compreender seu surgimento e problemas, reconhecer e lidar melhor com o preconceito linguístico. Este estudo tem como objetivo analisar como os preconceitos linguísticos e sociais se formam e a sua capacidade de influenciar a comunidade escolar, e seus prejuízos para o bom desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. A presente pesquisa apresenta as bases teóricas fundamentais para a compreensão do fenômeno de preconceito linguístico e possibilidades de ação para a mitigação do problema.

 

PALAVRAS-CHAVE: Variação linguística; Preconceito linguístico; Escola; Ensino de Português; Sociolinguítica.

 

 

ABSTRACT:

The variation present in some language groups may be the basis of prejudiced behavior, which is also manifested in school environments. In view of this, it is considered essential to approach this phenomenon in Portuguese language classes, so that the student can, when understanding its emergence and problems, recognize and better deal with linguistic prejudice. This study aims to analyze how linguistic and social prejudices are formed and their ability to influence the school community, and their damage to the good development of the teaching-learning process. This research presents the fundamental theoretical foundations for understanding the phenomenon of linguistic prejudice and possibilities of action to mitigate the problem.

 

KEYWORDS: Linguistic variation; Linguistic prejudice; School; Teaching Portuguese; sociolinguistics.

 

 

INTRODUÇÃO

 

A variação linguística é uma característica própria das línguas que revela a heterogeneidade sociocultural de seus falantes, e se exibe nas interações sociais que acontecem nos mais diversos espaços e situações. Assim sendo, os indivíduos adaptam sua linguagem às situações comunicativas que se apresentam, e as competências linguística, comunicativa e interacional lhes permitem concretizar essa adequação. O ambiente escolar, neste contexto, tem como propósito contribuir para o desenvolvimento e ampliação das competências dos estudantes, para que possam usar a linguagem de maneira mais eficiente nos processos comunicativos e interativos nos quais estiverem inseridos, de maneira que atendam às suas necessidades e às exigências que lhes são impostas nas práticas sociocomunicativas.

É preciso considerar vários aspectos linguísticos e sociais ao se analisar a variação linguística de qualquer grupo social. A variação presente em alguns grupos linguísticos pode ser a base de comportamentos preconceituosos, que se manifestam também nos ambientes escolares. À vista disso, considera-se primordial a abordagem deste fenômeno nas aulas de Língua Portuguesa, para que o aluno possa, ao compreender seu surgimento e problemas, reconhecer e lidar melhor com a diversidade linguística.

É primordial que o indivíduo durante sua formação linguística seja guiado para que reflita sobre a língua, com o intuito de perceber que a variação linguística é compreender que as pessoas têm múltiplas maneiras de falar, ou seja, entender que uma mesma coisa pode ser dita de diferentes formas e nenhum indivíduo deve ser hierarquizado por apresentar uma forma linguística diferente da considerada padrão.

 

O compromisso do educador é, antes, com a formação do aluno, com o desenvolvimento de suas capacidades tanto de reflexão sobre a linguagem quanto do uso crítico da língua. E na medida em que a língua e linguagem são parte indissociável de nossa forma de ser e de viver, da história individual e coletiva de todos nós, a educação linguística não pode deixar de ocupar-se do maior número possível de suas facetas, em especial aquelas mais envolvidas na vida social.

 

Se a instituição escolar desprezar a conscientização dos seus estudantes sobre a variação linguística, corre o risco de formar cidadãos que não são capazes de compreender a própria língua, assim como não estarão aptos a refletir sobre fatos linguísticos, podendo segregar e hierarquizar pessoas pelo fato delas apresentarem uma variação própria, por meio da qual será revelada sua marca identitária.

Isto posto, este estudo tem como objetivo analisar de que maneira os preconceitos linguísticos e sociais se formam e qual a sua capacidade de influenciar a comunidade escolar, assim como seus prejuízos para o bom desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Para atingir este propósito alguns objetivos específicos foram elencados, dentre os quais: conceituar e descrever a heterogeneidade da língua e suas variações, considerando os diferentes contextos; descrever o preconceito linguístico em escolas como forma de preconceito social; ressaltar propostas para a mitigação do problema.

A presente pesquisa visa coletar as bases teóricas fundamentais para a compreensão do fenômeno de preconceito linguístico e possibilidades de ação que mitiguem o problema. O domínio destas teorias será primordial para o desenvolvimento de projetos e ações práticas no futuro durante o trabalho pedagógico

 

 

A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

 

A língua pode se manifestar na modalidade falada, escrita ou sinalizada, e tem como função expressar pensamentos, sentimentos, conceitos concretos e abstratos, independentemente da modalidade em que se apresenta.

 

Mas o que é a língua? Para nós, ela não se confunde com a linguagem; é somente uma parte determinada, essencial dela indubitavelmente. É, ao mesmo tempo, um produto social da faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos.

 

De acordo com Antunes a língua faz parte de nós mesmos, em outras palavras, constitui a nossa identidade, a nossa história e o nosso lado social, uma vez que é através dela que interagimos. Desta maneira, a interação ocorre quando usamos a língua, com toda a sua heterogeneidade, consoante com os contextos e as situações vividas.

A mudança e a variação linguística fazem parte da essência das línguas humanas. São a consequência de um processo natural inerente a todas as línguas vivas. Os falantes, para suprirem suas necessidades comunicativas, vão aos poucos incorporando novas palavras ao acervo linguístico, algumas outras vão caindo em desuso, algumas sofrem mudanças fonéticas, outras assumem novos significados. Desta maneira novos usos surgem em tempos e grupos sociais diversos, o que acaba por contribuir para a existência de falares diferentes na língua.

É justamente o atributo de sempre variar que faz com que a língua seja heterogênea, se diversificando em todas as possibilidades de uso linguístico, fazendo com que a língua se reconstrua constantemente, se distanciando, paulatinamente, da homogeneidade linguística. Bagno afirma que

 

[...] a variação e a mudança linguísticas é que são o ‘estado natural’ das línguas, o seu jeito próprio de ser. Se a língua é falada por seres humanos que vivem em sociedades, se esses seres humanos e essas sociedades são sempre, em qualquer lugar e em qualquer época, heterogêneos, diversificados, instáveis, sujeitos a conflitos e transformações, o estranho, o paradoxal, o impensável seria justamente que as línguas permanecessem estáveis e homogêneas!

 

As interações sociais desenvolvidas, por meio das variações linguísticas, não acontecem aleatoriamente, isto é, têm um sentido, alcançando um propósito comunicativo. Desta maneira tanto fatores linguísticos como extralinguísticos são capazes de motivar essa heterogeneidade.

À vista disso Callou ressalta que “É utopia, contudo, pensar que o ensino de língua portuguesa se dará em contexto de homogeneidade e que se poderá chegar algum dia a uma globalização linguística, mesmo que em uma sociedade globalizada” . Fica, desta maneira, evidente a heterogeneidade da língua e a importância de que os estabelecimentos de ensino se atentem para a importância de se trabalhar o tema em seus currículos.

A mudança e a variação linguística são resultado de fenômenos que são próprios da língua, fazem parte da sua estrutura interna e a fatores que são externos a ela, são os fatores de ordem social, extralinguísticos. Os sociolinguistas selecionaram um conjunto de fatores que podem amparar o pesquisador na identificação dos fenômenos que ocasionam a variação da língua. São eles: origem geográfica, status socioeconômico, grau de escolarização, sexo, idade, mercado de trabalho e redes sociais.

 

  1. Origem geográfica: as pessoas falam de forma diferente de acordo com o espaço geográfico em que habitam. Esta diferença pode ser notada na fala de pessoas que moram em países distintos ou em um mesmo país, quando levamos em consideração as regiões, os estados, as áreas geográficas de um mesmo estado, se são moradoras da zona urbana ou rural.

  2. Status socioeconômico: a classe econômica do falante é um fator que contribui para a variação da língua e que reflete a desigualdade da distribuição de bens culturais, o que, consequentemente, se manifesta no uso linguístico. Este fenômeno é perceptível quando se observa que pessoas de classe econômica muito baixa não falam da mesma forma que pessoas de classe média ou alta.

  3. Grau de escolarização: é na escola que as pessoas terão contato com a modalidade escrita da língua, com a variedade culta, terão acesso à cultura letrada e exercitarão a prática da leitura. Todas essas vivências contribuirão para a forma como os falantes utilizarão a língua. Sendo assim, quanto maior for o contato deles com a escola, melhores serão suas condições de se manifestarem linguisticamente.

  4. Sexo: o gênero ao qual pertencem os sujeitos exerce influência nas formas como estes usam os recursos linguísticos que a língua lhes propicia. Verificamos que alguns recursos expressivos como diminutivos (fofinho), alongamento das vogais (maaaaravilhoso), marcadores conversacionais (né?, tá bom?), são mais comuns na fala de mulheres, enquanto gírias e palavrões são mais comuns nas falas dos homens.

  5. Idade: crianças adolescentes, adultos, idosos fazem usos diferentes da língua. Há expressões que são mais propícias de acontecerem na fala de indivíduos que pertencem a uma mesma faixa etária como as gírias, por exemplo, que ocorrem mais frequentemente na fala de adolescentes, os adultos tendem a ser mais conservadores e evitam certos usos linguísticos, por entenderem que não combinam com suas faixas etárias, como as gírias por exemplo. Os idosos conservam em suas falas expressões e léxicos que já não são mais utilizados na língua vernácula.

  6. Mercado de trabalho: a profissão exercida pela pessoa influi no seu repertório linguístico. Desse modo, advogados, professores, médicos, policiais, jardineiros, encanadores, carroceiros, entre outros profissionais, usam a língua distintamente.

  7. Redes sociais: as redes sociais, formadas pelas pessoas com as quais convivemos e interagimos, são também um fator que influencia nosso comportamento linguístico, isso porque tendemos a adotar comportamentos semelhantes aos das pessoas com as quais convivemos.

 

 

A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E O CONTEXTO EDUCACIONAL

 

No momento em que chega à escola, por ser falante da língua portuguesa, o indivíduo já domina sua língua materna, e leva consigo um conhecimento implícito sobre sua língua, sua utilização e suas funções que adquiriu no seu meio social. Essa pessoa já é capaz de elaborar sentenças bem formadas com base nas regras do sistema linguístico, internalizadas nas sociabilidades cotidianas de interação com diversos grupos sociais a que possa pertencer. Bortoni-Ricardo e Dettoni afirmam que “essas sentenças podem seguir as regras da chamada língua-padrão ou as regras das variedades rurais ou urbanas. Em um ou outro caso, serão bem formadas” . Dessa forma, cabe à escola valorizar esses conhecimentos, respeitar as suas expressões e promover os seus desenvolvimento e ampliação.

A escola é encarada como um ambiente inexplorado para esses falantes, que já carregam em si um repertório verbal e, a partir deste momento, estarão frente a uma variedade da língua que boa parte deles não conhece: a norma padrão ou variedade culta da língua.

 

Nesta perspectiva a escola deve visar o aumento do repertório linguístico das crianças para lhes dar a possibilidade de utilizar as variantes apropriadas às situações de comunicação mais diversas e assegurar o mais eficazmente possível as funções a que a língua serve. Este desenvolvimento não exige a supressão das variantes existentes possuídas pela criança. A possibilidade de coexistência dos usos é, de fato, claramente demonstrada pelas investigações que têm revelado a existência de variantes intercambiáveis nos indivíduos, inclusive em crianças muito pequenas.

 

O ensino da língua deve se abrir para a realidade heterogênea da língua, aceitar a diversidade e reconhecer o seu valor. Sua postura deve ser de que não há erros no uso da língua, mas modos distintos de utilizá-la.

Este entendimento é fruto, primordialmente, dos trabalhos da Sociolinguística. Como uma ciência social, a sociolinguística colaborou consideravelmente para o âmbito educacional, dado que desde os anos 1970 a educação se tornou seu tema central. Contribuem para essa área do conhecimento fundamentos tanto da antropologia linguística quanto da dialetologia, ambas correntes amparadas na ação democratizadora da escola, segundo Bortoni-Ricardo:

 

No início da segunda metade do século XX, a evolução do conceito de relativismo cultural, tanto no seio da antropologia quanto da linguística estruturalista, permitiu a emergência da sociolinguística. Essa nova disciplina apoiava-se em três premissas básicas: o relativismo cultural; a heterogeneidade linguística inerente e a relação dialética entre a forma e a função linguísticas.

 

Assim, a primeira premissa recusava a perspectiva de que línguas e culturas pudessem ser classificadas como subdesenvolvidas, promovendo, desta maneira, a igualdade social e a equivalência funcional entre as línguas. Ao passo que a premissa da heterogeneidade linguística primava pelo rompimento com os ideais saussarianos baseados na homogeneidade linguística, atribuindo o valor necessário à variação linguística e seu espaço na língua. A terceira premissa, por seu turno, também rompeu com a tradição linguística, ao passo que centrava seus estudos na função e no uso da língua, deixando sua estrutura em segundo plano.

Desta forma, a contribuição dos estudos da sociolinguística é valorosa para o processo de ensino aprendizagem. Bortoni-Ricardo destaca que, entretanto, essa contribuição precisa ser revista, sob a óptica de determinados princípios voltados, essencialmente, para o ensino de língua materna. É nesta conjuntura que é criado o conceito de “uma pedagogia culturalmente sensível” proposto por Frederick Erickson (apud BORTONI-RICARDO, 2005). Esta concepção parte do princípio de que a pedagogia deve ter como premissa a aprendizagem de padrões de participação social, assim como, modos de falar e rotinas existentes na cultura dos estudantes. O propósito deste ajustamento é facilitar a transmissão do conhecimento nos processos interacionais, uma vez que a cognição dos discentes se associa aos processos sociais que lhes são familiares. O autor reforça que:

 

[...] O que é preciso, de fato, é contribuir para o desenvolvimento de uma pedagogia sensível às diferenças sociolinguísticas e culturais dos alunos e isto requer uma mudança de postura da escola – de professores e alunos – e da sociedade em geral. Para tal mudança de postura, todavia, a descrição das regras variáveis é uma etapa preliminar e importante.

 

Assim sendo, a mudança de paradigma demanda que sejam desenvolvidas ações provenientes da sociolinguística educacional. Ações estas que são embasadas em seis princípios. O primeiro deles considera que a influência do ambiente escolar no processo de aquisição da língua deve ser analisada nos estilos formais e monitorada, dado que a escola não é capaz de atuar no repertório linguístico do falante, mas sim, na incorporação do estilo formal ao modo de falar dos discentes. Por sua vez, o segundo princípio se respalda na ideia de que as regras variáveis que não são vistas de maneira negativa pela sociedade acabam por não ser objetos de correção pela escola.

O terceiro princípio diz respeito à inclusão da variação sociolinguística na matriz social, possibilitando estratégias que facilitam o ajuste do aluno à cultura escolar e, por consequência, à aprendizagem dos estilos monitorados da língua. Por seu turno, o quarto princípio ressalta que os estilos formais da língua são reservados aos momentos de letramento em sala de aula, influenciado pela dicotomia entre letramento e oralidade, ao invés de promover a oposição entre português culto e português ruim. Desse modo é possível fazer a diferenciação entre a língua utilizada com pessoas mais próximas e a língua empregada na leitura, na escrita e até na fala, quando se fala do modo como se escreve.

O quinto princípio propõe que a descrição da variação é resultado de uma análise minuciosa do significado dela no processo interacional. Finalmente, o sexto princípio preza pela conscientização crítica de professores e alunos em relação à variação e à desigualdade social proporcionada por ela.

Em síntese, o propósito da sociolinguística educacional é, primordialmente, o respeito às características do educando, em especial, no tocante às suas particularidades linguísticas e culturais, de maneira que possibilite o seu ingresso na cultura escolar, à medida que a escola reconhece e valoriza as competências comunicativas do alunado, amplificando-as no decorrer da sua formação escolar.

 

 

LÍNGUA E PODER

 

É por meio da linguagem que os indivíduos estabelecem interação, elaboram discursos, se colocam como sujeitos sociais em suas relações intersubjetivas em uma multiplicidade de esferas da atividade humana. A língua, por seu turno, compreende a forma de linguagem mais comumente empregada pelo ser humano na tarefa essencial da comunicação, posicionando-o como ator nos processos cotidianos de interlocução, carregados de intencionalidade. Para além da função intelectiva, a língua carrega a sua dimensão afetiva, através da qual se exprimem sentimentos e emoções.

Bourdieu ressalta alguns outros aspectos. Para o autor “a linguagem é uma práxis: ela é feita para ser falada, isto é, utilizada nas estratégias que recebem as funções práticas possíveis e não simplesmente as funções de comunicação” .Fica evidente, então, que a função da língua ultrapassa as esferas comunicacionais, ligando-se aos aspectos sociais, econômicos e culturais, e refletindo, consequentemente, as relações de dominação.

 

Em outros termos, os discursos não são apenas (a não ser excepcionalmente) signos destinados a serem compreendidos, decifrados; são também signos de riqueza a serem avaliados, apreciados, e signos de autoridade a serem acreditados e obedecidos. A língua raramente funciona, na existência ordinária, como puro instrumento de comunicação, a não ser em usos literários (sobretudo os poéticos) da linguagem. [grifo do autor]

 

Em outras palavras, a língua conduz os desejos, é responsável pela mediação das relações humanas, deixando transparecer ideologias e valores construídos historicamente. É através dela que são feitos os juízos de valor, definidos estereótipos, tacham-se rótulos, praticam-se atos que influenciam direta e indiretamente a alteridade.

O mercado linguístico está submetido ao domínio da língua oficial, compulsória em ocasiões e espaços oficiais. Para atingir este fim, a língua torna-se o produto de um disciplinamento legal, que se inicia pela padronização da ortografia. Fenômeno encontrado no Brasil, inclusive, dado que temos dois dispositivos legais que regulamentam nossa ortografia: o Decreto lei 5.765/71 e o Decreto 6.583/08.

Deste modo, quanto mais oficial for a situação, maior se torna a necessidade da norma prestigiada. Por consequência, em posições socialmente mais elevadas aumenta o nível de vigilância e autocensura sobre o uso da língua, assim como as demais normas de etiqueta social – modo de se vestir, de comer, de se comportar. Caso se recuse a se exprimir dentro dos moldes da etiqueta linguística, por ser produto depreciado no mercado ou espaço social, é feita uma imagem negativa deste indivíduo, levando-o a sofrer uma série de preconceitos, críticas ou mesmo achincalhamentos.

Neste cenário, a língua padrão equivale a uma modelagem dominada pela classe dos que, em razão de sua posição socioeconômica privilegiada, tiveram acesso a uma educação formal de difícil alcance para as classes socialmente mais vulneráveis. Desta maneira, a classe dominante, por ter à sua disposição condições materiais bastante favoráveis, elegeu uma norma por ela convencionada, que a diferencia da massa dos usuários da “língua proletária”. A língua, então, deixa de funcionar como um mero meio de comunicação para converter-se em um patrimônio simbólico no qual as relações de exclusão são ditadas pelos detentores de poder.

Ainda, de acordo com Bourdieu, este intrincado contexto de “plutocracia linguística” – no qual relações sociais, econômicas e do padrão dominante de valores se correlacionam na formação do ideal de uma sociedade – promove uma ascensão ideológica que endossa a manutenção da hegemonia da parcela dominante, até mesmo do seu capital linguístico. Neste cenário é função da escola, cumprindo seu papel de aparelho ideológico do Estado, elaborar um trabalho de educação linguística sob um paradigma crítico e emancipador, livre de preconceito e intolerância às diferenças linguísticas.

 

 

A NOÇÃO DE ERRO

 

A ideia de “erro” linguístico é altamente influenciada pelos fenômenos sociais e culturais que preconizam que a língua é repleta de erros . Contudo esta visão é carregada de equívocos, dado que a língua possui inúmeras variações, organizadas sintaticamente, possibilitando a interação social.

 

[...] não existe erro na língua. Se a língua é entendida como um sistema de sons e significados que se organizam sintaticamente para permitir a interação humana, toda e qualquer manifestação linguística cumpre essa função plenamente.

 

Todas as designações de “acerto” ou “erro” são produto de sociabilidade humana, em outras palavras, resultado de visões de mundo, juízos de valor, crenças culturais e ideologias determinadas.

O surgimento do conceito de erro linguístico, na sociedade ocidental, aponta para a língua grega na cidade de Alexandria. Durante vasto período esta região foi um importante centro cultural e ali o erudito era enaltecido, transformando a cidade, inclusive, na sede da Filosofia de então . A língua grega, deste modo, converteu-se no idioma tradicional do grande império grego. Ao alcançar esta posição surgiu a necessidade de padronização, ignorando as diferenças regionais, transformando-a num instrumento unificado e homogêneo, fundamentado num padrão de correção. Esta façanha é atribuída aos filólogos que trabalhavam na biblioteca de Alexandria, que eram considerados sábios.

Neste sentido, especificamente no século III a.C., foi escrita a Gramática Tradicional, um conjunto de normas para a língua e a linguagem, juntando intuições filosóficas e preconceitos sociais. Ecos dessa perspectiva podem ser percebidos até a atualidade em alguns princípios gramaticais: supervalorização da língua escrita em detrimento da língua falada; desprezo com as variedades linguísticas não urbanas e não letradas; criação de um modelo idealizado de língua, baseada na literatura consagrada, que não se aproxima da fala real contemporânea.

 

Os preceitos e preconceitos da Gramática Tradicional só começaram a ser questionados a partir do século XIX, com o surgimento das primeiras investigações linguísticas de caráter propriamente científico. Embora contestada pela ciência moderna, aquela visão arcaica e preconceituosa de língua e de linguagem penetrou no senso comum do ocidental e ali permanece firme e forte até hoje.

 

Então, de acordo com Bagno , esta perspectiva traz a concepção de que o “erro” linguístico decorre de todo uso da língua que fuja do modelo idealizado, definido pela linguagem literária consagrada; qualquer sintaxe, qualquer vocabulário, e toda pronúncia que indiquem a origem socioeconômica desprestigiada dos falantes; e ainda todo uso linguístico que não faça parte das classes sociais letradas.

Gomes trata do preconceito linguístico da seguinte maneira:

 

Esse preconceito é fruto de uma história de prescrição da gramática normativa, que nos acostumou a achar que toda forma diferente das regras gramaticais contidas nos livros que estudamos são “erradas”. É fruto de uma tradição de tratamento da língua como sistema rígido de leis a serem cumpridas, e que aquele que não as cumpre é “julgado e condenado” por isso.

 

No caso brasileiro, pode ser considerado “erro de português” o desvio da ortografia oficial. Também são consideradas erradas inadequações gramaticais referentes à regência e à concordância nominal e verbal, apesar das mesmas constituírem formas de variação linguística. Importante salientar que a ortografia oficial, como dito anteriormente, também é produto de relações sociais, pois advém de um decreto elaborado politicamente, negociado a partir de ordens geopolíticas, econômicas e ideológicas.

Contrasta com esse paradigma, anteriormente exposto, a perspectiva de que o indivíduo, ao falar sua língua materna, consegue interagir e estabelecer comunicação sem cometer erros. “Todo falante nativo de uma língua é um falante plenamente competente desta língua, capaz de discernir a gramaticalidade ou agramaticalidade de um enunciado.” [grifo do autor]

Esta agramaticalidade raramente é feita por falantes nativos de uma língua, dado que desrespeita as regras básicas de funcionamento da mesma. Apenas nos casos em que ocorrem enunciados agramaticais é que podem ser detectados “erros de português”.

A confusão neste ponto se torna constante sobre a determinação do que seria o “erro de português”. Enquanto alguns o compreendem como desvios da ortografia oficial, a perspectiva moderna o classifica como um erro agramatical.

Assim sendo, quando se trata da língua escrita, os “erros de português” ocorrem porque os falantes comumente tentam escrever de acordo como modo como falam. Por isso, segundo Bagno , seria plausível substituir o termo “erro” pela expressão “tentativa de acerto”, por ser a língua escrita uma análise da língua falada. Esta é a razão de grande número dos erros de ortografia, dado que a escrita provém da fala e do perfil sociolinguístico dos falantes.

A tentativa de acerto acontece pois os falantes nativos adquirem, no decurso de suas vidas, conhecimentos implícitos adequados sobre a língua materna, mesmo se não estudarem gramática na escola, já que essa absorção ocorre de maneira natural e espontânea, por meio das interações sociais.

Vale salientar, contudo, que não se propõe que, com a eliminação da noção inadequada de erro, vale tudo na língua, pois a sua utilização depende do contexto no qual será utilizada. “[...] o uso da língua dependerá de quem diz o quê, a quem, como, quando, onde, por que e visando que efeito” .

 

 

VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS E O CONTEXTO ESCOLAR

 

Diante do exposto, o professor na prática diária sabe que a efetivação de uma educação de valorização e respeito às variedades linguísticas não acontece sem atritos. De um lado a sociedade o pressiona para que ensine somente da maneira tradicional pautada na gramática normativa e baseada na aplicação de regras. Por sua vez, as próprias legislações educacionais (Parâmetros Curriculares Nacionais e Lei de Diretrizes e Bases da Educação) já apontam para a necessidade de mudança no trabalho com a Língua Portuguesa, recomendando caminhos por meio dos quais as instituições de ensino devem traçar as suas ações pedagógicas. Nessa orientação está incorporado o trabalho com os diferentes falares. Fica evidente que todo ensino deve estar baseado na análise e reflexão, para, partindo daí, o profissional da educação saber o que usar, como usar, e em quais circunstâncias, para que haja o pleno entendimento do funcionamento da língua.

O trabalho no chão da escola encontra algumas barreiras, quando se trata do trabalho sobre variação linguística, justamente reflexo do preconceito social sobre o tema, como exemplifica Cagliari:

 

[...] falar usando o r caipira não mostra nada de bom ou de ruim do ponto de vista da estrutura fonológica da língua. Porém, se alguém falar desse modo no Rio de Janeiro, provavelmente será objeto de zombaria ou terá prejuízos sociais, por exemplo, não sendo aceito para um emprego que o obrigue a lidar com o público carioca.

 

Apoiados nos propósitos apresentados pela sociolinguística é possível que os professores façam uma análise dos laços que unem as variedades linguísticas ao ensino da língua materna nas escolas, e a tarefa da instituição escolar no aprimoramento do aluno com relação à ampliação do seu potencial enquanto ser falante. Neste sentido, Bortoni-Ricardo afirma que:

 

A escola não pode ignorar as diferenças sociolinguísticas. Os professores e, por meio deles, os alunos têm que estar bem conscientes de que existem duas ou mais maneiras de dizer a mesma coisa. E mais, que essas formas alternativas servem a propósitos comunicativos distintos e são recebidos de maneira diferenciada pela sociedade. Algumas conferem prestígio ao falante, aumentando-lhe a credibilidade e o poder de persuasão; outras contribuem para formar uma imagem negativa, diminuindo-lhe as oportunidades.

 

Como saída viável para este dilema está a possibilidade do professor de língua portuguesa se pautar em um trabalho voltado para a reeducação sociolinguística, apresentando aos estudantes a multiplicidade da dinâmica social, assim como a importância da linguagem para as relações pessoais. O emprego do termo reeducação, neste contexto, se dá porque a educação linguística começa no início da vida dos falantes.

 

[...] a educação linguística primária, primeira, primordial se dá logo no início da vida de qualquer pessoa, quando ela entra num mundo rodeado de outras pessoas que não param de falar ao seu redor. Quando (ou se) essa pessoa vai para a escola, tudo o que ela aprendeu espontaneamente até então em seu convívio familiar, comunitário, social vai se transformar em saber formalizado, sistematizado, delimitado em áreas específicas de conhecimento, rotulado por meio de conceitos, explicado com a ajuda de teorias.

 

Desta maneira, desponta a necessidade da reeducação sociolinguística como uma saída para reorganizar os conhecimentos linguísticos, sem baseá-los no costume da “correção” e nem promover a cultura de substituir um modo de falar por outro. Assim sendo, a reeducação sociolinguística tem o dever de priorizar o que a pessoa já sabe, referente à língua, que é justamente: falar bem a língua materna, de maneira espontânea e eficiente, sem aprisionar a perspectiva pedagógica nos ensinamentos voltados unicamente para as variedades cultas. Assim, os educandos são capazes de ampliar o letramento, como enfatiza Faraco:

 

Desse modo, o acesso às variedades cultas da língua não se dá por uma pedagogia concentrada no domínio de formas linguísticas, mas como subproduto de uma pedagogia articulada para garantir aos alunos a ampliação de seu letramento.

 

Em suma, é incumbência do professor de língua materna fazer com que os estudantes compreendam que eles sabem português e que a instituição educacional trabalhará para que eles possam aprimorar esse saber linguístico, adquirindo intimidade com as variedades linguísticas, associando-as às práticas socioculturais. Ademais, é importante propiciar aos alunos o conhecimento sobre as abundantes formas de falar e de escrever, amplificando o repertório comunicativo desses estudantes. Da mesma maneira, não é menos importante a conscientização do alunado sobre a desconstrução do preconceito linguístico, por meio de argumentos bem fundamentados, atentando-os para os prejuízos das práticas de discriminação, a partir da linguagem. E, por fim, promover o reconhecimento da diversidade linguística como uma riqueza inestimável da nossa cultura e da nossa sociedade.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Se debruçar sobre o tema da variação linguística demanda uma complexidade de saberes. Contudo, negligenciar este tema é negar aos estudantes a oportunidade de refletir sobre o uso da língua. As implicações desse descuido são muito mais sérias do que simplesmente a ignorância de um tema teórico, significam o descuido com as relações sociais negativas provenientes de preconceitos que se expressam, também, pela fala. Assim, a sociolinguística tem o papel fundamental de ser uma âncora de embasamento das ações didáticas dos profissionais da educação, por meio das quais se possa considerar toda a riqueza que a Língua Portuguesa possui.

O trabalho com a análise e a reflexão linguística na educação básica é bastante desafiador, sobretudo no que se refere ao estudo da gramática normativa e sua relação com as variedades sociolinguísticas, haja vista o prestígio social que a gramática normativa parece ainda possuir. É sabido que cabe à escola o trabalho com que os Parâmetros Curriculares Nacionais chamam de “norma urbana de prestígio”, espécie de variedade linguística usada pelas pessoas mais escolarizadas nos centros urbanos. Trata-se de uma forma mais monitorada de uso da língua, que se pauta em alguns dos ditames da gramática normativa. O apego exacerbado a formas mais monitoradas pode gerar obsessão gramaticalista que segrega usos igualmente legítimos, porém diferentes, da língua materna. É assim que surge a noção distorcida de erro, ato que fomenta o preconceito e a intolerância na língua.

Quando tomamos ciência de um tema passamos ter a oportunidade de refletir sobre nossas posições, e, por conseguinte, modificar nossas ações. A escola tem em si a responsabilidade de formar no cidadão uma atitude de respeito às diferenças. Contudo, isso só é possível através de uma reflexão que seja capaz de expandir a consciência das diferenças, neste caso no estudo das diferenças linguísticas, e consequentemente a um maior respeito e valorização das variações presentes na sociedade.

O modo de falar de um indivíduo é capaz de ditar quais espaços e oportunidades ele poderá ter acesso, como uma forma de julgamento cotidiano, onde as pessoas são classificadas pela sua maneira de falar. Dar visibilidade a este tema nas escolas, desde cedo, é um meio de preparar os estudantes para compreender tais diferenças. Longe de priorizar uma determinada forma de falar, combater o preconceito linguístico na escola é a democratização do ensino no que se refere à variação da língua. Ao considerar a variação da língua presente na sociedade, o ensino da língua se contextualiza, considera o meio social do aluno e dá relevância à sua identidade.

Desenvolver um ensino de língua que vise à reflexão e à apropriação da norma culta sem desprezar a legitimidade das variedades não cultas é papel primordial do professor alfabetizador. Mais do que isso: é necessário que a aula de português estimule o uso das variedades da língua de acordo com diversos contextos sociocomunicativos, sem os quais a língua seria inoperante.

Não é possível respeitar o ser humano na sua plenitude se não se respeita sua maneira de explorar a língua, que não é resultado de arbítrio individual e aleatório, mas de uma combinação de circunstâncias sociais que alcançam o indivíduo.

 

 

REFERÊNCIAS

 

ANTUNES, I. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. 4. ed. São Paulo: Parábola, 2007.

 

BAGNO, M. Língua materna: letramento, variação e ensino. São Paulo: Parábola, 2002.

 

BAGNO, M. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação lingüística. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. ISBN 8588456621.

 

BAGNO, M. Preconceito Linguistico: o que é, como se faz. 49. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011. ISBN 85-15-01889-6. Disponivel em: <https://professorjailton.com.br/novo/biblioteca/preconceito_linguistico_marcos_bagno.pdf>. Acesso em: 29 outubro 2022.

 

BORTONI-RICARDO, S. M. Nós cheguemu na escola, e agora? Sociolinguística & educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.

 

BORTONI-RICARDO, S. M.; DETTONI, R. D. V. Diversidades linguísticas e desigualdades sociais: aplicando a pedagogia culturalmente sensível. In: COX, M. I. P.; ASSIS-

PETERSON, A. A. D. Cenas de sala de aula. São Paulo: Mercado das Letras, 2001.

 

BOURDIEU, P. A economia das trocas linguísticas: O que falar quer dizer. 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. ISBN 978-85-314-0329-3. Disponivel em: <https://nepegeo.paginas.ufsc.br/files/2018/06/BOURDIEU-Pierre.-A-economia-das-trocas-lingu%C3%ADsticas.pdf>. Acesso em: 30 outubro 2022. (Clássicos; 4).

 

CAGLIARI, L. C. Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 2009.

 

CALLOU, D. M. I. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. F. Ensino de gramática: descrição e uso. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014. p. 13-30.

 

FARACO, C. A. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

 

GOMES, M. L. D. C. Metodologia do ensino de língua portuguesa. São Paulo: Saraiva, 2009.

 

MARINHO, J. H. C.; COSTA VAL, M. D. G. Variação linguística e ensino: caderno do professor. Belo Horizonte: Ceale, 2006. ISBN 85-99372-26-2. Disponivel em: <http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/files/uploads/Col.%20Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o%20e%20Letramento/Col%20Alf.Let.%2015%20Variacao_Linguistica.pdf>. Acesso em: 30 outubro 2022.

 

SAUSSURE, F. D. Curso de linguística geral. 27. ed. São Paulo: Cultrix, 2006. ISBN 978-85-316-0102-6. Disponivel em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4622783/mod_resource/content/1/Saussure16CursoDeLinguisticaGeral.pdf>. Acesso em: 01 novembro 2022.

 

 

DIVERSIDADE NO CONTEXTO EDUCACIONAL: PROMOVENDO A IGUALDADE NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA

Jokassia Pelegrini Bognar
Mônica Pegoraro
Sandra Pegoraro dos Santos

 

 

RESUMO

A diversidade está cada vez mais presente no âmbito escolar, sendo assim é necessário orientar as crianças sobre a importância do respeito à diversidade no contexto educacional, irrigando para os demais campos da sociedade, apresentando o respeito e a inclusão, duas ações que caminham juntas, ambas somando práticas educativas e éticas, valorizando o próximo independente de suas características, construindo conceitos como valores éticos e morais. Este artigo nos convida a uma reflexão na questão de nossas atitudes e ações, analisando à reflexão sobre a diversidade, que a mesma seja o rumo para a caminhada de transformações educacional, garantindo o acesso à educação para todos, através de aprendizagens efetivas, promovendo o acesso à educação de qualidade de forma inclusiva a todos que necessita dela.

 

Palavras-chave: Respeito; Diversidade; Inclusão; Aprendizagem; Valores.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Como sabemos a diversidade se faz presente por onde passamos, pensando nisso, o artigo visa mostrar a importância de trabalhar esse tema com maior ênfase no espaço escolar, levando aos educandos uma visão consciente e uma prática inclusiva, livre de qualquer tipo de ofensa, na perspectiva de uma sociedade mais humana e justa. O espaço escolar ´ideal para orientar e conscientizar as crianças sobre as inúmeras diversidades encontradas no decorrer de nossas vidas, ensinado através de conceitos simples e diários. É necessário o reconhecimento de que somos todos iguais, independentes de nossa diversidade cultural, social e étnico- racial.

O tema abordado no artigo tem como propósito apresentar os direitos da criança, que deverão ser cumpridos e respeitados, sendo assim a instituição de ensino deve apresentar a possibilidade de mudar a situação de discriminação praticada contra grupo social de representações culturais diversas, visto ainda que a escola tem por objetivo ser formadora de indivíduos que saibam respeitar todas as diversidades. Por isso, este trabalho tem como objetivo abordar o tema diversidade no contexto educacional, bem como sua importância, a fim de contribuir na formação da mentalidade do aluno, iniciando desde cedo na vida da criança.

O presente artigo visar problematizar situações que precisam ser repensadas, buscando estratégias para obtenção de novos resultados e consequências positivas, apresentando formas com bastante clareza, pensando que a escola não é um único lugar de aprendizagem com o qual convivemos, pois além dos muros escolares aprendemos as lições da vida, lembrando que toda vivência produz aprendizado, dentro ou fora da sala de aula.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

A escola é um espaço educacional primordial, onde acontece diariamente a socialização e troca de experiências na vida da criança. Desde cedo inicia uma relação de afetividade entre elas, através do contato e vivência, onde na maioria das vezes se constrói uma família dentro do ambiente educativo, através de uma relação diária de afeto e respeito. Na escola, o aluno vivencia e aprende situações de respeito, valorizando todas as diversidades presentes ao seu redor, trabalhando a diversidade e a inclusão no espaço escolar, aliada com a efetividade. Segundo Mantoan (2003, p. 25):

 

O que significa educação para todos? O que implicaria a igualdade e oportunidade? Quais as demandas que emergem no processo ensino-aprendizagem? Como a escola tem se organizado para responder essa demanda? Como se dá na prática pedagógica à diversidade em que pais, alunos, comunidade estão participando do projeto político-pedagógico da escola? Enfim, a escola está caminhando para a inclusão social, ou está maquiando uma realidade apenas com objetivo de fugir do fenômeno da exclusão social?

 

Atualmente, discutem-se essas questões com mais relevância ao respeito à diversidade entre os seres humanos, seja na classe social, na linguística, no gênero e na étnica. Mas também em determinados momentos enfrentam situações em que se negam e desrespeitam os direitos dos seres humanos, onde o preconceito e a violência dominam. Para viver democraticamente em uma sociedade mista é preciso respeitar os diferentes grupos e culturas que a constituem. A sociedade é formada não só por diferentes etnias, como também imigrantes de diferentes países, se queremos um mundo realmente mais humano, temos que educar para a diversidade, aprendendo a lidar com as pessoas do jeito que elas são.

Vale ressaltar que as ações que direcionam o trabalho do professor, faz uma diferença significativa na vida do aluno, pois são as práticas exitosas que direcionam as aprendizagens, conscientizando e levando o educando a perceber a importância dos valores humanos. Uma vez que a escola é a grande responsável por trabalhar de maneira que promova a inclusão e a cidadania de todo educando, buscando eliminar todo e qualquer tipo de discriminação e injustiça, olhando para o ser humano, valorizando sua capacidade, e além de tudo respeitando enquanto ser humano. Bulgarelli (2004, p. 07) afirma que:

 

A diversidade como valor fortalece e se fortalece com movimento de responsabilidade social corporativa porque, além de tudo, está identificada com os interesses legítimos da sociedade e contribui para a superação de desigualdades intoleráveis geradas pela discriminação arbitrária, sem justificativa, injustas...

 

Trabalhar com a diversidade implica estar preparado para desenvolver diversas atitudes sendo elas, tolerar, perdoar, respeitar, colocar-se no lugar do outro, e convenhamos que não seja uma tarefa fácil. Falar sobre as diferenças é perceber que está ligada em tudo que fazemos e vivemos em sociedade, as diferenças sociais existem desde que existe a vida em sociedade.

Ao nascer, os indivíduos não possuem conhecimento das regras adotadas, por causa disso eles são treinados a agir, pensar e sentir segundo as expectativas sociais, a família é a primeira instituição que orienta e controla o indivíduo, tendo está uma importante contribuição na educação das crianças. Após a família vem a escola, com um papel fundamental importantíssimo de conscientizar as crianças sobre a importância dos valores humano e das regras de conduta, levando o aluno a reflexão de suas ações, fazendo com que se coloquem no lugar e situações do outro, assim sendo, teremos uma sociedade mais justa e humana, livre de preconceitos e maldades.

 

 

CONCLUSÃO

 

É possível perceber a grande responsabilidade da escola, que é proporcionar oportunidades de inclusão a todos no âmbito escolar. Não é uma tarefa fácil, mas é a garantia do direito ao acesso de todas as crianças sendo necessário que aconteça com sucesso, contribuindo no processo de ensino aprendizado.

A diversidade sempre irá existir, mas enquanto educadores podemos amenizar as situações vivenciadas seja em qual espaço for buscando sempre orientar, aconselhar, despertar no aluno possibilidade de respeito com o próximo. Precisamos ser bastante otimistas para que o sonho de sociedade justa e livre de todo tipo de preconceito aconteça na prática.

Sendo assim, se faz necessário desenvolver estudos e práticas que envolvam a diversidade no contexto educacional gerando contribuições na formação da criança, buscando igualdade de direitos. Para tanto, a educação escolar se constitui num espaço propício para aprendizagens importantes para a vida dos cidadãos. Daí a necessidade de um currículo eficaz na prática escolar desde os anos iniciais do ensino fundamental.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BULGARELLI, Reinaldo S. A diversidade e a experiência de fazer juntos. 2004.

 

MANTOAM, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003. (Col. Cotidiano Escolar).

 

 

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Luzinete da Silva Mussi1

Lúcio Mussi Júnior

 

 

RESUMO:

A leitura é uma habilidade essencial para o desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos estudantes. Por meio da leitura, os alunos ampliam seu vocabulário, melhoram sua compreensão de mundo, desenvolvem a criatividade e o pensamento crítico, e se tornam mais preparados para a vida adulta. Trata-se de um processo complexo que envolve a compreensão e a interpretação de um texto. Ela exige que os alunos usem suas habilidades cognitivas, como a atenção, a memória, o raciocínio e a compreensão. Deste modo, busca-se, neste trabalho, entender a importância da prática de leitura durante toda a Educação Básica, como requisito fundamental na formação de cidadãos. Para o cumprimento de tais objetivos, valeu-se da metodologia de revisão bibliográficas, por meio de pesquisas em trabalhos de teóricos como ADLER (2023), DANTAS e CARNEIRO (2022), KHANACADEMY (2022), entre outros. Por fim, ficou evidente a importância de haver um trabalho sério de leitura durante toda a formação escolar do indivíduo.

 

Palavras-chave: Formação de cidadãos. Importância da leitura. Trabalho docente. Leitura na escola.

 

 

INTRODUÇÃO

 

A leitura é um processo complexo que envolve a compreensão e a interpretação de um texto. É uma habilidade essencial para o desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos estudantes. Por meio da leitura, os alunos ampliam seu vocabulário, melhoram sua compreensão de mundo, desenvolvem a criatividade e o pensamento crítico, e se tornam mais preparados para a vida adulta.

A sociedade contemporânea se mostra cada vez mais dinâmica, necessitando de profissionais cada vez mais capazes de entenderem e acompanharem as inovações que ocorrem constantemente em todas as áreas da atividade humanas. Para tanto, a leitura (e a capacidade de entender o que foi lido) é uma habilidade imprescindível. Deste modo, trabalhar a leitura de forma mais intensa durante o período de escolarização formal é uma prática muito importante, sem a qual o sistema de ensino não forma cidadãos plenos, capazes de interagir satisfatoriamente na sociedade atual.

Contudo, este trabalho busca o entendimento acerca da importância da prática de leitura durante toda a Educação Básica, como requisito básico na formação do ser humano.

Visando cumprir com tais objetivos, valeu-se da metodologia de revisão bibliográficas, por meio de pesquisas em trabalhos de teóricos como ADLER (2023), DANTAS e CARNEIRO (2022), KHANACADEMY (2022), entre outros.

Ao final foi evidenciada a importância de haver um trabalho sério de leitura durante toda a formação escolar do indivíduo.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

A leitura é uma habilidade essencial para o desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos estudantes. Por meio da leitura, os alunos ampliam seu vocabulário, melhoram sua compreensão de mundo, desenvolvem a criatividade e o pensamento crítico, e se tornam mais preparados para a vida adulta.

Adler (2023) acrescenta o seguinte:

 

O desenvolvimento de estudantes como pessoas é mais importante agora do que nunca. O ritmo de mudança social é cada vez mais rápido, e com ela surgem demandas crescentes por habilidades para a vida. Essa é uma educação que, se oferecida de forma eficiente, pode contribuir para o sucesso como indivíduo e como membro da sociedade ao longo da vida toda. (ADLER, 2023, s.p.)

 

Entre essas “habilidades para a vida”, mencionadas acima, a leitura (com interpretação) está entre as que se mostram fundamentais, visto que, além de sua importância para que o indivíduo seja capaz de interagir melhor com a sociedade que o rodeia, ainda é de suma importância para a aquisição de outras habilidades e competências.

Na Educação Infantil, a leitura contribui para o desenvolvimento da linguagem e da comunicação. Por meio das histórias, as crianças aprendem novas palavras, expressões e estruturas gramaticais. Elas também desenvolvem a imaginação e a criatividade, e começam a formar sua própria identidade.

As crianças que são estimuladas à leitura desde cedo têm mais facilidade para aprender a ler e escrever. Elas também desenvolvem um vocabulário mais rico e uma compreensão mais profunda do mundo ao seu redor.

Na Educação Infantil, a leitura contribui para o desenvolvimento da linguagem e da comunicação. Por meio das histórias, as crianças aprendem novas palavras, expressões e estruturas gramaticais. Elas também desenvolvem a imaginação e a criatividade, e começam a formar sua própria identidade.

 

Desenvolvimento da linguagem: A leitura de histórias estimula o vocabulário, a compreensão oral e a produção escrita das crianças.

 

Desenvolvimento da imaginação: As histórias despertam a imaginação das crianças e ajudam-nas a criar novas possibilidades de mundo.

 

Desenvolvimento da criatividade: As histórias estimulam a criatividade das crianças e ajudam-nas a expressar suas ideias e sentimentos de forma original.

 

Formação da identidade: As histórias ajudam as crianças a compreenderem quem são e a desenvolverem sua identidade.

No Ensino Fundamental, a leitura é essencial para o aprendizado de todas as disciplinas. Por meio da leitura, os alunos adquirem os conhecimentos necessários para compreender o mundo ao seu redor. Eles também desenvolvem a capacidade de interpretar textos, identificar informações importantes e formar argumentos.

A leitura é uma ferramenta essencial para o aprendizado de conteúdos curriculares. Por meio da leitura, os alunos podem aprender sobre diferentes assuntos, como história, geografia, ciências e matemática.

No Ensino Fundamental, a leitura é essencial para o aprendizado de todas as disciplinas. Por meio da leitura, os alunos adquirem os conhecimentos necessários para compreender o mundo ao seu redor. Eles também desenvolvem a capacidade de interpretar textos, identificar informações importantes e formar argumentos.

A leitura no Ensino Fundamental é importante para os seguintes motivos:

Aprendizagem de conteúdos curriculares: A leitura é uma ferramenta essencial para o aprendizado de conteúdos curriculares, como história, geografia, ciências e matemática.

Desenvolvimento do pensamento crítico: A leitura ajuda os alunos a desenvolverem o pensamento crítico, que é essencial para a tomada de decisões informadas.

Ampliação dos conhecimentos gerais: A leitura ajuda os alunos a ampliarem seus conhecimentos gerais, o que é importante para a compreensão do mundo ao seu redor.

No Ensino Médio, a leitura é fundamental para a preparação para o vestibular e para o mercado de trabalho. Por meio da leitura, os alunos ampliam seus conhecimentos gerais e adquirem habilidades de leitura crítica e argumentativa.

No Ensino Médio, a leitura é fundamental para a preparação para o vestibular e para o mercado de trabalho. Por meio da leitura, os alunos ampliam seus conhecimentos gerais e adquirem habilidades de leitura crítica e argumentativa.

A leitura no Ensino Médio é importante para os seguintes motivos:

Preparação para o vestibular: A leitura ajuda os alunos a se prepararem para o vestibular, pois permite que eles desenvolvam as habilidades necessárias para responder às questões de leitura e interpretação.

Preparação para o mercado de trabalho: A leitura ajuda os alunos a se prepararem para o mercado de trabalho, pois permite que eles desenvolvam as habilidades necessárias para compreender textos técnicos e argumentar de forma eficaz.

Desenvolvimento pessoal: A leitura ajuda os alunos a se desenvolverem como pessoas, pois permite que eles aprendam sobre diferentes culturas, perspectivas e formas de pensar.

 

 

BENEFÍCIOS ADICIONAIS DA LEITURA

 

Além dos benefícios mencionados acima, a leitura também pode:

 

Melhorar a concentração: e a atenção: A leitura exige que os alunos mantenham sua atenção por um longo período de tempo, o que pode ajudar a melhorar sua concentração e atenção.

Reduzir o estresse e a ansiedade: A leitura pode ser uma forma de relaxamento e de escape da realidade, o que pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade.

 

Expandir a visão de mundo: A leitura permite que os alunos conheçam diferentes culturas, perspectivas e formas de pensar, o que pode ajudar a expandir sua visão de mundo.

 

Desenvolver a empatia e a solidariedade: A leitura pode ajudar os alunos a compreenderem as perspectivas de outras pessoas, o que pode contribuir para o desenvolvimento da empatia e da solidariedade.

 

Promover a cidadania e a participação social: A leitura pode ajudar os alunos a compreenderem os problemas sociais e a desenvolverem um senso de cidadania, o que pode contribuir para a participação social.

 

Contudo, é preciso destacar que a família e a escola têm um papel fundamental no incentivo à leitura.

A família pode incentivar a leitura de diversas maneiras, como:

Lendo para os filhos desde bebês: A leitura para os filhos desde bebês ajuda a desenvolver o hábito da leitura e a estimular a imaginação.

Conversando sobre livros: Conversar sobre livros com os filhos ajuda a promover a compreensão e o interesse pela leitura.

Levando os filhos à biblioteca: Visitar a biblioteca com os filhos é uma forma de apresentar-lhes diferentes tipos de livros e de incentivar o hábito da leitura.

A escola pode incentivar a leitura de diversas maneiras, como:

Oferecendo uma variedade de textos: A escola deve oferecer uma variedade de textos de modo que independentemente do gosto ou faixa etária do estudante, existam à disposição livros capazes de atrair sua atenção.

Reservar tempo para a leitura livre e estimular esta prática.

Incluir a leitura em suas práticas pedagógicas rotineiras, seja por meio de fichas de leitura, contação de histórias, leituras em grupo, entre outras.

Contudo, Dantas e Carneiro (2022) destacam que:

 

Quando se fala em ensino ou trabalho com a leitura na escola, sabe-se que a tarefa é árdua e os estudantes precisam ser instigados a ler para que, desde cedo, tenham este contato a fim de tornarem-se leitores autônomos. Sabe-se que por apresentarem dificuldades neste exercício, muitos alunos acabam não lendo, por acharem o momento desgastante e enfadonho. Por isso, a relevância em se trabalhar na escola e fora dela com a leitura.

 

A leitura é uma ferramenta essencial para o sucesso acadêmico. Por meio da leitura, os alunos podem desenvolver as habilidades necessárias para se sair bem no vestibular e no mercado de trabalho.

A leitura também é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento pessoal. Por meio da leitura, os alunos podem aprender sobre diferentes culturas, perspectivas e formas de pensar. Eles também podem desenvolver a criatividade, a imaginação e a empatia.

 

 

Conclusão

 

A leitura é uma habilidade que deve ser estimulada desde a infância. A família e a escola têm um papel fundamental nesse processo, papel no qual obterão melhores resultados caso trabalhem de maneira conjunta.

Desde o início da escolarização, a criança precisar ser colocada em contato com os livros, também é importante que outras pessoas leiam para ela, contem histórias, chame atenção para as gravuras, enfim, faça uma aproximação da criança com os livros.

Um ponto em destaque está na necessidade de mostrar aos jovens leitores a importância de procurar sempre entender o que foi lido, tirar alguma informação da leitura. Neste contexto, também é preciso mostrar aos estudantes a importância e a utilização da leitura na vida cotidiana.

Contudo, sendo a leitura (e compreensão do texto lido) uma habilidade de grande importância para a aquisição de uma série de outras habilidades, além de ser indispensável para a adequada interação na sociedade contemporânea.

 

 

Referências

 

ADLER, Alejandro. As 10 habilidades para a vida que vale a pena desenvolver agora. Organização IADB. 2023. Disponível em: https://blogs.iadb.org/brasil/pt-br/as-10-habilidades-para-a-vida-que-vale-a-pena-desenvolver-agora/. Acesso: nov. 2023.

 

DANTAS, Ireny Bueno; CARNEIRO, Lindaura Rodrigues. A leitura no Ensino Fundamental: desafios e possibilidades. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 22, nº 34, 13 de setembro de 2022. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/34/a-leitura-no-ensino-fundamental-desafios-e-possibilidades. Acesso: nov. 2023.

 

FUNDAÇÃO ABRINQ. Leitura: como a prática estimula o desenvolvimento das crianças e auxilia no estresse em meio à pandemia. Fundação ABRINQ. 2021. Disponível em: https://www.fadc.org.br/noticias/a-importancia-da-leitura-para-o-desenvolvimento-das-criancas. Acesso: nov. 2023.

 

INSTITUTO AYRTON SENNA. CRIATIVIDADE E PENSAMENTO CRÍTICO. 2022. Disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/o-que-defendemos/criatividade-e-pensamento-critico/. Acesso: nov. 2023.

 

KHANACADEMY. 7 tipos de abordagens pedagógicas para a aprendizagem. Khanacademy. 2022. Disponível em: https://blog.khanacademy.org/pt-br/abordagens-pedagogicas-para-processo-de-aprendizagem/. Acesso: nov. 2023.

 

PEDAGÓGICO PORTAL ÁRVORE. Como a leitura na escola ajuda o aluno? Portal Árvore. 2018. Disponível em: https://www.arvore.com.br/blog/leitura-na-escola-como-ela-ajuda-no-desenvolvimento-do-aluno. Acesso: nov. 2023.

 

PORTAL SAS. Incentivo à leitura: 6 dicas para o professor. SAS. 2021. Disponível em: https://blog.saseducacao.com.br/incentivo-a-leitura/. Acesso: nov. 2023.

1 Diretora do Instituto Saber de Ciências Integradas. Pedagoga. Licenciada em Educação Física. Psicopedagoga Clínica e Institucional. Especialista em Sociologia e Filosofia e em Gestão Educacional. Mestra em Ciências da Educação. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

 

A NECESSIDADE DA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Terezinha Géssica Rolim Nunes

 

 

RESUMO

Conforme explicito na Lei das diretrizes e bases da educação brasileira (LDB) em seu artigo 4º é direito a todas as crianças a entrada e a permanência na escola. Nessa perspectiva as políticas nacionais voltadas para a educação especial visam assegurar essa realidade as crianças com necessidades especiais em seu processo de ensino. Considerando os desafios da inclusão que passou a integrar a proposta pedagógica das escolas regulares do país, o artigo traz reflexões sobre a necessidade emergente da formação dos professores para atender as demandas necessárias ao público que necessita de atendimento educacional especializado. A pesquisa realiza breve histórico sobre os caminhos da Educação Especial no Brasil, evidenciando por meio de revisão de literatura a importância da formação continuada dos docentes em educação especial com ênfase em práticas inclusivas, tendo em vista a necessidade de inclusão dos alunos que necessitam de atendimento educacional especializado nas escolas regulares de ensino.

 

Palavras-chave: Educação especial. Professores. Práticas inclusivas.

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

Os caminhos da educação especial no Brasil passaram por inúmeros contextos e reflexões ao longo do tempo. Inicialmente a educação especial ocorria de maneira segregada quando comparadas a educação voltada às pessoas sem necessidades de atendimento educacional especializado. A educação especial inseriu-se num contexto especifico sem nenhuma integralidade com a educação comum dentro de um viés de assistencialismo e segregação, onde seus alunos eram levados a escolas especiais que se concentravam no objetivo de adaptá-los a “normalidade” e não em atender efetivamente as necessidades educacionais que o púbico almejava. Entretanto, por volta dos anos 90 esse paradigma foi aos poucos sendo desconstruída, tal mudança foi possível devido o surgimento de políticas educacionais, que primavam por uma educação que tivesse uma base com caráter fortemente inclusivo.

Em 1961, foi desenvolvida a primeira versão da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei nº. 4.024/61. Esse documento ensaiou uma educação possível para todos em um mesmo sistema de ensino, na tentativa de inserir as pessoas com deficiência ao sistema regular de ensino, buscando excluir as classes especiais (BRASIL, 1961). Ainda na década de 90 foi publicada a declaração de Salamanca (1994),cujo objetivo era propor diretrizes que possibilitassem a reformulação e às transformações, tanto nas políticas como nos sistemas educacionais inclusivos, [...] reafirmamos o nosso compromisso para com a Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência do providenciamento de educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-endossamos a Estrutura de Ação em Educação Especial [...] (Salamanca, 1994).

A declaração de Salamanca, documento elaborado em Salamanca, na Espanha, em 1994, foi proposta juntamente com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura- UNESCO. Através desse importante documento vários países despertaram para um novo olhar na perspectiva da construção de uma nova escola, inclusive o Brasil, cuja legislação educacional, foi modificada, para que pudesse efetivar com êxito a inclusão dos alunos com necessidades especiais.

Conforme apontado por Rosin-Pinola e Del Prette (2014), o processo de democratização do ensino ampliou o olhar sobre os aspectos pertinentes à educação inclusiva. Diante do crescente desafio da inclusão nas escolas regulares de ensino, surge a importância da formação continuada do professor em educação especial, tendo em vista que torna-se impossível entender a realidade de um aluno se não soubermos como trabalhar a necessidade educacional do mesmo. Paulo Freire (1999) refere em seu escrito Educação como Prática de Liberdade que a educação é a ponte para a construção da cidadania, tendo na democracia a base para a sua efetivação. A educação deve estar integrada com o diálogo, a atuação participativa, a valorização da educação e a consequente conscientização para a formação integral dos sujeitos.

O presente artigo fundamenta-se na revisão bibliográfica, a partir do interesse em refletir sobre a necessidade da formação continuada em educação especial por parte dos professores na rede regular de ensino, possibilitando de fato, o surgimento da escola inclusiva de acordo com os estabelecidos na legislação educacional brasileira. Pode-se observar que a formação continuada do professor é de relevante interesse, sabendo que é por meio dela que o educador aperfeiçoa e intervém corretamente mediante as inúmeras necessidades educacionais dos estudantes, mesmo diante dos diferentes contextos e problemáticas, vivenciados no ambiente escolar.

 

 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

2.1 Um breve trajeto sobre a educação especial no Brasil

 

A educação é, de forma geral, um importante alicerce da vida social. Desse modo, torna-se uma aliada valiosa na perspectiva da inclusão, especialmente pela transmissão dos valores culturais, auxiliando o desenvolvimento da cidadania e a construção de saberes. A escola pode, dessa maneira, desempenhar uma função so-cial transformadora na vida dos indivíduos — como agente de inclusão (DUARTE, 2018).

Segundo Rogalski (2010), no Brasil até a década de 50, não se ouvia falar em Educação Inclusiva, apenas a partir de 1970 é que esta passou a ser discutida tornando-se preocupação dos governantes sendo está inquietação expressa por eles, através da criação de instituições públicas e privadas, órgãos normativos, federais, estaduais e de classes especiais. Com base na pesquisa realizada ficou perceptível que alguns autores acreditam que está forma de educação ficou determinada no país até o final do século XIX e foi fortemente influenciada pelas diversas informações que foram trazidas da Europa no período.

O tema é algo bem contemporâneo e já existem leis, que garantem o acesso ao ensino, ao trabalho, a sociedade de forma igualitária e foi a partir do século XX que houve uma intensificação da luta contra a discriminação. Se nos aprofundarmos ao longo da história das pessoas com necessidades especiais nos encontrar uma com uma triste realidade. No século XX conforme, Cavalcante (2011) houve uma maior intensificação contra a discriminação que impedia que pessoas com necessidades especiais exercessem sua cidadania e este período foi marcado pela forte mobilização de movimentos sociais, eles lutavam por uma sociedade inclusiva, outro ponto discutido foram os modelos homogeneizadores de ensino e de aprendizagem, que tornavam os espaços escolares locais de exclusão. Sobre as mudanças do século XX, salienta-se: A partir do século XX, gradativamente, alguns cidadãos começam a valorizar o público deficiente e merge a nível mundial através de movimentos sociais de luta contra a discriminação em defesa de uma sociedade inclusiva. Nesse período histórico corroboram as criticas sobre as práticas de ensino da época, conduzindo também a questionamentos dos modelos análogos do ensino e aprendizagem, gerando exclusão no cenário educacional. (SOUTO, 2014, p. 16).

De acordo com Souto (2014), o Brasil apresentou entendimento sobre as pessoas com necessidades especiais desde o período do império, quando foram criadas duas instituições importantes, o Imperial dos Meninos Cegos no ano de 1854, o atua Instituto Benjamim Constant (IBC) e o Instituto dos Surdos Mudos em 1857, que hoje recebe o nome de Instituto Nacional da Educação dos Surdos (INES), ambos localizado no Rio de Janeiro.

O século XX foi marcado por muitas transformações que contribuíram de forma positiva na vida das pessoas com necessidades especiais, um desses avanços foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n° 4.024 de 1961, que determinou que o atendimento das pessoas com necessidades especiais, apontando o direito dos “excepcionais” à educação, de preferência dentro do sistema geral de ensino. De acordo com Souto (2014), em 1971 a LDBEN de 1961 foi alterada pela Lei ° 5.692, que definiu tratamento especial para alunos com necessidades físicas, mentais, os que se encontram em atraso considerável quanto à idade regular de matricula e os superdotados.

Em 1996 segundo Brasil (2008) a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de n° 9.394, especificamente em seu artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículos, métodos, recursos e organização especificam para atender as suas necessidades; também assegura a terminalidade específica aqueles que não atingirem o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental em virtude de deficiências e; a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar.

Percebe-se que o processo de efetivação da educação inclusiva no Brasil foi lento, no entanto, a preocupação governamental foi fundamental para que os avanços fossem mais eficazes, a inclusão ser atrelada a educação é algo obvio, já que é na escola que se constrói a cidadania, se prepara as gerações futuras e a parceria desta instituição coma família deve agir de modo a oferecer a sociedade valores que fomentem o respeito à diversidade e a participação de todos os sujeitos de forma igual e coma s mesmas oportunidades.

 

2.2 Afinal, o que é uma escola inclusiva?

 

De acordo com Stainback e Stainback (1999) a educação inclusiva está alicerçada no respeito às diferenças, sendo a escola o espaço privilegiado para a prática da aceitação dessas diferenças e da igualdade de direitos. No contexto acima representado a escola torna-se um ambiente fértil para a prática da inclusão tendo em vista que ela torna-se cenário de uma vasta diversidade de indivíduos em seus inúmeros aspectos, sejam sociais, culturais, étnicas, religiosas ou de gênero.

Conforme Sampaio (2009), a interação entre crianças com e sem deficiência efetivamente trouxe, para a sala de aula, a oportunidade de trabalhar o respeito ao outro e a solidariedade, valores tão fundamentais e tão esquecidos no mundo competitivo no qual vivemos. Nesse sentido cabe refletirmos sobre como as políticas educacionais de inclusão acontecem no espaço da escola regular e analisarmos como o professor pode elaborar condições pedagógicas que possam atender as necessidades educacionais vivenciadas pelos alunos com deficiência, tornando o processo de ensino e aprendizagem significativo para o estudante, acolhendo, portanto, as suas singularidades.

Freire (1987) afirma que ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho. O homem se liberta em comunhão. Nessa concepção, a escola inclusiva possibilita uma resposta ao grito das especificidades dos alunos com necessidades especiais que foram silenciadas ao longo de anos na história. Em consonância, a escola inclusiva instiga a superação de preconceitos e o respeito às diferenças.

Segundo Goffredo (1999), argumenta que o aluno com necessidade educacional especial (NEE), deve ser respeitado em sua diferença e reconhecido como uma pessoa que tem determinado tipo de limitação, mas que também possui pontos fortes.

Durante os anos 2000, inúmeras políticas educacionais voltadas para a inclusão foram elaboradas. O Conselho Nacional de Educação organizou, em conformidade com os processos de mudanças, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001).

A escola inclusiva pressupõe uma reflexão acerca da superação de preconceitos e o respeito à diversidade. É louvável afirmar que a escola inclusiva precisa planejar estratégias que busquem efetivar o acesso e a permanência do aluno com necessidade educacional especializada na escola. Portanto a elaboração de recursos e formação docente torna-se imprescindível, organizando as estratégias de trabalho e atendendo as especificidades dos alunos e garantindo a inclusão.

 

2.3 A importância da formação do professor em educação especial para a promoção de uma escola inclusiva

 

O processo de construção de escolas inclusivas exige que o professor esteja instrumentado a trabalhar a sua prática em conformidade com as exigências sociais. Diante dessa realidade precisamos ressignificar o processo de formação dos docentes, possibilitando um modelo de formação pautado em práticas inclusivas, que promova o completo desenvolvimento dos estudantes com necessidades especiais e que torne a inclusão, uma realidade a ser vivenciada na sala de aula, apesar das dificuldades existentes.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 define, no artigo 59, inciso III, (BRASIL, 1996) que: Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como, professores do ensino regular, capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns. (BRASIL, 1996).

Através da literatura acima citada, observamos a necessidade de formação continuada dos professores em educação especial, para que estes possam alcançar os objetivos da verdadeira educação inclusiva. Como afirma Carneiro (2012), construir uma escola diferente implica um compromisso prioritário com a transformação do modelo tradicional de formação de professores. É preciso ter coerência entre o que os educadores aprendem e o que queremos que ensinem. Precisamos, dessa forma, promover discussões e possibilitar a construção de parcerias entre a pesquisa científica e as práticas inclusivas.

Contudo, para que o professor possa atender as expectativas da inclusão, ele precisa ser ouvido, valorizado e apoiado por todos. Nesse contexto torna-se primordial o processo de formação continuada, onde os conhecimentos adquiridos sejam compartilhados, ampliando os horizontes e gerando as novas possibilidades de ensino e aprendizagem. Snyders (1990) afirma que, o professor não deve se abster de estudar, o prazer pelo estudo e pela leitura deve ser evidente, senão não vai conseguir passar esse gosto para seus alunos.

O Ministério da Educação (MEC) definem suas Orientações Gerais da Rede Nacional de Formação Continuada de Professores de Educação Básica, que [...] é preciso pensar a formação docente como momentos de um processo contínuo, de construção de uma prática docente qualificada e de afirmação da identidade, da profissionalidade e da profissionalização do professor (BRASIL, 1999). Paulo Freire, defende que a formação é contínua, é uma condição própria da natureza humana de fazer-se e refazer-se sempre de novo. A educação é permanente não porque certa linha ideológica ou certa posição política ou certo interesse econômico o exijam. A educação é permanente na razão, de um lado, da finitude do ser humano, de outro, da consciência que ele tem de sua finitude. Mais ainda, pelo fato de, ao longo da história, ter incorporado à sua natureza não apenas saber que vivia, mas saber que sabia e, assim, saber que podia saber mais. A educação e a formação permanente se fundam aí. (FREIRE, 2001, p. 12).

Nesse contexto, para que a escola inclusiva seja realidade, torna-se importante a garantia do acesso ao estudante a escola, mas além disso investir em políticas de formação continuada para os professores das escolas brasileiras, gerando melhorias significativas na qualidade do ensino e uma educação inclusiva genuína. A formação continuada em educação especial e inclusiva é, portanto, uma possibilidade de atualização do professor, um ambiente fértil para a construção dos novos saberes, contribuindo significativamente na transformação escolar, mudando paradigmas e desenvolvendo no mestre uma visão reflexiva de sua práxis.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Diante do trabalho de revisão acima apresentado, compreendemos que a formação continuada do professor é de fundamental importância para a construção de espaços inclusivos. As políticas públicas educacionais precisam garantir efetivamente o acesso à escola regular para pessoas com necessidades educacionais especializadas (NEE) e, além disso, investir de maneira intensiva nas formações dos seus professores. O professor exerce em um grande papel social, na construção da escola, portanto este deve adquirir habilidades que promovam a reflexão de suas práticas, contribuindo coletivamente na edificação de ideais inclusivos e dinâmicos.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BRASIL, DIRETRIZES ESPECIAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA. 2001.

 

BRASIL, LEI DAS DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL, 1996.

 

BRASIL. Lei nº. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as diretrizes e bases da educação nacional. Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB. Brasília, DF, 1961.

 

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NACIONAL, 1999.

 

BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Documento elaborado pelo grupo de trabalho nomeado pela portaria n° 55/2007, prorrogado pela portaria n° 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008. Brasília, 2008.

 

CARNEIRO, R. U. C. Formação de professores: da educação especial à inclusiva - alguns apontamentos. 2012.

 

CAVALCANTE, M. Contexto histórico da construção da Educação Inclusiva no Brasil. 2011. Disponível em: www.inclusaoja.com.br. Acesso em 09 de setembro de 2022.

 

DUARTE, D. Psicologia e a Pessoa com Deficiência. SAGAH, 2018.

 

FREIRE, P. A educação na cidade. Cortez, São Paulo, 2001.

 

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 23. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

 

FREIRE, PAULO. Pedagogia do Oprimido, 1987.

 

GOFFREDO, V.L.F .S. Integração ou segregação? O discurso e a prática das escolas públicas da rede oficial do município do Rio de Janeiro. Revista Integração, Brasília, 10 (4):17- 22, 1992

 

ROGALSKI, S. M. Histórico do surgimento da Educação Especial. In: Revista de Educação do IDEAU, vol. 5, n° 12, Quatro Irmãos, RS, 2010.

 

ROSIN-PINOLA, A. R.; DEL PRETTE, Z. A. P. Inclusão escolar, formação de pro-fessores e a assessoria baseada em habilidades sociais educativas. Revista Bra-sileira de Educação Especial, v. 20, n. 3, sept. 2014.

 

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SAMPAIO, C.; SAMPAIO, S. Educação inclusiva: o professor mediando para a vida. Salvador: EDUFBA, 2009

 

SNYDERS. Entrevista dada à Lourdes Stamato de Camilles. PUC/SP, 1990.

 

SOUTO, M, T, de. Educação Inclusiva no Brasil. Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande/PB, 2014.

 

STAINBACK S.; STAINBACK W. Inclusão: Um guia para Educadores. Porto Alegre: Artmed, 1999.