RELAÇÃO ÉTNICO-RACIAIS NA PRATICA PEDAGÓGICA: ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Vanessa Galvani da Silva ¹
Adriana Ester Lopes ²
Marcela Crepaldi de Oliveira ³
RESUMO
O presente trabalho apresenta como tema Relação Étnico-Raciais na Prática Pedagógica: Anos Iniciais do Ensino Fundamental. O trabalho objetiva combate das dificuldades étnico-raciais na educação fundamental. O objetivo da pesquisa esta em mostrar a relação étnico-racial dentro da escola a fim de melhorar as práticas pedagógicas. Este artigo objetiva estimar o exercício pedagógico em relação aos conceitos étnico-raciais no currículo escolar. Abrangendo e habituando-se como a formação dos educadores esta cooperando para a lei 10.639/03, percebendo sua identificação étnica e de seus educandos. Foi realizada pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo foi com 10(dez) professores da Escola Municipal Nilo Procópio Peçanha em Alta Floresta MT. É a pesquisa de campo que buscou verificar junto aos educadores a utilização de conceitos étnico-raciais no cotidiano da prática pedagógica. Conclui-se que a política pública educacional requer mais empenho com a superação da heterogeneidade Étnico-raciais dentro do ambiente escolar e que a discriminação racial lesa o resultado escolar.
Palavras-chave: Discriminação racial. Escola. Preconceito.
1 INTRODUÇÃO
Nesta era contemporânea com uma sociedade intensamente preconceituosa, aonde ser desigual jaz razão de discriminação, notadamente quando se trata da pessoa negra, onde por anos sofreu e sofre com preconceito e racismo. Constituindo assim, compete a nós vincularmos experiências habitadas e torna-las conhecidas ao dia-a-dia escolar, já que o efeito quando se fala do Afro descendente a discriminação racial é uma preocupação vivida não exclusivamente no ambiente escolar, mas em múltiplos campos ainda que de contorno sutil.
A escola tem um dos papeis fundamentais de promover as relações étnico-raciais, pois é no ambiente da escola que se recebe o alicerce para fazerem-se cidadãos dignos e bem aceitos diante a sociedade. Uma sociedade se cria incluso da escola, com o incremento da escola, dos educandos e a comunidade, isso coopera para a influência mútua dos educandos entre si, pois se sabe que todas as crianças têm direito ao ensino, ou seja, a educação, não importando a raça ou grupo social.
¹ Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Alta Floresta (FAF), Especialista em Neuropsicopedagogia pela Universidade Candido Mendes, (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.) Alta Floresta-Brasil.
² Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Alta Floresta (FAF).
³ Especialista em Psicopedagogia pela Faculdade do Vale do Juruena.
A Lei de Diretrizes de Bases (9.394/96) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino no Brasil orientam para a necessidade de práticas de cidadania, tendo como um dos objetivos principais orientar o trabalho pedagógico, e com esse objetivo, a escola tem que buscar o desenvolvimento de capacidade e desenvolturas que permitam compreender a sociedade.
De acordo com Cavalleiro (2000, p.82), o racismo é o ingrediente básico das dinâmicas e relações interpessoais entre os profissionais da educação e as crianças.
Também de acordo com Cavalleiro (2000), são várias as manifestações em que se podem comprovar a existência de discriminação étnica em relação aos negros, considerando que a realidade brasileira apresenta uma separação entre brancos e negros: brancos, na sua maioria, recebem maiores salários e no caminho contrário negros em sua maioria encontra-se na base da estrutura social, sem enxergarem possibilidades de melhoria em sua condição de existência e com mobilidade decrescente.
A UNESCO concretizou um estudo a propósito as inclusões raciais na escola e assegura que “[...] o conceito de raça implica considerar necessariamente a sua plasticidade, ponderando a dinâmica que a mestiçagem provoca nas relações sócio-raciais em termos de gradações, quer quanto a estigmas, quer quanto a aceitações e nomeações do outro” (UNESCO, p.145, 2006).
Embora esta questão seja de suma importância não há muita investigação a respeito da questão em Alta Floresta MT, docente necessitam cogitar propósito para hostilizar o complexo tipo de preconceito e discriminação em recinto escolar. Neste artigo, enfatiza especificamente as formas pelas quais os docentes implantam no currículo escolar a biografia e a tradição afro-brasileiras. É socialmente acentuar investigar se essa política de ação de combate ao preconceito contra a cor da pele nos colégios, garantida pela Lei 10.639/03, está sendo adaptada pelo poder público local e pelos docentes da cidade de Alta Floresta- MT.
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
A escola tem um dos papeis fundamentais como abordamos Relações étnico-raciais, pois é no ambiente da escola que se recebe o alicerce para nos tornarmos cidadãos dignos e bem aceito diante a sociedade. Uma sociedade se cria incluso da escola, com o incremento da escola, dos educandos e a comunidade, isso coopera para a influência mútua dos educandos entre si, pois se sabe que todas as crianças têm direito ao ensino, ou seja, a educação, não importando a raça ou grupo social.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei federal, de número 8.069 promulgado em julho de 1990, que trata sobre os direitos das crianças e adolescentes em todo o Brasil. Estabelece:
“O direito à saúde, a educação, ao lazer, a convivência familiar e comunitária para meninos e meninas, e também abordam questões de política de atendimentos, medidas protestivas como abrigo ou medidas sócio-educativas como prestação de serviços comunitários, entre outras providências” (ECA, 1990, Lei n° 8.069).
São os direitos atinentes, a existência, bem-estar, nutrição, ensino, esporte, entretenimento, a profissionalização, costumes, decência, respeito, a livre-arbítrio o convívio familiar e comunitário estes são direitos de ambas crianças e adolescentes.
Incumbirá a toda sociedade escolar e a comunidade, apoiar, respeitar e trabalhar com todo sujeito em sala de aula a completa ação de tratar seus companheiros de sala igualmente.
A criança rejeitada socialmente na maioria das vezes desenvolve um processo descontrole emocional, podendo se isolar e não obter o desenvolvimento esperado, sendo assim, o papel da escola é de formar o aluno para o estágio de cidadania, do trabalho e prosseguir instruir-se ao extenso da existência. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) antecipa esses assuntos.
A Lei de Diretrizes de Bases (9.394/96) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino no Brasil orientam para a necessidade de práticas de cidadania, tendo como um dos objetivos principais orientar o trabalho pedagógico, e com esse objetivo, a escola tem que buscar o desenvolvimento de capacidade e desenvolturas que permitam compreender a sociedade que vivemos.
De acordo com Cavalleiro (2000, p.82), o racismo é o ingrediente básico das dinâmicas e relações interpessoais entre os profissionais da educação e as crianças.
Também de acordo com Cavalleiro (2000), são varias as manifestações em que se podem comprovar a existencia de discriminação etnica em relação aos negros, considerando que a realidade brasileira apresenta uma separação entre brancos e negros: brancos, na sua maioria, recebem maiores salários e no caminho contrario negros em sua maioria encontra-se na base da estrutura social, sem enxergarem possibilidades de melhoria em sua condição de existência e com mobilidade decrescente.
Esses fatores são encobertos e dificultam aos brasileiros enxergarem o problema e sua contribuição para sua melhoria. As politicas públicas educacionais tem que estar envolvidas com a superação das disparidades étnicos raciais, a romper-se por meio da escola e de seus fundamentais agentes- professores e alunos para que o curriculo e a cultura marchem juntas na ascensão da identidade e do direito social. A Lei 10.639/2003 alterou a LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96), estabelecendo a obrigatoriedade do ensino da historia e da cultura afro-brasileira e africana em todos os sistemas e modalidades de ensino. A escola deve estabelecer parcerias com diferentes setores da sociedade, tais como: Conselhos Municipais, agentes de saúde, associações, sindicatos, igrejas, ONGs, grupo de mulheres e jovens, secretarias municipais dentre outros, que ajudarão a obter resultados concretos e integrados a realidade.
Os Parametros Curriculares Nacionais (PCNs) MEC (1998), a despeito de seu carater parametro e não obrigatoriedade é complementar às orientações curriculares e a LDB 9.394/96, quando sugerem a abordagem pluralidade cultural como um tema transversal, com os objetivos, entre outros, de possiblitar o conhecimento do patrimonio étnico cultural brasileiro; reconhecer as qualidades da propria cultura, valorizando-a criticamente e enriquecendo a vivência; repudiar e denuncia toda e qualquer forma de discriminação baseada em diferenças de raça, étnia, classe social, fé religiosa, sexo, e outras caracteristica individuais ou sociais.
Há que se fazer uma pergunta: Queremos, de fato, incluir alunos e professores num processo educacional que se respeite a todas as pessoas? Neste contexto se faz necessario a diversidade cultural, e diferença cultural e também reconhecer como temos tratado igualdade/diferença, o que gera uma oposição dicotômica, que precisa ser superada na escola e na educação em geral.
Como afirma Scott (1988, p.45):
É necessário que se desconstrua a oposição igualdade/diferença como única via possível, chamando atenção para o constante trabalho da diferença dentro da diferença (...) a ‘mesmidade’ construída em cada lado da oposição binária oculta o múltiplo jogo das diferenças e manter sua irrelevância e invisibilidade. (SCOTT,1988,p.45).
É importante incorporar nos currículos do Ensino Fundamental, práticas e metodologias que possibilitem a construção de um sentimento de identificação, que resgate a história dos negros, sua herança africana e sua importância na educação brasileira.
3 MATERIAIS E MÉTODO
3.1 Área de Estudo
A pesquisa teve como totalidade a cidade de Alta Floresta, este município, situa-se a uma distancia de 874 Km da capital do Estado de Mato Grosso, possui uma área 9.212 Km² com uma população de aproximadamente 49.164, habitantes, está localizada ao extremo norte do Estado de Mato Grosso (IBGE, 2010). O estudo foi realizado em uma instituição localizada na zona urbana denominada Escola Municipal Nilo Procópio Peçanha. A escola funciona nos período matutino e vespertino, atendendo alunos da jardim-de-infância ao 9º ano do fundamental.
O quadro de funcionário é composto por 18 professores, sendo 16 professores do Ensino Fundamental e 02 professores da Educação Infantil, 01 Técnico de Desenvolvimento da Educação Infantil (TDEI), 02 Apoios Administrativos Educacionais (vigias), 02 Apoio Administrativo Educacional (limpeza), 02 Apoio Administrativo Educacional (nutrição), 01 Técnico Administrativo, 01 professor na Biblioteca Escolar, 01 Coordenadora Pedagógica, 01 Diretora, 01 professora Comunitária responsável pelo Programa Mais e 09 monitores do Programa Mais Educação.
3.2 Procedimentos metodológicos
Para a realização da presente pesquisa, optou-se pelo método de abordagem indutivo em que, a partir dos dados particulares coletados por meio de questionários, contendo perguntas abertas e fechadas, para identificar a opinião de 10 docentes de ambos os sexos, com faixa etária de 20 a 51 anos de idade, pertencentes a um próprio estabelecimento. Dos 10 (dez) questionários entregues, somente 08 (oito) foram retornados devidamente respondidos. Estes foram avaliados e tabulados por meio da regra de três.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise tem origem na seguinte hipotética: As questões raciais interferem na aprendizagem da criança entre 05 e 07 anos? Perante esta problemática elevar hipóteses, abordando as decorrências:
A hipótese básica “A criança que se sente discriminada apresenta baixo rendimento escolar”.
A hipótese secundaria (a) “A rotatividade dos professores impedem a continuidade de um projeto”
A hipótese secundaria (b) “A escola tem suporte para o papel do Projeto Étnico-Racial”.
A hipótese (c) “As crianças desenvolvem por si a questão de tratar seus colegas de classe por igual”.
De acordo com as assuntos 1,2,3 e 4 é de 87,5% do sexo feminino e 12,5% do sexo masculino, 75% são interinos e 25% são efetivos, 37,5% tem nível superior incompleto e 25% nível superior completo, 37,5% especialização e 0% cursando especialização, 50% atuam de 2 à 5 anos na educação.
Figura 1. Você trabalha as questões raciais na sala de aula?
Fonte: LOPES, Adriana Ester. Questionario. Alta Floresta/MT- 2013.
A Figura 1 mostra que 75% dos profissionais sempre trabalham as questões raciais na sala de aula e 25% as vezes. É importante trabalhar a questão racial em sala, pois permite a reflexão a respeito da estima da igualdade.
Figura 2. Você acredita que discutir o tema pode ajudar a reduzir o racismo?
Fonte: LOPES, Adriana Ester. Questionário. Alta Floresta/MT- 2013.
Em relação a Figura 2, 100% dos profissionais acreditam que debater o assunto pode ajudar a diminuir o racismo. Seguido da falta de conhecimento e não abranger a história do país e seus muitos problemas convividos ao extenso da colonização, sempre necessitam lidar com este assunto por isso vários educadores se mostram inábeis de lidar com as temáticas assim como o racismo. E deste modo acaba acontecendo no ambiente escolar ocorrências preconceituosas.
A não percepção do racismo por parte das crianças também está ligada à estratégia da democracia racial brasileira, que nega a existência do problema.
A ausência do debate, social condiciona uma vida limitada do preconceito por parte do grupo familiar impedindo a criança de formar uma visão critica sobre o problema. Tem-se a ideia de que não se fala dele, por outro lado, há vasta experiência dos professores em ocultar suas atitudes de seus comportamentos preconceituosos, visto que estes constituem uma pratica condenável do ponto de vida da educação. (CAVALLEIRO 2014, p. 33).
Existe um silenciamento em relação a esse assunto e muitas vezes uma invisibilidade da população negra nas práticas e nos materiais pedagógicos na escola. Frente à temática da diversidade étnico racial e as diferentes formas de racismo presentes no espaço escolar, Rosemberg (2014) enfatiza o direito de todos a uma educação escolar democrática e de qualidade, incluindo as crianças pequenas.
Figura 3. Cabe ás escolas e aos professores definir conteudos, competências, atitudes e valores para contemplar as relaçõesétnico-raciais.
Fonte: LOPES, Adriana Ester. Questionario. Alta Floresta/MT- 2013.
A Figura 3 mostra que 87,5% dos professores dizem que sempre cabe às escolas e aos professores definir conteúdos, competências, atitudes e valores para contemplar as relações étnico-raciais e 12,5% dizem que nunca.
Em inúmeras situações as escolas reproduzem o racismo, tantas vezes de forma encoberta quanto explicita, para transformar essa ocorrência é preciso que incluam a habilitação dos educadores, a reformulação do currículo, além de discussões sobre o assunto para a formulação de vicissitudes.
Figura 4. Há racismo nas escolas brasileiras?
Fonte: LOPES, Adriana Ester. Questionario. Alta Floresta/MT- 2013.
A Figura 4 mostra que 100% dos professores dizem que sim há racismo nas escolas brasileiras. Do formato como se depara estabelecida, a escola é o espelho para o exemplo de disposição social, está permeada por uma complicada analogia dentre os sujeitos e grupos étnicos e sociais que lhe dão feitio e visibilidade.
Figura 5. Em sua opinião é importante trabalhar valores para não menosprezar o diferente?
Fonte: LOPES, Adriana Ester. Questionario. Alta Floresta/MT- 2013.
A Figura 5 mostra que 100% dos professores afirmam que sempre é importante trabalhar valores para não menosprezar o diferente. A escola ostenta grandes proporções na tentativa de resolver esse problema, tornando-se premente no método de desconstrução da discriminação e do preconceito.
É necessário que se construa a oposição igualdade/diferença como única via possível, chamando atenção para o constante trabalho da diferença dentro diferença (...) a “mesmidade” construída em cada lado da oposição binária oculta o múltiplo jogo das diferenças e manter sua irrelevância e invisibilidade. (SCOTT, 1998, p. 45).
O conceito de diferença indica uma nova perspectiva epistemológica que aponta para a compreensão do hibridismo e da ambivalência, que constituem as identidades e relações interculturais.
Pensar a hibridização é pensar a mistura e a mestiçagem como características intrínsecas aos processos de comunicação. Num ambiente deslocalizado - no qual a ausência de bases fixas e geográficas geram fortes características de globalização, fragmentação, individualidade, liquidez de relações - os processos de hibridização também produzem de modo constante a dúvida e o questionamento acerca da construção híbrida das identidades e dos sujeitos pós-modernos. A comunicação e a cultura, entendidas de modo ousadamente amplo, encontram-se também nessa trama de relações híbridas (RIBEIRO ET AL., 2014).
Figura 6. Que tipo de projeto você desenvolve abordando a questão racial?
Fonte: LOPES, Adriana Ester. Questionario. Alta Floresta/MT- 2013.
A pergunta abordada foi que tipo de projeto é desenvolvido abordando a questão racial, 50% disseram planos diários e disciplina, 37,5% projeto afrodescendente e 12,5% roda de conversa.
A escola tem um dos papeis fundamentais quando se refere às relações étnico-raciais, porque é na atmosfera escolar que recebemos a base para tornarmos cidadãos dignos e bem aceitos diante a sociedade.
Figura 7: Em sua concepção enumere de 1 à 4 há que você julga sofrer mais preconceito na escola?
Fonte: LOPES, Adriana Ester. Questionário. Alta Floresta/MT- 2013.
Ao ser indagado se os professores têm uma concepção de quem mais sofre preconceito na escola, 37% disseram negros, 63% disseram obesos, sendo que 0% disse pobre e deficiente. Também vale salientar em que são exibidos aos alunos de culturas semelhantes como se significasse que todos são iguais os que acabam fornecendo negatividade para o cuidado da prosperidade cultural do Brasil.
O racismo institucional atua de forma difusa no funcionamento cotidiano de instituições e organizações, provocando uma desigualdade na distribuição de serviços, benefícios e oportunidades aos diferentes segmentos da população do ponto de vista racial (LÓPEZ, 2012).
O racismo institucional, tal como o definem Silva et al. (2009), não se expressa em atos manifestos, explícitos ou declarados de discriminação (como poderiam ser as manifestações individuais e conscientes que marcam o racismo e a discriminação racial, tal qual reconhecidas e punidas pela Constituição brasileira). Ao contrário, atua de forma difusa no funcionamento cotidiano de instituições e organizações, que operam de forma diferenciada na distribuição de serviços, benefícios e oportunidades aos diferentes segmentos da população do ponto de vista racial. Ele extrapola as relações interpessoais e instaura-se no cotidiano institucional, inclusive na implementação efetiva de políticas públicas, gerando, de forma ampla, desigualdades e iniquidades.
A pergunta 12 questiona se a metodologia utilizada envolve as crianças ajudando-as a resolver questões étnico-raciais no contexto educacional e social, 100% deixam claro que sim e suas justificativas seguem nos relatos explicitados a seguir:
(P1) Sim. A metodologia utilizada envolvia a participação das crianças em oficinas de penteados, desfiles, apresentações e confecções de bonecos e bonecas negras.
(P2) Sim. Geralmente quando há um assunto relacionado e não somente quando há um conflito.
(P3) Sim. Pois sempre incluo as crianças em todas as atividades.
(P4) Sim. Porque aos poucos eles vão compreendendo os valores de cada um.
(P5) Sim. As atividades aplicadas são voltadas para essa questão.
(P6) Sim. Porque os alunos aprendem que ser “diferente” é normal.
(P7) Sim. As crianças participam através de leituras, produções de cartazes e outras.
(P8) Sim. Trazer eles sempre presente nos textos e nas apresentações.
A alfabetização da criança se da início em seus iniciais anos de vida escolar, já na inicial fase do ensino fundamental principia a debater os elementares temas.
Referente a pergunta 13 questiona-se aos educando se as políticas publicas educacionais tem que estar comprometidas com a superação das desigualdades étnico-raciais, a resposta foi de 100% sim, e indagando os mesmos o Por quê eles justificaram através dos relatos a seguir:
(P1) Claro que sim. Por que os afro descendentes muito contribuíram e contribuem para o desenvolvimento e crescimento do pais em todas as esferas.
(P2) Sim. Se cabe a escola “moldar” a sociedade futura justa e igualitária esse é o caminho.
(P3) Sim, pois ainda é pouco trabalho sobre o assunto, deixando de lado o sofrimento das crianças.
(P4) Sim. Para maior nortear os docentes.
(P5) Sim, por que com o grande movimento da desigualdade social e raciais tem que se volta para esse assunto.
(P6) Sim. Porque a partir políticas educacionais comprometidas facilitara o trabalho pedagógico do educador.
(P7, P8) Sim.
Se cabe a escola moldar a sociedade, é necessário conhecer a legislação voltada para a igualdade racial e social, vinculada aos princípios de liberdade e igualdade, as políticas publicas educacionais facilitam o trabalho pedagógico para o educador, atribuem para o desenvolvimento o crescimento do país.
Observa-se que na questão 14, 100% dos professores afirmam que o contato com a diversidade racial na escola ajuda a criança a construir conceitos positivos sobre a questão racial.
(P1) Sim. Porque ele se sentia importante e necessário para a construção de um pais melhor e mais democrático, já que a diversidade racial tem sua historia e significação para os dias atuais.
(P2) Sim. Pois ela começa a ver o “diferente” com visão critica que somos todos iguais.
(P3) Sim. Pois as crianças aprendem a conviver com as diferenças.
(P4) Sim. Porque eles vão percebendo e se policiando das diferenças no ambiente escolar.
(P5) Ajuda, assim ela vai ter contato com outras diversidades não dá uma.
(P6) Ajuda, porque permite que o aluno tenha contato com variadas culturas e posicionamentos aplicando seus conhecimentos e conceitos.
(P7) Sim. Pois é através do contato que a criança passa a compreender o que é raça.
(P8) Sim. Com o convívio as crianças se acostumam com todos.
Incomodar-se com diferente é uma reação banal do ser humano. Nos pequenos, ao mesmo tempo em que o ato seja corrompido por discrições de valor contraproducente, os pais e educadores necessitam intervir para despontar que é sucinto acolher as diferenças e residir em consensual com elas.
Perguntando na questão 15, que tipo de formação tem recebido para trabalhar com as questões étnico-raciais os professores responderam:
(P1, P2, P4, P5, P7) Nenhuma.
(P3) Às vezes é feito um projeto na sala do educador, mais só o dia da consciência negra.
(P6) Formação continuada “sala do Educador” é promovido estudos e debates que promovam informações sobre esta temática.
(P8) Nas reuniões pedagógicas e nas necessidades do dia-a-dia.
Pergunta-se aos professores na questão 16, se os conteúdos abordados favorecem a interdisciplinaridade em sua pratica pedagógica ou são conteúdos postulais, os mesmos responderam:
(P1, P2) A intenção é sempre favorecer a interdisciplinaridade.
(P3) São teores postulais.
(P4, P6, P7) Sim.
(P5) Favorecem, pois as atividades aplicadas são voltadas para o interdisciplinar.
(P8) As necessidades do dia-a-dia.
Ensinar, saber como ensinar é importante, se o professor não avaliar as diferentes estratégias e metodologias de ensino, de coisa nenhuma adianta dominar a teoria, desenvolver estratégias para facilitar a aprendizagem, assim como ter profundo conhecimento de como ocorre o desenvolvimento cognitivo das crianças, fazem parte das ações de professores capacitados.
Figura 8: A discriminação racial prejudica o rendimento escolar? Explique.
Fonte: LOPES, Adriana Ester. Questionário. Alta Floresta/MT- 2013.
A Figura 8 mostra que 87,5% dos professores acham que a discriminação racial prejudica o rendimento escolar e 12,5% dizem que as vezes.
Ao serem indagadas em suas concepções quais as atitudes preconceituosas que acontecem na escola e que marcam a personalidade da criança, os entrevistados deixam explicitas suas opiniões conforme as falas abaixo:
(P1) Precisamos enturmar essa criança que sofre discriminação e fazer com que as crianças percebam que somos todos iguais.
(P2) O olhar, o tom de voz, e as vezes o enfoque dado a determinado conteúdo.
(P3) Apelidos, exclusões, ser deixado de lado por professores e colegas, brincadeiras sobre sua cor, etnia, raça, tipo físico entre outros.
(P4) Os obesos, às vezes os de baixa renda.
(P6) Chingamento e mal trato com os colegas.
(P7, P5) Em relação à cor e peso são atitudes preconceituosas que fazem com que a criança fique mais intimidada.
(P8) Quando algum colega se nega a sentar junto, se nega a brincar com a criança afro, apelida-os de cabelo de “Bombril” não divide brinquedos ou materiais.
A discriminação pode ser pelo sexo, cor ou por algum tipo de deficiência essas crianças encontram obstáculos adicionais ao desenvolvimento dos estudos, esses representados pela discriminação presente nos espaços escolares. A disciplina na sala condiciona um bom rendimento escolar, contudo ainda permanecemos além de poder assegurar que uma aula é completamente disciplinada, temos que conduzir nossos alunos para um futuro onde o insucesso escolar e a discriminação desapareçam.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para trabalhar questões ligadas ao preconceito e discriminação étnico-racial, a escola deve desenvolver projetos na perspectiva de construir uma nova realidade, principalmente desenvolver a educação do olhar em relação às diversidades étnico-raciais.
Estimular no educando a iniciativa de resolução de problemas para que ele construa e desenvolva estratégia de resolução, autonomia de combater formas de preconceito e discriminação racial que estão presentes no cotidiano na sociedade como um todo.
Como professores da educação devemos fazer nossa parte, procurando uma solução para transformar a realidade, no que diz respeito às diversidades étnico-raciais, então estimulando o nosso aluno a pensar em uma estratégia para superação dessas discriminações.
A questão étnico-racial deve ser trabalhada diariamente na sala de aula. É função de todos construírem uma sociedade onde caibam todos, transformando nossos alunos em sujeitos críticos, reflexivos e isso é um grande desafio, mas é também uma necessidade urgente.
Portanto a partir deste estudo foi possível perceber através das falas e observações, que a formação das professoras não possui uma base teoricamente suficiente para que se possa trabalhar a questão étnico-racial, mesmo reconhecendo a importância de está colocando em prática o que propõe a lei 10639, uma vez que, convivemos em uma sociedade preconceituosa.
E de certa forma, ainda acreditamos que a educação é o melhor meio de tentar reeducar a sociedade, começando esse trabalho pela base, ou seja, pelas crianças. Assim pesquisas relacionadas a este tema permitem e contribuem para a discussão nas escolas a fim de minimizar o preconceito existente.
ETHNIC RACIAL RELATIONS IN PEDAGOGICAL PRACTICE: EARLY YEARS OF ELEMENTARY EDUCATION
The present work presents as Ethnic-Racial Relations Theme in Pedagogical Practice: Initial Years of Elementary School. The work aims to combat ethnic racial difficulties in basic education. The objective of the research is to show the ethnic racial relationship within the school in order to improve pedagogical practices. This article aims to estimate the pedagogical exercise in relation to ethnic racial concepts in the school curriculum. Covering and getting used to how the education of the educators is cooperating to the law 10.639 / 03, realizing their ethnic identification and of their students. Was carried out bibliographical research and field research was with 10 (ten) teachers of the municipal school Nilo procópio Peçanha in high forest mt. It is the field research that sought to verify with the educators the use of ethnic racial concepts in the daily practice of pedagogy. Concludes that public educational policy requires more commitment to overcoming ethnic racial heterogeneity within the school environment and that racial discrimination impairs school achievement.
Keywords: Racial Discrimination. School. Preconception.
REFERÊNCIAS
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