Buscar artigo ou registro:

 

 

REAPROVEITAMENTO ALIMENTAR NO ESPAÇO ESCOLAR: UMA NOVA FORMA DE PRODUZIR ALIMENTOS SAUDÁVEIS

Pammella Christinna Barbosa de Assis

 

 

RESUMO

Entendemos que a realização do reaproveitamento alimentar no espaço escolar, possibilitará melhorar o aprendizado dos discentes, observando que a pessoa aprende quando há uma relação entre novas informações, com conhecimentos que já possua e partindo disso constrói novos significados. O aluno tendo a oportunidade de viver na prática a importância de ter uma alimentação saudável, o trabalho se torna assim mais rico pois é quando ele aprende a reaproveitar os alimentos em sua totalidade, passando a entender que o alimento é uma alternativa capaz de propiciar as pessoas um melhor consumo nutricional, melhoria na economia relacionada aos alimentos e a relação ecológica entre a população e o meio ambiente em que vivemos, uma vez que o reaproveitamento tem como consequência a redução do lixo.

 

Palavras-chave: Reaproveitamento; Alimentação; Sustentabilidade.

 

 

INTRODUÇÃO

 

No Brasil, estima-se que aproximadamente 68 mil toneladas de alimentos vão parar no lixo todos os dias, diante disso, é taxado como o país do desperdício. Os supermercados são os maiores responsáveis pelas perdas alimentares, jogando fora 13 milhões de toneladas de alimentos anualmente, fora as feiras livres que contribuem significativamente com desperdícios diários, e o do desperdício no consumo doméstico que pode chegar a 20%.

Diante da problemática enfrentada pelo Brasil e o mundo em relação ao desperdício de alimentos, e sem falar sobre o número de pessoas no Brasil que não tem o que comer, este projeto trás o intuito de conscientizar os educandos sobre o valor da utilização total dos alimentos, bem como as ações que evitem o desperdício e promovam a melhor distribuição dos mesmos pela população em geral, procurando sensibilizar os discentes sobre a temática e para o desempenho da condição de cidadão.

Para trabalhar e desenvolver de forma eficaz é preciso criar um ambiente capaz de envolver todo o corpo da escola junto à comunidade, assim se obterá sucesso no resultado final do trabalho, proporcionando a todos da unidade escolar uma alimentação de qualidade.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

O QUE É REAPROVEITAMENTO ALIMENTAR?

 

O Reaproveitamento alimentar trata-se de um método que visa à utilização total dos componentes dos alimentos, usando os recursos disponíveis sem desperdício, aproveitando parte dos alimentos que por preconceito ou falta de informação são desprezadas no preparo das refeições, incluindo, polpas, folhas, cascas, talos, sementes e entrecascas. Essa forma de utilização aumenta o fornecimento de nutrientes das preparações e favorece a sustentabilidade, além de diminuir o seu desperdício.

A utilidade completa dos alimentos é uma alternativa capaz de propiciar às pessoas um melhor consumo nutricional, melhoria da economia relacionada aos alimentos e a relação ecológica entre o homem e o meio ambiente em que vive, uma vez que o aproveitamento tem como consequência a redução do lixo (SILVA et al, 2005).

A adoção de práticas de reaproveitamento promove a diversificação alimentar da população por um baixo custo. Além disso, contribui com a redução dos impactos negativos causados entre a fome e o desperdício.

O processamento das sobras de alimentos é totalmente viável para a confecção de preparações como farinhas, bolos, cremes, chimias, pães, etc.  conservam o valor nutricional das matérias-primas. Por isso, não se deve jogar fora as sobras e aparas de frutas e hortaliças, pois não são consideradas lixo e possuem alto valor nutricional (KOBORI; JORGE, 2005). Cascas de fruta, por exemplo, são ricas em carboidratos, proteínas e pectina, combinação perfeita para a elaboração de doces, geleias e compotas (OLIVEIRA et al., 2002).

Com o reaproveitamento integral de alimentos podemos evitar o desperdício através da conscientização, fazendo com que a alimentação de muitas pessoas melhore, pois o Brasil está em 1º lugar no ranking por jogar alimentos perecíveis no lixo. Enquanto isso, milhões de pessoas passam fome, outras desperdiçam toneladas de alimentos por dia (BRASIL, 2006).

Dados de uma pesquisa conduzida pela Embrapa, com o apoio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelam que cada família brasileira joga fora diariamente 353 gramas de alimentos, ou 128 quilos por ano. Cada pessoa desperdiça 41,6 quilos de comida anualmente.

A forma mais comum de desperdício caseiro é a distorção no uso do alimento. Talos, folhas e cascas são, muitas vezes, mais nutritivos do que a parte dos alimentos que estamos habituados a consumir. Um quarto de toda produção nacional de frutas, verduras e legumes não são aproveitados (BADAWI, 2009). Utilizar o alimento em sua totalidade significa mais do que economia significa usar os recursos disponíveis sem desperdício, reciclar, respeitar a natureza e alimentar-se bem, com prazer e dignidade (BADAWI, 2009).

O mau hábito alimentar, atualmente se tornou uma preocupação de todos, pois infelizmente tanto ricos, como pobres têm adquiridos maneiras errôneas de se alimentar e propagado esses hábitos errados as gerações seguintes, trazendo danos a saúde por falta de nutrientes necessários e também ao meio ambiente com a quantidade de lixo orgânico que tem sido descartado.

Diante disso a conscientização no espaço escolar é de estrema necessidade, pois é o lugar de ressignificar novos aprendizados e ser o incentivador de melhores condições de saúde e do estado nutricional das crianças.

O reaproveitamento de alimentos é uma solução para diversos problemas atuais, pois com a diminuição do desperdício reduziria consideravelmente com a geração de resíduos, poluição, entre outros, que comprometem ao meio ambiente, bastando uma pequena mudança nos hábitos.

 

 

REAPROVEITAMENTO ALIMENTAR NO ESPAÇO ESCOLAR

 

A escola é um ambiente favorável para se desenvolver estratégias de educação nutricional, pois além de entender aos escolares, podem envolver família e comunidade (WHO, 2006).

O projeto de reaproveitamento dos alimentos em espaço escolar possibilitará ações pedagógicas voltadas à integração de diversas fontes e recursos de aprendizagem, o que proporciona o aluno a desenvolver atividades de observação e pesquisa, utilizando várias áreas do conhecimento.

Especialistas defendem que as escolas integrem a alimentação com as demais aprendizagens assimiladas nas instituições. Trata-se do momento oportuno para que se ensine a importância das escolhas alimentares.

Assegurar que os escolares possam ser saudáveis e aprender são componentes essenciais de um sistema educacional eficaz. Programas precoces de promoção de saúde e nutrição nas escolas podem melhorar a aprendizagem e os resultados educacionais das crianças, bem como a educação de qualidade pode conduzir a melhores resultados de saúde e nutrição (UNICEF, 2000).

A escola é o lugar ideal para implementação de ações que visam a melhoria da saúde, pois um dos papeis fundamentais se dá na formação de valores e bons hábitos, entre eles o da alimentação, e a construção de multiplicadores de ações, gerando grandes benefícios sustentáveis e também a saúde do corpo.

As contribuições das atividades realizadas no reaproveitamento alimentar ajudam o aluno a compreender que a alimentação é à base da vida e dela depende o estado de saúde do ser humano. E tornando assim consciente que o desperdício é um sério problema a ser resolvido, passando a entender que com um pouco de criatividade, o que antes tinha como destino o lixo, passa a ser a refeição principal de muitas famílias. Todas essas atividades têm como princípio: aproveitar tudo que o alimento pode nos oferecer como fonte de nutrientes, e conscientizar a adotarmos um estilo de vida que cause menos impactos ao meio ambiente, observando a problemática ambiental que vivenciamos partindo do reaproveitamento dos alimentos.

O nosso corpo necessita de uma alimentação sadia, rica em nutrientes e com o reaproveitamento integral dos alimentos acontecerão benefícios que poderão ser vistos de imediato, exemplos deles é o aumento da oferta de alimentos com alto valor nutritivo, o baixo custo e com ótimo sabor, sem desperdício e junto a isso a melhoria da renda familiar.

O aproveitamento integral de alimentos, como prática de saúde, é possível através da criação de novas receitas, como, sucos, doces, geleias e farinhas (GONDIM et al, 2005) e pode ser utilizado nas comunidades produtoras de alimentos, tendo como meta a produção de alimentos saudáveis, seja a nível familiar, educacional ou institucional (TEIXEIRA et al, 2001).

Importante ressaltar que para reaproveitar esses alimentos eles devem estar em bom estado geral, não devem estar com prazo de validade vencido ou com aspecto de estragado.

O que se espera ao desenvolver esse trabalho são alunos mais conscientes em relação à alimentação e ao ambiente. A educação ambiental é um assunto de importante relevância a serem ensinadas as crianças, explorar sua relação com a natureza e os impactos que suas ações podem causar no sentido ecológico.

A proposta do reaproveitamento alimentar é de inserir toda a comunidade, onde sejam envolvidos os familiares dos alunos. As crianças são agentes multiplicadores, pois elas aprendem na escola e levam para seus lares informações e conhecimentos sobre o que é trabalhado ao longo das aulas.

Os maus hábitos de desperdícios alimentares devem ser substituídos por uma prática alimentar saudável, diante disso a escola deve entrar em ação e fazer diferença na vida desse aluno, incentivando o consumo de alimentos saudáveis e seguros.

Os professores podem inserir e ensinar esses hábitos em todas as disciplinas, por se tratar de um tema transversal, pois está relacionado a diversidade cultural, economia, meio ambiente e sustentabilidade.

 

 

DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS NO BRASIL

 

No Brasil, o desperdício de alimentos é alto, chegando a 26 milhões de toneladas ao ano, o que poderia alimentar 35 milhões de pessoas (EMBRAPA, 2007).

De cada 100 caixas de produtos agrícolas colhidos, apenas 61 chegam à mesa do consumidor (Banco de Alimentos, 2008) e 60% do lixo urbano produzido é de origem alimentar (EMBRAPA, 2009).

O desenfreado desperdício de alimentos que ocorre anualmente, chegou a marca de 1,3 bilhões de toneladas de alimentos postos no lixo em todo o mundo, refletindo bruscamente na economia global. Os reflexos de tais perdas, porém, acabam provocando, também, impactos graves nos recursos naturais, afetando a própria cadeia alimentar da humanidade, que necessita de tais recursos para sobreviver (FAO, 2013), e a falta de alimentos acaba desencadeando doenças relacionadas às carências nutricionais ou, até mesmo, a morte (BRASIL, 2013a).

O desperdício de alimentos, portanto, tornou-se um problema de cunho social, com impacto não somente nutricional, mas ambiental e econômico significativo, gerando elevados custos decorrentes da sua eliminação, por isso, tornou-se temática preocupante discutida em diversos encontros das principais organizações mundiais (MOREIRA, 2012)

O desperdício é um sério problema a ser resolvido na produção e distribuição de alimentos, principalmente nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.

O crescimento da população mesmo que amparado pelos rápidos avanços da tecnologia, nos faz crer que o desperdício de alimentos é uma atitude injustificável. Por isso, não podemos mais desperdiçar.

Problemas nas estradas, veículos que não possuem sistemas de refrigeração adequados, sistemas de controle de temperaturas ineficientes, processo de colheita, manuseio impróprio, embalagens impróprias e pouco resistentes, a falta de mão de obra qualificada, são alguns dos fatores causadores de grandes desperdícios de alimentos.

Os alimentos considerados fora do padrão estético comum, por acreditarem que não seriam comprados pelo consumidor, muitas vezes nem chegam ao varejo, sendo descartados ainda no produtor agrícola ou em etapas intermediárias. Produtos com variação de cor, tamanho, um pouquinho mais maduros ficam pelo caminho.

Colocar comida em excesso no prato e jogá-la no lixo, descartar cascas de frutas e legumes, fontes ricas em fibras, ou armazenar de forma errada os ingredientes, são apenas algumas ações que contribuem para que cerca de um terço dos alimentos produzidos no planeta seja desperdiçado a cada ano.

É elevado o descarte de folhas, talos e cascas, estas partes vegetais poderiam ser usadas em preparações e incluídas no cardápio dos restaurantes. Além de reduzir gastos com a compra de alimentos, diminui o desperdício e aumenta o valor nutricional do cardápio (PRIM, 2003)

Contudo, apesar deste quadro negativo, este paradoxo pode ser minimizado com ações que consigam diminuir os gastos com alimentação e melhorar o valor nutricional, além da utilização consciente de recursos. Com base em todas as esferas que englobam a alimentação, saúde e sustentabilidade, torna-se indispensável abordar temas como o aproveitamento integral dos alimentos, que ainda é pouco conhecido, mas possui grande importância (MEDEIROS, 2005)

O desperdício de comida significa também perda de recursos naturais, contribuindo assim para impactos ambientais negativos.

 

 

SUSTENTABILIDADE

 

O termo Sustentabilidade é de origem latina, vem de Sustentare, que significa sustentar, conservar, proteger e manter em equilíbrio.

O conceito de sustentabilidade é algo que vem sendo inserido na cultura, como um assunto atual e que pode ser compreendido por ações de desenvolvimento que satisfazem as precisões atuais de modo que as gerações futuras tenham a garantia de que suas necessidades não serão comprometidas (VEIROS; PROENÇA, 2010).

Sustentabilidade é um conceito relacionado ao desenvolvimento sustentável, ou seja, formado por um conjunto de ideias, estratégias e demais atitudes ecologicamente corretas, economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente diversas.

 

O conceito de sustentabilidade combina com duas noções básicas; desenvolvimento econômico e sustentabilidade ecológica. O desenvolvimento da economia ecologicamente sustentável pode ser compreendido como um processo de mudanças relacionadas à estrutura, organização e atividade de um sistema econômico ecológico, que vise o bem estar máximo da sociedade, que pode ser sustentada pelos recursos naturais, aos quais o sistema econômico tem acesso. (BRAAT, 1991 apud SILVA, 2005 p.28)

 

Pode ser entendida como a manutenção do equilíbrio ao longo do tempo, ou seja, é a capacidade de conseguir suprir as necessidades humanas atuais, sem afetar as gerações futuras de suprirem as suas próprias necessidades.

Com atitudes sustentáveis catástrofes são evitadas, como extinções de espécies animais e vegetais, erosões do solo, assoreamento de rios, aquecimento global, etc.

Sendo assim, ter uma atitude sustentável é utilizar-se dos benefícios que a natureza oferece, mantendo condições viáveis para a existência de vida (humana, animal ou vegetal) com qualidade e de renovação dos recursos que ela disponibiliza.

A sustentabilidade ambiental vem buscando a manutenção do meio ambiente do planeta Terra, mantendo a qualidade de vida e o ambiente em harmonia com as pessoas.

Através da conscientização sobre o reaproveitamento, a sustentabilidade será colocada em pratica, pois usando os recursos naturais de forma inteligente e sem agredir ao meio ambiente estaremos visando um futuro com grandes resultados.

A conscientização e a adoção de ações propiciarão, a médio e longo prazo, a garantia de um planeta com boas condições para a existência e o desenvolvimento das mais diversas formas de vida, inclusive da vida humana.

As crianças estão o tempo todo percebendo o espaço onde vivem. Elas estão atentas a tudo que acontece. Assim, a melhor maneira de trabalhar sustentabilidade com elas é ser sustentável, praticar ações sustentáveis o tempo todo, em todos os momentos da rotina escolar. E o melhor suporte que temos para esse aprendizado é a natureza. Porque ela funciona em fluxo sem fim, conectando e transformando todos os seus elementos o tempo todo.

Devemos entender também que o desenvolvimento sustentável, não é relacionado somente com o meio ambiente natural. São três variáveis que fazem parte desse conceito: aspectos econômicos, sociais e ambientais compõem o tripé da sustentabilidade, também compreendido por: atitudes ambientalmente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis. (FUJIHARA, 2007 apud MINA, 2008 p.45)

 

 

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

 

A Educação Ambiental tem por objetivo contribuir para a compreensão do ambiente em suas dimensões ecológicas, econômicas, sociais, culturais, políticas, éticas e tecnológicas, de maneira a sensibilizar a todos quanto à importância de sua organização e participação na defesa de todas as formas de vida, assim, incentivar a mobilização dos cidadãos a partir do reconhecimento das causas e das consequências dos impactos socioambientais que afligem o planeta, buscando satisfazer as necessidades fundamentais da humanidade ao mesmo tempo em que são respeitados os direitos das gerações futuras terem acesso a um ambiente saudável (EMBRAPA, 2011).

A Lei N° 9.795 – Lei da Educação Ambiental, em seu Art. 2° afirma: A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.

Um dos objetivos nas aulas que trazem conteúdos como educação ambiental é conscientizar e responsabilizar os seres humanos por suas atitudes com relação ao meio ambiente, a fim de que estes atos não venham afetar devastadoramente um futuro próximo ou em longo prazo.

 

O desenvolvimento de programas de educação ambiental e a conscientização de seus conteúdos depende deste complexo processo de emergência e constituição de um saber ambiental, capaz de ser incorporado às práticas docentes e como guia de projetos de pesquisa. (LEFF, 2001, P.18)

 

Observa-se a necessidade da construção de novas visões educacionais que integrem a saúde e o ambiente através de projetos realizados na escola.

 O desenvolvimento de trabalhos realizados dentro do ambiente escolar abordam temas como educação ambiental, e educação para a saúde através dos aspectos nutricionais e alimentares.

A educação ambiental, com sua dimensão ampla, é uma grande aliada para direcionar as crianças à sustentabilidade. Logo agrega e fortalece as iniciativas da chamada educação para a cidadania, da ecopedagogia, da educação para sociedades sustentáveis, da educação para a gestão ambiental, enfim, das várias denominações e representações que recebe (TRISTÃO, 2004).

De acordo com o MEC (s/d, p. 2):

 

Por estes motivos, é essencial que as Diretrizes Curriculares Nacionais do CNE auxiliem no dever atribuído constitucionalmente ao Estado de promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente (C.F., art. 225 § 1º inciso VI) e na implementação das Políticas Nacionais de Educação Ambiental e de Meio Ambiente (estabelecidas pela Lei nº 9.795, de 27/04/99, regulamentadas pelo Decreto nº 4.281, de 25/06/2002, e pela Lei nº 6.938/81) que exigem também do ensino formal o dever de capacitar as pessoas, em todos os níveis e modalidades de ensino, para a participação ativa na defesa do meio ambiente.

 

A Educação Ambiental é um processo permanente e contínuo, que não se limita à educação escolar. Contudo, introduzi-la na escola, inclusive na Educação Infantil, é uma das estratégias para o seu desenvolvimento. Além de ser uma importante ferramenta, sua implementação está prevista na Política Nacional da Educação Ambiental, para todos os níveis de ensino, não como disciplina, mas como tema a ser incluído nos diferentes conteúdos programáticos.

A Educação Ambiental, enquanto processo, visa ensinar e praticar a redução do consumo e a busca por produtos mais ecológicos, a fim de evitar e reduzir a geração de resíduos, entender realmente o que é ser sustentável, utilizar ferramentas na vida cotidiana, entender as relações do ser humano com o meio ambiente e como é possível causar menos impactos, entre outras ações, sempre respeitando a natureza e todos os seus elementos.

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano, contribuindo para formação de cidadãos responsáveis.

A escola é um espaço público que promove o processo de socialização, e prepara o aluno para a cidadania responsável. É um dos espaços fundamentais para a divulgação dos princípios da educação ambiental, permitindo o desenvolvimento de uma postura crítica frente à realidade, estabelecendo uma ligação mais significativa entre as informações veiculadas pelos meios de comunicação e o conhecimento prévio do aluno.

Segundo o PCN (Parâmetro Curriculares Nacional), a questão ambiental vem sendo considerada como cada vez mais urgente para a sociedade, pois o futuro da humanidade depende da relação estabelecida entre a natureza e o uso pelo homem dos recursos naturais disponíveis. (PCN,1997)

O professor é peça fundamental no processo de conscientização da sociedade no que concerne aos problemas ambientais, pois buscará desenvolver em seus alunos, hábitos e atitudes sadias de conservação ambiental e respeito à natureza, transformando-os em cidadãos conscientes e comprometidos com o futuro do país.

 

Uma das formas de levar educação ambiental à comunidade é pela ação direta do professor na sala de aula e em atividades extracurriculares. Através de atividades como leitura, pesquisas e debates, os alunos poderão entender os problemas que afetam a comunidade onde vivem, refletir e criticar as ações de desrespeito à ecologia, a essa riqueza que é patrimônio do planeta de todos que nele se encontram. (SEIXEIRO,2011apud MUNHOZ 2004, p.81)

 

O tema Educação Ambiental nas escolas deve ser empregado em todos os níveis de escolaridade, pois tem como objetivo educar cidadãos para que possam agir de modo responsável e cuidar do meio ambiente, visando uma vida saudável no presente e no futuro. A obrigação da Educação Ambiental nas escolas contribui para que o aluno tenha mudanças de comportamento pessoal, adotando atitudes e valores de cidadania que contribuam ao crescimento social.

O Parâmetro Curricular Nacional (BRASIL, 1997) sugere que o tema ambiental seja trabalhado transversalmente na educação, ou seja, propõe que as questões ambientais permeiem os objetivos, conteúdos e orientação didática em todas as disciplinas, no período da escolaridade obrigatória. Ao mesmo tempo, nas perspectivas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96 – há indicações de mudanças curriculares no ensino formal onde a Educação Ambiental pode ser apresentada em outro nível (SEIXEIRO, 2011).

A incorporação da Educação Ambiental no processo educacional proporcionou uma discussão sobre as questões ambientais e as consequentes transformações de conhecimentos, valores e atitudes diante de uma nova realidade. Este conceito será continuamente construído por educandos e educadores num processo contínuo e permanente, através de uma perspectiva interdisciplinar, utilizando o conteúdo específico de cada matéria de modo analisar os problemas ambientais de outras regiões.

 

 

ARGUMENTAÇÃO

 

Entendemos que o ensino sobre reaproveitamento alimentar no espaço escolar possibilitará uma real mudança de hábitos, visto que os alunos são considerados multiplicadores de informações, sendo assim, conseguirão levar os ensinamentos para dentro de suas famílias. Tal ação proporciona uma economia nos gastos com a alimentação, e ao mesmo tempo em que agrega valor nutricional à saúde. Uma vez que, o reuso dos alimentos funcionais e seu benefício ao organismo amplia sua condição de bem-estar, pois em geral se mostram como uma fonte inesgotável de nutrientes que quando usados de maneira correta podem atuar como fármacos. Deste modo, procurar-se por meio da prática de ensino e aprendizagem permitir que os educandos tenham acesso a informações relevantes a sua formação, adquirindo hábitos saudáveis de boa alimentação, assim, como a preservação do meio ambiente por meio da redução de dejetos eliminados rotineiramente.

Alimentação é à base da vida e dela depende o estado de saúde do ser humano. O desconhecimento dos princípios nutritivos do alimento, bem como o seu não aproveitamento, ocasiona o desperdício de toneladas de recursos alimentares. A falta de conhecimento da população sobre as propriedades nutricionais dos alimentos é um dos fatores que levam ao desperdício. Além da conscientização sobre a real necessidade em evitar que alimentos sejam desperdiçados, a população também precisa conhecer os alimentos que farão bem ou mal para a saúde. A educação nutricional começa em casa, mas na escola o professor pode trabalhar com os alunos várias maneiras de se reaproveitar esses alimentos. O desperdício dos alimentos pode ser prevenido através da educação, pelo esclarecimento da comunidade sobre sua utilização, além de uma alimentação alternativa que pode servir para a economia dos indivíduos, e também auxiliar na diminuição do lixo orgânico que é produzido. O que se espera ao desenvolver esse trabalho são alunos mais conscientes em relação à alimentação e ao ambiente. A educação alimentar e ambiental é um dos assuntos mais importantes a serem ensinadas as crianças, explorar sua relação com os alimentos e os impactos que suas ações podem causar no sentido ecológico é de grande importância para sua vida e as futuras.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Foi possível perceber que o reaproveitamento alimentar no espaço escolar é uma excelente medida, uma vez que não gera custos adicionais, fazendo a utilização de algo que já tenha disponível e que seria descartado.

O reaproveitamento alimentar pode ser colocado em prática tanto nas cozinhas da unidade escolar, nas casas das famílias, como também em restaurantes e bares, trazendo além de uma alimentação com maior quantidade de nutrientes, a redução de custos na renda e a diminuição de lixo orgânico descartado no meio ambiente.

 

 

REFERÊNCIAS

 

SAMPAIO, Iracilma da Silva; FERST, Enia Maria; OLIVEIRA, Josimara Cristina de Carvalho. A ciência na cozinha: Reaproveitamentp de alimentos – nada se perde tudo se transforma. Disponível: http://if.ufmt.br/eenci/artigos/Artigo_ID367/v12_n4_a2017.pdf

 

Reaproveitar alimentos é saída para fome. Diário do Nordeste: 2005. Disponível:https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/reaproveitar-alimentos-e-saida-para-fome-1.333443

 

OROSKI, Fábio. As principais causas do desperdício de alimentos: o que você tem a ver com isso? Linked:2017. Disponível:   https://www.linkedin.com/pulse/principais-causas-do-desperd%C3%ADcio-de-alimentos-o-que-voc%C3%AA-f%C3%A1bio-oroski

 

THOMÉ, Ana Carolina; MENDONÇA, Rita. Sustentabilidade na escola: como ensinar seus princípios para as crianças? Conexão planeta: 2018. Disponível: http://conexaoplaneta.com.br/blog/sustentabilidade-na-escola-como-ensinar-seus-principios-para-as-criancas/