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A LITERATURA INFANTIL COMO MECANISMO NA APRENDIZAGEM

Josevania Guia dos Santos

Leilaine Semensate Silva Cruz

Marlene Foscarini Alves

Marlene Cassol Klaus

Joyce Caroline Morais Rosa

 

 

RESUMO

A literatura infantil é uma ferramenta de fundamental na constituição do leitor. O objetivo é mostrar a importância da contribuição da Literatura Infantil para o desenvolvimento da construção do conhecimento, sendo os específicos: verificar quais estratégias de leitura são utilizados pelos professores; identificar o quanto à literatura infantil contribui para o desenvolvimento emocional e cognitivo; compreender a importância da literatura para o desenvolvimento da linguagem e criatividade. O problema é que os ensinamentos domésticos podem interferir nos sistemas escolares, hoje os pais e professores dividem a responsabilidade pela educação, porém algumas crianças apresentam resistência à leitura? A metodologia foi a pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo e estudo descritivos. Foi realizada uma entrevista com duas professoras da educação infantil de uma Escola Pública Municipal, com questionário aberto, com as perguntas: Reconhecem a importância da literatura infantil para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança? Qual critério que utilizam para a escolha do livro? O que mais chama atenção nas crianças são as ilustrações ou as histórias? Conseguem despertar nas crianças o interesse e atenção a leitura através das práticas de contar histórias? As escolas dispõem de livros de literatura infantil para utilização em sala de aula. As professoras entrevistadas contribuem com a inserção da literatura infantil, apesar de algumas dificuldades relatadas. Pode-se dizer que a leitura ultrapassa a realidade, transformando-a através da imaginação. Diante da pesquisa entende-se que a literatura infantil é um elemento indispensável na aprendizagem com divertimento e que facilite as práticas pedagógicas em sala de aula.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Infantil; Leitura; Aprendizagem.

 

 

ABSTRACT

Children's literature is a fundamental tool in the constitution of the reader. The objective is to show the importance of the contribution of Children's Literature to the development of knowledge construction, the specific ones being: to verify which reading strategies are used by teachers; identify how much children's literature contributes to emotional and cognitive development; understand the importance of literature for the development of language and creativity. The problem is that home teaching can interfere with school systems, today parents and teachers share responsibility for education, but some children have resistance to reading? The methodology was bibliographic research, of a qualitative nature and descriptive study. An interview was carried out with two early childhood teachers from a Municipal Public School, with an open questionnaire, with the questions: Do you recognize the importance of children's literature for the cognitive, emotional and social development of the child? What criteria do you use to choose the book? Is it the illustrations or the stories that most attracts children's attention? Can they arouse children's interest and attention to reading through storytelling practices? Schools have children's literature books for use in the classroom. The interviewed teachers contribute to the insertion of children's literature, despite some reported difficulties. It can be said that reading goes beyond reality, transforming it through imagination. In view of the research, it is understood that children's literature is an indispensable element in learning with fun and that it facilitates pedagogical practices in the classroom.

KEYWORDS: Literature; Children; Reading; Learning.

 

 

  1. INTRODUÇÃO

 

A literatura infantil é tida como o principal instrumento na aprendizagem, favorecendo para que a criança construa o seu conhecimento e aprenda a exercer sua cidadania, permitindo o exercício da fantasia e levando quem lê a construir um mundo imaginário, onde pode exercer sua reflexão crítica e promove o debate de ideias.

A literatura infantil é também uma condição prévia para a escrita, pois bons leitores são bons escritores, suas produções de textos são dinâmicas e consonantes. Demonstra também que o ato de ler deve ir além da leitura das letras, de palavras, levando o indivíduo à leitura de mundo, do contexto cultural onde ele vive possibilitando assim o desenvolvimento do senso crítico.

A literatura infantil é fundamental para a aquisição de conhecimentos, recreação, informação e interação necessárias ao ato de ler.

Acredita-se que a falta de diálogo, o comportamento individualista vem inibindo desde cedo as crianças. Nesse sentido o desenvolvimento do raciocínio dos educandos, tendo o professor como articulador do processo educacional básico, a escola tem o compromisso de reduzir a distância entre a ciência e a cultura de base e o professor deve ser o intermediário desta ação.

Há uma necessidade urgente de desmistificar as "dificuldades" que envolvem a leitura. Todo esforço nesse sentido, principalmente, nas séries iniciais, a nosso ver, deve ser realizado, em busca de melhores resultados. A leitura desenvolve o raciocínio lógico e leva a criança a melhorar sua concentração, a prestar atenção em detalhes que uma leitura descompromissada e sem direcionamento perde. Na história, a criança se projeta momentaneamente nos personagens e penetra no mundo da fantasia, vivenciando um contato mais estreito com seus sentimentos e elaborando seus conflitos e emoções. Desta maneira, ela cresce e se desenvolve. A história funciona como uma ponte entre o real e o imaginário.

Portanto, a literatura infantil é uma ferramenta fundamental na constituição do leitor, quando utilizada de forma maçante e com um único intuito de alfabetizar, pode provocar sérios danos à formação do indivíduo e a sua capacidade de interpretação seja literária ou da leitura de mundo. A escolha pela temática é devido ao fato da leitura permear em nossa vida e estão presentes em todos os lugares, gestos e ações. Em casa, na rua, na igreja, ou na escola, de um modo ou de outro, envolvemos nossa existência com a educação para aprender e ensinar, todo o tempo. A literatura infantil é um dos mecanismos de aprendizagem, no momento em que a criança começa a ler, ela decodifica o código, ou seja, reconhece a letra, e se esta decodificação não estiver significativamente relacionada às práticas cotidianas, a leitura não se configura como um ato de sentido, necessário e presente no seu dia a dia. As histórias influência na vida de uma criança e teor lúdico que está inserido nesta ação é o fator de importância, na busca da realidade social da criança, apontando as características e tipos de histórias condizentes para cada faixa etária.

O objetivo geral deste artigo é mostrar a importância da contribuição da Literatura Infantil para o desenvolvimento da construção do conhecimento infantil. Sendo os específicos: verificar quais estratégias de leitura são utilizados pelos professores da educação infantil; identificar o quanto à literatura infantil contribui para o desenvolvimento emocional e cognitivo da criança; compreender a importância da literatura para o desenvolvimento da linguagem e criatividade.

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo e estudo descritivos. Foi realizada uma entrevista com duas professoras da educação infantil de uma Escola Pública Municipal, com questionário aberto, em que procuramos saber: Reconhecem a importância da literatura infantil para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança? Qual critério que utilizam para a escolha do livro? O que mais chama atenção nas crianças são as ilustrações ou as histórias? Conseguem despertar nas crianças o interesse e atenção a leitura através das práticas de contar histórias? As escolas dispõem de livros de literatura infantil para utilização em sala de aula.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

A LITERATURA INFANTIL

 

Desde os primórdios, a literatura infantil surge como uma forma literária menor, atrelada à função utilitário-pedagógica que a faz ser mais pedagogia do que literatura.

Contar histórias para crianças sempre expressou um ato de linguagem de representação simbólica do real direcionado para a aquisição de modelos linguísticos. Nesse universo, operam-se por associações mais simples de pensamento, as de contiguidade, feitas com base na proximidade explicita e compulsória entre os elementos da cadeia significativa: texto-contexto. Lógica comandada pelos princípios de sucessividade e de linearidade, o que corresponde ao resgate do tempo real com base na pretendida como uma lei absoluta da linguagem discursiva (PALO & OLIVEIRA, 2003).

O primeiro contato da criança com um texto é feito oralmente, através da voz da mãe, do pai ou dos avós, contando contos de fada, trechos da Bíblia, história inventada, livros atuais, curtinhos poemas e outros.

Ler histórias para crianças, sempre é poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelos personagens, com a ideia do conto ou com jeito de escrever do autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, brincadeira e divertimento.

Segundo Abramovich (1997) é também suscitar o imaginário, é ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar outras ideias para solucionar questões, é uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos através de problemas que vão sendo desafrontados, resolvidos pelas personagens de cada história.

É através de uma história que podemos descobrir outros lugares, outros tempos, jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica, entendemos mais de história, geografia, filosofia, política, sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que cara de aula, porque se tiver deixa de ser literatura, deixa de ser prazer e passa a ser didática, que é outro departamento (ABROMOVICH, 1997).

O ser infantil da literatura, o  tema literatura infantil leva-nos de imediato à reflexão acerca do que seja esse “infantil” como qualificativo especificador de determinada espécie dentro de uma categoria mais ampla e geral do fenômeno literário (PALO & OLIVEIRA, 2003).

A própria psicologia da aprendizagem, que, ao evidenciar as fases para a completa maturação das estruturas de pensamento e de todo conjunto biopsíquico da criança, acaba por colaborar com a visão “natural” domínio do adulto, na medida em que o pensamento infantil ainda não está apto para inferências, abstratas e generalizadas de uma mente logicamente controlada.

E aí que entra a pedagogia, como um meio de adequar o literário às fases do raciocínio infantil, e o livro, como mais um produto através do qual os valores sociais passam a ser veiculados, de modo a criar para a mente da criança hábitos associativos que aproximam as situações imaginárias vividas na ficção a conceitos, comportamentos e crenças desejados na vida prática, com base na verossimilhança que os vincula (PALO & OLIVEIRA, 2003).

Além do encantamento, envolvimento e sonhos provocados a partir dos contos de fadas, suas belíssimas e clássicas histórias possuem a faculdade de contribuir para o desenvolvimento da personalidade, uma vez que, forma inconsciente e, portanto, ausente de intencionalidade, ajudam na superação do medo, da insegurança, no fortalecimento do equilíbrio, na preparação para a maturidade, para as relações amorosas e sexuais, no encontro com o outro e, principalmente, na descoberta do próprio eu. Diante leitura de vários artigos, ressalta que o período da infância é marcada pelo egocentrismo. Segundo Vygotsky (2001), é um período que o traço central do pensamento infantil e constitui um eixo de ligação entre as demais características da lógica da criança, ou seja uma fase intermediária entre o pensamento dirigido e o pensamento autístico[1].  Que ocorre de duas formas consciente quando expresso por meio da linguagem, e subconsciente que está baseado na imaginação e nos sonhos. Sendo assim, nota-se a importância e necessidade dos contos de fadas nas manifestações das fantasias, pois quando a criança é empática quando se identifica com a história ou com os personagens.

 

Enquanto diverte a criança, o conto de fadas a esclarece sobre si própria e favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferece tantos níveis distintos de significado e enriquece a sua existência de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça à profusão e diversidade das contribuições por esses contos à vida da criança (BETTELHEIM, 2007, p. 20).

 

Para além da formação da personalidade, está na literatura infantil a possibilidade de trabalhar com diferentes disciplinas escolares dentro de um único contexto, o que no campo pedagógico pode ser chamado de interdisciplinaridade.

Segundo Coelho (2000), procurar articular as diferentes áreas do saber é a mais adequada formação educativa. Procura articular essas áreas, onde uma contemple a outra, com organização de ideias em um determinado contexto e aquisição de conhecimentos com saberes essenciais.

Em consonância com a interdisciplinaridade, os temas transversais, recomendados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), também apontam caminhos significativos para a aprendizagem, bem como para o favorecimento à compreensão da realidade e da participação social. Mas há nessa interação pedagógica, diferenças que fundamentam uma concepção crítica da realidade, devendo estar sempre presente no currículo escolar.

 

Diferem uma da outra no sentido que a interdisciplinaridade refere-se a uma abordagem epistemológica dos objetos de conhecimentos questionando a segmentação entre os diferentes campos do saber produzida por uma visão compartimentada (disciplinar), que apenas informa sobre a realidade sobre a qual a escola, tal como é conhecida, historicamente se constituiu. Já a transversalidade refere-se a uma abordagem pedagógica que possibilite ao aluno uma visão ampla e consciente da realidade brasileira e sua inserção no mundo bem como sua participação social (KLEIMAN, 1999, p. 22).

 

O autor enfatiza também a necessidade da comunhão entre esses dois conceitos, pois para ela, eles alimentam-se, mutuamente. Enquanto a interdisciplinaridade questiona a fragmentação do saber, a transversalidade está voltada para as questões que contribuem para a alienação do sujeito.

Assim, para que haja uma educação para a cidadania, como recomenda os PCN (1998), a escola não pode restringir a aprendizagem dos alunos apenas ao conhecimento convencional e conteudista das disciplinas. Ao contrário, as questões sociais necessariamente precisam, literalmente, atravessar todas as disciplinas, afinal, os assuntos e problemas sociais relevantes aos nossos alunos estão presentes dentro e fora da escola. Então, diante do que estabelece os PNC acerca dos fundamentos de uma prática pedagógica responsável com a formação do sujeito-cidadão, crítico e atuante, temas como a Ética, a Pluralidade Cultural, Saúde e Meio Ambiente devem fazer parte do cotidiano escolar, inclusive durante a Educação Infantil, quando nascem os primeiros entendimentos sobre o que é e como pode vir a ser o convívio social.

Outro importante instrumento literário para a infância é a poesia. Diferentemente da abordagem moralista detectada nas poesias anteriores à década de sessenta no Brasil, Cecília Meireles (1901-1964) surgiu como a autora que veio ressignificar a poesia, trazendo questões relacionadas à criança e adquirindo enfim, o verdadeiro contorno infantil (COELHO, 2000).

A poesia para a criança integra o que há de mais real para elas, o brincar. Há poetas que brincam com as palavras, dando-lhes sonoridade, humor, uma composição de jogo e ludicidade verbal. Na poesia a seguir, Paes convida o leitor a mergulhar no mundo metafórico da poesia:

 

Convite Poesia / é brincar com palavras / como se brinca / com bola, papagaio, pião Só que / bola, papagaio, pião /de tanto brincar / se gastam. As palavras não: / quanto mais se brinca / com elas /mais novas ficam. Como a água do rio / que é água sempre nova. Como cada dia / que é sempre um novo dia. Vamos brincar de poesia? (COELHO, 2000, p. 252).

 

Apesar da existência desse valioso gênero literário, o uso da poesia pelas escolas, ainda na atualidade, restringe-se à glorificação de datas comemorativas, como Dia do índio ou Dia das Mães. Da mesma forma que renomados autores brasileiros deixam de escrever versões infantis, como se estas possuíssem valor menor que outras. Por vezes, subestimam a inteligência da criança publicando poesias tidas como bobinha, na qual o uso de palavras no diminutivo constitui a referência principal.

Contrariando essa ideia, Abramovich diz que:

 

A poesia para crianças, assim como a prosa, tem que ser antes de tudo muito boa! De primeira qualidade! Bela, movente, cutucante, nova, surpreendentes, bem escrita... Mexendo com a emoção, com as sensações, como os poros, mostrando algo de especial ou que passaria despercebido, invertendo a forma usual de a gente se aproximar de alguém ou de alguma coisa [...] (2006, p. 67).

 

Para além da utilidade pedagógica, principalmente no que concerne o desenvolvimento da linguagem, a poesia que fala para a alma, possui uma finalidade ainda maior que é a de propiciar o despertar da sensibilidade, a criticidade e a enfatizar os valores humanos, condição necessária, porém em desuso na sociedade moderna.

A literatura infantil, quando bem conduzida, pode propiciar o gosto não apenas pela poesia e/ou pelos contos e histórias infantis de um modo geral, mas é também um instrumento capaz de desencadear a conquista da leitura.

A função utilitário pedagógica dentro do contexto da literatura infantil, a função pedagógica implica na ação educativa do livro sobre a criança. De um lado, relação comunicativa leitor/obra, tendo por intermediário o pedagógico, que dirige e orienta o uso de informação; de outro, a cadeia de mediadores que interceptam a relação livro/criança: família, escola, biblioteca e o próprio mercado editorial, agentes controladores de usos que dificultam à criança a decisão e escolha do que e como ler (PALO & ROSA, 2003).

Extremamente pragmática essa função pedagógica em vista uma interferência sobre o universo do usuário através do livro infantil, da ação de sua linguagem, servindo-se da força material que as palavras e imagens possuem, como signos que são, de atuar sobre a mente daquele que as usa; no caso, a criança.

Ainda segundo Palo & Rosa, esse uso por sua vez, também se manifesta por uma ação a atividade de leitura, responsável pela decodificação da mensagem, traduzindo-a em novos signos portadores de sentidos que a mente apreendeu e, agora, transfere à experiência do usuário, incorporando-os ao seu modo de pensar, sentir e agir.

Na história do livro, do leitor e da sua leitura, ambas em permanente processo de reciclagem da informação, marcada de geração em geração.

 

Mais do que falar preencher, o texto ouve e silencia, para que a voz do seu parceiro, o leitor, possa ocupar espaços e ensinar também. Redescobre-se, então, o verdadeiro sentido de uma ação pedagógica que é mais que ensinar o pouco que se sabe, estar de prontidão para aprender a vastidão daquilo que não se sabe. A arte literária é um dos caminhos para esse aprendizado (PALO&ROSA, 2003, p. 14).

 

Ao ler à história a criança também desenvolve todo um potencial crítico. A partir daí ela pode pensar, duvidar, se perguntar e questionar. Pode sentir inquietada, cutucada, querendo saber mais e melhor ou percebendo que se pode mudar de opinião. Diante da nossa pesquisa as duas professoras entrevistadas que trabalham há mais de 10 anos com educação infantil, quando questionadas na atuação de professoras de séries iniciais, se ambas reconhecem a importância da literatura infantil para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança.

 

[...] É importante reconhecer a literatura infantil e incentivar a formação do habito de leitura na idade em que todos os hábitos de formam, isto é na infância. Acredito que, quando o educador realiza na rotina de aula a hora do conto desperta o interesse na criança pratica da leitura, seja visual ou contada, portanto contar história narrativas desde os primeiros anos de vida escola da criança contribui para o desenvolvimento do seu pensamento lógico e também sua imaginação [...]. (D.M.S, Professora da Rede Municipal de Ensino).

[...] Com certeza a literatura infantil assume um papel importante no desenvolvimento do indivíduo. Ela e capaz de promover o desenvolvimento integral do ser humano [...]. (M. A.L, professora da rede municipal de ensino).

 

Diante das respostas dos professores, compreende-se a importância da literatura infantil e salienta-se a contribuição na aprendizagem, visto que a leitura é uma atividade que deve ser praticada desde a infância podendo se desenvolver de maneira individual ou coletiva, porém contribuindo com a socialização através das relações com o seu eu e tudo que o cerca, traz possibilidades de crescimento pessoal, pois quando a criança gosta de lê, demonstram interesses espontaneamente.

Portanto, compreender a relevância da leitura possibilita aos professores intervir de maneira apropriada, não interferindo e descaracterizando o prazer que o que a mesma proporciona. A leitura é também um recurso pedagógico não deve ser dissociado sob o risco de descaracterizar-se, pois a vida escolar é regida por normas e tempos determinados, fazendo na escola uma vida diferente das outras ocasiões.

Procuramos saber qual critério que as professoras utilizam para a escolha do livro?

 

[...] Os livros devem ser selecionados para a educação infantil com ilustrações que chama a atenção de todos principalmente deixa lá manusear os livros aguçando assim o interesse [...]. (D.M.S, Professora da Rede Municipal de Ensino).

[...] Geralmente procuro integrar as histórias aos conteúdos a serem trabalhados nesse sentido vejo a indicação da faixa etária, o assunto de que se trata, qual a mensagem ele quer transmitir e de como posso utiliza-lo ao meu favor na construção do conhecimento [...]. (M.A.L, professora da rede municipal de ensino).

 

Há uma literatura adequada a cada faixa etária e o interesse está associado ao nível de desenvolvimento psicológico da criança. Além de a leitura despertar interesse da criança, os adultos têm um papel importante no universo dos leitores, sendo esse o papel de contador de histórias.

Acredita-se que criança necessita de um contador de histórias, seja em casa ou na escola, influindo em todos os aspectos da formação do ser humano, não só na educação, mas também nas áreas vitais como inteligência e afetividade, através da literatura pode-se promover na criança até mesmo mudanças de comportamento, de hábitos e atitudes.

Perguntamos as professoras se o que mais chama atenção nas crianças são as ilustrações ou as histórias.

 

[...] As ilustrações no primeiro momento, mas o educador com certeza deve garantir a leitura de forma prazerosa dando vida a narrativa [...]. (D.M.S, Professora da Rede Municipal de Ensino).

[...] As duas coisas podem ser interessantes. Tudo depende da forma como se faz porém, as crianças preferem os livros grandes, com tatos curtos e bem coloridos [...]. (M.A.L, professora da rede municipal de ensino).

 

Quando a crianças ouvem histórias, vai abrindo caminhos e sua imaginação vai fluindo. Quando uma pessoa se dispõe a contar história, além de levar em consideração o preparo prévio, o planejamento e o cuidado de contar uma boa história podem levar o seu ouvinte a ouvir muito mais do que as palavras querem dizer. É dentro dessa ótica que é possível perceber o prazer de quem ouve, a técnica e os recursos têm muita importância.

As práticas de contar histórias do professor, as professoras comentaram se conseguem despertar nos alunos o interesse e atenção pela leitura.

 

[...] Como já foi mencionado, a pratica do educador dar vida a narrativa com entonações, imitações dos sons e de fundamentar a importância para garantir a atenção dos alunos [...]. (D.M.S, Professora da Rede Municipal de Ensino).

 [...] Sim e possível despertar nos alunos o interesse pela leitura a partir do momento em que a história for encarado a sério pelo professor, e não simplesmente um bom livro, a história e a forma como se conta são fatores fundamentais para despertar o interesse da criança sim, e são utilizadas constantemente [...]. (M.A.L, professora da rede municipal de ensino).

 

Diante de leituras da literatura infantil, realizada pelos professores, pode considerar-se um ato provocativo utilizado pelo professor, pois leva a criança a questionar, argumentar, levantar hipóteses, comparar a história com a sua própria vida trazendo respostas para si.

Procuramos saber também se nas escolas que as professorar lecionam dispõe de livros de literatura infantil para utilização em sala de aula.

 

[...] Sim temos inserido no planejamento a hora do conto no cantinho da leitura alunos [...]. (D.M.S, Professora da Rede Municipal de Ensino).

[...] Não é o suficiente, mas tem alguns.

 

Percebe-se que as professoras têm certa dificuldade no momento de executar a literatura infantil, porém a mesma faz parte do plano de ensino, sendo assim evidencia que literatura infantil é uma forte aliada do professor na formação de futuros leitores, podendo ser utilizados como uma importante ferramenta de trabalho em suas aulas.

As professoras entrevistas também relataram que na medida em que o trabalho com literatura infantil é realizado dentro de sala de aula, influencia no comportamento leitor da criança, no domínio de interpretar aumentar a qualidade e a capacidade crítica e crescimento de seu lado cognitivo no sentido de que sua interpretação pode gerar a transformação pelo mundo.

Assim há muitas crianças que tem resistência a leitura, umas até mesmo por preguiça, porém é uma atividade que deve ser inserida na época que são ainda bebes, aquelas historinhas que as mães contam pra dormir, se houver essa prática em casa, por parte dos pais, com certeza na escola essa criança terá um destaque maior, e da mesma forma que elas gostam de ouvir com o passar dos tempos, elas passam a contar e sempre caracterizando nos personagens, onde mudam o tom de voz, produzem sons diferentes, ou seja, elas entram no mundo da imaginação e conseguem repassar como se fosse algo real.

 

 

  1. CONCLUSÃO

 

O principal objetivo da literatura infantil é o desenvolvimento da construção do conhecimento, pois espera-se que a leitura jamais seja vista meramente como um comportamento mecânico, utilizada somente com o intuito de aprender a ler decifrando o código da escrita, sem nenhuma iniciativa que leve o sujeito a refletir sobre seu próprio ato de ler, fazendo uso da leitura para sua vida cotidiana.

É necessário que o professor desenvolva diferentes estratégias de leitura, principalmente envolvendo a literatura, já que configura-se como uma das formas também lúdica de envolver a criança, que através da narrativa, transforma brincadeiras, respeitando o direito da criança, e ainda reflete sobre os processos da leitura.

Assim na literatura infantil, pais e professores devem explorar a função educacional do texto literário, sendo ele ficção ou poesia por meio da seleção e análise de livros infantis, desenvolvendo o lúdico juntamente com o domínio da linguagem, utilizando as histórias infantis como caminho para o ensino multidisciplinar.

Estratégias para o uso de textos infantis no aprendizado da leitura, interpretação e produção de textos também são exploradas com o intuito finale promover um ensino de qualidade, prazeroso e direcionado à criança, somente desta forma, transformaremos o Brasil num país de leitores.

Acredita-se que desta forma a criança terá um melhor desenvolvimento, ou seja, o brincar torna a aprendizagem mais significativa para a criança. E como já foi mencionado, cabe ao professor o papel de incentivar a criança a apreciar uma bela história, assim como também ser o provocador de experiências que façam estas pensarem e criarem com as possibilidades da leitura.

As professoras entrevistadas contribuem com a inserção da literatura infantil, apesar de algumas dificuldades relatadas, através da criatividade e responsabilidade, descobrindo maneiras interessantes para serem trabalhadas.

Atualmente o a literatura infantil, ou seja, a leitura está inserida na proposta educativa que se baseia na atividade e na interação, que se desenvolvem várias habilidades, explorando e refletindo sobre a realidade, a cultura na qual se vive, incorporando e, ao mesmo tempo, questionando regras e papéis sociais.

Pode-se dizer que as atividades que a leitura ultrapassa a realidade, transformando-a através da imaginação. A incorporação da literatura infantil na prática pedagógica, pode desenvolver diferentes atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados construtivos para o educando, também funciona como exercícios necessários e úteis à vida.

Diante da pesquisa entende-se que a literatura infantil é um elemento indispensável para que haja uma aprendizagem com divertimento e que facilite as práticas pedagógicas em sala de aula.

 

 

  1. REFERÊNCIAS

 

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. 5 ed. São Paulo: Scipione, 2006.

 

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil. Gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997.

 

BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos contos de fadas. 21 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.

 

BRASIL. Ministério da Educação – Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), 1998.

 

COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.

 

KLEIMAN, José Ricardo Carvalho da. Leitura e Produção Textual. Niterói: Muiraquitá, 1999.

 

PALO, M.J. OLIVEIRA, M.R.DE. Literatura Infantil. Voz de criança. São Paulo: Ática, 2003.

 

VYGOTSKI, Lev S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

 

 

[1] São os objetivos que prossegue e os problemas que põem a si próprios, mas não se encontram presentes na consciência. (VYGOTSKY, 2001).