Literatura infantil nos anos iniciais do Ensino Fundamental
Josiane Marques dos Santos
RESUMO
O presente trabalho aborda a importância da Literatura Infantil nos anos Iniciais do Ensino Fundamental, cujo tema foi escolhido por se tratar de um assunto que é motivo de discussões entre especialistas e trabalhos acadêmicos, acerca da relevância da utilização da Literatura no ambiente escolar como ferramenta de aprendizagem, formação do aluno leitor, e a humanização da criança tornando-a sujeito ativo e autor de sua própria história. Para a metodologia foi utilizada uma sequência de atividades que teve finalidade básica, voltada para fins acadêmicos, realizada com a forma de abordagem do tipo quanti-qualitativa, assim, foi necessário utilizar um questionário contendo questões fechadas e entrevistas. O procedimento foi realizado através de pesquisa de campo em espaço escolar, a população pesquisada foram os professores da Escola Estadual Bairro União de Matupá, MT. Após analisar e discutir os dados obtidos pela pesquisa de campo foi possível constatar que a Literatura Infantil abre um leque de possibilidades de trabalho por parte do professor a fim de desenvolver a aprendizagem do aluno, ampliando suas capacidades cognitivas e intelectuais. Por fim, cabe ao professor escolher que tipo de profissional ele deseja ser: Ser o professor que estimula a aprendizagem com abordagem lúdica, possibilitando ao aluno se desenvolver de maneira satisfatória, ou ser o professor que por falta de interesse ou capacitação poda o desenvolvimento educacional do seu aluno.
Palavras chave: Literatura Infantil. Aprendizagem. Leitura.
ABSTRACT
This paper discusses the importance of Children's Literature in the years Elementary School Initial, whose theme was chosen because it is a matter that is the subject of discussions between experts and academic papers, about the relevance of the use of literature in the school environment as tool learning, training student reader, and the humanization of the child making it the active subject and author of its own history. For the methodology used was a sequence of activities that had basic purpose, geared for academic purposes, held in the form of quantitative and qualitative type of approach, it was necessary to use a questionnaire and interviews with closed questions. The procedure was performed by school space field research, the population studied were the teachers of the state school district Matupá Union, MT. After analyzing and discussing the data obtained by field research it was established that the Children's Literature opens a range of possibilities of work by the teacher in order to develop student learning, enhancing their cognitive and intellectual abilities. Finally, the teacher choose what kind of business it wants to be: To be the teacher who encourages learning with playful approach, enabling the student to develop satisfactorily, or be the teacher for lack of interest or capacity pruning educational development your student.
Keywords: Children's Literature. Learning. Reading.
Introdução
A literatura infantil contribui para o desenvolvimento da criança, mas é relevante que a mesma seja inserida ainda quando pequena no mundo da imaginação, dos contos de fadas, e de heróis. A família tem papel importante no primeiro contato da criança com o livro, que deve acontecer ainda nos primeiros meses de vida dos pequenos, a leitura pode ser apresentada através de histórias contadas na hora de dormir, do banho e de lazer, com livros comuns, de pano ou plástico, com teatros de fantoches, entre outros, os livros devem ser manuseados pelas crianças antes mesmo de serem alfabetizadas, pois, o toque e as páginas coloridas irão estimular a criança criar sua própria história, criando nela o gosto e o prazer pela leitura.
O professor dos anos iniciais do ensino fundamental tem papel importante no desenvolvimento da leitura, pois, a sala de aula é o espaço mágico onde o aluno irá ter um dos momentos mais importantes da sua vida: juntar letrinhas, formar palavras e finalmente... ler. É fundamental que o professor trabalhe a literatura infantil como recurso de aprendizagem, com aulas planejadas, onde o desenvolvimento cognitivo, intelectual, e de aprendizagem do aluno possam acontecer de forma satisfatória, o estímulo ao hábito de ler ocorre quando o professor conhece e trabalha as necessidades dos seus alunos.
A literatura infantil cria oportunidade de aprendizagem não apenas no ambiente escolar no que se refere ao desenvolvimento intelectual, de leitura e compreensão do que se lê, mas também é uma importante ferramenta para a humanização da criança como cidadã crítica e ativa na sociedade.
A prática da leitura é muito importante para o desenvolvimento escolar do aluno. O seu contato com o livro fortalecerá seu desenvolvimento social e crítico. A leitura forma, assim, a criança que aprende com o que lê com o que escuta e consequentemente, forma o cidadão, que pode ler, escrever e criticar. E o professor é um dos principais mediadores no processo de letramento literário do aluno.
Baseando-se nestes fatos, busca-se compreender de que forma o professor trabalha a literatura infantil no processo de aprendizagem dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental na Escola Estadual Bairro União?
Com essas informações surgiu a necessidade da realização de uma pesquisa de campo para compreender a literatura infantil no espaço escolar. Foram entregues questionários contendo dez questões fechadas e realizadas entrevistas com os professores que atuam nos primeiros anos do ensino fundamental, da Escola Estadual Bairro União de Matupá MT. Na análise dos dados foi utilizada a abordagem quanti-qualitativa com um objetivo geral descritivo. Para compreender o fenômeno foi realizado o estudo de caso e após foi empregado o método indutivo para generalizar o fato.
Objetivos
Objetivo Geral
Compreender as contribuições da literatura infantil no processo de aprendizagem dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental e apresentar os métodos utilizados pelos professores para utilizar a literatura infantil como ferramenta de aprendizagem.
Objetivos Específicos
- Entender como os professores promovem a leitura na sala de aula;
- Conhecer os métodos utilizados pelos professores a fim de desenvolver nos alunos o hábito de ler;
- Relatar como é utilizado o espaço da biblioteca escolar pelos professores;
- Relatar quais recursos pedagógicos são utilizados pelos professores para realização da leitura na sala de aula e biblioteca.
Justificativa
A Literatura Infantil pode ser um importante auxílio no processo de aprendizagem para os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental e cabe ao professor saber utilizá-la como instrumento facilitador do aprendizado, por isso é importante conhecer os métodos utilizados pelo professor para inserir a leitura como prática diária na vida do aluno.
Para obter sucesso ao formar crianças leitoras é necessário que o professor e a equipe escolar assumam o seu papel como mediadores entre o aluno e a literatura, desenvolvendo no aluno a compreensão de que o hábito de ler e compreender o que se lê, é fundamental no seu processo de aprendizado, pois o aluno que pratica leitura com frequência aumenta sua capacidade de aprender e interpretar, desenvolvendo seu estado intelectual, emocional e facilitando também seu convívio social.
É importante que a biblioteca escolar ofereça ao professor e seus alunos condições básicas necessárias para desenvolver atividades que promovam a aprendizagem, ofertando materiais pedagógicos para pesquisa, obras literárias direcionadas para as faixas etárias existentes na escola e não menos importante, o espaço deve ser amplo, lúdico, limpo e arejado.
Sabendo da importância que a leitura tem na vida das crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental, surgiu o interesse em pesquisar os métodos utilizados pelos professores para desenvolver nos seus alunos o hábito e o interesse pela literatura infantil.
História da Literatura
A literatura se expandiu a partir do século XVIII, pois a sociedade passava por uma revolução industrial e através das modificações tecnológicas e a necessidade de profissionais capacitados para atuar nas indústrias, surgiu a preocupação com o ensino da leitura. Até então as obras literárias existentes no Brasil, eram dirigidas apenas para o público adulto, e a criança partilhava dessas mesmas obras, crianças nascidas na nobreza tinham acesso a grandes clássicos, enquanto a grande maioria, nascidas nas classes desprivilegiadas, tinham acesso somente às histórias de cavalaria, cordel, contos populares e folclóricos.
A criança era vista e tratada como um adulto em miniatura, e suas necessidades de afeto por parte dos pais e atenção diferenciada para seu desenvolvimento intelectual não existiam. Segundo Zilberman (1994, p.13) ‘Os primeiros livros para crianças foram produzidos ao final do século XVII e durante o século XVIII. Antes disto, não se escrevia para elas, porque não existia a “infância”. Os primeiros livros direcionados para o público infantil chamavam a atenção por meio de seus desenhos coloridos, fazendo com que elas se encantassem pelas histórias, mesmo sem saber ler, compreendiam a leitura das histórias pelos desenhos representados nas páginas dos livros, desse modo tiveram o primeiro contato com o mágico mundo da imaginação através da leitura.
A valorização da infância aconteceu na Idade Moderna e foi solidificada no século XVIII, através da decadência do feudalismo. Nasceu então, o conceito de família como estrutura privada, ou seja, deixou de ser um grande grupo centralizado por elos de compadrio, sangue, favores e dívidas.
“Particulariza-se, primeiramente, a criança como um tipo de indivíduo que merece consideração especial, convertendo-a no eixo a partir do qual se organiza a família, cuja responsabilidade maior é permitir que seus filhos atinjam a idade adulta de maneira saudável e madura.” (ZILBERMAN 1994, p.15)
Surgia então um conceito de família como núcleo unicelular, seguida da preocupação com o afeto entre pais e filhos, a criança finalmente é vista como um ser frágil, que inspira atenção diferenciada para se desenvolver, começa existir uma divisão entre o mundo de brincadeiras e descobertas das crianças e o mundo real dos adultos, cercado agora por um forte interesse pelo desenvolvimento intelectual da criança, fator indispensável na manutenção do novo estilo de vida familiar.
Existe hoje uma grande valorização sobre a importância de a leitura ser inserida na vida da criança ainda muito pequena e também sobre a importância da participação dos pais neste processo. Segundo Souza (2009, p. 226) “Consideramos a família peça muito importante para o funcionamento da escola. Assim sendo, a família é chamada a participar da educação das crianças e jovens”. Portanto é necessário que o contato da criança com o livro se inicie primeiramente no ambiente domiciliar, onde os pais podem utilizar vários instrumentos de iniciação à leitura como: livros contendo figuras coloridas e histórias contadas pelos pais, mais tarde no ambiente escolar, pais e professores devem trabalhar juntos para fortalecer o vínculo da criança com o hábito de ler.
Literatura e escola
De acordo com Silva (2009) a partir dos anos 1970 a Literatura Infantil atingiu uma significativa qualidade em sua produção, com isso ganhou espaço nas escolas brasileiras. A sala de aula era o espaço privilegiado para desenvolver o gosto pela leitura e o intercâmbio da cultura literária, sua importância não poderia ser ignorada. Os livros saíram das prateleiras das bibliotecas e transferiram-se para as mochilas dos alunos.
Inicialmente as obras literárias eram direcionadas para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, mas recentemente surgiu o gênero Literatura Infantil, direcionado para a Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.
Percebendo o rico filão comercial representado pela clientela escolar, a produção de livros infantis cresceu e se sofisticou. A concorrência trouxe a preocupação com a qualidade gráfica, com o valor artístico da ilustração, com o apelo da capa, além, é claro, do pressuposto básico: com a qualidade do texto escrito. (SILVA, 2009, p.11).
O interesse das escolas por obras de Literatura Infantil estimulou uma enorme concorrência envolvendo escritores, ilustradores, editores e livreiros. Atualmente são lançados no mercado mais de 600 títulos literários todos os anos.
Com a valorização da leitura como instrumento de aprendizagem no ambiente escolar surgiu a necessidade de livros que se adequassem aos interesses literários e de faixa etária dos alunos, para isso o Governo criou vários programas de estímulo a leitura.
(...) muitos programas de distribuição de livros, assumidos por governos municipais, estaduais e pelo governo federal colocaram esse objeto nas escolas do país, pois sem o que ler não vinha sendo possível valorizar a leitura. (SOUZA 2009, p. 51)
Recentemente o governo federal criou o programa do Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa, esse programa tem por objetivo garantir que o aluno esteja alfabetizado no 3º ano, fim do 1º Ciclo, com idade de 8 anos.
O Pacto é trabalhado através de formação continuada dos professores que atuam no 1º Ciclo e conta com distribuição de obras literárias, jogos e tecnologias educacionais e obras de apoio pedagógico. As obras literárias são distribuídas através do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).
Houve um significativo aumento da quantidade de livros distribuídos às escolas visando que cada turma receba um acervo, podendo criar uma biblioteca na própria sala de aula.
A biblioteca
É importante ressaltar a necessidade de uma biblioteca no espaço escolar onde o professor possa utilizá-la como uma extensão da sala de aula para promover melhor qualidade no processo de aprendizagem dos alunos e não apenas um espaço decorativo da escola. Segundo Souza (2009, p. 116) “Para tanto, faz se necessário estabelecer uma ação pedagógica integrada entre a biblioteca e a sala de aula (...)”.
A biblioteca escolar deve oferecer aos alunos e professores espaço físico e mobiliário adequado a faixa etária dos alunos, acervos e materiais de pesquisa e pedagógicos que possibilitem condições de ampliar os conhecimentos de alunos e professores, além de profissional habilitado para mediar à leitura.
Diversificados e interativos devem ser os principais aspectos do acervo literário existente no espaço da biblioteca escolar.
Quando a referência é a literatura, esta é concebida como uma arte capaz de motivar, no mesmo processo, a expressão do imaginário, do real, dos sonhos, das fantasias, dos conhecimentos apropriados pelo sujeito. Em sua essência, ela atuaria sobre as ações e emoções do ser humano e este poderia, por meio dessa arte, transformar e sofisticar seu processo de humanização. (Souza 2009, p. 20).
Assim, a biblioteca pode ser considerada o cérebro da escola quando é bem-organizada e promove atividades de leituras que possibilitem que os alunos desenvolvam suas capacidades.
Literatura e pedagogia
Na década de 1980, considerada uma das melhores do mundo, a Literatura Brasileira ganhou espaço nas grades curriculares de graduação e pós-graduação no curso de Letras e em seguida no curso de Pedagogia. Essa visibilidade tornou a Literatura Infantil em objeto de pesquisas acadêmicas.
A literatura infantil ganhou significativo espaço na grade curricular dos cursos de Pedagogia em todo o Brasil, por ser considerada uma forte ferramenta a ser vinculada no processo de aprendizagem dos alunos desde a pré-alfabetização.
O aluno do curso de Pedagogia deve ser orientado a respeito de programas de incentivo à leitura existente em todo o país. É necessário que o curso de Pedagogia ofereça ao aluno a possibilidade de observar de perto como esses programas são integrados ao espaço escolar e quais as metodologias utilizadas e as técnicas de avaliação utilizadas pelos professores.
Ambos os cursos formam professores, e nisso está a sua semelhança, mas, enquanto o pedagogo atua nos primeiros anos do ensino fundamental, na alfabetização e na educação infantil, seja diretamente, seja na orientação de docentes dessas faixas de ensino, os licenciados em Letras atuam junto aos alunos do quinto ano em diante. Cabe ao professor dos primeiros anos o papel mais importante, o de despertar o gosto pela leitura, de seduzir o leitor desde os seus contatos iniciais com os livros, antes mesmo que ele seja capaz de decifrar o código escrito. (Silva 2009, p.13).
É essencial que o futuro Pedagogo esteja familiarizado com livros infantis de qualidade, que se preocupe em criar estratégias para despertar o interesse do aluno pela leitura, levando em consideração a faixa etária e o gosto da cada um, atentando-se as possíveis dificuldades apresentadas em todo o processo de aprendizagem da leitura, desde a pré-escola até a formação do cidadão-leitor.
Conceitos de leitura
O pedagogo sendo mediador do conhecimento e visando o pleno desenvolvimento de novos leitores, necessita distinguir ao menos três diferentes tipos de leitura. Para SILVA (2009, p. 33) As principais formas de leitura são: leitura mecânica: acontece na escola, mais especificamente nos primeiros anos do Ensino Fundamental, inicialmente acreditava-se que a alfabetização se dava apenas através da habilidade de decifrar códigos e sinais, ou seja, o aluno lê, junta silabas formando palavras, mas nem sempre compreende o que lê.
Leitura de mundo: é vivenciada desde o berço, faz parte do cotidiano, da cultura, do meio em que está inserido e é também transmitida de uma geração para outra. Essa leitura vai além de símbolos e sinais contidos em livros, pois ensina a ler o início de um sorriso nos lábios, ensina meteorologia ao agricultor e vai mais além, ensina lições de convivência ao ser humano. E é através da habilidade de ler o mundo que o leitor aproxima-se do texto decifrando seus códigos e sinais. Por tanto, um livro jamais será interpretado da mesma forma por dois leitores.
Leitura crítica: é aquela em que o leitor questiona, compara a outros conteúdos já lidos, tira conclusões. A leitura crítica segue aliada às leituras mecânica e a de mundo, tornando o indivíduo em um cidadão-leitor, capaz de ler e compreender o que se lê. Esse processo de letramento da leitura exige esforço, dedicação e aprendizado.
Literatura Infantil e aprendizagem
Atualmente a literatura infantil tem sido tema de discussão sobre ser um importante instrumento no processo de aprendizagem para os alunos do ensino fundamental, se bem utilizada no ambiente escolar poderá desenvolver não somente a parte intelectual da criança quanto ao ato de ler e compreender, mas também seu estado crítico em relação à sociedade em que vive.
Quando se fala em formação inicial de leitores, é importante destacar a literatura para crianças e jovens, com a qual a aprendizagem está relacionada, e cuja relevância no desenvolvimento emocional, intelectual, político e cultural da criança tem suscitado inúmeras defesas por parte dos estudiosos que lhe atribuem, sobretudo, a função de despertar no leitor o gosto e o prazer da leitura. ( MAIA 2007, p.17).
Assim a literatura infantil se faz importante mediadora no processo de alfabetização de crianças com idade entre 6 a 8 anos, período este, que a criança tem seu primeiro contato com a escrita.
É importante que a criança seja familiarizada com a literatura ainda muito pequena para que ela possa desenvolver suas capacidades, adquirir o gosto pela leitura e ampliar seu interesse por variados textos.
Um pressuposto parece estar implícito nessa trajetória do leitor, evidente na seleção de textos proposta pelas escolas e observável nos catálogos das editoras: o de que ao crescimento físico e etário corresponde o crescimento intelectual e psíquico. Autores e editores projetam seus livros tendo em mente esse leitor ideal, que supostamente se inicia nos livros muito cedo e mantém o hábito da leitura com constância e regularidade. (SILVA 2008, p.38)
A criança pequena que adquire o hábito de ler livros com ilustrações coloridas, com textos pequenos e letras grandes de acordo com a sua maturidade, se desenvolverá intelectualmente na mesma proporção de complexidade que as obras literárias indicadas para sua faixa etária, se tornando assim, um leitor “ideal”.
Literatura infantil na formação do cidadão
A Literatura infantil é um importante instrumento no desenvolvimento cognitivo da criança, não apenas no que diz respeito ao seu processo de aprendizagem da leitura, mas também no desenvolvimento de suas capacidades afetivas, do olhar crítico, de formação de ideias, de humanização e social.
O verdadeiro cidadão, aquele capaz de ter um pensamento autônomo, de analisar o mundo com olho crítico, de expor e defender suas ideias e valores morais não se cria como um passo de mágica, mas precisa ser formado desde a infância. (SILVA 2009, p. 107)
A transformação do indivíduo através da literatura ocorre de forma progressiva, por isso a importância de se familiarizar a criança com o livro ainda muito pequena, e o seu benefício na preparação do cidadão é de criar nela o senso crítico, com um olhar mais aprofundado das questões sociais que o cercam. Essa bagagem é acumulativa, pois a criança vai acrescentando ao longo de sua vida experiências, vivências e aprendizado que nunca serão esquecidos.
O que a ficção lhe sugere é uma visão de mundo que ocupa as lacunas resultantes de sua restrita experiência existencial, através de sua linguagem simbólica. (ZILBERMAN 1994, p.23)
Desta forma, a literatura quando utilizada para tomada de conscientização sobre si e a reflexão da realidade, promove mudanças relevantes no presente, e consequentemente no futuro, tendo em vista a formação do sujeito e sua participação efetiva na sociedade.
Principais autores de literatura infantil
Perrault e os irmãos Grimm foram os primeiros autores a escrever para crianças; suas obras eram baseadas em contos folclóricos, mais especificamente contos de fadas. Segundo Cunha (1990, p. 23)” Perrault e depois os irmãos Grimm, colecionadores dessas histórias folclóricas, estão assim ligados à gênese da literatura infantil.” Inicialmente eram obras literárias direcionadas apenas para os adultos e foram adaptadas para o público infantil. Essas obras foram republicadas inúmeras vezes e nos dias atuais existem diversas versões para as obras de Perrault e os irmãos Grimm.
Em seguida surgiram outros importantes autores e propostas de literatura infantil, entre eles: Andersen, Carlo Collodi, Amicis, Lewis Carroll, J. Barrie, Mark Twain, Charles Dickens, Ferene Molnar.
No Brasil o principal autor de literatura infantil foi Monteiro Lobato, suas obras exploram o folclore brasileiro e a imaginação, mas o mais importante nas obras de Monteiro Lobato é a preocupação com o ensinamento moral e o desenvolvimento intelectual e crítico do leitor.
Em todas as obras, porém, observa-se o mesmo questionamento e inquietação intelectual, a preocupação com as questões nacionais ou grandes problemas mundiais, expressa essa temática numa língua marcada pelo aproveitamento do dialeto brasileiro. (CUNHA 1990, p. 24).
Lobato tinha a preocupação não apenas em escrever para crianças, mas sim estimular no pequeno leitor o senso crítico, inserir valores morais e principalmente, torná-lo um cidadão ativo na sociedade.
O adulto, a criança e a leitura
Atualmente tem se falado muito a respeito da importância da leitura no processo de aprendizagem das crianças e o adulto, sendo ele, pai ou professor, tem papel relevante como mediador entre a criança e a leitura.
. A criança antes mesmo de saber ler, vê no livro seu brinquedo e se envolve com suas páginas coloridas.
“No princípio de sua vida, a criança vê o livro como um brinquedo – e não menos interessante que os outros. Alguma coisa de mágico e encantador envolve o decifrar do desenho das palavras - e a criança ama decifrar esses mistérios” (CUNHA 1990, p. 50).
A criança não nasce com o gosto desenvolvido pela leitura, é necessário que o adulto a insira no universo do imaginário, que se criem meios de formar crianças leitoras. Mas se o adulto vê a leitura como algo desagradável a criança também desenvolverá a mesma opinião.
É comum ouvir de professores que os alunos preferem televisão e jogos ao invés de livros, mas se cabe ao adulto mediar à criança ao hábito de ler, compreende-se que o mediador não é um leitor cujo interesse por livros é considerado importante.
Para Cunha (1990) o adulto expõe vários motivos que o impedem de manter um hábito de leitura, entre eles, a falta de tempo, o cansaço e o preço dos livros. Assim, o adulto que não conhece a importância do livro e não o valoriza como instrumento no desenvolvimento da criança, irá tornar o ato de ler em algo exaustivo, muito longe de ser um momento de lazer.
O educador que não é leitor transmitirá para o aluno que ler é algo obrigatório para o seu desenvolvimento, tornando o momento da leitura em obrigação, descartando seu caráter de lazer, de troca de experiências e principalmente de formação intelectual e social de uma maneira prazerosa. Segundo Cunha (1990, p. 50) “E se a maioria dos educadores quer compulsoriamente ligar a criança ao livro, como se ele fosse remédio ruim, mas benéfico, é porque o livro é para eles, efetivamente, um remédio ruim”.
Portanto, o educador que se propõe a trabalhar com educação, seja ela na educação infantil, ensino fundamental ou médio, necessita ter consciência de que tem função mediadora entre o aluno e o livro, e ainda, que sua profissão exige que ler e saber transmitir o que lê é fundamental para o desenvolvimento do seu aluno.
Características da obra literária infantil
Para Cunha (1990) As obras literárias direcionadas para o público infantil diferem das obras literárias para adultos em alguns aspectos: o texto exige menos complexidade, buscando uma linguagem simplificada para que a criança compreenda a mensagem que o autor pretende transmitir.
As obras literárias para crianças buscam explorar a imaginação levando-a, a fazer parte de mundo encantado onde tudo é possível, alegre, otimista e bem-humorado.
A ilustração é de grande relevância em obras literárias para crianças muito pequenas, pois elas ainda não decifram os símbolos da língua portuguesa, mas compreendem facilmente a história através de desenhos ou fotos.
Geralmente os livros de obras literárias infantis, são grandes, coloridos, alguns possuem a forma do personagem principal, estimulando, assim o tato da criança, o texto é bem reduzido, valorizando a ilustração.
Para crianças em processo de letramento, é importante que o texto tenha mais visibilidade, pois a criança agora compreende os símbolos e realiza a leitura pela escrita, mas as ilustrações continuam sendo necessárias por se tratar de crianças de faixa etária em que o lúdico é bem relevante para o desenvolvimento.
A partir dos nove anos a criança deve estar alfabetizada e as obras para elas devem acompanhar o seu desenvolvimento, as ilustrações não são mais importantes e a criança deve ser estimulada a livros com pouca ou nenhuma figura.
Predomina-se o diálogo e a narração, quando se trata de livros infantis, por ser mais agradável ao gosto do pequeno leitor, tornando a história real para a criança, criando em sua imaginação que faz parte do que está lendo, por isso é importante ressaltar que as crianças têm preferência por histórias com finais felizes, por se identificarem com os personagens. Segundo Cunha (1990, p. 70) “A obra literária para criança é essencialmente a mesma obra de arte para o adulto. Difere desta apenas na complexidade de concepção: a obra para crianças será mais simples em seus recursos, mas não menos valiosa”. Assim, compreende-se que existe uma preocupação na produção de obras literárias para crianças, onde sua faixa etária e seu desenvolvimento intelectual são considerados relevantes.
Desde o nascimento a criança passa por evoluções no seu desenvolvimento e as obras literárias infantis devem acompanhar essa evolução. Na questão das faixas etárias é importante levar em consideração que as obras devem ser produzidas procurando atender as fases de idades e gostos diferentes.
Para Cunha a literatura infantil considera importante três diferentes fases de faixa etária, levando em consideração que cada criança é diferente de outras em vários aspectos, entre eles o gosto por diferentes gêneros literários, deixando claro que as considerações são teóricas:
Fase do mito: se encaixam nessa fase crianças com idade entre 3/4 a 7/8 anos, elas se encantam pela fantasia, o animismo: objetos e animais são como as pessoas, todos tem alma, se sentem parte de um maravilhoso mundo imaginário. Os livros recomendados para essa faixa etária são os contos de fadas, os mitos, as lendas e as fábulas.
Fase do conhecimento da realidade: se encaixam nessa fase crianças com idade entre 7/8 a 11/12 anos, elas se interessam por histórias com mais proximidade com a realidade, histórias de experiências de ciência e do homem, contos de heróis e seus grandiosos feitos. As literaturas recomendadas para essa faixa etária são: romances de aventuras, relatos mitológicos, relato histórico, relatos heroicos, relatos nacionais, regionais e universais.
Fase do pensamento racional: se encaixam nessa fase crianças com idade entre 11/12 anos até a adolescência, a criança passa a ter domínio das noções abstratas, neste período ela passa a se preocupar consigo mesma, mas em suas relações com o outro, inicia-se também nesta fase a preocupação sexual. As obras recomendas para essa faixa etária são literaturas românticas com caráter heroicos e seus ideais.
Desde 1975 no Brasil tem se produzido obras literárias para o público infantil com temas ainda considerados impróprios, a chamada literatura realista para crianças, que tem como tema alguns conflitos do cotidiano da grande maioria das crianças, como: a morte, o desquite e questões políticas e ecológicas, enfim, assuntos que fazem parte da sociedade onde a crianças está inserida.
Quando se fala em obras literárias para o público infantil, o importante é cativá-los através de temas variados onde o seu desenvolvimento intelectual, social e crítico possam acontecer de modo satisfatório e prazeroso. Cunha (1990, p. 101) “O importante mesmo é que crianças ou jovens estejam em contato com todo tipo de obra literária e façam as suas opções.” Assim, as três fases aqui citadas, são apenas teóricas, podendo variar nas faixas etárias e também no gosto das crianças por diferentes gêneros literários.
Metodologia
A metodologia teve por finalidade contribuir no desenvolvimento da pesquisa. Para obter os resultados desejados foi utilizada uma sequência de atividades buscando solucionar o problema, alcançando um resultado satisfatório. Para (MARCONI e LAKATOS, 2003, p. 83):
Assim, o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.
A pesquisa teve finalidade básica, voltada para fins acadêmicos conforme citação (MARCONI e LAKATOS, 1996, p. 19):
Pesquisa básica, pura ou fundamental. É aquela que procura o progresso científico, a ampliação de conhecimentos teóricos, sem a preocupação de utilizá-los na prática. É a pesquisa formal, tendo em vista generalizações, princípios, leis. Tem por meta o conhecimento pelo conhecimento.
A pesquisa foi realizada com a forma de abordagem do tipo quanti-qualitativa, assim, foi necessário utilizar um questionário contendo questões fechadas e entrevistas, segundo (GIL, 2002, p. 133.
A análise qualitativa é menos formal do que a análise quantitativa, pois nesta última seus passos podem ser definidos de maneira relativamente simples. A análise qualitativa depende de muitos fatores, tais como a natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam sua investigação.
A pesquisa utilizada foi a descritiva, em seguida foi realizado um registro dos resultados investigados, para Gil (2002, p. 42) “(...) têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população (...)”. O procedimento foi realizado através de pesquisa de campo em espaço escolar, de acordo com Marconi e Lakatos (2003, p.186) (...) “é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta” (...). O método utilizado na abordagem foi o indutivo, onde alcancei prováveis conclusões das hipóteses por mim levantadas, segundo (MARCONI e LAKATOS, 2003, p. 83):
Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida fias partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.
O método de procedimento utilizado foi o estudo de caso/ou método monográfico, que busca identificar através de pesquisa os resultados obtidos que foram coletados nos questionários, segundo LAKATOS E MARCONE (2003, p.108). “O Método Monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações.”
Escola Estadual Bairro União
Escola Estadual Bairro União, situada à Rua 10, nº46, Bairro União, Matupá, MT possui o mesmo nome do bairro em que está situada. O bairro teve origem através de famílias vindas de várias partes do Brasil em busca de trabalho e melhores condições de vida, essas famílias reuniram-se e criaram a Associação dos Moradores do Bairro União, o qual originou o nome da escola, e que permanece até hoje.
Documentos de legalização da EE Bairro União – Matupá – MT
- Criação e Denominação de Unidade Escolar denominada Escola Estadual de 1º Grau “Bairro União”: DECRETO Nº 055, D.O. 25/04/1991.
- Reconhecimento do Ensino Fundamental Pré Escolar e I a VIII Séries: PORTARIA Nº 3277/92 – D.O. 15/12/1992, PUBLICADA NO D.O. DE 26/02/1993, D.O. Nº 21.114.
- Alteração da Denominação para: Escola Estadual Bairro União: DECRETO Nº 1826, D.O. 11/10/2000.
- Renovação do Reconhecimento da Educação Infantil e do Ensino Fundamental: 01/01/2004 a 31/12/2008: PORTARIA Nº 23/04, D.O. 12/03/2004, PÁGINA 24.
- Renovação da Autorização: RESOLUÇÃO Nº 384/2004/CEE/MT.
- Renovação da Autorização do Ensino Fundamental, do Nível da Educação Básica: RESOLUÇÃO Nº 590/2008-CEE/MT, D.O. 09/12/2008, PÁGINA 24.
- Recredenciamento para ministrar a Educação Básica por 4 anos, período de 01/01/2009 a 31/12/2012: PORTARIA Nº 341/2008-CEE/MT, D.O. 09/12/2008, PÁGINA 21.
- Renova a autorização para a Educação Básica, Ensino Fundamental, período:01/01/2013 a 31/12/2017.
- Ato 187/2013/CEE/MT, DO 19/09/2013, página 30.
Amostra
A população pesquisada foi a Escola Estadual Bairro União que oferece atendimento para alunos do 1º e 2º Ciclo do ensino fundamental, os alunos atendidos têm em média idades entre 6 a 12 anos.
A amostragem utilizada foi a não probabilística, pois foram realizadas pesquisa apenas com professores regentes que atuam no 1º Ciclo, segundo Gil (2002, p.145) “(...) os indivíduos são selecionados com base em certas características tidas como relevantes pelos pesquisadores e participantes (...)”.
Coleta de Dados
A pesquisa foi realizada na Escola Estadual Bairro União, de Matupá, MT, com os professores do 1º Ciclo, onde realizei entrevista e apliquei questionário contendo dez questões fechadas, com o objetivo de descrever como é trabalhada a leitura como ferramenta de aprendizado, a pesquisa foi realizada através de estudo de caso.
O objetivo foi conhecer sobre a existência do hábito de ler entre os alunos, a utilização da biblioteca e dos recursos didáticos da escola como apoio no processo de aprendizagem, o incentivo do professor regente a obras literárias, com o objetivo principal de identificar se o aluno leitor se destaca no processo de aprendizagem e nas atividades propostas pelo professor na sala de aula.
Análise e discussões
A pesquisa analisou a opinião e as metodologias utilizadas pelos professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental da Escola Estadual Bairro União, de Matupá MT, acerca da importância da Literatura Infantil no processo de aprendizagem e humanização dos alunos.
Para tanto, o estudo se desenvolveu através de pesquisa de campo, sendo realizada coleta de dados por meio de questionário contendo dez questões fechadas e entrevista (opcional) com cinco questões utilizando gravador.
As referidas técnicas foram aplicadas com dez professores que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental, ressaltando que apenas dois professores aceitaram fazer a entrevista iniciada com uma conversa informal acerca do tema abordado, seguida da gravação para que fosse possível conhecer a metodologia abordada por eles. A aplicação do questionário permitiu conhecer o método com que cada professor utiliza a Literatura Infantil como ferramenta de aprendizagem de seus alunos.
Os tópicos abordados durante a coleta de dados dizem respeito aos objetivos a serem alcançados com base no seguinte questionamento: De que forma o professor trabalha a literatura infantil no processo de aprendizagem dos alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental na Escola Estadual Bairro União?
Para tanto, foram estabelecidas categorias de análises.
A leitura na sala de aula
A prática da leitura em sala de aula é uma importante ferramenta no processo de aprendizagem dos alunos, pois, através da leitura o professor poderá desenvolver não apenas o ato de ler e compreender o que se lê, mas também, despertará em seu aluno o entendimento de que ele é um sujeito atuante na sociedade, capaz de compreender os valores do meio em que está inserido. Com o objetivo de entender se de fato os professores utilizam a literatura infantil para o desenvolvimento pleno de seus alunos, no que diz respeito à humanização e aprendizagem ou ela é realizada apenas para desenvolver a leitura, foi realizada a seguinte pergunta: Com que objetivo você utiliza a literatura infantil em sala de aula? 80% dos professores responderam que utilizam para desenvolver a leitura e também para humanização do aluno, tornando-o um cidadão ativo na sociedade e 20% que é utilizada para desenvolver a cidadania e os valores morais da sociedade em que está inserido. Com os resultados obtidos ficou claro que os professores utilizam a Literatura Infantil como ferramenta de aprendizagem e humanização do aluno.
Gráfico 1: O objetivo da literatura infantil na sala de aula
Fonte: SANTOS. Josiane Marques Dos. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT. 2015.
Fica evidente que a Literatura Infantil pode auxiliar o professor na tarefa de desenvolver a aprendizagem de seus alunos e também despertá-lo para o mundo que o rodeia.
A leitura é uma atividade necessária não só ao projeto educacional do indivíduo, mas também ao projeto existencial, e que, além de ser um ato que se realiza no âmbito da cognição, apresenta caráter social, histórico e político. (MAIA 2007, p.29)
Com isso pode-se concluir que a Literatura Infantil e a prática de leitura na sala de aula proporcionam ao aluno seu desenvolvimento pleno. Ou seja, um sujeito desenvolvido cognitivamente e ativo na sociedade.
A leitura deve ser constante para que o aluno se sinta estimulado, o professor necessita criar cronogramas de leitura. Sobre esta questão, procurou-se saber com que frequência os alunos realizam a leitura na sala de aula? Com as respostas obtidas ficou claro que os professores sabem da importância da prática de leitura, pois, 100% dos professores relataram que seus alunos leem todos os dias na sala de aula.
Gráfico 2: Frequência que os alunos realizam a leitura na sala de aula.
Fonte: SANTOS, Josiane Marques Dos. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte MT. 2015.
A leitura no ambiente escolar, mais especificamente na sala de aula, tem por objetivo, não apenas o de ensinar o aluno decifrar os códigos e símbolos da escrita, mas também, fazer desse aluno um sujeito capaz de ler o mundo que o rodeia.
Portanto, não é atribuição do professor apenas ensinar a criança a ler corretamente: se está ao seu alcance a concretização e expansão da mecânica da leitura, é ainda tarefa sua o emergir do deciframento e compreensão do texto, através do estímulo à verbalização da leitura procedida, auxiliando o aluno na percepção dos temas e seres humanos que afloram em meio à trama ficcional. (ZILBERMAN 1994, p.25)
Para que o aluno tenha o hábito da leitura é necessário que seja estimulado nele o desejo de ler, e cabe aos professores serem mediadores e conscientes de sua responsabilidade.
Métodos utilizados pelos professores para desenvolver nos alunos o hábito de ler
O planejamento é fundamental para realizar as atividades propostas pelo currículo escolar, o professor desenvolve seu planejamento para ser trabalhado: anual, mensal, quinzenal, semanal ou diário. A literatura Infantil deve fazer parte do planejamento, pois, sua utilização não é apenas para aprender a ler, mas também para que o aluno desenvolva sua capacidade de criar, produzir e compreender textos, para conhecer os métodos utilizados pelos professores foi realizado o seguinte questionamento: Em seu planejamento você utiliza a Literatura Infantil para desenvolver a aprendizagem dos alunos? 80% dos entrevistados responderam que a literatura infantil é utilizada no planejamento para promover melhor qualidade no processo de aprendizagem da leitura dos alunos e 20% que são planejadas atividades para serem desenvolvidas na sala de aula e finalizadas na biblioteca, os alunos escolhem livremente uma obra literária e em seguida realizam a leitura e o fichamento bibliográfico das obras. Ficando evidente que a Literatura Infantil é uma ferramenta utilizada pelos professores para o desenvolvimento escolar dos alunos.
Gráfico 3: A Literatura Infantil é utilizada no planejamento escolar para desenvolver a aprendizagem.
Fonte: SANTOS, Josiane Marques Dos. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT. 2015
Para manter o interesse do aluno pela leitura, é importante renovar e variar as estratégias, a criança deve manusear o livro, escolher gêneros: poemas, versos, cantigas, quadrinhos, entre outros, conhecer o autor e sua história, o ilustrador, a editora, enfim, promover uma percepção do universo literário.
As atividades de leitura que você planejar, além de muito variadas, deverão garantir que a sala seja sempre um lugar agradável, vivo e dinâmico, onde a criança se sinta bem. Para desenvolvê-las, você se valerá dos acervos de livros de literatura presentes em cada sala de aula, de maneira que todas as crianças tenham nos livros, fontes de alegria, de descoberta, de sonho, de imaginação e de estímulo à criatividade. (ANTUNES 2007, p.49)
Por fim, atividades que envolvem a Literatura Infantil devem ser apresentadas de forma lúdica e dinâmica, possibilitando que o desenvolvimento do aluno ocorra de maneira agradável e favorável a sua aprendizagem.
O hábito da leitura promove para o aluno maior capacidade de compreensão e interpretação, facilitando o seu desenvolvimento escolar. Com isso buscou-se saber: Os alunos que possuem o hábito de ler apresentam melhor desempenho escolar? 100% dos professores entrevistados responderam que alunos leitores apresentam melhor capacidade para compreensão e interpretação de textos.
Gráfico 4: Alunos que possuem o hábito de ler apresentam melhor desempenho escolar.
Fonte: SANTOS, Josiane Marques Dos. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT. 2015.
Alunos leitores são resultados de um efetivo trabalho por parte do professor em criar estratégias que valorizem todas as oportunidades de crescimento e fortalecimento das habilidades do futuro leitor.
(...) quanto mais se lê, mais se aprende a ler, e neste movimento de ler mais e mais, mais e melhor, é que afloram as competências, os desejos, a fluência, a perspicácia do raciocínio, o enriquecimento da sensibilidade. (MAIA 2007, p.11)
Fica claro que o hábito da leitura por parte dos alunos e as estratégias de inserção a leitura por parte dos professores resultará num aluno que tem suas capacidades e habilidades escolares bem desenvolvidas.
A metodologia adotada pelos professores a fim de desenvolver o hábito da leitura nos alunos, deve ser implantada de maneira que desperte os sentidos, que provoque o interesse em diferentes gêneros, que possibilite manusear os livros e criar oportunidades de discussão sobre as obras literárias já conhecidas. Para conhecer os métodos utilizados pelo professor, foi realizada a seguinte questão: Quais métodos são realizados para desenvolver o hábito da leitura nos alunos? 60% dos entrevistados responderam que os alunos são estimulados através das leituras realizadas pelo professor, seguidas de rodas de conversa em que cada um expõe sua opinião sobre a história e 40% responderam que a sala de aula oferece o cantinho da leitura onde o aluno pode ler e manusear livremente os livros. Pode-se constatar que os professores desenvolvem nos alunos o hábito da leitura por meio de métodos que estimulam o interesse da criança.
Gráfico 5: Métodos realizados para desenvolver o hábito da leitura nos alunos.
Fonte: SANTOS, Josiane Marques Dos. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT. 2015.
Ouvir uma história, ou ler e criar sua própria história são métodos de sedução que cativam o pequeno leitor, o convívio da criança com os livros instiga o imaginário e o desejo de ler mais e mais.
Quanto mais livros – livros com muitas gravuras, livros coloridos – a criança manusear e brincar, mais ela registrará estes primeiros contatos como algo prazeroso, muito agradável, que dá vontade de repetir, repetir e repetir... Esta é uma das formas como o livro passa a fazer parte da vida da criança. (ANTUNES 2007, p.13)
Fica evidente que o estímulo à leitura desempenha um papel importante no desenvolvimento cognitivo e social da criança. Quando utilizada como método de inserção no mundo imaginário ou no mundo real, deve acontecer de forma especial e agradável.
A hora da leitura é o momento em que o aluno demonstra sua preferência por determinados gêneros, livros e autores, é importante que o mediador da leitura consiga perceber e consequentemente, respeitar o gosto de seu aluno, deixando-o livre para fazer escolhas. Para conhecer como o professor promove o momento da leitura, foi realizada a seguinte questão: No momento da leitura, os livros são direcionados de acordo com a faixa etária dos alunos? 50% dos entrevistados responderam que os alunos são livres para fazer suas escolhas sobre títulos e gêneros, 40% que eles leem apenas livros infantis direcionadas para sua faixa etária escolhido pelo professor e 10% que a leitura é realizada somente pelo professor, os livros são escolhidos com o objetivo de estimular a imaginação, socialização e os valores morais da sociedade. Pode-se observar uma oscilação no que diz respeito sobre os critérios para o momento da leitura, mas é importante ressaltar que a liberdade do aluno para realizar suas escolhas deve ser considerada. Deve-se levar em consideração que a criança necessita tocar o livro, escolher que gênero mais lhe agrada, e por fim, a contação realizada pelo professor permitirá o diálogo e a aprendizagem através da história.
Gráfico 6: Os livros para leitura são direcionados de acordo com a faixa etária dos alunos.]
Fonte: SANTOS, Josiane Marques Dos. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT. 2015.
Desde o nascimento a criança passa por evoluções no seu desenvolvimento e as obras literárias infantis devem acompanhar essa evolução. Na questão das faixas etárias é importante levar em consideração que as obras devem ser oferecidas procurando atender as fases de idade e gosto diferentes.
Quando está desenvolvendo suas habilidades de leitura, a criança precisa de dois tipos de livros – os que estão exatamente de acordo com seu adiantamento e outros um pouco mais avançados. Ela cresce exatamente na medida em que vence novos obstáculos. Essa dose progressivamente maior de dificuldades é que, na leitura, como em todas as atividades educativas, faz o aluno sentir-se interessado, empenhar-se, resolver o problema – e desenvolver-se. (CUNHA 1990, p.72)
Quando se fala em obras literárias para o público infantil, o importante é cativá-los através de temas variados onde o seu desenvolvimento intelectual, social e crítico possam acontecer de modo satisfatório e prazeroso.
O espaço da biblioteca escolar
A biblioteca escolar é um espaço importante para se desenvolver o hábito da leitura, mas é necessário existir um acervo de livros que se adequem as faixas etárias dos alunos, por isso, procurou-se saber: A biblioteca escolar possui obras literárias adequadas para a faixa etária dos seus alunos? 100% dos entrevistados foram unânimes ao afirmar que atendem as necessidades dos alunos no que diz respeito à faixa etária, e quantidades suficientes para que o aluno possa desfrutar de vários gêneros. A diversidade de obras literárias no espaço da biblioteca facilitará ao aluno se tornar um leitor-crítico.
Gráfico 7: A biblioteca escolar possui obras literárias adequadas para a faixa etária dos alunos.
Fonte: SANTOS, Josiane Marques Dos. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT. 2015.
A Literatura Infantil colabora para aperfeiçoar as capacidades cognitivas e sociais da criança, dando a ela um olhar crítico em relação à sociedade em que está inserida, possibilitando seu desenvolvimento educacional e de humanização. Por isso se faz necessário um acervo bibliográfico que contemplem as faixas etárias dos alunos no espaço da biblioteca.
Olharemos para a literatura como o material que sustentará a leitura (...). Momento de atividade na biblioteca escolar que pode contribuir para o incentivo à formação do leitor mirim, pois a literatura presente na escola tem potencialidade para auxiliar no desenvolvimento mental e pessoal da criança. (SOUZA 2009, p.20)
O professor é o principal mediador do aluno com o livro, e o seu trabalho deve ser efetivado com atividades que oportunize que a criança se torne um sujeito ativo, consciente e capaz de avançar significativamente na sua personalidade e inteligência.
A biblioteca não é um espaço reservado apenas para a prática de leitura, pois a biblioteca escolar deve ser composta de um acervo que contemple obras literárias, mapas, CDs, DVDs, revistas, materiais didáticos, materiais de pesquisa: dicionários e enciclopédias. Além de oferecer um ambiente amplo, limpo e organizado para que o aluno possa desfrutar de um ensino de qualidade. Sobre a utilização da biblioteca, foi realizada a seguinte questão para os entrevistados: A biblioteca de sua escola oferece espaço e material didático e de pesquisa que favoreçam o desenvolvimento dos alunos? 70% dos professores responderam que o espaço da biblioteca é amplo, limpo e organizado, com diversos materiais de pesquisa como: dicionários, mapas, enciclopédias etc. e 30% responderam que em partes, a biblioteca escolar oferece atendimento regular, tanto no espaço, quanto nos materiais de pesquisa. Analisando as respostas obtidas é possível observar que a maioria dos professores, estão satisfeitos com os materiais oferecidos pela biblioteca de sua escola.
Gráfico 8: O espaço, materiais didáticos e de pesquisa oferecidos pela biblioteca escolar favorecem o desenvolvimento dos alunos.
Fonte: SANTOS, Josiane Marques Dos. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT. 2015.
Fica claro que a biblioteca escolar tem a função de dar suporte à formação integral do aluno leitor oferecendo um ambiente de pesquisa, de troca de cultura, que estimule o compartilhamento de ideias, que possibilite que o aluno desfrute de diversos gêneros literários em um espaço lúdico e acolhedor.
Biblioteca escolar é o centro dinâmico de informação da escola – caracteriza-se como um lugar dinâmico, vivo, atraente, instigante, ao qual dá vontade de voltar sempre. Como centro de informação é onde se encontra, à disposição do usuário, o acervo organizado com a informação em qualquer meio (livros, revistas, fitas de vídeo, CDs, gravuras etc.). (ANTUNES 2007, p.58)
Daí a necessidade que o professor frequente a biblioteca escolar com seus alunos, com atividades planejadas para propiciar ao leitor um aprendizado de qualidade com resultados significativos, criando no aluno um hábito de leitura para a vida toda.
Recursos pedagógicos utilizados para realização da leitura
Os recursos utilizados para a promoção da leitura no espaço escolar desempenham uma função importante no processo de aprendizagem do aluno, facilitando a construção do conhecimento. O toque, o lúdico e o som, são elementos diversos que enriquecem e estimulam a criatividade da criança. Por isso buscou-se saber através do questionário: Quais recursos são utilizados para realizar a leitura para os alunos? 60% dos entrevistados responderam que utilizam somente livros de literatura infantil, 20% utilizam fantoches, dedoches, teatros, livros e música e 20% utilizam carrinho de leitura, avental e tapete de fantoches e livros. O que deixa evidente que a maioria dos professores entrevistados não utiliza recursos suficientes para a promoção de uma aprendizagem lúdica e satisfatória.
Gráfico 9: Recursos utilizados para a realização da leitura.
Fonte: SANTOS, Josiane Marques Dos. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT. 2015
Os recursos utilizados para realizar a leitura devem estimular o imaginário da criança, despertá-la para um mundo cheio de possibilidades, que lhe permita criar, vivenciar e saborear o momento instigando o desejo de querer mais e mais.
Você pode ler sem acompanhamento, ou mostra gravuras dos livros, acompanhar a leitura com fantoches, com slides, com ilustrações avulsas, com figuras no flanelógrafo, com adereços diferentes para a fala de cada personagem – máscaras, chapéus, objetos característicos (cachimbo, vassoura). (ANTUNES 2007, p. 29).
Em entrevista utilizando um gravador e iniciada por meio de uma conversa informal com professoras que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a professora A relatou de que forma e qual recurso utiliza para estimular os alunos.
Toda criança gosta de história, de ouvir histórias, com fantoches, etc. Eu particularmente tenho um jaleco todo enfeitado e tenho um chapéu, um chapéu amarelo cheio de flores, não uso todos os dias, então, quando eu coloco eles sabem que algo interessante vem aí... a professora vai ler uma história que ela gostou muito, então eles já ficam curiosos, já ficam questionando quando vem a próxima? Eu acredito que o contato da criança com a literatura deve ser dessa forma, eu acredito que seja na brincadeira e não impor, eles têm liberdade para escolher os livros de acordo com o gosto deles também.
A professora B também contribuiu com sua fala para ressaltar a importância dos recursos para a promoção da leitura.
Eu trabalho de forma dinâmica para demonstrar o livrinho e apresentar a história para a criança, eu às vezes trabalho com fantoches, com dramatizações feitas por eles, os coloco como personagens, peço para eles recontar as histórias que eles já conhecem, dependem muito do conteúdo que está sendo trabalhado na sala de aula.
A efetivação do trabalho de leitura com os alunos se dará através de métodos e recursos que estimulem o desenvolvimento social e cognitivo da criança.
A Literatura Infantil aborda conteúdos importantes quando se trata do desenvolvimento do aluno, através de atividades planejadas utilizando a Literatura, podem-se trabalhar vários aspectos cotidianos da criança, entre eles: o seu olhar em relação ao ambiente em que vive, a interpretação textos, e a produção da sua própria história. Os entrevistados responderam a seguinte questão: A Literatura Infantil é um recurso relevante no processo de aprendizagem dos alunos? 100% dos professores responderam que, ela estimula a imaginação e a capacidade de criar sua própria história, tornando o processo de aprendizagem mais fácil. Com isso fica claro a relevância da Literatura Infantil no cotiado escolar, utilizada como meio de transformação do indivíduo comum em um sujeito com suas capacidades de criação e interpretação plenamente desenvolvidas.
Gráfico 10: No processo de aprendizagem dos alunos, a Literatura Infantil é um recurso relevante.
Fonte: SANTOS, Josiane Marques Dos. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT. 2015.
O interesse pela Literatura nasce pela prática da leitura que é o resultado do trabalho realizado pelo professor no ambiente escolar a fim de desenvolver uma aprendizagem significativa.
A Literatura, ao abordar temas dos mais variados possíveis, enriquece e diversifica o seu trabalho, ao mesmo tempo em que atrai a atenção das crianças, constituindo-se assim, em material de extrema valia para o desenvolvimento de suas aluas. (ANTUNES 2007, p. 50)
Em entrevista utilizando um gravador e iniciada por meio de uma conversa informal com professoras que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a professora A relatou de que forma a Literatura Infantil estimula os alunos.
Eu creio que a literatura infantil possibilita a criança ser inserida no mundo da leitura, visualizar o mundo real e o imaginário, um mundo de fantasias que faz com que ela tenha gosto e se interesse pela leitura estimulando-a a querer aprender para poder entrar nesse mundo.
Realizada a mesma pergunta para a professora B, acerca da Literatura Infantil, ela relatou que:
A literatura infantil é muito importante, pois é através dos contos que a criança desenvolve sua imaginação, cria suas próprias histórias e amplia o seu vocabulário.
Fica evidente a importância da Literatura Infantil no processo de aprendizagem dos alunos, na sua formação e humanização, no seu processo de interpretar e criar suas próprias histórias, de viver num mundo imaginário sem deixar de compreender o mundo real que o cerca.
Considerações finais
O presente trabalho teve por objetivo compreender as contribuições da Literatura Infantil no processo de aprendizagem dos alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, e apresentar os métodos utilizados pelos professores a fim de desenvolver nos alunos o hábito de ler.
A população pesquisada é composta por dez professoras com idade entre 25 a 60 anos, da Escola Estadual Bairro União, sendo que duas tem apenas Graduação em Pedagogia, três com Pós-graduação em Educação Infantil e Anos Iniciais, uma com Pós-graduação em Planejamento Escolar, uma com Pós-graduação em Educação Ambiental e a Prática Escolar, duas com Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e uma com Pós-graduação em Alfabetização e Letramento. Foram distribuídos questionários contendo dez questões fechadas e entrevista utilizando gravador.
A Literatura Infantil é muito importante para o desenvolvimento escolar do aluno. O seu contato com o livro fortalecerá seu desenvolvimento social e crítico. A leitura forma, assim, a criança que aprende com o que lê com o que escuta e consequentemente, forma o cidadão, que pode ler, escrever e criticar. E o professor é um dos principais mediadores no processo de letramento literário do aluno.
Baseando-se nestes fatos, buscou-se compreender de que forma o professor trabalha a literatura infantil no processo de aprendizagem dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental na Escola Estadual Bairro União. Com as análises dos questionários foi possível comprovar que os professores tem conhecimento que são mediadores da leitura, portanto, utilizam a Literatura Infantil no planejamento escolar, mediada por atividades de leitura com uso da biblioteca escolar, para que os alunos possam conhecer o livro desde os autores, ilustradores e editoras, utilizada também na contação de história com o auxilio de diversos recursos que possibilitam que o aluno desenvolva as suas capacidades e habilidades, também neste contexto a literatura é utilizada para inserir valores morais e humanização, tornado a criança em um sujeito leitor, criativo, autor de sua própria história.
Confirmando as hipóteses de que o professor utiliza a literatura infantil para promover melhor qualidade no processo de desenvolvimento da aprendizagem do aluno e também a utiliza para torná-lo um cidadão crítico, criativo, capaz de compreender o mundo a sua volta, também utiliza o espaço da biblioteca regularmente, através de métodos e recursos variados para inserir a literatura infantil nos anos iniciais de maneira que possibilite instigar no aluno o desejo de ler. Ficou evidente que o professor tem um olhar crítico em relação a sua posição como educador e mediador do conhecimento e da Literatura Infantil, o que possibilita ao mesmo alcançar resultados satisfatórios no trabalho com crianças em processo de letramento.
Foram refutadas as hipóteses de que a literatura infantil não é utilizada para promover a aprendizagem, e ainda que a biblioteca escolar não possui obras literárias direcionadas para os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, pois através das análises dos resultados obtidos, ficou evidente que os professores tem conhecimento da relevância de se utilizar a Literatura Infantil para aprimorar a aprendizagem de seus alunos, utilizando o espaço da biblioteca escolar, que oferece um ambiente agradável com obras literárias de acordo com a faixa etária dos alunos e em quantidade suficiente para promover uma leitura de qualidade.
A metodologia abordada para a realização da pesquisa foi suficiente para que os objetivos fossem alcançados de maneira satisfatória. Ainda no contexto, foram utilizados autores relevantes sobre Literatura Infantil, biblioteca escolar, formação de leitores, entre outros, o que permitiu que o referencial teórico correspondesse às expectativas da presente pesquisa.
Após ler, analisar e comparar diversos autores acerca da Literatura Infantil ficou evidente que o espaço escolar é o lugar privilegiado onde o encantamento e a descoberta da leitura acontecem, o papel de mediar à leitura não cabe apenas ao professor, mas também a família e toda equipe pedagógica. A metodologia abordada para inserir o aluno no mundo da leitura deve ser efetiva, podendo ser utilizados diversos recursos: sonoros, visuais e deve-se também permitir que a criança possa manusear os materiais utilizados para a promoção da leitura e a contação de histórias.
Referências
ANTUNES, Walda de Andrade. Lendo e Formando Leitores: orientação para o trabalho com a literatura infantil. São Paulo, Global, 2007.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura infantil: Teoria & Prática. 10ª Ed. São Paulo: Ática S/A, 1990.
Gil, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: Planejamentos e execução de pesquisa; amostragem e técnicas de pesquisa; Elaboração, análise e interpretação de dados. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1996. Fundamentos de metodologia científica. 5ª ed. São Paulo, Atlas 2003.
MAIA, Joseane, Literatura na formação de leitores e professores. São Paulo, Paulinas, 2007.
SILVA, Vera Maria Tieztmann. Literatura Infantil Brasileira: um guia para professores e promotores de leitura. 2ª Ed. Goiânia, Cânone, 2009.
SOUZA, Renata Junqueira de. (organizadora) Biblioteca escolar e práticas educativas: o mediador em formação. Campinas, São Paulo, Mercado de Letras, 2009.
ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na Escola. 8ª Ed. São Paulo, Global, 1994.