Didática do Ensino Superior a docência nas universidades
Elenir Carmem Ransan Brasil
Taís Aparecida Berlanda Babolim
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo propor uma reflexão acerca da prática da didática no ensino superior. Através da análise das práticas pedagógicas dos professores em sala de aula. Pretendemos ainda enfatizar a importância da prática da pesquisa para o processo de ensino aprendizagem, pois por intermédio da pesquisa o professor sobressairá por uma postura autônoma e critica. Destacam-se as propostas curriculares dos cursos de formação de professores que necessita de reformulações visando atender a demanda existente na sociedade atual. Neste contexto, a Didática assume um papel de suma importância para uma educação de qualidade. Bem como o desenvolvimento de uma identidade profissional por parte dos professores.
Palavras Chaves. Didática. Docência. Ensino. Pesquisa.
Introdução
Para melhorar qualidade de ensino são necessários professores qualificados e competentes, devidamente recrutados, com excelente formação acadêmica e condições adequadas de trabalho, além de possuir boas qualidades pessoais, possibilidades profissionais e motivação requerida, a docência não pode ser compreendida como sendo apenas um ato de ministrar aulas, visto que este conceito vai, além disso,
Para uma boa qualidade de ensino é necessário determinar tanto a formação inicial como os programas de formação contínua, que pode ser recorrido pelos professores através das tecnologias da informação e comunicação adequada. Já a qualidade do desenvolvimento pedagógico depende dos meios de ensino manuais e tecnológicos bem como ser utilizados para tornar eficaz a aprendizagem, oferecendo ao aluno o conhecimento por meios da tecnologia, permitindo a difusão ampla dos documentos audiovisuais e recursos da informática, enquanto cabe aos professores estimularem a capacidade de questionar, interagir e analisar diferentes hipóteses, desenvolvendo qualidades de ordem ética, intelectual e afetiva nos seus alunos.
Entretanto para termos essa formação da qualidade para os atuais professores e os que ainda estão por vir, demanda uma investigação para melhorar o ensino e a pedagogia, incluindo o contato com outros profissionais experientes e investigadores nas próprias disciplinas entre os institutos de formação pedagógica e a universidade, somando a colaboração dos pais na assiduidade dos alunos nas escolas. (DOLORS, 1999).
Neste contexto educacional inserido na pós-modernidade propõe-se a revisão de que a didáticas pedagógicas dos professores, e também os cursos de formação dos docentes em educação.
Desenvolvimento
Pudemos perceber que a didática do ensino superior nas universidades qualifica o professor, como "transmissor de conhecimentos", pois conhece o assunto da sua especialidade e o transmite, com competência, porém sem relacionar o conteúdo específico com a vida real. Já o professor que exerce a função de conscientizador das questões estruturais e como crítico deixa de lado sua função formadora e informadora, não transmitindo nem criando conhecimentos, perdendo-se totalmente na crítica excessiva.
No entanto a formação dos docentes deve acompanhar as mudanças ocorridas na sociedade.
De acordo com Libâneo:
Presentemente, ante novas realidades econômicas e sociais, especialmente os avanços tecnológicos na comunicação e informação, novos sistemas produtivos e novos paradigmas do conhecimento, impõem-se novas exigências no debate sobre a qualidade da educação e, por consequência, sobre a formação de educadores. Não cabe mais uma visão empobrecida dos estudos pedagógicos, restringindo-os aos ingredientes de formação de licenciados. Não se trata de desvalorização da docência, mas de valorização da atividade pedagógica em sentido mais amplo, na qual a docente está incluída. (LIBÂNEO: 2007 p. 40)
Nesse aspecto, é que muitos educadores universitários vêm realizando cursos de Didática do Ensino Superior, que são oferecidos em nível de pós-graduação com uma frequência cada vez maior por instituições de Ensino Superior.
Portanto, a finalidade desse estudo é de conquistar a eficácia da Didática do Ensino Superior, apresentando os melhores métodos de ensino-aprendizagem, com as melhores técnicas de sua exposição.
A cerca dessas informações, as novas exigências consistem em um docente que tenha qualificação profissional específica e tenha como prática não somente a docência, mas também a pesquisa. Isto se torna bastante relevante no ensino superior, pois:
Só recentemente os professores universitários começaram a se conscientizar que a docência, como a pesquisa e o exercício de qualquer profissão exigem capacitação própria e específica. O exercício docente no ensino superior exige competências específicas, que não se restringem a ter um diploma de bacharel, ou mesmo de mestre ou doutor, ou ainda, apenas o exercício de uma profissão. Exige isso tudo, além de outras competências próprias. (MASETTO. 1998.p.11)
Apesar de vários estudiosos da educação insistam na importância da aquisição de conhecimentos e habilidades pedagógicas pelos professores no mesmo nível de ensino, muito deles não reconhecem a importância da didática para sua formação.
Compete lembrar que vários professores universitários não dispõem de preparação pedagógica. E também, ao contrário dos que lecionam em outros níveis, muitos professores universitários exercem duas atividades: a de profissional de determinada área e a de docente, com ênfase na primeira. Por essa razão, conferem menos atenção às questões de natureza didática de que os professores dos demais níveis, os que recebem formação pedagógica.
Contudo, há professores que veem os alunos como os fundamentais agentes do método educativo. Examinam como estão suas capacidades, suas necessidades e interesses, para que possam buscar os melhores elementos e auxiliá-los no desenvolvimento de suas aptidões, na mudança de atitudes e desempenhos e na busca de novos significados das coisas e dos fatos. As atividades desses educadores estão centradas nos discentes, em suas aptidões, capacidades, expectativas, interesses, possibilidades, oportunidades e condições para aprender. Atuam, portanto, como facilitadores da aprendizagem. Os educadores que visam mudanças na educação, preocupados com uma educação para modificação do ensino, constituem os exemplos mais claros de adoção desta postura. Nessa ótica, os discentes são incentivados a expressar suas próprias ideias, a investigar com independência e a procurar os meios para o seu desenvolvimento individual e social.
Entretanto é importante ressaltar que o ensino continuamente abrange uma certa maneira de troca, pois só é oportuno ensinar quando temos alguém a quem ensinar. Se não temos alunos, qual a necessidade de educadores? O educar sucessivamente sugere intercambio entre no mínimo, dois sujeitos que se encontram de forma que promovam a adaptação de duas as partes e do qual se acredita ter algum tipo de resultado. O instruir-se, por sua vez, distingue-se como um procedimento interno que acontece nos indivíduos gerando modificações de desempenho que não seja produto do amadurecimento.
A didática no ensino superior requer uma atenção especial às necessidades dos discentes, para nortear a sua “prática” no processo de ensino aprendizagem. Pois, o “papel docente é fundamental e não pode ser descartado como elemento facilitador, orientador, incentivador da aprendizagem”. (MASETTO. 1998. p.12.)
O desempenho do docente atualmente, não está mais localizado na racionalidade técnica, neste contexto torna-se de suma importância que o professor, seja também um pesquisador. Uma vez que, a prática da pesquisa concede-lhe uma autonomia e criticidade, já que, amplia sua consciência sobre sua própria prática, a da sala de aula e a da escola como um todo, o que pressupões os conhecimentos teóricos e críticas sobre a realidade. (Vasconcelos: 2005. p. 63)
Dessa maneira, o professor torna-se um importante protagonista na transformação da qualidade social dos estabelecimentos de ensino.
(...) os professores colaboram para transformar a gestão, os currículos, a organização, os projetos educacionais e as formas de trabalho pedagógico das escolas. Assim, reformas produzidas nas instituições sem tomar os professores como parcerias/autores não transforma a qualidade social da escola. (Vasconcelos: 2005. p. 64)
Compreende-se que, o docente tem um papel social no procedimento ensino aprendizagem do aluno, para isso este profissional deve desenvolver uma postura mental crítica, que possibilite, deste modo, aos discentes a chance de tornarem, também, elaboradores de informação e de assumirem uma postura crítica.
Ao seguir este estilo o docente colabora para a quebra de velhos padrões vigorante no sistema educacional. Pois, rompe com o tradicionalismo que prevalece em vários estabelecimentos de ensino superior e propõe uma prática docente crítica, autônoma e mais democrática.
A referência abaixo comprova uma prática habitual nos estabelecimentos de ensino superior, pois:
Na maioria das instituições de ensino superior, incluindo as universidades, embora seus professores possuam experiência significativa e mesmo anos de estudo em suas áreas especificas, predomina o despreparo e até um desconhecimento científico do que seja um processo de ensino e de aprendizagem, pelo qual passam a ser responsáveis a partir do instante em que ingressam na sala de aula. Geralmente os professores ingressam em departamentos que atuam em cursos aprovados, em que já estão estabelecidas as disciplinas que ministrarão. Aí recebem ementas prontas, planejam individual e solitariamente, e é nesta condição individual e solitariamente- que devem se responsabilizar pela docência exercida. (PIMENTA. 2008. p.37)
Apesar de que o docente seja visto como o fundamental elemento do processo de aprendizagem, ele não tem por natureza o domínio total de fatores que estão relacionados aos estudantes, tais como suas particularidades pessoais, necessidades e interesses. Na maioria das ocorrências, não detém capacidade de influenciar a políticas organizacionais e administrativas da escola. Entretanto, ele responde muito bem, ao conhecimento da disciplina que ministra, as habilidades para comunicação dos conteúdos, a maestria em relação ao uso de recursos instrucionais e ao clima estabelecido em sala de aula. Se não for responsável para tanto não será apto eticamente e nem digno de sua profissão de professor.
As práticas pedagógicas de ensino e o papel do professor devem ser revistos, a fim de ultrapassar a relação automática entre conhecimento científico-técnico e a prática. Na expectativa da reconstrução social, o professor é visto como “profissional independente, um indivíduo que reflete criticamente sobre seu fazer pedagógico numa tentativa de abrangência do processo e do contexto em que está inserido, possibilitando um desenvolvimento independente também de seus educandos”.
Compete ao educador o uso da capacidade criadora no incremento de suas aulas. Em tempos de tecnologias modernas e disponíveis, não é aceitável que o professor utilize apenas giz para escrever em lousa visando ensinar ou produzir conhecimento.
Igualmente, o que se observa em boa parte das universidades quando se fala de estratégia, é ainda a habitual aula expositiva conduzida de forma viciada, onde o professor se coloca como mestre soberano daquele “assunto”, e deixa a apostila no “xerox” e pede fichamento.
No entanto é imprescindível que o próprio professor se ponha no centro da capacidade criadora para a construção da estratégia pedagógica, não como o “ser superior”, o transmissor do conhecimento, mas, como ator principal na formação e na produção do conhecimento.
Observamos que as costumes acima alegados colaboram para a “mutilação” da autonomia e capacidade criadora dos docentes, visto que, ocorre uma determinação dos setores de ensino, pois não priorizam uma informação democrática e grupal e isso acaba refletindo negativamente no processo de ensino aprendizagem desenvolvida nas universidades.
Adiciona-se a isso um amplo número de profissionais desqualificados, sem uma formação especifica na área de licenciatura. Logo, não proporcionam uma didática na experiência da docência. Não há finalidade de generalização, mas, adverte-se, isso, especialmente em profissionais com formação em outros campos, como por exemplo, advogados, médicos, engenheiros, químicos, dentre outras, que exercem a docência respectivamente a suas atividades como profissionais independentes.
Agrava-se a situação quando o professor não tem nenhuma formação pedagógica. Sua ação docente, normalmente, reflete e reproduz a proposta dos professores que atuaram em sua formação. Em alguns casos, superara as dificuldades e tornam-se autodidatas em virtudes do interesse e do entusiasmo que os envolve na docência. (BEHRENS: 2005. p.58)
Dessa forma destacamos que a formação dos docentes se torna imprescindível para uma educação de qualidade, pois, “o grau de qualificação é um fator chave no fomento da qualidade em qualquer profissão, especialmente na educação, que experimenta constante mudança.” (PIMENTA. 2008. p.42)
Com isso torna-se importante que os professores acresçam, também, uma identificação profissional, pois:
A construção da identidade com base numa profissão inicia-se no processo de efetivar a formação na área. Assim, os anos passados na universidade já funcionam como preparação e iniciação ao processo identitário e de profissionalização dos profissionais das diferentes áreas. Quando passam a atuar como professore no ensino superior, no entanto, fazem-no sem qualquer processo formativo e mesmo sem que tenham escolhido ser professor. (PIMENTA. 2008. p.132)
A ampliação de uma identificação profissional ajuda para a competência dos docentes sendo assim:
A docência no ensino superior exige não apenas domínio de conhecimentos a serem transmitidos por um professor como também um profissionalismo semelhante àquele exigido para o exercício de qualquer profissão. A docência nas universidades e faculdades isoladas precisa ser encarada de forma profissional, e não amadoristicamente. (MASSETTO: p.13)
A formação continuada e ativa do docente está cada vez mais se tornando um empenho obrigatório, pois, estabelece que aquele que pretende lecionar e pôr em prática seus conhecimentos e métodos profissionais sejam modernizados constantemente por informações em cursos de aprimoramentos, especializações, conferências etc.” (MASETTO. p. 19)
O desenvolvimento pedagógico do educador universitário, vai mais adiante do simples saber dar aula, envolve aspecto do plano de ensino. Por exemplos, as finalidades gerais e específicas; a distinção da clientela com a qual se vai trabalhar; a informação do mercado de trabalho; as atuações em sala de aula; a escolha dos conteúdos; a literatura seguida; agilidades e recursos de ensino-aprendizagem; avaliação da aprendizagem do aluno e da atuação do professor nitidamente decidida; edificação e reconstrução do conhecimento por meio da investigação; a afinidade professor-aluno etc. (VASCONCELOS, 1998)
A aprendizagem cotidiana do educador é importante para tentar sanar a deficiência do professor na aérea pedagógica. Já que dominar a as aulas é de suma importância para o dia a dia na sala de aula e o que o torna um facilitador na técnica da educação e aprendizagem. A docência no nível superior estabelece que o educador tenha o comando na área pedagógica. Em comum, esse é o assunto mais carente de nossos professores universitários, quando vamos discorrer em habilidade na docência. (MASETTO. p. 19).
Sem reduzir o mérito dessa grande massa de professores que estão envolvidos em sala de aula e pesquisa nas universidades, um ponto de reflexão a ser discutido seria como esse professor seleciona conteúdos a serem trabalhados com os alunos e a significação desses referenciais na formação dos acadêmicos. (BEHRENS: 2005. p.58)
Motivar os alunos é um passo de maior fator decisivo da ocorrência da aprendizagem dos mesmos. É o que impulsiona a ação do docente e tem por origem uma obrigação. Portanto, a medida que o aluno sente necessidade de aprender, tende procurar fontes adequadas de satisfazê-las, tais como leituras, aulas e discussões com outros colegas a vista de construir seu conhecimento. O estímulo determinado pela motivação é de simples averiguação.
Outro fator de ampla importância é a desenho comum de convívio de cada aluno acerca da aprendizagem. Alunos que projetam seus estudos para conseguir seus objetivos arranjam explanações das aulas, seguem métodos de leitura e revisam fixamente o assunto, também habituam a ser os melhores em sala de aula. E é importante analisar que de todas as técnicas pautadas à aprendizagem, estas são as que mais se conseguem expor com facilidade e podem ser manuseadas pelos alunos com vista ao sucesso. Sendo assim é que se sugerem aos professores não só somente que lecionem a disciplina, mas também que ensinem seus alunos a estudarem.
Ficando de tal modo, para o estágio pleno da docência o profissional deve ter determinadas capacidades fundamentais, tais como: análise, propriedade na área pedagógica, didática, trabalho em equipe, escolha de conteúdos, desenvolverem agilidades multidisciplinares e, sobretudo, sabedoria para agregar no processo de aprendizagem o desenvolvimento cognitivo e afetivo-emocional.
O desempenho do educador demanda o emprego de táticas para promover a aprendizagem dos educandos.
Está em jogo a motivação e as estruturas cognitivas do aprendiz, a natureza da tarefa a realizar, o contexto da comunicação. É, também, aqui que sobressaem a pessoa do professor, com os meios e as estratégias de que se serve para disponibilizar os saberes, e a do aluno com aquilo que faz para se apropriar do que é proposto. (BEHRENS 2005. p. 42).
Portanto, o que aconselhamos nesta ocasião é que o docente adquira atitude fiel de concentração a respeito de a seu método em sala de aula. Uma vez que, o professor necessita ser crítico, reflexivo, pesquisador, criativo, inovador, questionador, articulador, interdisciplinar e saber praticar efetivamente as teorias que propõe a seus alunos. (BEHRENS:2005. p.66).
Os métodos metodológicos necessitam ser ainda de serem repensados e apurados de maneira que possam seguir as modificações advindas na sociedade e que possam adaptar a sua prática para acolher essas mudanças do ensino superior.
A metodologia, a opção metodológica, precisa vir assentada em novos pressupostos, que nesse momento histórico, parecem indicar forte tendência para uma abordagem progressista (com relações dialógicas, trabalho coletivo, discussões críticas e reflexivas) aliada ao ensino com pesquisa (visando à investigação para produção de conhecimento), que contemple uma visão holística (resgate o ser humano como um todo, considere o homem em suas inteligências múltiplas, leve à formação de um profissional humano, ético e competente), alicerçada numa tecnologia inovadora (com utilização de recursos informatizados e bibliográficos inovadores) (BEHRENS: 2005 p. 67.
O professor precisa, ainda, calcar-se na lógica para escolher a edificação do conhecimento de forma independente e democrática, colaborando assim, para um aprendizado docente de domínio no ensino superior.
Neste contexto, podemos perceber que para ser hoje um docente universitário de competência , deve abranger e movimentar um conjugado de soluções cognitivas que são as tecnologias, aptidões, subsídios e saberes docentes entre outros, para solucionar com clareza e eficiência uma cadeia de circunstâncias acopladas a conjuntos atuais, profissionais e condições sociais, onde, estas capacidades são alcançadas menos como potencialidades dos seres humanos e mais como obtenções ou aprendizados construídos. Exige-se, deste modo, um professor capaz de estabelecer e conduzir condições de aprendizagem, que domine os conteúdos a estarem sendo ensinados e os explane em objetivos de aprendizagem. Que esteja apropriado em descobrir os episódios, beneficiando a assimilação ativa e a transferência dos conhecimentos, sem passar necessariamente por sua exibição sistemática, na ordem prescrita por um sumário.
Além disso, cabe também um professor transformador, que modifique focalize o ensinar e que advenha a se atentar com o aprender, principalmente com o “aprender a aprender”. Que venha abrir passagens coletivas de busca que auxiliem a cultivo do conhecimento de seus alunos, ajudando a transporem o papel passivo de copiar ensinamentos e a se tornarem críticos e criadores, indo mais além, a necessidade de um professor capaz de trabalhar em conjunto, que seja capaz de agregar grupos de análise e pesquisa com profissionais de diferentes áreas e compartilhar de projetos multidisciplinares e que aceite o desafio da interdisciplinaridade.
Considerações finais
Concluímos que a didática pedagógica se configura em uma atividade de suma importância para a edificação de sujeito crítico e responsável. No entanto, a docência no ensino superior implantada no conjunto atual precisa ser repensada, visando a sua reformulação curricular dos cursos de formação de docentes. Destacamos o papel da pesquisa para Docência, visto que contribui para o processo de ensino aprendizagem.
É evidente que na época presente o conhecimento se tornou um fator diferencial de superação de desigualdades e acabou por agregar valores, refletindo diretamente nas estruturas político-sociais e econômicas dos países. Pode-se até afirmar que a riqueza de um país é determinada pelo quanto se é investido em conhecimento como forma de melhorar a qualidade da vida das pessoas. Vivemos no que a mídia vem chamando de “Sociedade da Informação.” Contudo, à medida que as tecnologias possibilitaram, em termos de quantidade, o acesso à informação, aos cursos de graduação e ao conhecimento, surgiu o risco de se privilegiar a quantidade numérica em detrimento da qualidade, portanto, deve-se atentar para a qualidade dos cursos oferecidos pelas faculdades ou universidades equilibrando a acessibilidade econômica à qualidade enquanto resultado do processo de aprendizagem oferecido.
Contudo, a quantidade e qualidade, mostram apenas uma maneira de ser que está no meio das relações complexas e profundas entre os gestores da IES, própria IES, seus professores, alunos, funcionários e a sociedade na qual ela está inserida. O mais importante é perguntar o sentido e a importância da pesquisa como estratégia educacional do ponto de vista da sociedade, da política, da cultura, da construção de uma sociedade justa.
Deste modo, o que se propõe, sem a mínima intenção de esgotar esse tema tão difícil, é retomar a análise, parte integrante do eixo orientador e legal da formação de docentes enfrentando claramente a determinação do mercado que quer dirigir a produção do conhecimento apenas para o ensino daquilo que integra seus interesses imediatos; apontar a necessidade de evitar a todo custo que o ensino/aprendizagem fique relegado às meras aulas expositivas, aulas “show”, seminários, resumo e fichamentos de textos. A investigação como estratégia pedagógica vem atender à mudança do modelo educacional, o qual apresenta na atualidade o aluno como ator principal na construção do conhecimento e o educador como o fomentador, facilitador e articulador desse processo. É a influência discente sobre a ação docente que vai tornar possível estimular, instigar o educando tornando-o um construtor do saber, do conhecimento científico, um investigador, um pesquisador, libertando-o da mera esfera da opinião e da formação tecnicista. Dessa forma e nesse processo, enquanto o educando constrói a si mesmo como ser pensante, indagador, questionador, pesquisador, se constrói como homem cidadão, transformador da sociedade e atuante na história.
Referências
BEHRENS, M. A. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Rio de Janeiro:
Vozes, 2005.
DELORES, J. Educação um tesouro a descobrir. 5. ed. Porto. ASA, 1999.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
GIL. Antonio Carlos. Didática do Ensino Superior. São Paulo. Atlas, 2009.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 2007.
MASETTO, Marcos. Docência Na Universidade. São Paulo, Papirus. 1998.
PIMENTA, Selma Garrido. Docência no Ensino Superior. São Paulo: Cortez, 2008.
VASCONCELOS, M.L. A formação do professor universitário. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1998.
VASCONCELOS, Maria Lucia. Docência e Autoridade no Ensino Superior: Uma Introdução ao Debate. IN: Ensinar e Aprender no Ensino Superior. 2.ed. São Paulo: Cortez. 2005.