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A importância do lúdico na Educação Infantil no processo de ensino aprendizagem

Carolina Samanda Rodrigues

Rosimere Maria Quirino

 

DOI:10.5281/zenodo.13854780

 

 

Resumo

O presente artigo com o título a Importância o Lúdico na Educação Infantil marca as possibilidades e os benfeitorias às crianças, no seu desenvolvimento em vários aspectos, beneficiando seu crescimento, sua socialização e aprendizagem por meio de atividades diferençar-se, as quais são prováveis por meio da ludicidade, assim o mencionado trabalho teve como objetivo destacar a importância do lúdico no desenvolvimento infantil na Educação Infantil, adquirido por meio de brincadeiras e dos jogos, de forma que lhes permitam desenvolver a autonomia, coordenação motora, criatividade, além do afetivo, da sua socialização, interação com outras crianças e principalmente a diversão. O lúdico está próximo a jogos, brincadeiras, interesse, prazer, ajuda a desenvolver a criatividade e proporciona bem-estar aos educandos, cabe ao profissional de educação física utilizar a ludicidade como meio para desenvolver inúmeras capacidades em seus alunos para que o ensino aprendizagem aconteça de forma espontânea, divertida e principalmente significativa. Este artigo foi composto através da pesquisa bibliográfica analisando diversos e diferentes autores que possibilitaram compreender a importância do lúdico no desenvolvimento infantil e através de questionários aplicados com professores do Cmei Municipal Gente Miuda do município de Guarantã do Norte. Desse modo, foi possível entender que o trabalho realizado com lúdico vem ao longo dos períodos conquistando seu espaço, sua importância e até mesmo necessidade, tornando-se uma ação importante de forma geral, ação está presente na vida do ser humano em todas as fases, seja na infância, na idade adulta ou na velhice, sendo que a ação lúdica contribui para a construção da autonomia, no entanto, averiguar também que as brincadeiras contribuem para o desenvolvimento da criança, sendo que na escola os mesmos necessitam ter a mediação docente, pois nesse ambiente o que se busca é a transmissão e a assimilação dos conhecimentos constituídos socialmente pela humanidade.

 

Palavras-chaves: Lúdico. Educação Infantil. Brincadeiras. Jogos.

 

 

Abstract:

This article with the title the Importance of Playfulness in Early Childhood Education marks the possibilities and benefits to children, in their development in various aspects, benefiting their growth, socialization and learning through differentiating activities, which are likely to through playfulness, so the aforementioned work aimed to highlight the importance of playfulness in child development in Early Childhood Education, acquired through games and games, in order to allow them to develop autonomy, motor coordination, creativity, in addition to the affective, socialization, interaction with other children and especially the fun. Playfulness is close to games, play, interest, pleasure, helps to develop creativity and provides well-being to students, it is up to the physical education professional to use playfulness as a means to develop countless skills in their students so that teaching and learning happens in spontaneous, fun and mainly meaningful way. This article was composed through bibliographic research analyzing several and different authors that made it possible to understand the importance of playfulness in child development and through questionnaires applied with teachers from Cmei Municipal Gente Miuda in the municipality of Guarantã do Norte. In this way, it was possible to understand that the work carried out with playful activities has conquered its space, its importance and even need over time, becoming an important action in general, an action that is present in the life of the human being in all phases , whether in childhood, adulthood or old age, and the playful action contributes to the construction of autonomy, however, also find out that play contributes to the child's development, and at school they need to have teacher mediation , because in this environment what is sought is the transmission and assimilation of knowledge constituted socially by humanity.

 

Keywords: Playful. Child education. Jokes. Games.

 

 

Introdução

 

O lúdico permite que a criança resolver conflitos internos, além de garantir a construção do conhecimento e do desenvolvimento emocional, cognitivo e social. O tempo utilizado pela criança para brincar contribui para seu bem-estar e para suas experiências futuras. É a oportunidade que a criança tem de aprender sozinha com sua própria falha sem se sentir constrangida em errar e tentar novamente.

O ato de brincar, apesar de não possuir natureza determinada, com regras e atividades dirigidas, permite explorar os processos capazes de fazer o brincar funcionar de verdade, favorecendo, dessa forma, a construção do conhecimento e o desenvolvimento emocional, social e cognitivo das crianças.

Podemos observar que o lúdico não significa simplesmente recrear-se. Isso porque é a forma mais completa que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo. O ato de brincar pode incorporar valores morais e culturais, sendo que as atividades lúdicas devem visar á autoimagem, autoestima, autoconhecimento e cooperação porque estes conduzem á imaginação, á fantasia, á criatividade, á criticidade e a uma porção de vantagens que ajudam a moldar suas vidas como crianças e como adultos.

O lúdico pode ser usado como um recurso, que propicia um ensinar de forma correta, simples e divertida. A criança também constrói seu conhecimento, em brincadeiras próprias, as quais chamam de livres.

Sendo assim, este estudo tem como objetivo refletir a importância da ludicidade na prática pedagógica promovendo o ensino aprendizagem na alfabetização da criança; estudar quais as necessidades que existem dentro da escola para a implantar o lúdico; distinguir as dificuldades encontradas pelo professor diante da utilização do lúdico em sala de aula e por fim mostrar os benefícios da ludicidade em uma escola tradicional, beneficiando o desenvolvimento da aprendizagem.

As atividades lúdicas podem desenvolver na criança a atenção, a imaginação, a memorização, enfim, muitos aspectos que estão em andamento na educação infantil. Outro objetivo é evidenciar o papel do professor como mediador, capaz de tornar as suas aulas mais ativas e mais alegres no dia a dia, tendo como aliados o jogo /brinquedo /brincadeira, buscando uma postura de análise, reflexão, identificando interesses e necessidades das crianças, resultando em um trabalho pedagógico de acordo com suas realidades, suas experiências, suas emoções e descobertas.

Nessa definição, esse projeto se justifica pela grande relevância do tema e pela necessidade de se reforçar a grande importância e significância dos jogos e das brincadeiras, pois entende-se que a aprendizagem por meio do lúdico pode promover um conhecimento mais concreto e, principalmente, mais significativo aos alunos, tornando, dessa maneira, o processo de ensino aprendizagem mais prazeroso.

Com isso é que ressaltamos que na prática pedagógica, na educação infantil, a ludicidade deve ganhar cada vez mais espaço cooperando para uma aula com maiores expectativas tanto para os alunos como para o educador. Tornando a aula harmoniosa tanto para o aluno e professor se unem numa construção de conhecimento cada vez mais elevado facilitado pela exploração da ludicidade. Durante a infância, o desenvolvimento físico/motor não pode ser ignorado. Então, no ambiente escolar o educador deve se conscientizar de que por meio de muitas atividades lúdicas as crianças podem adquirir mobilidade corporal de modo orientado, calculado, podendo assim movimentar-se em diferentes espaços tendo como orientador espacial o próprio corpo.

 

 

Desenvolvimento

 

O surgimento do Lúdico no Brasil

A compreensão da inserção do lúdico no contexto da educação infantil implica conhecer a trajetória da educação infantil no Brasil a partir da segunda metade do século XIX.

Trariam vantagens para o desenvolvimento infantil, sob a influência dos escolanovistas. O cerne da polêmica era a argumentação de que, se os jardins de infância tinham objetivos de caridade e destinavam-se aos mais pobres, não deveriam ser mantidos pelo poder público (OLIVEIRA, 2007, p.92)

 

Bacelar (2009) enfatiza, também, o atendimento assistencialista no início da atividade da educação infantil no Brasil, mas observa que, á medida que a educação infantil foi se expandindo, foram surgindo outras perspectivas que visavam atender a outras necessidades que não fossem apenas aquelas das mães que desempenhavam atividades laborais fora do lar e precisavam de um local para deixar seus filhos. Contudo, mesmo após a constituição de 1998, que inclui a creche na área de competência da educação infantil ao lado da pré-escola, substituindo a concepção de atendimento á criança a visão assistencialista por uma visão de desenvolvimento integral, ainda se encontram, nos dias atuais práticas educativas onde prevalecem as necessidades de alimentação e higiene na faixa de 0 a 3 anos, a da creche, e para crianças de 4 a 6 anos, a prática voltada para a preparação para o ensino fundamental. Diante desses entraves, remoto á lei de Diretrizes e Bases na Educação, no seu artigo 29, o qual preconiza o desenvolvimento integral da criança:

[...] A educação, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 1996 apud BACELAR 2009, p.23)

Assim, coexistiam concepções que optavam tanto pela presença dos jogos e brincadeiras livres na escola, quanto pela sua ausência, sendo estes considerados, muitas vezes, perda de tempo ou, simplesmente, atividades que serviam para ocupar um espaço de tempo livre ao final da aula. Segundo Silva (2003), a concepção de ludicidade que

 

[...] A história da educação infantil em nosso país tem, de certa forma acompanhado a história dessa área no mundo, havendo, é claro, características que lhe são próprias. Até meados do século XIX, o atendimento de crianças pequenas longe da mãe em instituições como creches ou parques infantis praticamente não existia no Brasil. No meio rural, onde residia a maior parte da população do país na época, famílias de fazendeiros assumiam o cuidado das inúmeras crianças órfãs ou abandonadas, geralmente frutos da exploração sexual da mulher negra e índia pelo senhor branco. Já na zona urbana, por vezes filhos ilegítimos de moças pertencentes a famílias com prestígio social, eram recolhidos nas rodas de expostos existentes em algumas cidades desde o início do século XVIII. (OLIVEIRA, 2006, p.91)

Ainda segundo a autora, a partir da segunda metade do séc XIX, com a abolição da escravatura no país, a imigração para a zona urbana se acentua para as grandes cidades. Com isso, surgem alguns problemas referentes ao destino dos filhos dos escravos, o que culminou em algumas soluções como a criação de creches, de asilos e internatos, vistos como instituições para cuidar das crianças pobres, sendo adotado um modelo de assistência aos infantes, o qual atribuía á família a culpa pela situação dos filhos.

No final do século XIX, surgem então os jardins de infância produto do projeto social de construção de uma nação moderna que partia do ideário liberal que reunia condições para que fossem assimilados, pela elite do país, os ideais dos preceitos educacionais do Movimento das Escolas Novas, advindos do centro das transformações sociais ocorridas na Europa e trazidos ao Brasil pela influência americana e europeia:

 

 

A Contribuição e a Valorização do Lúdico

 

O lúdico, segundo biológico suíço Jean Piaget (1896/1980), faz parte da nossa vida desde o nascimento por meio de diferentes tipos de jogo (p.31). A importância de brincar deve fazer parte das nossas vidas, desde criança e até, na nossa faze adulta.

Segundo Winnicoltt (1971, p.5), para promover o brincar das crianças bem pequenas é essencial um ambiente apropriadamente estimulante e uma interação qualificada ou como diria Winnicolt uma adequada provisão ambiental.

É necessário preparar e organizar o ambiente para que as crianças sintam-se bem, com isso a criança desenvolve melhor as suas brincadeiras. Segundo Winnicoltt (1971, p,79) “É o brincar e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem suas liberdades de criação”. Ao brincar a criança, consegue imaginar os personagens das histórias e das brincadeiras e também das músicas, que o professor trabalha com elas, e isto acontece, quando elas estão brincando. Segundo Edda Bom Tempo [ETAL] (1996, p.17) “Enfim, cada contexto social constrói uma imagem de jogo conforme seus valores e modo de vida, que se expressa por meio da linguagem”.

Cada indivíduo conforme a sua situação social tem o seu modo de brincar, jogar e até mesmo de falar. De acordo com Antunes (1999, p.40) “Assim o jogo somente tem validade se usado na hora certa e essa hora é determinada pelo seu caráter desafiador pelo interesse do aluno e pelo objetivo proposto”. O jogo usado na hora certa e quando o professor incentiva o aluno a jogar e a brincar dês das séries iniciais. Segundo Chateau (1987, p.14). Pois é pelo jogo, pelo brinquedo, que crescem a alma e a inteligência”. A criança que joga e brinca é uma criança feliz e inteligente.

Á espera de que a criança se torne adulta e se insira no sistema de produção do qual foi excluída gradativamente no decorrer da história do capitalismo, a ela é designado um ofício próprio nas instituições de educação infantil, transformando a pré-escola em uma “espécie de grande brinquedo educativo”.

De acordo com WAJSKOP (1997), desde os primórdios da educação greco-romana, com base nas ideias de Platão e Aristóteles, a brincadeira era praticada apenas por prazer e divertimento, seja em casa, seja em instituições para tal fim.

Diante disso a autora WAJSKOP (1997, p.19), “é apenas coma ruptura do pensamento romântico que a valorização da brincadeira ganha espaço na educação das crianças pequenas”.

Arce e Simão (2006, p.72), acreditam que “o jogo não é uma atividade livre na qual qualquer coisa pode acontecer e a criança esta totalmente fora da realidade; o jogo é uma atividade que possui uma finalidade e um resultado a ser atingido”.

Santos enfatiza quais as contribuições da atividade lúdica para o desenvolvimento infantil:

[...] O brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio desenvolvimento. (SANTOS, 1992, p,12)

De acordo com Kishimoto (2008, p.18), autora que discute o papel do brincar e da brincadeira nas práticas educativas, “[...] o brinquedo supõe uma relação intima coma criança e sua indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização”. Nesse sentido Kishimoto (1997, p.23) destaca que o brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens que invocam aspectos da realidade. Um exemplo é a manipulação de uma boneca, em que a criança brinca de mamãe e filhinha, ou seja, a criança passa a representar na brincadeira o que ela vê na realidade, ela faz com que a boneca o que vê a mãe fazer com ela.

Outra questão salientada por Kishimoto (2008) é que o brinquedo pode assumir diferentes significados, seja ele um objeto destinado a divertir uma criança, ou um brinquedo educativo, também chamado de jogo educativo. No campo da psicologia da educação também tem sido bastante destacada a importância da atividade lúdica para o desenvolvimento geral dos sujeitos. É bastante conhecida, nesse campo, a produção de Vigotsky. Nesta linha de pensamento, o desenvolvimento é conquistado pela criança, por meio das experiências vividas com os adultos, que os ajudam a realizar atividades, o que posteriormente, a criança irá realizar sozinha. Deu atenção especial ao tema que é objeto deste trabalho, isto porque, segundo ele:

[...] O brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo, ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento. (VIGOTSKY, 1998, p134-135)

Nesse sentido, Vigotsky (1998) salienta que o brinquedo é extremamente importante para o desenvolvimento da criança, provocando mudanças na sua forma de se relacionar com o mundo, criando situações que a auxiliam a desenvolver e internalizar regras, formar conceitos. Ressalta ainda que a criança quando está brincando, comporta-se de maneira diferente do que acontece em sua vida cotidiana, age conforme o modo de funcionamento daquilo que imita, internalizando regras. Conforme o pensamento vigotskyano, ao brincar a criança simboliza e atribui seu próprio significado ao objeto, busca a imaginação e a criatividade. Por exemplo, ao brincar de andar a cavalo a criança utiliza o objeto cabo de vassoura e imagina estar realizando a ação de cavalgar. Por isso o brinquedo tem grande importância no desenvolvimento, pois cria novas relações entre situações imaginadas e situações reais. 

 

 

Lúdico na Aprendizagem: Apreender e Aprender

 

A Lei de Diretrizes e Bases- LDB consolida e amplia o dever do poder público para com a educação em geral e em particular para com o Ensino fundamental, assegurando a todos a formação comum indispensável para p exercício da cidadania e lhes fornecer meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Conferindo, assim, ao ensino fundamental um caráter de terminalidade e de continuidade. (BRASIL, 2006).

O Brasil está avançando em direção á democratização do acesso e permanência dos alunos no Ensino Fundamental. Um exemplo disso é que 97% das crianças estão na escola. Avalia-se que o modelo educacional vigente não provocou mudanças efetivas de comportamento para construir uma cidadania solidária, responsável e comprometida com o pais e com seu futuro.    

A educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvido do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1996, p.2)

 

Desde o início de sua vida, a criança apresenta ritmos e maneiras diferentes para andar, falar, brincar, comer, ler e escrever. Pode-se dizer que a educação deve ser voltada para tais perspectivas, pois o ser humano é um ser de múltiplas dimensões, com ritmos diferentes e o seu desenvolvimento é um processo contínuo.

Considerar as especificidades de cada faixa etária das crianças significa reconhecê-las como cidadãs, possuidoras de direitos e deveres, entre eles a educação pública e de qualidade.

NÓVEA (1995) ressalta que a escola tem de ser encarada como uma comunidade educativa, permitindo mobilizar o conjunto dos atores sociais e dos grupos profissionais em torno de um projeto comum.        

Conhecer o funcionamento cognitivo e a capacidade de planejar asa atividades que são realizadas, controlar suas execuções e avaliar seus resultados para detectar erros, modificar a atuação, conhecer as suas peculiaridades e o potencial é de grande relevância para o aprendizado do aluno.

A importância da aprendizagem varia de uma espécie para a outra. Os animais, por exemplo, aprendem de maneira lenta, já o homem possui a capacidade de tirar proveito de tudo o que aprende, tem ações e reações, que iniciam até antes do seu nascimento e se desenvolvem pela aprendizagem.

Segundo Coelho (2002, p.11), “a aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maduro, diante de uma situação- problema sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência”.

É comum as pessoas restringirem o conceito de aprendizagem somente a fenômenos que ocorrem na escola com o resultado do ensino. No entanto, aprendizagem abrange os hábitos, aspectos de nossa vida afetiva, assimilação de valores culturais, funcionais e resulta de toda estimulação ambiental recebida pelo individuo no decorrer da vida e, também, ao sofrer interferências intelectual, psicomotor, físico e social. Para que a aprendizagem seja significativa é necessário que o indivíduo perceba a relação entre o que está aprendendo e sua vida. Isso envolvendo seu raciocínio, análise, imaginação, relacionamento entre ideias, coisas e acontecimentos.

De acordo com:

[...] As dificuldades de aprendizagem afetam um número substancial de crianças em nossa sociedade. São heterogêneas, leves, moderadas, graves, de curta ou longa duração e as mesmas exigem avaliações e intervenções e uma teorização dos modelos do funcionamento cognitivo. (DOCKRELL 200, p.11)

Segundo DOCKRELL (2000) deve se realizar uma avaliação baseada nos resultados e desenvolver um programa de intervenção, isto levantará hipóteses sobre a base do problema. Assim, a maior preocupação é considerar de fato o que se sabe a respeito das demandas cognitivas de tarefas como linguagem, leitura, números e os problemas que as crianças com dificuldades de aprendizagem enfrentam. Dada a variedade de tipos de dificuldades de aprendizagem, é necessário considerar os modos como elas podem ser classificadas.

Todas as crianças gostam de aprender e de fazer, e quando isto não ocorre é porque alguma coisa não está indo bem. É necessário que haja um questionamento sobre as causas das dificuldades escolares.

 

 

Metodologia

A metodologia está baseada através de experiências e levantamentos bibliográficos de autores que falam sobre o tema proposto onde buscou-se adquirir informações e explicações para solucionar dúvidas que surgiram diante da escolha do tema, para a realização da pesquisa em questão onde foi utilizado como metodologia o enfoque qualitativo e descritivo, através da pesquisa bibliográfica para a fundamentação teórica.

Metodologia é todo tipo de pesquisa, seja ela uma pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, experimental ou pesquisa em campo. Os métodos se aplicam a vários campos do saber.

Segundo MARCONI, LAKATOS, (2009, p.110) “Partindo do pressuposto dessa diferença, o método se caracteriza por uma abordagem mais ampla, em nível de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da sociedade”.

Essa pesquisa se dará pelo método de abordagem hipotético dedutivo sendo que o problema surgiu do interesse em levantar dados sobre a importância do lúdico na educação infantil formulando hipóteses que no final da pesquisa realizada por meio de bibliografias e coleta de dados, podendo dessa forma solucionar os problemas levantados.

Diante disso Marconi, Lakatos (2009, p.110) “O método hipotético dedutivo se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipótese e pelo processo de inferência dedutiva, testa a perdição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese.

O método de procedimento que utilizado nessa pesquisa é o estudo monográfico, pois consiste em analisar dados para ter informação sobre a importância do Lúdico, e os métodos que estarão disponíveis para orientar aqueles que tenham os mesmo problemas ou interesse nessa pesquisa.

Conforme Marconi Lakatos (2001, p.108), “o método monográfico consiste no estudo de terminados indivíduos, profissões, condições, condições, instituições, grupo ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações.” Serão analisadas informações reais sobre o processo de alfabetização.

Técnicas é um conjunto de preceitos ou processos de que serve uma ciência ou arte, e a habilidade para usar esses preceitos, ou normas, a parte prática. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos, o autor ainda comenta. “O levantamento de dados é o primeiro passo de qualquer pesquisa cientifica”. (MARCONI, LAKATOS, 2007, P. 17

 

 

Resultados e Discussão

 

Para chegar à conclusão da pesquisa foi utilizado um questionário, sendo eles entregue aos profissionais da educação infantil do CMEI Municipal Gente Miúda de Guarantã do Norte, contendo 04 questões fechadas e 3 abertas que foram respondidas sem a presença do pesquisador.

Segundo Lakatos (2003), o “questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.” O questionário contém uma maior clareza quanto as perguntas e respostas respondidas para que assim seja feita a amostragem da pesquisa.

O objetivo da pesquisa foi saber como os profissionais da educação infantil entendem por lúdico, de que forma é trabalhado isso em sala, e quais os desafios encontrados em trabalhar com essa modalidade de ensino em sala de aula.

A primeira pergunta foi: “O lúdico esteve presente na sua formação acadêmica?”. A maioria respondeu que sim, mas colocaram como observação que são ensinados muito pouco durante a graduação.

 

Fonte: RODRIGUES, Carolina Samanda. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT.2024

 

Sendo assim conclui se que nem todas tiveram o lúdico explicito em sua graduação acadêmica. Mas em observação e pesquisa relacionada ao tema observamos que hoje o lúdico está cada dia mais presente na educação infantil, os professores hoje possuem mais apoio e formações relacionadas ao lúdico.

A segunda pergunta foi: “O que você entende por lúdico?”. Todas responderam que é através de jogos, brincadeiras, atividades criativas.

Fonte: RODRIGUES, Carolina Samanda. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT.2024

 

Diante disso entendemos que, o jogar e o brincar podem ser utilizados como instrumentos para o ensinar e o aprender. Se o professor unir o lúdico aos conteúdos que deseja ensinar, irá despertar na criança o prazer em aprender coisas novas e significativas para sua formação.

Dohme (2003, p. 28), afirma ainda que uma das principais características dos jogos, é que eles têm um fim em si mesmo, os jogadores entram no mundo lúdico e praticam diversas ações com vontade, às vezes, com extremo vigor, mas sabem que têm a garantia de voltar ao mundo real quando o jogo termina.

A terceira questão foi: “Você aplica o lúdico em sala de aula? De que forma?”. A maioria respondeu que sim, as respostas da forma como aplicava na sala responderam que foi através de jogos, atividades direcionadas, dinâmicas, brincadeiras, faz de conta, contação de história, etc.

Fonte: RODRIGUES, Carolina Samanda. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT.2024

 

Sendo assim a ludicidade está presente diariamente nas salas de Educação Infantil, os jogos e as brincadeiras se tornaram parte fundamental e essencial para a infância.

A quarta questão foi: “Você acha que o lúdico interfere na aprendizagem das crianças?”. Onde 100% das entrevistadas responderam que sim.

 

Fonte: RODRIGUES, Carolina Samanda. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT.2024

É por meio das brincadeiras que as crianças expressam seus sentimentos, aprendem que existem regras a serem respeitadas, se colocam no lugar do outro e expõem as relações do seu cotidiano. As brincadeiras permitem que o (a) professor (a) trabalhe com o concreto ou abstrato, permite diversas maneiras e formas de as crianças realizarem determinada atividade proposta, prevalecendo um aprendizado significativo e divertido.

A quinta questão foi perguntado: “Qual a importância do ensino na forma lúdica em sala de aula?”. Onde todas responderam que na educação infantil é a maneira mais eficaz das crianças obterem êxito na aprendizagem, já que ainda não são letradas. Uma delas até enfatizou que o lúdico auxilia muito desenvolvimento cognitivo, motor, afetividade e convivência. Através do lúdico é a forma da criança de aprender e se desenvolver, de se apropriar da cultura que a cerca de forma prazerosa, para que desperte o seu interesse. Por tanto, as atividades lúdicas não devem ser impostas, se assim for, perde sua principal característica, a liberdade de escolha, e o propósito de uma atividade baseada em seu interesse.

A sexta questão foi perguntado: “Quais as limitações encontradas na aplicabilidade do lúdico em sala de aula?”. Responderam a questão de espaço, materiais adequados. Mas que há diversas maneiras de trabalhar o lúdico e que não demanda só de materiais ou espaço, mas sim da didática utilizada pelo professor.

Hoje em dia, na Educação Infantil, a ludicidade sofre um dilema, nem sempre é percebida, muitas vezes vista apenas como uma atividade criativa, com cores, desenvolvida para a criança passar o tempo. O princípio básico de liberdade se perde. O planejamento que o docente deve seguir diariamente limita esse momento, é, muitas vezes, cobrado deles as atividades feitas por todas as crianças para que seja entregue para os pais, então, a criança tem pouca escolha do que deseja ou não fazer.

A alegação pela valorização da infância e seu direito de ser vivida começa com a combate pelo brincar para as crianças. Em um país que mais de três milhões de crianças e adolescentes trabalham, sendo um fato que mostra a desigualdade presente no Brasil, à brincadeira é vista como perda de tempo. O trabalho infantil não anula apenas o direito a brincadeira, ao lazer das crianças, mas, além disso, a educação e o descanso necessário, colocando-as em perigo, trabalhando em condições insalubres. Abranger a importância da ludicidade, lutar pelo direito a infância e a Educação Infantil vem como uma forma de tentar minimizar as desigualdades que tanto prejudica a infância.

A sétima questão foi:” você acha que este tema deveria ser mais explanado na formação acadêmica?”, onde todas responderam que sim.

Fonte: RODRIGUES, Carolina Samanda. Pesquisa de Campo. Guarantã do Norte-MT.2024

 

O conhecimento lúdico na formação acadêmica indaga conceitos, fundamentos e práticas da ludicidade, utilizando como um recurso para trabalhar a expressividade, afetividade, socialização e psicomotricidade.

Dessa maneira, compreende-se que muitas vezes é colocada em dúvida essa aprendizagem, em que muitos veem como brincadeira, como afirma Lima (1998):

Ao escolher desenvolver os conteúdos para trabalhar na educação infantil com o uso da ludicidade, o professor deve levar em consideração a importância da definição desses conteúdos e das habilidades pertencentes nas brincadeiras e consequentemente o planejamento de sua ação com a intenção de o jogo não vir a se tornar em mero lazer para a criança (LIMA, 1998, p. 37).

Assim sendo, reconhece-se que os saberes são de grande importância no trabalho do professor em sala de aula, saberes que não são unificados de modo teórico ou simplesmente alicerçados por uma doutrina. É oportuno ressaltar que o trabalho do professor deve se desenvolver numa ação por meio de interações que, de algum modo, interfira ou direcione para a sua prática pedagógica, onde nesse contexto, muitas vezes o professor abre mão de algumas habilidades que tem para solucionar problemas cotidianos, o que requer em geral até certo grau de improvisação.

 

 

Conclusão

 

Este estudo nos permitiu observar que, de fato a ludicidade causa grande importância no processo de ensino-aprendizagem dos alunos da educação infantil. Averiguar que ao se utilizar atividades lúdicas como sugestão de trabalho articuladas na construção de conhecimentos e saberes dos alunos da educação infantil, proporciona-se um processo de interação ativa com seu ambiente escolar de modo em que todo seu potencial seja envolvido na construção do conhecimento. Entender que a utilização dos jogos e de brincadeiras na Educação Infantil facilitam o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, pois contribui de forma ativa para que os alunos se sintam mais motivados para assimilar os conteúdos trabalhados.

A fundamentação teórica nos proporciona a aquisição de conhecimentos voltados diretamente para o lúdico, confirmando a importância desse instrumento, como veículo de promoção da aprendizagem e do desenvolvimento das crianças da educação infantil. Compreender que o resgate do lúdico para o aprender em sala de aula deve ser analisado e compreendido como uma abordagem metodológica que promove na criança o processo de elaboração e construção de diversos conhecimentos, por meio do que lhe foi oferecido quer seja com jogos, quer seja com brincadeiras, experimentando dessa maneira, o aprender com prazer.

Constatou-se por meio da ludicidade, que jogos e brincadeiras em sala de aula, é uma grande conquista para os alunos, pois o brincar é algo inerente a vida humana, que perpassa por várias fases. Dessa forma, o lúdico como recurso pedagógico, ganha força, pois se firma como instrumento indispensável no processo de aprendizagem de alunos. Sabe-se o quanto é necessário que a escola, em âmbito geral, precisa buscar estratégias para sua proposta de trabalho em relação ao uso da ludicidade, sobretudo, para garantir um aprender mais sólido e mais contextualizado que proporcione aos educandos a participação direta nesse processo de aprendizagem, tornando-os atores principais nesse processo, a fim de que eles sejam agentes multiplicadores. 

Em relação aos objetivos, eles foram obtidos, pois se proporcionaram sugestões de brincadeiras como canal para o processo de ensino-aprendizagem. Os resultados apontaram que as brincadeiras de fato fazem parte do mundo infantil. Sendo de uma grande importância que a escola adote práticas pedagógicas voltadas para atender aos interesses dos alunos no que diz respeito ao aprender. Com esta pesquisa, não tivemos a intenção de esgotar todo o assunto referente ao lúdico, mas, diante do exposto, entendemos que há necessidade que esta temática continue sendo alvo de estudos e de investigação, a fim de que essa prática seja levada para todas as escolas, bem como ampliar para outros níveis de escolarização.

 

 

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