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Projeto Minha escolinha

Silvia Cassia da Costa[1]

Juliana Macedo da Silva[2]

Mariely Iracema Ribeiro Queiroz[3]

Rosiane Artiaga[4]

 

DOI: 10.5281/zenodo.13774828 

 

Justificativa

 

Após alguns anos de trabalho contínuo na turma do Maternal desta escola, foi possível observar situações que se repetem no período de adaptação das crianças, no que se refere ao vínculo familiar, à solicitação da mãe durante as aulas e ao choro da criança no momento de se despedir dos pais.

O afastamento do aconchego da família gera ansiedades e inseguranças nas crianças, assim, pensamos em algumas posturas enquanto educadoras, em tornar as aulas mais atrativas e divertidas que poderiam fazer a diferença nesse período tão delicado para a criança pequena.

 

 

Objetivo geral

 

Analisar e incentivar o processo de adaptação da criança e a participação dos seus pares neste processo propiciando momentos de conhecimento, diversão, cooperação e interdependência do grupo, respeitando a individualidade de cada um e consequentemente desenvolvendo a tão almejada sociabilidade.

 

Avaliação

 

A avaliação será de forma contínua, anotando sempre que necessário os avanços individuais de cada um em caderno de campo, levando em consideração o tempo de cada criança.

Funcionará também, como um instrumento importante para fornecer informações às famílias e solicitar seu apoio para um trabalho em conjunto com o único objetivo de auxiliar a criança a desenvolver-se em todas as áreas.

 

 

Relatos da experiência

 

Apresento neste texto o relato da minha experiência com o projeto “Minha escolinha, parte da minha vida...”, que foi executado na Escola Municipal “Pequeno Sábio” com a turma maternal (3 anos), no período de 26/04 a 18/06/2010.

A primeira semana de aula ocorreu de forma um pouco conturbada devido à inserção de alunos novos ou alunos com dificuldades de adaptação, porém, conseguimos dar início ao projeto. Ao final de cada aula a criança levava uma lembrancinha para casa e uma expectativa para o dia seguinte de atividades como: continuação da história, de novas brincadeiras, o aniversário surpresa da Girafa Flor, etc.

Nesse período constatei o crescente interesse das crianças pela riqueza e diversidade da história: Girafa Flor. Principalmente quando foi apresentada uma pequena maket da história.

 
   

 

Essa história narra um fato com uma girafa que acreditava não ter amigos e que decidiu ir até a cidade para comprar um remédio a fim de curar sua solidão... No final descobre que tem muitos amigos e que precisa comemorar fazendo uma festa.

Nossa auto-estima vai sendo formada desde o momento em que nascemos. Todas as experiências que resultam em satisfação, conforto, alegria, vão compondo uma auto-estima

 positiva. Por isso, achei válido trabalhar a auto-estima das crianças, a começar com a dinâmica do espelho e uma música da Aline Barros: Você é especial.

Após a atividade, fixamos um espelho na parede com o tema da música.

Assim, abordamos também, o tema: Os sentimentos, enfatizando conversas informais sobre o tema e uma atividade “O sentimento do momento”, que foi muito interessante, pois eles teriam que identificar com qual figura representada dos sentimentos eles se encontrava no momento que chegou a escola: choro, alegria e raiva.

Em sequência ao tema, introduzimos as necessárias: “regras da sala”, que foi muito bem assimilado por todos. Foi abordada uma regra por semana, onde pudemos observar a cobrança deles mesmos para com o outro quando esse não obedecia às regras.

Também foi trabalhada a história “Sapinho triste”, onde ele reclamava da tristeza que sentia por morar perto da escola e ouvir todos os dias as crianças cantarem a música: “o sapo não lava o pé”, já que ele era super higiênico.

 
   

 

Depois disso, toda vez que iam cantar lembravam e cantavam bem baixinho para que ele não ficasse mais triste, já que ele foi um dos convidados para participar da festa de aniversário da Girafa Flor.

Durante todas as atividades sugeridas houve interação total dos alunos, destacando as “Brincadeiras da floresta”, brincadeiras essas, que a girafa Flor brincava com seus amiguinhos: cabra-cega, esconde-esconde, ciranda-cirandinha, corrida no círculo, desafiando os obstáculos (pneus), etc.

Os desenhos livres estimulavam a criatividade e liberdade de expressão, onde todos os riscos tinham significados.

Após o término das atividades de artes, onde era visível a empolgação dos alunos em realizá-las, os trabalhos eram expostos na sala.

 

 

O tema: alimentação foi abordado todos os dias, nos horários antecedentes as refeições, comunicando o cardápio e falando dos nutrientes dos mesmos. Houve o dia da visita a cozinha da escola, onde eles adentraram a mesma com a autorização da cozinheira e puderam ver como são preparados os alimentos e quem são as pessoas que trabalham ali.

Improvisamos também um piquenique, no pátio da escola com alimentos preferidos das crianças trazidos pelos pais.

Arrecadamos brinquedos para que acontecessem todas as segundas-feiras, o dia do brinquedo, além dos brinquedos da escola a criança trazia um brinquedo seu para compartilhar com os colegas.

Além dos brinquedos, coletamos peças de madeiras em formatos de figuras geométricas, onde foram pintados por eles para brincarem da maneira como quiserem e sua imaginação permitir.

Houve participação, envolvimento e criatividade nas atividades de pinturas e colagens, bem como, nas confecções de apetrechos para a festa de aniversário tão esperado da Girafa Flor.

A festa de aniversário da girafa Flor foi o ponto culminante e encerramento do projeto, onde cada criança foi fantasiada com uma máscara pintada por eles dos animais convidados e amigos da aniversariante.

Eles viveram momentos de faz de conta, demonstrando alegria e satisfação.

O reconhecimento dos pais, foi gratificante, onde ouvi vários relatos positivos dos mesmos, sobre o comportamento dos filhos em casa, a respeito tanto de informações e conhecimento dos personagens das histórias, quanto pelas descobertas das músicas, brincadeiras e o comportamento em si, já que insisti muito nas conversas informais sobre o respeito ao próximo e as diferenças.

O importante é que alcancei com êxito, um dos principais objetivos, a socialização e interesse das crianças que ofereciam resistência em ficar na escola, que após a introdução do projeto, se mostraram curiosas e tornaram-se participativas e mais assíduas.

Assim, é a vida feliz do professor, quando sente que agiu de maneira a ajudar, a contribuir com o crescimento de alguém, em especial, de uma criança.

“É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou adulto fruem sua liberdade de criação.” Donald Woods Winnicott (pediatra e psicanalista inglês)

 

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