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As contribuições da Neuropsicopedagogia na Educação Especial

Carolina Samanda Rodrigues

Claudete T. de Barros Pereira de Barros

Ivete A. de Barros Santos

Lurdes Mariano Mendes

Rosimere Maria Quirino

 

DOI: 10.5281/zenodo.13743329

 

 

RESUMO

Esse trabalho tem como objetivo examinar o campo da neuropsicopedagogia voltado a educação especial e sua relevância no enfrentamento dos desafios de aprendizagem nas instituições de ensino. Através de extensas pesquisas, descobriu-se que a neuropsicopedagogia é uma disciplina científica que compreende de forma abrangente o funcionamento do cérebro e o processo de aprendizagem, oferecendo assim soluções eficazes para superar as dificuldades de aprendizagem. Essas dificuldades decorrem de diversos fatores e impactam múltiplos aspectos, acabando por dificultar o processo de aprendizagem. Consequentemente, o papel do neuropsicopedagogo é crucial para fornecer intervenções adequadas para minimizar esses desafios e orientar os educadores para melhorar seus métodos de ensino. É importante ressaltar que este estudo foi realizado utilizando metodologia de revisão bibliográfica.

 

PALAVRAS-CHAVE: Educação Especial. Neuropsicopedagogia. Aprendizagem.

 

 

ABSTRACT

This work aims to examine the field of neuropsychopedagogy focused on special education and its relevance in facing learning challenges in educational institutions. Through extensive research, it was discovered that neuropsychopedagogy is a scientific discipline that comprehensively understands the functioning of the brain and the learning process, thus offering effective solutions to overcome learning difficulties. These difficulties arise from several factors and impact multiple aspects, ultimately complicating the learning process. Consequently, the role of the neuropsychopedagogue is crucial to provide appropriate interventions to minimize these challenges and guide educators to improve their teaching methods. It is important to highlight that this study was carried out using literature review methodology.

 

KEYWORDS: Special Education. Neuropsychopedagogy. Learning.

Introdução

 

A presença de inúmeras dificuldades de aprendizagem decorre de uma série de fatores, abrangendo distúrbios, deficiências, desafios emocionais e influências familiares, entre outros. Estas dificuldades impedem significativamente o progresso educacional dos alunos, impactando negativamente o seu desempenho acadêmico.

Assim o campo da neuropsicopedagogia dedica-se a compreender e estudar a progressão da aprendizagem, incluindo seus desafios, obstáculos e mecanismos cognitivos. Seu objetivo é apoiar na mitigação de dificuldades e auxiliar educadores no processo de aprendizagem e ensino.

Dentro da educação especial a função do profissional de neuropsicopedagogia é buscar métodos e recursos que visem reduzir ativamente os desafios de aprendizagem e apoiar indivíduos com distúrbios ou deficiências na obtenção de experiências de aprendizagem significativas e produtivas. Seu vasto conhecimento e contribuições contribuem muito para o progresso e crescimento dos alunos.

Dessa maneira a realização desse trabalho se deu pela necessidade de obter respostas informativas sobre as contribuições que neuropsicopedagogia promove na educação especial, bem como os seus desafios frente a aprendizagem e dificuldades de estudantes com alguma necessidade educacional especial.

O presente artigo encontra-se justificado pela necessidade de abordar o papel do neuropsicopedagogo na educação especial dentro das instituições escolares, visto que o número de alunos com necessidades especiais matriculados em escolas regulares cresce a cada ano, e esse profissional tem sido destaque nessas abordagens, pois o mesmo estuda o funcionamento do cérebro e como ele aprender, e se torna mais que capaz para criar abordagens e intervenções para alunos que necessite do mesmo.

Através dessa pesquisa buscou-se ampliar os conhecimentos sobre o tema proposto, agregando ao meu currículo conhecimentos sobre essa temática.

A pesquisa foi realizada utilizando metodologias bibliográficas, analisando livros, revistas, sites acadêmicos e periódicos. Além disso a mesma se estrutura em tópicos sequenciais que trazem coerência e coesão ao trabalho, sendo abordado no primeiro tópico

explora a neuropsicopedagogia, o segundo tópico a educação especial e neuropsicopedagogia, e no terceiro e último o papel do neuropsicopedagogo frente a aprendizagem e suas dificuldades.

 

 

Desenvolvimento

 

Sobre a neuropsicopedagogia

 

Tendo sido registrado pela história durante a primeira parte do século XXI, a neuropsicopedagogia surge como uma ciência que visa estudar e aplicar conhecimentos resultantes de análises do campo da psicologia, neurociências e pedagogia, de maneira que possa compreender o processo de aprendizado que ocorre no cérebro humano e suas peculiaridades como fisiologia, anatomia e comportamental e psicológico.

 

[...] a neuropsicopedagogia procura reunir e integrar os estudos do desenvolvimento, das estruturas, das funções e das disfunções do cérebro, ao mesmo tempo que estuda os processos Psicocognitivos responsáveis pela aprendizagem e os processos psicopedagógicos responsaveis pelo ensino (FONSECA, 2014, p. 1).

 

Conforme a Sociedade Brasileira de neuropsicopedagogia (SBNPp), para exercer essa função a pessoa deve passar por um curso de cunho de especialização de pós-graduação (latu sensu), que a certifique como profissional da neuropsicopedagogia. A partir disso esse profissional pode trabalhar tanto em área clínica como institucional, desde que respeite as normativas que SBNPp estabelece:

 

Art. 30- Ao neuropsicopedagogo com formação clínica, conforme descrito no capítulo V, fica delimitada sua atuação com atendimentos neuropsicopedagógico individualizados em “setting” adequado, como consultório particular, espaço de atendimento, posto de saúde, terceiro setor. Os atendimentos em local escolar e hospitalar devem acontecer de forma individual e em local adequado (RUSSO, 2015, p. 16).

 

Segundo Relvas (2012), a neuropsicopedagogia abrange um conjunto de campos que empregam diversas metodologias para explorar o funcionamento do sistema nervoso e a interconectividade entre o cérebro e as funções cognitivas. É crucial reconhecer que todas as formas de aprendizagem, seja no domínio da ciência, da neurociência ou da neuro aprendizagem, estão intrinsecamente ligadas ao cérebro. Uma compreensão abrangente do processo de aprendizagem requer uma compreensão profunda do funcionamento do cérebro e do sistema nervoso (TERUEL, 2017).

Cosenza e Guerra (2011), afirma que:

 

As neurociências não propõem uma nova pedagogia e nem prometem solução para as dificuldades da aprendizagem, mas ajudam a fundamentar a prática pedagógica que já se realiza com sucesso e orientam ideias para intervenções, demonstrando que estratégias de ensino que respeitam a foram como o cérebro funciona tendem a ser mais eficientes. (COSENZA e GUERRA, 2011, p. 139).

 

Dentro do campo educacional a neurociência trabalha na vertente, mas cientifica em que busca em suas profundidades de saberes desvendar o processo de aprendizagem e como ele se estrutura dentro do cérebro. Na visão de Cosenza e Guerra, 2011, apenas saber como se dá o funcionamento do cérebro em relação a aprendizagem não se suficiente para efetivar o ensino e aprendizagem, porém isso ajuda analisar os assuntos pedagógicos com estudos de fatores neurobiológicos.

Fonseca (2014), relata que esses profissionais visam:

 

Saber como o cérebro evoluiu, evolui e funciona é determinante para o sucesso não só da aprendizagem como no ensino, o chamado processo ensino-aprendizagem, que consubstancia a característica única da espécie humana de transmitir a cultura intergeracional, ou seja, entre seres maturos e experientes e seres imaturos e inexperientes (FONSECA, 2014, p. 42).

 

A Educação Especial e a neuropsicopedagogia

 

Toda pessoa tem direito a uma educação de qualidade e isto está previsto na Constituição Federal (1988), e quando se trata de alunos com alguma necessidade especial essa educação de qualidade se faz ainda mais importante.

O Ministério da Educação e Cultura (MEC) sobre o atendimento educacional especializado diz que:

 

O AEE é um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreias para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Ele deve ser articulado com a proposta da escola regular, embora suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum (BRASIL, 2009).

 

E ao contrário do que inúmeras pessoas acreditam dentro das escolas esse dever de servir uma educação especial a esses alunos não e somente do educador e sim da instituição, dos pais e famílias e do estado cada um tem sua parcela de responsabilidade nesse processo.

MANTOAN, (2005, p.58), discorre que “As escolas que não estão atendendo alunos com deficiência em suas turmas de ensino regular se justificam, na maioria das vezes, pelo despreparo dos seus professores para esse fim”. Acerca desse debate Carvalho discorre:

 

Todas as escolas as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais linguísticas ou outras. Deveriam incluir crianças deficientes e superdotadas, crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes à minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos em desvantagens ou marginalizados [...] No contexto destas Linhas de Ação o termo “necessidades educacionais especiais” refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem.(CARVALHO, 1997, apud Mendes, pag. 21, 2011).

 

Assim discutir a inclusão no tempo presente é crucial, visto que maioria das escolas possuem estudantes com alguma necessidade educacional especial, conforme mencionado por Santana (2007), A lei de Diretrizes e Bases (LDB, 1996) determina que as instituições de educação proporcionem recursos e meio necessários para que todos os seus estudantes alcancem o processo de aprendizagem mediante a inclusão.

 

A educação inclusiva tem sido conceituada como um processo de educar conjuntamente de maneira incondicional, nas classes do ensino comum, alunos ditos normais com alunos – portadores ou não de deficiência – que apresentem necessidades educativas especiais. A inclusão beneficia todos, uma vez que sadios sentimentos de respeito à diferença, de cooperação e de solidariedade podem se desenvolver. (CARVALHO ,2000, p. 38).

 

Sendo a neuropsicopedagogia um recurso eficaz nessa vertente, uma vez que o neuropsicopedagogo é um especialista que reúne as áreas da neurociência, psicologia e pedagogia. Seu objetivo é compreender o funcionamento do cérebro e aplicar abordagens educacionais eficazes a indivíduos que enfrentam desafios cognitivos e emocionais.

Esse profissional possui grande importância dentro do âmbito institucional, realizando abordagens com alunos diante de suas dificuldades de aprendizagem.

 

Dentro do espaço escolar, o neuropsicopedagogo tem uma visão sobre as relações entre aprendizagem e as estruturas cerebrais, que danificadas, provocarão alguma dificuldade de aprendizagem. A priori, ele realiza as mesmas atividades estabelecidas para o profissional da Psicopedagogia, mas como sua formação vai além, ele busca intervir, através da compreensão das estruturas cerebrais envolvidas na aprendizagem humana, percebendo de que forma o cérebro gerencia a construção do saber humano, do comportamento emocional, o mapeamento dos transtornos neuropsiquiátricos e estímulo a novas sinapses para uma aprendizagem significativa. (LIMA, 2017, p. 90).

 

Para atuar de maneira eficaz o neuropsicopedagogo necessita dispor de conhecimentos das neuro aprendizagem e as anomalias neurobiológicas, como os transtornos do neurodesenvolvimento. Conhecimento esse que permite realizar uma melhor análise e monitoramento dos indivíduos atendidos, que apresentam alguma dificuldade ou transtorno.

Conforme o código de Ética Técnico Profissional da área da neuropsicopedagogia, em seu capítulo III, referentes as responsabilidades e atividades dentro do exercício desse profissional dispõe em sua resolução SBNPp nº 03/2014 o seguinte pressuposto:

 

1º. Entende-se que a sua atuação na área de institucional, ou de educação especial, de educação inclusiva escolar deve contemplar: a) Observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões relacionadas ao desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais; b) Criação de estratégias que viabilizam o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem do aluno; c) Encaminhamento do aluno a outros profissionais quando o caso for de outra área de atuação/especialização (BRASIL, 2014, p. 3).

 

LEAL, SILVA E MAMEDES (2015), enfatizam que:

 

Com as atribuições do neuropsicopedagogo na atualidade vemos um aumento significativo de crianças e adolescentes que possuem algum tipo de transtorno ou dificuldade de aprendizagem, é nesse momento que o profissional habilitado, para poder junto à escola, família e demais profissionais trazer uma melhor qualidade de vida educacional e social para os alunos também com deficiência e/ou algum tipo de transtorno que interfiram no seu processo de aprendizagem. (LEAL, SILVA e MAMEDES, 2015, p. 5).

 

Beauclair (2014, p. 35) diz que o neuropsicopedagogo necessita “possuir vontade de ampliar seus referenciais teóricos, estudando campos de conhecimentos diferentes dos que está habituado em sua trajetória profissional e ampliando sua curiosidade epistemológica”. Por isso para poder expandir o processo de ensino e conseguir dar atendimento a estudantes com desafios educacionais especiais, se torna fundamental que o neuropsicopedagogo preste suporte aos educadores que atende essas crianças em salas de aula, uma vez que:

 

O neuropsicopedagogo detém o conhecimento necessário para colaborar de maneira categórica nesse processo de transformação. Esse profissional tem ciência que, quem ensina, ensina um “alguém”, fato esse de vital importância. Portanto, o docente precisa ajustar o seu modo de ensinar a melhor forma de como esse “alguém” aprende. Pensando nesse indivíduo de maneira especial, ou seja, de maneira particular. E a área que traz o conhecimento necessário para identificar as melhores práticas é justamente a Neurociência, área essa de especialização de um neuropsicopedagogo. (MACÊDO, 2019, p. 7).

 

Portanto qualquer que seja área de atuação do neuropsicopedagogo, ela envolve a implementação de exercícios estimulantes que promovam a atividade cerebral em pacientes ou alunos, procurando entender suas dificuldades e habilidades essenciais. Compreensão essa que traz auxílio ao seu trabalho e os capacita para o desempenho eficaz de suas funções, pois apesar da aprendizagem se um processo multifacetado que merece um exame minucioso do tempo investido. É importante reconhecer que cada indivíduo, independentemente das suas limitações, possui a capacidade de adquirir conhecimentos.

 

 

Papel do neuropsicopedagogo frente à aprendizagem e suas dificuldades

 

Definir as dificuldades de aprendizagem pode ser uma tarefa desafiadora devido à sua natureza diversificada, abrangendo condições transitórias e permanentes que podem se manifestar em qualquer fase do processo de ensino/aprendizagem. Essas dificuldades são caracterizadas por maiores déficits funcionais, incluindo linguagem, raciocínio lógico, cognição, atenção e afetividade, conforme afirmam BERMEJO & LLERA (1998) e GARCIA (1998).

 

As dificuldades de aprendizagem estariam relacionadas à dificuldade dos alunos para colocar em prática, rotinas de planejamento e controle dos processos cognitivos, envolvidos na realização de uma dada tarefa. Essas dificuldades são consideradas como níveis de menor realização, decorrentes do uso inapropriado dos mecanismos do processamento da informação; e não proveniente de deficiências de capacidade ou inteligência. (MARTIN e MARCHESI, 1996, p. 4).

 

Os desafios de aprendizagem surgem de uma variedade de distúrbios, necessidades especiais e outras questões que afetam diferentes aspectos do desempenho de um aluno. Inúmeros fatores, como ambientes familiares e educacionais, bem como elementos emocionais e psicológicos, podem prejudicar a função cerebral. Barbosa (2006) sugere que as dificuldades de aprendizagem se manifestam quando há obstáculos na transmissão, assimilação ou recepção de informações, bem como dificuldades de percepção e memória.

 

Memória é a aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações. A aquisição é também chamada de aprendizagem só se “grava” aquilo que foi aprendido, a evocação é também chamada de recordações, lembranças, recuperação. Só lembramos aquilo que gravamos aquilo que foi aprendido. (IZQUIERDO, 2002, p. 9).

 

Desta maneira torna-se evidente a importância da neurociência na educação quando se considera o seu foco no sistema nervoso e o seu papel no processo de aprendizagem. Costa (2012) afirma que os alunos podem encontrar desafios em diversas áreas, como escrita, leitura, matemática ou outras disciplinas. Desafios esses que podem transformar-se em dificuldades e se expressa individualmente ou simultaneamente em graus variados. Eles podem resultar de um único fator ou de uma combinação de vários outros, abrangendo questões neurológicas, bem como influências emocionais, familiares, socioeconômicas e culturais. Mora (2004), em seu livro intitulado “Como funciona o cérebro” desta que:

 

A aprendizagem, portanto, é o processo em virtude do qual se associam coisas ou eventos no mundo, graças à qual adquirimos novos conhecimentos. Denominamos memória o processo pelo qual conservamos esses conhecimentos ao longo do tempo. Os processos de aprendizagem e memória modificam o cérebro e a conduta do ser vivo que os experimenta (MORA, 2004, p. 94).

 

No âmbito educacional, o papel do neuropsicopedagogo consiste em propor exercícios de estimulação cerebral, avaliar e apoiar os processos cognitivos e orientar professores e alunos no atendimento às necessidades específicas da educação especial e inclusiva. Para cumprir esta função de forma eficaz, os educadores devem empregar vários métodos e considerar a especialização na área da neuropsicopedagogia.

Ao adquirir conhecimentos relevantes e compreensão destas ferramentas, os educadores podem estimular eficazmente o desenvolvimento cognitivo de alunos com autismo e distúrbios de aprendizagem, uma vez que:

 

Se os comportamentos dependem do cérebro, a aquisição de novos comportamentos, importante objetivo da educação, também resulta de processos que correm no cérebro do aprendiz. As estratégias pedagógicas promovidas pelo processo ensino aprendizagem, aliadas às experiencias de vida às quais o indivíduo é exposto, desencadeiam processos como a neuroplasticidade, modificando a estrutura cerebral de que aprender. Tais modificações possibilitam o aparecimento dos novos comportamentos, adquiridos pelo processo da aprendizagem. (COSENZA; GUERRA, 2011, p. 142).

 

Segundo Soares (2005), esperar um desempenho uniforme de todos os alunos é contraproducente; cada indivíduo possui suas próprias habilidades cognitivas distintas. Assim, torna-se imperativo compreender e analisar profundamente as causas específicas e a extensão dos desafios de cada aluno, a fim de intervir eficazmente e satisfazer adequadamente as suas necessidades. Gadotti (2008, p.54), relata que “um novo mundo globalizado se apresenta e com ele muitas áreas como a educação tem de rever conceitos, métodos e quebrar paradigmais para suprir as demandas do ensino.”

Partindo desse pensamento e necessário relatar que a responsabilidade de identificar os desafios de aprendizagem dentro de uma sala de aula recai sobre o professor ou mesmo sobre o neuropsicopedagogo, que deve se aprofundar nos fatores que impactam os aspectos mentais, psicológicos e neurológicos. É seu dever oferecer recursos pedagógicos, atividades, dinâmicas e outras abordagens para enfrentar essas dificuldades.

Assim sendo o neuropsicopedagogo pode e deve trabalhar em parceria com a família e a instituição implementando estratégias de intervenção pedagógica que promovam o crescimento sistémico, estando sempre atento às limitações do indivíduo.

 

 

Conclusão

 

Durante o desenvolvimento dessa pesquisa tornou-se possível analisar as funções do neuropsicopedagogo e suas peculiaridades voltadas para educação especial, tendo uma visão ampla do papel que ele possui dentro das instituições escolares. Além de compreender as abordagens e intervenções desse profissional e sua importância a importância da educação especial e do atendimento às necessidades especiais na inclusão sociocultural, alinhado as Normas Técnicas estabelecidas pela SBNPp.

No ambiente educacional, a presença de um neuropsicopedagogo é altamente significativa devido à sua expertise na compreensão dos meandros do cérebro. Esse conhecimento é inestimável quando se trata de resolver desafios de aprendizagem que surgem no ambiente escolar.

O neuropsicopedagogo desempenha um papel vital nas escolas, introduzindo métodos e recursos eficazes enraizados na neuropsicopedagogia para apoiar os alunos que enfrentam dificuldades em sala de aula, que podem surgir de uma variedade de fatores que se manifestam exclusivamente em cada aluno, podendo ser de aspectos emocionais, familiares, sociais, cognitivos e pedagógicos, como estimulação insuficiente, problemas patológicos e diminuição da autoconfiança. Cada aspecto possui características e nuances próprias, exigindo a experiência de um neuropsicólogo para abordá-lo e intervir de forma eficaz

Portanto por meio dessas pesquisas e análises constatou-se que a Neuropsicopedagogia busca compreender através da neurociência as construções de aprendizagem e as dificuldades ocorridas nesse processo, ao estudar como se dá o funcionamento do cérebro e o sistema nervoso mediante a aprendizagem humana, possibilitando melhores intervenções aos alunos com alguma necessidade educacional especial.

Assim sendo a realização deste estudo provou ser de extrema importância para expandir minha compreensão e avaliar minhas futuras abordagens pedagógicas em ambientes educacionais.

 

 

Referências

 

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