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As diversas manifestações artísticas sobre a morte

Rebeca Aparecida dos Santos Lima

 

DOI: 10.5281/zenodo.12821033

 

 

RESUMO

A morte é uma etapa inevitável da vida e ao longo da história da humanidade representou e influenciou diversas manifestações artísticas e culturais. Contudo um dos períodos históricos mais proeminentes foi na Idade Média, em que houve a disseminação de milhares de pessoas devido Peste Negra no século XIV, trazendo consigo forte influência da morte sobre o campo artístico E sua influência não se restringiu apenas a sua significação, mas a apresentação dela na literatura, nas histórias em quadrinhos, cinema e animações, onde ora oculta, ora transfigurada e personificada ao espectador. E assim ela apresenta-se ao público das mais diversificadas maneiras, cativante, atraente, assombrosa, perspicaz, cômica entre outras facetas, mas sempre com seu significado mortal.

 

Palavras-chave: Morte. Peste Negra. Literatura. História em quadrinhos. Audiovisual

 

 

Introdução

 

A palavra morte deriva do latim “mors”, esta por sua vez é uma etapa inevitável na vida de todo ser humano, sucumbida de diversos mistérios e incertezas. Neste sentido, diversas são as áreas que a exploram e estudam, podemos ver que a arte funerária “não se limitou a igrejas e monumentos. Foi inserida também na arte, na música e na poesia” (GALESCO, 2011).

Todavia é a única certeza que o ser humano possui acerca de sua existência, que um dia ela será ceifada. O ser humano como forma de representa-la, a personificou em diversas manifestações artísticas, e segundo Melo “envolve em rituais, signos, construções, teorias científicas e religiosas” (MELO, 2018, p. 11).

As incertezas que permeiam a morte trazem ao ser humano inquietações acerca de seu destino, não somente a dor, a tristeza e a angústia que são emoções inerentes a esta situação assolam o ser humano, mas a dúvida sobre a passagem, o post mortem.

No decorrer da história podemos ver como cada período histórico lidou ou representou a morte, com tumbas ornamentais, com deuses, escritos, pinturas entre outras. As civilizações a priori obtiveram sua forma única de representa-la e transformá-la em Arte.

A maneira como a simbologia se tornou difundida principalmente quando a associamos, a tragédias, doenças, acidentes e menos frequente ao natural, observa- se os sentimentos mais reprimidos e sinceros transformados em arte.

Não obstante, um dos principais períodos que a vemos com mais força é no século XIV, com a Europa assolada pela Peste Negra, que dizimou centenas de pessoas, as manifestações artísticas se tornaram muito forte e significativas nesse período com a presença da morte desde as rimas até as cirandas.

Partindo desse pressuposto o trabalho será dividido em 1 – A representação da Morte na Idade Média; 2 – A Morte Literatura; 3 – A Morte nas Histórias em Quadrinhos; 4 - A Representação da Morte nas Produções Cinematográficas e Animações.

 

 

1 - A representação da morte na Idade Média

 

A Europa foi assolada pela peste negra principalmente em meados do século XIV, o que modificou o pensamento da população em relação a morte “A Peste Negra pode ter trazido consigo uma grande mudança nas mentalidades: com efeito, as altas taxas de mortalidade parecem ter alterado na população a percepção quanto à proximidade da morte” (QUÍRICO, 2012, p. 135).

 

Figura I - Peste Negra século XIV

Fonte: http://ocorvoblog.blogspot.com/2011/06/peste-negra-no-seculo-xiv.html

 

Com as mortes em massa houve uma maior aproximação da população aos ritos cristãos, “Além da preparação para a morte, havia também o ritual de sepultamento, que visava à preparação do descanso eterno do morto”. (QUÍRICO, 2012, p. 140).

Entretanto a proximidade com a religião trouxe diversificadas criações de elementos de proteção, segundo Rezende: “Foi fundada a Confraria dos Loucos, que invocava a proteção de São Sebastião para combater o medo da morte. São Roque foi escolhido o padroeiro dos pestosos” (REZENDE, 2009, p. 80)

A mudança advinda da peste trouxe uma nova percepção da morte, tendo como reflexo no comportamento, segundo Simoni:

 

A realidade da peste patrocinou uma mudança de comportamento levada por uma “cultura da morte”, que pode ser percebida no sentimento da igualdade de todos diante da morte, na reprodução artística de corpos em estado de putrefação, na propagação de imagens de mártires como Santa Catarina e Santa Ágata. As mostras de penitência, como o grande e repetitivo número de missas, seguramente são indícios de toda a angústia vivida. O medo, o sofrimento e a dramaticidade emergiram também nas narrativas dos cronistas da época.” (SIMONI, 2007, p. 33)

 

Diversos foram os autores que manifestaram em suas obras o sentimento melancólico trazido dessa calamidade, no livro A Dança da Morte de Hans Holbien podemos ver o conjunto de 41 figuras em xilogravuras retratando a morte nas mais diversas situações desde o princípio com Adão e Eva expulso do paraíso até sátira da sociedade, geralmente retratando reis e nobres. Era uma forma de dizer que ninguém estava imune a essa pandemia. (HARRISON, 2018).

No livro A Dança da Morte vemos segundo MASSIP:

 

A Dança da Morte, é uma sequência de texto e imagens presidida pela Morte como personagem central - geralmente representada por um esqueleto, um cadáver ou um corpo vivo em decomposição – e que, numa atitude de dança, dialoga e arrasta um a um uma série de personagens que representam habitualmente as diferentes classes sociais.(MASSIP, 2004, apud TEATRO DE CORNUCOPIA, 2010).

 

Figura II - Xilogravura: A Dança da Morte (Hans Holbiens)

Fonte: https://www.istockphoto.com/br/ilustra%C3%A7%C3%B5es/hans- holbein?sort=mostpopular&mediatype=illustration&phrase=hans%20holbein

 

No período da Idade Média vemos a Igreja com seu culto latente ao derredor dos mortos mais afincado. Em virtude da intensificada mortandade influenciou a Dança Macabra, uma necessidade da Igreja a carência de esconjurar a morte. (MASSIP, 2004, apud TEATRO DE CORNUCÓPIA, 2010).

A Dança Macabra era uma forma de expressão corporal que refletia a “dançomania” do século XVI e XV:

 

O reflexo do desespero diante das dores físicas e de doenças epidêmicas, como a peste negra, que ceifou milhares de vidas. Numa espécie de histeria, as pessoas dançavam freneticamente expressando o pavor da morte. Essa tendência à dança ficou conhecida com o nome de dança macabra. (NUNES; OLIVEIRA, 2009, p. 806-807).

 

 

Figura III - A Dança Macabra

Fonte: http://www.orecifeassombrado.com/danca-macabra/

 

No relato de Boccaccio, mesmo atualmente é uma das formas mais fáceis de estudo sobre a peste de 1348, a exposição da morbidez intercala situações de maldade e retração com outros de malicia, trazendo à tona a imersão no desgosto pelo ceifo das vidas, a instabilidades social e pela desintegração da alegria humana e do bem-estar (SIMONI, 2007).

 

Figura IV - Decameron de Boccaccio

Fonte: http://www.loyalbooks.com/book/the-decameron-by-giovanni-boccaccio

 

Percebe-se que a morte neste período da Idade média rodeia a todos trazendo incertezas e medo por onde a pandemia passava, não somente a figura da morte teve um papel significativo, mas os sentimentos e as concepções dos indivíduos da época.

 

 

2 - A morte na literatura

 

A literatura sempre buscou vivificar as mais diversas emoções do ser humano, seja com contos, poesias, romances entre os mais diversificados gêneros literários, mas seus temas também são diversamente abrangentes desde ficção científica a baseados em fatos, segundo Carvalho

 

A partir da leitura de textos literários surgem questões relativas à criação, pois, mediante a articulação do discurso da personagem, algo é posto em cena, e neste lugar cada indivíduo pode ler o que lhe é tão intimamente conhecido. (CARVALHO, 2002, p. 1).

 

Em Memória Póstumas e Brás Cubas podemos ver que a morte é representada através de um defunto “Brás Cubas apresenta a si mesmo. Nada convencional, ele insurge do além-túmulo e é desde lá que narra as memórias que protagonizou. (CARVALHO, 2002, p.46).

Na obra o personagem a Brás Cubas retrata sua condição de autor-defunto segundo Carvalho:

 

Adeus mesmo! É o prólogo de um finado, pessimista e rabugento confesso; sua escrita melancólica transcreve as memórias do além-túmulo; a obra, segundo o autor, diz tudo. Diz tudo deste além, deste homem de ficção que, por esta razão, pode contar a seu leitor como é escrever desde lá e, por isso, talvez retrate com precisão o outro ser: o humano, em seu difícil caminhar pela vida. (CARVALHO,2002, p. 49).

 

Não obstante da narrativa de suas memórias se iniciaria pelo nascimento ou pela morte. E sendo errôneo o começo pelo nascimento já que não sou um autor defunto, mas um defunto autor. (ASSIS,1994).

 

Figura V - Memórias Póstumas de Brás Cubas

Fonte: https://rainhastragicas.com/2016/09/18/entre-a-memoria-e-a-literatura-um-dialogo-com- memorias-postumas-de-bras-cubas-1881/

 

Na Menina que Roubava Livros a morte é a narradora da história, “o irmão mais novo de Liesel é levado pela morte – a narradora da história, cuja função é recolher sem trégua a alma de todos aqueles que deixam a vida” (Redação Geekness, 2014).

No prólogo do livro há a apresentação da narradora: A morte, e o enredo que ela irá desenvolver ao decorrer do livro:

 

É uma pequena história na verdade, sobre entre outras coisas:

  • uma menina

  • algumas palavras

  • um acordeonista

  • uns alemães fanáticos

  • um lutador judeu

  • e uma porção de roubos.(SUZAK, 2007, p. 11)

 

 

Figura VI - A menina que roubava livros

Fonte: https://www.torredevigilancia.com/resenha-a-menina-que-roubava-livros/

 

Os acontecimentos pelo olhar da morte, a única que presencia todos os fatos da Segunda Guerra Mundial, através de uma perspectiva simples e emocional, mas sem deixar de cumprir seu papel. (MEIRA, 2018).

Já no livro Harry Potter e as Relíquias da Morte, a Morte aparece no conto dos três irmão, onde os presenteiam com “Três objetos, ou Relíquias, que, se unidas, tornarão o seu dono o senhor da Morte...senhor...conquistador...vencedor...Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte...” (ROWLING, 2015, p. 316).

 

Figura VII - O conto dos três irmãos

Fonte: http://nerdgeekfeelings.com/audio-conto-o-conto-dos-tres-irmaos/

 

Outro livro que nos remete ao tema Morte é Hamelet na cena do primeiro ato vemos um fantasma revelar a verdade sobre o assassino Claudio:

 

No entanto, em vez dessas revelações fantasmagóricas, ele apenas conta o que ocorreu, os derradeiros fatos da vida anterior aos tormentos pós-morte, ou seja, como ele foi assassinado e não acidentalmente morto por uma picada de serpente. Assim, ao revelar o crime, o fantasma impõe a tarefa de vingá-lo, obrigação que será o tormento, a obsessão e finalmente a realização do príncipe ao longo dos atos seguintes. (SṺSSEKIND, 2014, p. 8).

 

Figura VIII - Fantasma do Rei

Fonte: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/hamlet.html

 

 

3 - A morte nas histórias em quadrinhos

 

A origem da história em quadrinhos é grande, e em certo ponto adversa, tendo diálogo entre entendedores acerca de seu ponto de partida, alguns citam as pinturas rupestres, outros, no entanto o antigo Egito, ou a revolução francesa e o período imperial com a imprensa e os folhetins, sendo uma forma de se contar uma história por intermédio de imagens. (CUNHA, 2013)

Na Turma da Mônica vemos a Dona Morte, “É a morte, como o próprio nome diz. Sempre com seu capuz preto e uma foice na mão, a Dona Morte é um dos personagens mais importantes das histórias do Penadinho.” (SOUSA, UOL, 2016).

 

Figura IX - Dona Morte

Fonte: http://www.guiadosquadrinhos.com/personagem/dona-morte-(morte-subita-da-silva)/1739

 

Outro personagem que representa a morte nas histórias em quadrinhos é Nekron ele “é uma das várias representações da Morte na DC. Ele é um grande vilão dos Lanternas Verdes, apresentado como Senhor dos Mortos, governante da dimensão onde as almas aguardam julgamento” (JANGARÉLLI, UOL, 2016).

 

Figura X - Nekron

Fonte: https://legiaodosherois.uol.com.br/lista/as-7-melhores-encarnacoes-da-morte-nos- quadrinhos.html/1

 

Entretanto vemos também o clássico Flash em sua versão mais sombria, “O Flash Negro é o Anjo da Morte dos Velocistas, ligado à Força da Aceleração, atuando como um dos vários espectros da morte” (JANGARÉLLI, UOL, 2016).

 

Figura XI -Flash Negro

Fonte: https://legiaodosherois.uol.com.br/lista/as-7-melhores-encarnacoes-da-morte-nos- quadrinhos.html/2

 

 

Já no universo da Marvel uma das representações mais significativa é a Hela “filha de uma versão antiga do Loki – morto durante um Ragnarök – e a giganta Angerboda. Quando ficou mais velha, ela foi eleita por Odin como Deusa da Morte, governando os reinos Hel e Niflheim” (JANGARÉLLI, UOL, 2016).

 

Figura XII - Hela

Fonte: https://legiaodosherois.uol.com.br/lista/as-7-melhores-encarnacoes-da-morte-nos- quadrinhos.html/3

 

Outro representante da morte da Marvel é a Senhora Morte “a Morte é uma personagem feminina, aparecendo pela primeira vez nos quadrinhos do Capitão Marvel, em 1973. (...) Um esqueleto encapuzado que, por vezes, pode aparecer como humana” (JANGARÉLLI, UOL, 2016).

 

Figura XIII - Senhora Morte

 Fonte: https://legiaodosherois.uol.com.br/lista/as-7-melhores-encarnacoes-da-morte-nos- quadrinhos.html/7

 

 

4 A morte nas produções cinematográficas e animações

 

O Cinema não é meramente uma expressão cultural, mas uma forma de representação de um meio. Neste sentido, não obstante apenas como expressão cultural, mas algo real e interpretado, como também a visão do autor do filme que insere sua própria imaginação. (BARROS,2014)

Uma das produções cinematográficas em que vemos a representação da morte é “Viva - A Vida é uma Festa”. Este filme se passa em uma pequena cidade do México durante a celebração do “Dia dos Mortos” (...) o protagonista Miguel sem de fato ter morrido atravessa o portal dos mortos com a intenção de encontrar seu tataravô que era considerado um ídolo da música mexicana para que este lhe abençoe. (GIANNINI, O Globo, 2018).

 

Figura XIV - Viva – A Vida é uma festa

Fonte: https://www.elo7.com.br/painel-1-50x1-viva-a-vida-e-uma-festa/dp/B36FA8

 

Nesta mesma temática cinematográfica mexicana temos “Festa no Céu” (2014), segundo Bridi:

 

A ideia da vida após a morte é o mais belo e mais estranho traço do filme. O plano aqui não é contar apenas a história de um triângulo amoroso alimentado pela aposta entre a Morte e seu amante, Xibalba. Festa no Céu quer passar a mensagem do “seja você mesmo” e “não desista dos seus sonhos”, mas, para tanto, precisa matar seu protagonista. (BRIDI, OMELETE, 2017)

 

 

Figura XV - Festa no Céu

Fonte: https://www.saraiva.com.br/festa-no-ceu-dvd-8495597.html

 

No entanto em Mickey Mouse – The Haunted House – 1929 (YouTube), vemos o personagem Mickey adentrando uma casa mal-assombrada em meio a uma tempestade, lá ele se depara com a morte personificada com um manto com o rosto escuro, sendo que em certo ponto demonstra sua figura cadavérica. Após tocar piano diversas caveiras aparecem e dançam juntamente com essa figura, interagindo com a música. Outra animação é La Danza Macabra: The Skeleton Dance – 1929 (Youtube), demostrando um cemitério assombrado com seus animais característicos e em seguida surge esqueletos dançantes.

 

Figura XVI - Mickey Mouse The Haunted House

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=3hoThry5WsY

 

Figura XVII - The Skeleton Dance

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=zoX_2DK1pTk&list=PLilQseGd_y04y8nKuoaCiR5w- 7PT6FR_2&index=5&t=115s

 

Nesta mesma perspectiva animalesca temos Danse Macabre Camille Saint- 1980s (Youtube), observa-se uma sequência de imagens que retratam a Dança Macabra ao som da composição (1872) da Francesa Camille Saint-Saëns.

 

Figura XVIII - Danse Macabre Camille Saint- 1980s

 

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=9CHqhsMP80E&list=PLilQseGd_y04y8nKuoaCiR5w- 7PT6FR_2&index=2

 

Um filme que aborda de maneira sátira a personificação da morte através de uma fantasia é a sequência Todo o Mundo em Pânico (2000-2013), onde o personagem central veste uma fantasia de morte e por intermédio de sátira de filmes famosos persegue suas vítimas.

 

Figura XIX - Todo Mundo em Pânico

Fonte: https://www.telecineplay.com.br/filme/Todo_Mundo_Em_P%C3%A2nico_6105

 

Entretanto um dos filmes em que a morte adquiri uma figura humana é Encontro Marcado (1998), ele vem a Terra para apreender mais sobre como é a vida humana, poupando a vida do personagem central que lhe servirá de guia nesta jornada, mas algo inesperado acontece e ele se apaixona pela filha de seu guia.

 

Figura XX - Encontro Marcado

 

Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-16774/

 

Contudo temos a morte como um elemento mítico que desencadeia eventos aleatórios para ceifar suas vítimas a franquia cinematográfica Premonição (2000 – 2011), em seu primeiro filme o discurso fúnebre retrata a essência do filme:

 

Dizemos que a hora da morte não pode ser prevista. Mas, quando dizemos isso, imaginamos que essa hora fica em um obscuro e distante futuro. Nunca nos ocorre que possa ter alguma conexão com o dia que já começou. Ou que a morte possa chegar na mesma tarde, que parece tão segura e que tem cada hora determinada com antecedência. (PREMONIÇÂO APUD OLIVEIRA, PONTOJÂO, 2017)

 

Figura XXI Premonição

 .

Fonte: http://capasdefilmesbr.blogspot.com/2010/04/premonicao-1-2-3-e-4-pedido.html

 

As obras cinematográficas e animações são bem mais amplas, tendo abrangido os diferentes gêneros, desde a comédia, suspense, entre outros. Estas são apenas algumas que se destacaram e tiveram um enredo que envolveu seu telespectador e trouxe para a tela histórias que cativaram e ressignificaram a palavra morte.

 

 

Considerações finais

 

Com base no que foi apresentado neste estudo, a morte se apresenta das mais diversificadas formas nas manifestações artísticas. A sua aura imponente e perspicaz capaz de trazer à tona ao ser humano seus medos e angústias, adentra a um universo paralelo, onde as representações na literatura a suaviza trazendo um novo contorno a sua forma, que em muitas vezes é vista como afronte ao ser humano por lhe trazer a incerteza.

Contudo as histórias em quadrinhos com seu ambiente ficcional e pela mobilidade no uso de recursos visuais como apoio, sua história remete a personagens bem elaborados e estruturados que outrora perfazem o significado dela a transmitindo com aspecto vilanesco.

Entretanto adentrando ao universo audiovisual temos o vislumbre de uma faceta mais aprimorada e bem mais trabalhada do tema morte, pois de forma significativa as imagens tentam retratar a realidade transformada em uma sequência que o espectador possa compreender a intenção proposta.

Nesta perspectiva podemos observar o quanto a morte é um instrumento norteador na vida do ser humano, pois ela interfere não apenas propriamente dita na vida de um único individuo, mas de todos que interagem com ele.

As desmitificações e as diversas vertentes acerca da morte que se apresenta no decorrer dos anos, só traz a certeza de que esta é uma preocupação que é inerente ao ser humano, e que a busca massiva por seu significado e sua forma agir na vida das pessoas é muito importante.

E mais do que inserir o sujeito como contexto de sua própria situação, as manifestações artísticas sobre a morte, ora baseados em situações reais, ora fictícias traz consigo uma atmosfera de mistério.

A morte não depende apenas de interpretações, mas de diferentes visões que podemos ter acerca dela, não o seu ar místico e enigmático que define a intenção da manifestação artística, mas o que ela realmente representa para quem entra em contato com sua atmosfera.

Nesta perspectiva vemos que cada manifestação artística da morte não direciona a outro caminho, se não aquele que é a única certeza que se tem sobre a vida é que um dia ela chegará ao fim. Somos eternos enquanto nossas memórias permanecerem presentes na mente e nos corações daqueles que anseiam pela nossa memória.

 

 

Referências

 

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Disponível em:

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BRIDI, Natália. Festa no Céu / Crítica. Omelete: 16/06/2017. Disponível em: https://www.omelete.com.br/filmes/criticas/festa-no-ceu-critica. Acesso em: 17.fev.2019

 

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CORNUCÓPIA, Teatro de. DANÇA: O ESCONJURO DA MORTE. Fragmento

extraído de: MASSIP, Francesc y KOVÁCS, Lenke: “El baile: conjuro ante la muerte. Presencia de lo macabro en la Danza y la Fiesta Popular”, Ciudad Real, CIOFF España, 2004. DANÇA DA MORTE / DANÇA DE LA MUERTE: 2010. Disponível em:

http://www.teatro-cornucopia.pt/htmls/conteudos/EkZVAAZyypXsxAODOU.shtml. Acesso em: 06.jan.2019

 

CUNHA, Rodrigo Moraes. História em Quadrinho: um olhar histórico. Científica Semana Acadêmica. Fortaleza, ano MMXII, Nº. 000010, 10/07/2013.

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DISNEY, Walt. La Danza Macabra: The Skeleton Dance – 1929. Youtibe https://www.youtube.com/watch?v=zoX_2DK1pTk&list=PLilQseGd_y04y8nKuoaCiR5 w-7PT6FR_2&index=5&t=115s. Acesso em 17.fev.2019.

 

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