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LER E ESCREVER NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Adriana Alves Araujo

Edilene Maria do Carmo

Tatiane Rodrigues de Souza

 

 

RESUMO

Este artigo tem por objetivo a reflexão sobre o papel da Educação Infantil e na ampliação de contato da criança com o mundo da leitura da escrita. É muito importante aproximar as crianças da leitura e da escrita em contexto funcional e significativos para ela. Realizou pesquisas bibliográficas, leituras que serviram de para fundamentação teórica, buscando reflexão a partir da leitura e da escrita de autores como: Soares( 2009), Teberrosky ( 2003), Ferreiro (1996) , entre outros .Conclui que a educação infantil é um ambiente letrado, no qual há presença de letras no ambiente, no planejamento do professor, proporcionado vivências e experiências no seu desenvolvimento, é importante inseri-la na nossa realidade.

 

 

Introdução

 

O presente trabalho tem por objetivo identificar a importância da leitura na educação infantil, e compreender que a educação tem um papel fundamental no processo de ensino de aprendizagem da leitura e da escrita.

Nesta perspectiva antes de, construiu se questões que nortearam este trabalho:

      • Qual a importância da leitura na educação Infantil?

      • Qual a possibilidade de ensinar a escrita na Educação Infantil?

A alfabetização e o letramento são um processo contínuo, que vai construindo conforme desenvolvemos, através da cultura em que vivemos podendo se desenvolver por meio de interação coletiva com outros sujeitos. A educação infantil não tem como a alfabetização, mas sim proporcionar o letramento e o contato com o mundo da leitura. Ferreiro afirma:

 

Muitos antes de serem capazes de ler, no sentido convencional do termo, as crianças tentam diversos textos ao seu redor ((livros, embalagens, cartazes,) títulos (histórias em quadrinhos, anúncio de televisão, etc.) Ferreiro,1996, pag. 65.

 

É fundamental a descoberta da linguagem e da escrita como portadora de significados l, ler é perceber palavras grafadas e dela extrair, pronúncia, tendo como objetivo a compreensão. A leitura desperta desejo de se comunicar com o mundo, desenvolvendo suas experiências, imaginação e sentimentos.

É com conhecimento adquirido pelo hábito da leitura que o indivíduo tem acesso a significados da leitura e da cultura em que vive, e por meio dela consegue estabelecer relações entre informações recebidas através da leitura.

Para alcançar objetivos propostos, utilizou –se como recursos metodológico, pesquisas bibliográficas, materiais já publicados na literatura e artigos já divulgados no meio eletrônico.

O texto foi fundamentado nas ideias e concepções de autores como: Britto (2005), Ferreiro (1985), Ferreiro (1993) Ferreiro (1996), Ferreiro (2003), Mota (1984), Solé (1998), Soares (2009), Soares (2018), Teberrosky (2003) e Teberrosky (2004).

 

 

Desenvolvimento

 

No Brasil, até os anos de 1960 do século XX, predominava o discurso da maturidade para alfabetização. e a leitura da escrita resultava de um amadurecimento de certas habilidades de modo que o ensino estaria condicionando a esse desabrochar natural que deveria ocorrer aos setes anos.

Para soares Magda:

 

Até recentemente, assumia que a criança só podia dar início ao seu processo de aprendizagem de leitura e da escrita em determinada idade e determinado momento de sua educação, entre nós no Brasil, aos 7 anos, de idade de ingresso no primeiro ano de ensino fundamental. (soares,2009, pag.12).

 

Segundo Brito,2005, pag.18, ler história para criança ampliam seu repertorio de palavras, aquelas usadas para falar sobre capa, autor ilustrador, capítulo, índice, bem como foca sua atenção não apenas no conteúdo da mensagem, mas também as formas de dizer, não apenas ser experimentando na interlocução como discurso escrita, mas como vão compreendendo as modulações de voz que se unem a um texto escrito. Ela aprende a voz escrita, aprende a sintaxe e a escrita, aprende as palavras escritas.

As crianças se divertem e também se envolve espontaneamente após os estímulos de familiares e os professores, em brincadeiras que fazem de conta que leem em voz alta. Ao fazer de conta que leem, as crianças encenam situações sociais em que a escrita faz presente e tendem imitar os modos como os adultos praticam as atividades de ler diferentes gêneros discursivos.

De acordo com Teberrosky: Colomer, 2003, pag.13, quando o professor realiza a leitura em voz alta, a criança aprende a participar como ouvinte. Cabe ao professor fazer com que a criança adentre ao mundo do texto, fazendo a participar da leitura de diferentes maneiras, ao escutar a leitura a criança aprende a linguagem que podem ser reproduzidas, repetida, citada e comentada.

A leitura infantil bem como seu incentivo, é uma forma mais prática de desenvolver a imaginação da criança. Elas aprendem e podem participar de situações variadas em que adultos e crianças mais experientes possibilitem o contato com os textos que circulam socialmente.

Mota carneiro 1984, pag. 13, diz que a leitura abre caminho para o enriquecimento intelectual, proporcionado um banho de reflexão e uma manipulação de ideias, e um instrumento insubstituível de atualização e aperfeiçoamento profissional. A leitura se torna o elemento principal no desenvolvimento da consciência crítica, o que resulta na formação de uma geração questionadora.

É papel da escola fornecer aos alunos materiais necessários para que eles se desenvolvam a linguagem e a capacidade cognitiva do indivíduo. Para Solé,1998, pag.51, muitos ainda talvez não tenham oportunidades fora da escola de familiarizar com a leitura, talvez não vejam muitos adultos lendo com frequência. A escola pode compensar as injustiças desigualdades sociais que assolam, mas pode fazer muito para que sejam acirradas em seu interior e ajudar os alunos a ler, a fazer com que interessem pela leitura, e dotá-la de instrumento de aculturação e de tomada de consciência cuja funcionalidade escapa dos limites da instituição.

A leitura e a escrita são um instrumento útil para o resgate de uma aprendizagem, ao vivenciar as práticas de leitura, e um grupo mediadas pelo professor, os alunos expandem suas vivências de letramento e seu repertório textuais. Para Brandão Rosa 2011, pg. 22, o contato diário das crianças com a leitura de livros favorece o desenvolvimento de maior competência para futuras produções de textos que virão a ler.

Teberrosky e Colomer, 2003 pag. 57, afirma que aos cinco anos a criança podem não apenas reproduzir narrativas verbalmente, mas também dita a um adulto, e nessa faixa etária ela tem o conhecimento sobre textos que são familiares e que se manifestam no tipo de linguagem que selecionam para reproduzir a linguagem escrita e por meios de apresentações gráficas utilizam para localizar textos na página.

Para Ferreiro,2003 pg.24 assumir uma oposição intermediaria que considera a existência de uma causalidade, recíproca entre consciência fonológica e alfabetização esclarece que a relação entre os sinais de segmentação da fala e da escrita, constituindo relação dialética sustentando um nível mínimo de reflexão sobre a língua exigida pela escrita.

A possibilidade, de ensinar a escrita na educação Infantil de forma sistemática, incluindo aspectos relativos a apropriação do sistema alfabético de escrita, sem desconsiderar objetivos e as atividades no eixo do letramento, bem como outras necessidades relativas ao desenvolvimento e vivência da infância.

Teberrosky afirma que:

 

A criança aplica conhecimentos, resolvem problemas e sobretudo, aprendem a usar uma linguagem formal em atividade significativa da escrita, adequando o vocabulário, a estrutura e o conteúdo de seus textos aos objetivos propostos. (Teberrosky, 2004, pag.64)

 

Ao ingressar na série em que começa o ensino sistemático das letras, a criança já detém uma grande competência linguística. De acordo com Teberosky,1985, pág. 24, a progressão básica consiste em começar pelas vogais, seguidas de combinações de constantes hibridas com vogais a partir daí chega a formação de primeiras palavras duplicadas dessas silabas, implicitamente se julgava necessário passar pelas as mesmas etapas de quando se aprende a língua escrita.

Porém Ferreiro 1993, pg.23 adverte que as oportunidades de interagir de modo significativo como o da escrita não são iguais para toda criança. Assim salienta que: Há crianças que chegam na escola sabendo que a escrita serve para escrever coisas inteligentes divertidas ou importantes. Essas são as que terminam de alfabetizar-se na escola, muitos antes, através da possibilidade de entrar em contato de interagir com a língua.

Solé afirma que:

 

A leitura é um processo a qual compreende a linguagem escrita, nesta compreensão intervêm tanto o texto de sua forma e conteúdo, para ler necessitamos manejar com destreza as habilidades de decodificação e postar textos, nossos objetivos, ideias, experiências prévias.

 

De acordo com Soares, 2016, pag. 56, passaram a considerar que a escrita a leitura não apenas como habilidades que deveriam ser ensinadas formalmente, mas também como um tipo de conhecimentos que sofre processos de reorganização com a idade e a experiência, tal como em outros domínios do desenvolvimento como conhecimento, físico, linguístico ou matemático.

A educação infantil tem um papel fundamental na inserção do mundo da leitura e escrita, nesse contexto pode se referir as brincadeiras faz de conta, nas interações com os seus pares, com os adultos. Conforme diz Sarmento (2002, p.15):

 

As crianças nas suas interações, com os seus pares e com os adultos, estabelecem processos comunicativos configuradores dos seus mundos e vida. A análise das gramáticas das culturas de infância permite-nos interpretar o jogo simbólico como um processo activo de interpretação, compreensão e intervenção na realidade social.

 

Esse contato social e fundamental para a criança desenvolver na sociedade, o trabalho com o lúdico é importante, podendo auxiliar na criatividade da criança, podendo experimentar várias possibilidades que são oferecidas no cotidiano através do brincar.

De acordo Fernandes, 2010, pag. 08, o educador precisa pensar em métodos pedagógicos para organizar e explorar a leitura na escola, visando sempre buscar o desenvolvimento infantil, promovendo o potencial criativo e intelectual, através da construção de significados e conhecimentos que auxiliem a criança na interação social, ou seja, a leitura precisa ser usada como ferramenta do ensino lúdico, proporcionando prazer e descobertas.

 

 

Conclusão

 

Para formar leitores críticos precisamos mostrar aos alunos, que a leitura é um meio de comunicação, capaz de modificar a forma de consciência e pensamentos, enriquecendo seus conhecimentos e sua linguagem, ela é um instrumento pela qual se desenvolve o espírito crítico, independente e reflexivo.

A leitura deve fazer parte do currículo da educação infantil, e integrar projetos de trabalho em que as crianças estão envolvidas, bem como nas atividades de sua rotina no ambiente educativo, de modo a não quebrar o significado assumido por essas ferramentas na nossa cultura.

É fundamental que as escolas e educadores reflitam sobre o currículo, e defina metas e objetivos de modo que proporcionem letramento, e instiguem a e estimule as crianças a inserirem –se no mundo da leitura, e que percebam que há muitas maneiras de captar e expressar sentimentos, conhecimentos e ações, e a leitura é uma dessas maneiras.

 

 

Referencias

 

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BRITTO, Luiz Percival Letramento e alfabetização: Implicações para a Educação Infantil: InFaria, Ana Lúcia G.:Mello, Suelly Amaral (org.). O mundo da escrita no universo da pequena infância: Autores associados Ltda,2005.

 

CARNEIRO, Marcelo, mota. O progresso da arte de ler, melodia dinâmica. Curitiba PR. Gráfica Vicentina.1984. a importância da Lei 9.795/99 e das diretrizes curriculares nacionais da educação ambiental para docentes. Acesso em 20-10-2018.

 

FERNANDES, Gilmara de Jesus. Leitura na educação Infantil: benefícios e práticas significativas. Campanha Nacional e escolas da comunidade- faculdade Cenecista de Capivari, São Paulo, 2010.

 

FERREIRO, Emília. Alfabetização em processo. São Paulo: Cortez, 1996

 

FERREIRO, Emilia.Com todas as letras. São Paulo:Cortez,1993.

 

FERREIRO, Emília. Escrita e oralidade: unidades, níveis de análise e consciência metalinguística. In: FERREIRO, E. (org.). Relações de independência entre oralidade e escrita. Porto alegre: Artmed, 2003.

 

FERREIRO, Emília: Teberosky.Psicanagese da língua escrita. Porto Alegra, RS:Medicas,1985.

 

SARMENTO, M.J. Imaginário e cultura da infância: as marcas dos tempos: a intercularidade nas culturas das infâncias. Uminho, 2002.disponível em < http://titosena.faed.unesc.br/Arquivos/artigo_infância/Cutlura>. Acesso em 05 nov.2023.

 

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura, tradicional. Claudia Schilling. 6 eds. Porto alegre: ARTMED,1998.

 

SOARES, Magda. Alfabetização; a questão de métodos e contexto. São Paulo,2016.

 

SOARES, Magda. Oralidade, alfabetização e letramento. Revista Pátio Educação infantil-ano VIII-nº 20 julho /out.2009.disponível em HTTP:// WWW. falandospequenos.blogspost.com/ 2010/04 alfabetização e letramento na educação.html acesso em 20-11-2018.

 

TEBEROSKY, Ana, Colomer, Tereza. Aprender a ler e escrever: uma proposta construtiva. Porto Alegre. Art. Med,2003.

 

TEBEROSKY, Ana:GALLART, Marta soer(org.). Contextos de alfabetização inicial. Porto Alegre: ArtMed,2004.