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A INFLUÊNCIA DOS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Jana Rubia Colhado

Trabalho de Conclusão de Curso de Título de Especialista de Educação Infantil – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Colíder, 2017.

 

 

RESUMO

A Escolha do tema O lúdico: Jogos, Brinquedos e Brincadeiras na Educação Infantil despertaram grande interesse por nos trazer uma ampla visão da importância dos jogos e brincadeiras na Educação infantil, evidenciando o seu papel na aprendizagem, reconhecendo-os como um instrumento pedagógico importante no desenvolvimento, na construção do conhecimento da criança e na resolução de conflitos. Consiste dizer que nem sempre se tem uma visão clara de como utilizar jogos e brincadeiras para a construção do conhecimento da criança, pretende-se pontuar a importância do aspecto lúdico para o desenvolvimento da criança. Desta forma, este artigo científico contribui para a utilização de jogos e brincadeiras que efetivamente possibilitem ao processo de aprendizagem ser o mais próximo possível da realidade da criança. A fim de atender ao objetivo desse trabalho bibliográfico que se propôs analisar, verificou-se o que dizem os autores sobre a influência destes na aprendizagem e os efeitos na vida social da criança, identificado os tipos de jogos e brincadeira que contribuem na construção do conhecimento da criança, na formação humana e na vida social. Esse estudo é de grande importância, pois contribuirá como troca de experiências e para o crescimento de todos, alunos, professores e acadêmicos.

 

Palavras - chave: Lúdico, Jogos, Brincar, Brincadeiras e Brinquedos Educação Infantil.

 

INTRODUÇÃO

 

Este trabalho tem como tema gerador “A importância do Lúdico: a influência dos jogos, brinquedos e brincadeiras na educação infantil” que tende analisar a importância do brincar no desenvolvimento e aprendizagem da criança, observando assim o verdadeiro significado do brincar, conceituando os principais termos utilizados para designar o ato do lúdico, compreendendo assim o universo da criança através da ludicidade, onde a mesma comunica-se consigo e com o mundo que a cerca, aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente, e ainda, os benefícios que o brincar através dos jogos, brinquedos e brincadeiras proporciona no ensino- aprendizagem infantil, influenciando na socialização das crianças.

Para tanto houve a necessidade de varias pesquisas em livros, sites e autores que tratam desse tema. Pois ao analisarmos os jogos, brinquedos e brincadeiras infantis pode observar que não é apenas como simples entretenimento para as crianças, mas sim como atividades lúdicas que possibilitam a aprendizagem e o desenvolvimento em varias habilidades do nascimento aos seis anos de idade.

No qual o brincar é uma atividade predominante na infância e vem sendo explorado no campo científico, com o intuito de caracterizar as suas peculiaridades, e identificar as suas relações com o desenvolvimento e com a saúde e, entre outros objetivos, intervir nos processos de educação e de aprendizagem das crianças.

Segundo as pesquisas apontam que para a criança o brinquedo não é apenas um mero passatempo ou perda de tempo como julgam os adultos, as brincadeiras e os jogos estão relacionados a um aprendizado fundamental, seja por meio dos jogos ou das brincadeiras, cada criança cria uma serie de indagações a respeito da vida. Pois conforme as crianças vão crescendo suas brincadeiras se tornam mais ricas, com diversos elementos, conteúdos e valores que receberam em seus primeiros anos de vida. Para muitos a idéia de infância se caracteriza como o período que antecede a idade adulta.

As brincadeiras oferecem uma “situação de aprendizagem delicada”, isto é, o educador precisa ser capaz de respeitar e nutrir o interesse da criança, dando-lhe possibilidades para que envolva em seu processo, ou do contrario perde- se a riqueza que o lúdico representa. (CUNHA 1994 p. 96)

Tendo assim em vista a extrema importância do ato de brincar no desenvolvimento afetivo e cognitivo dessas crianças, sem deixar de privilegiar a criança como principal objeto de estudo do trabalho.

 

DESENVOLVIMENTO

 

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

 

Brincar é mais do que uma atividade sem conseqüência para a criança. Brincando, ela não apenas de diverte, mas recria e interpreta o mundo em que vive, se relacionando com este mundo. Brincando, a criança aprende.

A importância do brincar para a criança é uma construção histórica, quando brinca a criança experimenta sensações antes desconhecidas. Pois o brincar é natural na vida das crianças. É algo que faz parte do seu cotidiano e se define como espontâneo prazeroso e sem comprometimento

A brincadeira é uma atividade que a criança desenvolve em suas relações sociais, atividade essa que a criança faz para recrear-se ou por diversão na idade escolar com seus familiares, com seus pais, professores, amiguinhos ou com outras crianças da mesma idade sem objetivos educacionais ou de aprendizagem, com o espaço ou cultura na qual está inserida. Neste contexto a brincadeira da criança encontra papel fundamental na educação infantil, pois as crianças se desenvolvem e conhecem o mundo a partir das interações estabelecidas com a história e cultura de outras crianças, de seus pais, de seus professores e das pessoas envolvidas na instituição escolar.

Segundo LEBOVICI (1988) o brincar é tão importante para a criança durante sua infância como é o trabalho para o adulto. Os adultos passam a maior parte de sua vida trabalhando, mas não o fazem por simples prazer. Mesmo que o trabalho dê alegria, compensação e um sentido a vida ele também causa estresse e cansaço. A maior razão para o fato dos adultos trabalharem é a necessidade.

Segundo FREIDMANN (2006, p. 17) coloca que o brincar já existia na vida das pessoas bem antes das primeiras pesquisas sobre o assunto. Pois acredita que esse interesse pelo lúdico surgiu pela diminuição do espaço físico e temporal destinado a essa atividade, que supostamente tenha sido provocada pelo aparecimento das instituições escolares e pelo incremento das indústrias de brinquedos, além da influencia da mídia televisa e a inclusão da mulher no mercado profissional.

BETTELHEIM (1984) afirma que:

Nenhuma criança brinca espontaneamente só para passar o tempo. Sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se

 

não a entendemos (BETTELHEIM 1984 p.105).

 

 

Para BETTELHEIM (1984) Quando brinca, a criança cria situações imaginárias em que se comporta como se estivesse agindo como e no mundo do adulto. Enquanto brinca, seu conhecimento sobre o mundo é ampliado, de modo que ela faz de conta e se coloca no lugar do adulto. Assim, ao brincar a criança recria e repensa nos acontecimentos que viveu, sabendo que está brincando.

Sendo que o brincar é uma ação que está presente em todos os períodos do desenvolvimento. Os objetos que despertam o interesse lúdico mudam dependendo da fase em que o ser humano se encontra. Se para um bebê de oito meses o brinquedo ideal são cubos coloridos, de tamanhos diferentes e que se encaixam, para uma criança de dois anos o interessante são os blocos de construção, para os pré-adolescentes jogos de tabuleiro com regras e para os adultos jogos de cartas.

As atividades lúdicas integram-se ao cotidiano das pessoas sob várias formas, sejam individuais ou coletivas, sempre obedecendo aos aspectos e à necessidade cultural de cada época. No brincar, causam-se a espontaneidade e a criatividade com a progressiva aceitação das regras sociais e morais, brincando que a criança se humaniza.

VYGOTSKY (1991) ressalta que a brincadeira é a atividade principal da infância. Essa afirmativa se dá não apenas pela frequência de uso que as crianças fazem do brincar, mas principalmente pela influência que esta exerce no desenvolvimento infantil. Pois a brincadeira cria as zonas de desenvolvimento proximal e que estas proporcionam saltos qualitativos no desenvolvimento e na aprendizagem infantil.

ALMEIDA, (1978, p. 18) acredita que seria conveniente dar à criança a oportunidade de um ensino livre e espontâneo, pois o interesse geraria alegria e descontração.

Ele pontua ainda que:

 

Em todos os jogos que estão persuadidas de que se trata apenas de jogo, as crianças sofrem sem se queixar, rindo mesmo, o que nunca sofreriam de outro modo sem derramar torrentes de lágrimas”. Na brincadeira a criança assume diferentes papéis e nessa representação age, frente à realidade, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumindo, ou seja, muitas vezes o papel do adulto, utilizando-se de objetos substitutos (ALMEIDA 1978, p. 18).

 

 

ELKONIN (1998) e LEONTIEV (1994) ampliam esta teoria afirmando que durante a brincadeira ocorrem as mais importantes mudanças no desenvolvimento psíquico infantil.

 

Para estes autores a brincadeira é o caminho de transição para níveis mais elevados de desenvolvimento.

A brincadeira, seja simbólica ou de regras, não tem apenas um caráter de diversão ou de passatempo. Pela brincadeira a criança, sem a intencionalidade, estimula uma série de aspectos que contribuem tanto para o desenvolvimento individual do ser quanto para o social. Primeiramente a brincadeira desenvolve os aspectos físicos e sensoriais. Os jogos sensoriais, de exercício e as atividades físicas que são promovidas pelas brincadeiras auxiliam a criança a desenvolver os aspectos referentes à percepção, habilidades motoras, força e resistência e até as questões referentes à termo regulação e controle de peso (SMITH, 1982).

Para BJORKLUND e PELLEGRINI (2000) a criança não testa diferentes estratégias apenas para o momento da brincadeira, mas sim para a vida adulta. Ao lidar com diferentes situações durante a brincadeira a criança agiria sem a intencionalidade, criando condições e formas de interação que irão auxiliar mais tarde, na vida adulta.

A criança quando brinca de faz de conta, utiliza o meio em que vive, seja em casa, na rua ou na escola. Nesse momento, com o material que estiver nas mãos à criança desenvolverá suas habilidades de escrita, seja em suas brincadeiras, por exemplo, de lanchonete ao anotar o pedido do cliente, ou ao fazer de conta que está dirigindo um ônibus ou cobrando a passagem de alguém. Dessa forma, os primeiros passos rumo ao letramento são dados pela criança no momento das atividades lúdica, é por meio do brincar de ler e escrever, que o letramento vai ganhando sentindo para a criança, pois é nesse momento de brincar de ler com ela e ela própria brincar de desenhar e escrever que passa a ser um momento fundamental para o sucesso com a escrita (MOYLES 2006).

De acordo com KISHIMOTO (2001, p.21) “desta forma, brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem com o jogo”. É inegável a influência do brinquedo no desenvolvimento infantil. No

brinquedo as idéias estão separadas do objeto e a ação surge das idéias e não das coisas. Ex.: um canudo de papelão pode se tornar um “foguete”. Entretanto, é importante ressaltar a materialidade do imaginário, isto é, o imaginário se reporta sempre a algo realmente acontecido. Além disso, a criança pode utilizar como brinquedo o próprio corpo no decorrer dos primeiros meses de vida, passando em seguida a explorar objetos que despertam sua atenção auditiva e visual. A partir desse momento, o brinquedo estará presente em seu cotidiano até a fase adulta, possibilitando que a criança pesquise, investigue sobre a realidade e possa constituir-se socialmente. Ela tem consciência de que é um momento de

 

faz - de- conta.

Diverte-se com as próprias simulações e com a cumplicidade do adulto. Na verdade, o objeto é apenas um suporte para as suas brincadeiras. Brinca tanto com os objetos estruturados, inventados pelos fabricantes que servem como brinquedo, como utilizando o imaginário.

REILY (2004) acrescenta que o brinquedo é um dos recursos mais eficazes para promover a ação da criança sobre o objeto, podendo por meio do brincar, fazer jus ao seu direito de ser criança. O brinquedo que valoriza as ações do aluno promove a acessibilidade e é um mediador de grande eficácia, por trazer o mundo para perto da criança, ao mesmo tempo em que coloca a criança dentro do mundo. Pode-se avaliar, por meio da brincadeira, o nível de estágio cognitivo no qual a criança se encontra. Ela brinca por vontade própria, expressando-se de forma espontânea. É importante salientar também que a atividade lúdica desperta o interesse do aluno, faz com que ele fique mobilizado e torne suas ações intencionais, fato essencial para a construção de esquemas racionais gradativamente aperfeiçoados. Onde a criança deve ter a oportunidade de construir seus esquemas lógicos, a partir de sua experiência anterior e da troca de experiências com o grupo, de maneira lúdica e prazerosa.

Segundo MACEDO (1995), é preciso defender o valor psicopedagógico do jogo. Pois a criança constrói respostas por meio de um trabalho lúdico, simbólico e operatório integrado. O ato de conhecer, para a criança, remete a um jogo de investigação, a partir do qual se pode ganhar, perder ou tentar mais uma vez.

 

Como fazer para recuperar o sentido do jogo na escola e na vida?

Proponho que para isso, a escola adote uma postura menos rígida, que esqueça um pouco sua função instrumental. Por que não transformar a escola em um espaço de jogo, no qual crianças, professores, qual filósofos, pudessem recuperar a possibilidade de um pensar seguindo boas regras? Ou seja, seria importante que se permitisse na escola que os meios, ao menos por algum tempo, fossem os próprios fins das tarefas; que se permitisse às crianças e aos professores serem criativos, que tivessem prazer estético e conhecessem o gozo da construção do conhecimento (MACEDO, 1995, p.10).

 

Os jogos da criança pequena são fundamentais para o seu desenvolvimento e para a aprendizagem, pois envolvem diversão e ao mesmo tempo uma postura de seriedade. As brincadeiras é para a criança um espaço de investigação e construção de conhecimentos sobre si mesma e sobre o mundo. Brincar é uma forma de a criança exercitar sua imaginação. A imaginação é uma forma que permite às crianças relacionarem seus interesses e suas

 

necessidades com a realidade de um mundo que pouco conhecem. A brincadeira expressa à forma como uma criança reflete, organiza, desorganiza, constrói, destrói e reconstrói o seu mundo.

BETTELHEIM, (1984), coloca que a brincadeira é uma ponte para a realidade e que nós, adultos, através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê e constrói o mundo, demostrando quais são as suas preocupações, que problemas ela sente, como ela gostaria que fosse a sua vida. Ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras. Ou seja, brincar é a sua linguagem secreta que devemos respeitar mesmo que não a entendamos.

ARMANELLI (2003, p. 50-51) afirma que:

 

No conceito de pessoas leigas, o brinquedo é um instrumento de recreação destinado a ocupar a criança, alegrando-a enquanto o tempo passa. Dentro do campo de ação da ciência educacional, entretanto, o brinquedo não tem essa característica de atividade acessória e secundária, porque assume papel de relevo no esquema das atividades infantis, como agente eficaz de propulsão evolutiva, acompanhando e favorecendo o crescimento sócio- psico-biológico da criança (ARMANELLI 2003, p. 50-51).

 

O brincar é importante para o desenvolvimento afetivo da criança, para a formação da autoimagem, dos sentimentos e atitudes positiva sobre si mesma e os outros, para ela sentir-se forte e enriquecer a personalidade, viver intensamente as emoções, sentimentos, frustrações, imaginações e fantasias, resolvendo conflitos, desenvolvendo alianças e comportamentos sociais; ajuda-a a construir e respeitar regras, atitudes essenciais para que aprenda a viver em sociedade e a conviver com as diferenças.

Segundo VYGOTSKY (1998), é errado definir o brinquedo como uma atividade que dá prazer para a criança. Ele diz que não só existem atividades que mesmo não remetendo ao brinquedo proporcionam um imenso prazer a ela (como chupar chupeta, por exemplo), como também existem jogos que se tornam desagradáveis para a criança, caso ela não seja o vencedor, tornando-se, assim, uma fonte de desprazer. Crianças muito pequenas tendem a satisfazer os seus desejos de forma imediata – elas ainda não planejam atividades futuras. Já crianças maiores, em idade pré-escolar, passam a ter desejos não realizáveis imediatamente, e é por meio da utilização do brinquedo que elas buscam realizar os seus desejos, num mundo ilusório e imaginário.

A concepção atual do brincar, nos leva a refletir que nesta atividade a criança: cria e atua; elabora conhecimentos anteriores de forma própria, imitando, imaginando, representando, comunicando, ativando a memória e atualizando conhecimentos (compreende

 

e amplia); imagina e interpreta a realidade; pensa e soluciona problemas; transforma a função social dos objetos (exercita a criatividade).

Dar à criança inúmeras oportunidades de brincar e conviver com otimismo e descontração é o melhor caminho para que ela desenvolva seu potencial, seja feliz e se prepare para a vida adulta. É necessário então que as crianças encontrem nesses ambientes pessoas sensíveis, que as compreendam que entendam suas necessidades, seus interesses, respeitem sua individualidade e seus sentimentos e interajam com elas de forma agradável e otimista, ajudando-a a ser feliz.

 

VYGOTSKY (1991), ao empregar o termo “brinquedo”, num sentido amplo, refere- se principalmente à atividade, ao ato de brincar. No entanto, é necessário ressaltar também que, embora ele analise o desenvolvimento do brinquedo e mencione outras modalidades (como os jogos esportivos), procura evidenciar o jogo de papéis ou a brincadeira do “faz-de- conta” (por exemplo, brincar de polícia e ladrão, de médico, de vendinha, etc). Tal fato se explica pela importância dessas brincadeiras nas crianças que aprendem a falar e que, portanto, já são capazes de representar simbolicamente, envolvendo-se numa situação imaginária.

 

A criança passa a criar uma situação ilusória imaginária como forma de satisfazer seus desejos não realizáveis. Esta é, aliás, a característica que define o brinquedo de modo geral. A criança brinca pela necessidade de agir em relação ao mundo mais amplo dos adultos, e não apenas no universo dos objetos a que ela tem acesso. (VYGOTSKY 1991, p.82).

 

O LÚDICO: JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA CONSTRUÇÃO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

 

OLIVIER, (2003, p.21). Coloca que o lúdico é estudado por vários autores e para a maioria deles é uma atividade que está associada ao prazer e a vida. E que o lúdico tem como objetivo a vivência prazerosa, é realizado sem motivo, é espontâneo; privilegia a criatividade devido à sua ligação com o prazer, não tem regras pré-estabelecidas e seu local de manifestação é o lazer, e o lazer “tem no prazer uma das suas características fundamentais”. O brinquedo não requer o uso de regras, mas sim uma suposta intimidade daquele que brinca com o objeto de forma indeterminada. É por meio do brinquedo que a criança se tornará capaz de reproduzir tudo aquilo que ela vê e ouve, enfim, tudo que a rodeia; isso dentro das limitações de cada um.

 

De acordo com RONCA (1989, p. 27) “O movimento lúdico, simultaneamente, torna-se fonte prazerosa de conhecimento, pois nele a criança constrói classificações, elabora seqüências lógicas, desenvolve o psicomotor e a afetividade e amplia conceitos das várias áreas da ciência”.

RONCA (1989, p.27) coloca ainda que o lúdico permite que a criança explore a relação do corpo com o espaço, provoca possibilidades de deslocamento e velocidades, ou cria condições mentais para sair de enrascadas, e ela vai então, assimilando e gastando tanto, que tal movimento a faz buscar e viver diferentes atividades fundamentais, não só no processo de desenvolvimento de sua personalidade e de seu caráter como também ao longo da construção de seu organismo cognitivo.

O jogo é visto como recreação desde a antiguidade greco-romana e assim permanece por um longo tempo. Na Idade Média, ele é considerado como “não-sério”, sendo associado aos jogos de azar. Jogar é uma prática que ultrapassa os tempos, tem entre outras funções ampliar os conhecimentos, além de melhorar a capacidade de trabalhar em grupo, e auxiliando na integração social podendo facilitar o aprendizado individual e coletivo.

Segundo KISHIMOTO (2001), antes do romantismo havia três concepções que relacionavam o jogo infantil e a educação:

O jogo infantil como forma de recreação;

O jogo como forma de favorecimento do ensino dos conteúdosescolares;

O jogo como meio de diagnosticar a personalidade infantil, ajustando o ensino às necessidades infantis.

Para SILVA (2007 p. 07) o jogo é definido como “qualquer atividade em que existe uma concentração espontânea de energias com finalidade de obter prazer da qual os indivíduos participam com envolvimento profundo e não por obrigação”.

HUIZINGA (2004 p. 16) relaciona o lúdico com o jogo; essa relação ocorre porque o jogo é uma atividade livre, “não-séria”, é exterior a vida habitual, tem a capacidade de absorver o jogador, e não está ligada a interesses materiais, é praticado em tempo e local determinado, segue regras e possui uma ordem.

HUIZINGA, (2004, p.21) coloca ainda que o lúdico possui as seguintes características: “ordem, tensão, movimento, mudança, solenidade, ritmo e entusiasmo, que também podem ser vistos no jogo”.

Para MACEDO (1995, p.8), os jogos de regras constituem-se em “formas democráticas de intercâmbio social entre crianças ou adultos”. É necessária uma consideração recíproca, sendo a transgressão das regras uma falta grave. Os jogadores

 

dependem, assim, um do outro, sendo a coletividade um caráter próprio dessa estrutura, além da importância do desenvolvimento da criança ao formular estratégias no decorrer da atividade. O jogador precisa ser melhor do que o seu oponente para ganhar, pois, apesar de ambos começarem “do zero”, com o decorrer do jogo um deles precisa errar menos e ser mais rápido, enfim, ser mais habilidoso a cada jogada.

De acordo PIAGET (1990, p.216), “O jogo de regras apresenta precisamente um equilíbrio sutil entre a assimilação ao eu – princípio de todo o jogo e a vida social”. A criança, além de entender melhor o seu próprio eu, passa a interagir socialmente, criando uma cumplicidade relativa aos seus companheiros e ao respeito mútuo às regras do jogo.

Segundo KISHIMOTO (2001) há, nos jogos, regras explícitas – no jogo de xadrez, por exemplo – e regras implícitas – quando a criança entra no seu mundo de faz-de-conta. Nesta última a criança pode imitar o pai, por exemplo, procurando agir como ele agiria, estando localizada nessa “necessidade” de fazer igual ao pai, durante a imitação, a regra implícita do jogo.

Para VYGOTSKY (1991), é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. Pois, com menos de três anos de idade, é essencialmente impossível envolver-se em uma situação imaginária, uma vez que isso implica uma forma nova de comportamento que liberta a criança das restrições impostas pelo ambiente imediato. Mas a ação numa situação imaginária ensina à criança dirigir seu comportamento não somente pela percepção imediata dos objetos, ou pela situação que a afeta de imediato, mas também pelo significado dessa situação.

VYGOTSKY (1991) também afirma que a brincadeira, mesmo sendo livre e não estruturada, possui regras. Para o autor todo tipo de brincadeira está embutido de regras, até mesmo o faz-de-conta possui regras que conduzem o comportamento das crianças. Uma criança que brinca de ser a mamãe com suas bonecas assume comportamentos e posturas pré-estabelecidas pelo seu conhecimento de figura materna.

Para VYGOTSKY (1991) o brincar é essencial para o desenvolvimento cognitivo da criança, pois os processos de simbolização e de representação a levam ao pensamento abstrato.

ELKONIN (1998) avançando nos estudos de Vygotsky elaborou a lei do desenvolvimento do brinquedo. Para este autor o brincar passa por momentos evolutivos. A brincadeira vai de uma situação inicial, onde o papel e a cena imaginária são explícitas e as regras latentes, para uma situação em que as regras são explícitas e o papel e a cena imaginária latentes.

 

Na situação imaginária, a criança tem a oportunidade de se fazer autônoma, ante as situações e restrições impostas pelo mundo que a cerca. O brinquedo auxilia nesse processo em que a criança, de forma espontânea e até mesmo inconsciente, aprende a seguir as regras. Por conta da satisfação e do prazer que encontra no brincar, tem a possibilidade de, cada vez mais descobrir-se, ampliando seus limites:

 

A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança; pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado em uma situação real. O segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e, ao mesmo tempo, ela aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se às regras e, por conseguinte, renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia à ação impulsiva constitui o caminho para o prazer no brinquedo.(VYGOTSKY, 1991, p.113).

 

O jogo, as brincadeiras, as invenções infantis buscam transformar o mundo, dominar seus efeitos de sentido. Abrem a possibilidade do princípio do prazer e da realização do criar, logo do aprender e de viver o não real, dentro do mundo real. A realidade recriada corresponde ao sono com sonhos, em que não se corta o fio constituído de imagens que se transpõem, de um lado para outro. Assim, é possível ao pensamento atravessar os limites do mundo imaginário, para acolher qualquer cena. O brincar é o espaço com poder de transformação.

Podemos afirmar que o lúdico é à base de toda a atividade da Educação de Infância, pois é meio de motivação para a criança, que pode dar origem a processos de aprendizagem importantes, fonte de descoberta e prazer. Ludicidade é a espontaneidade em trabalhar, fazendo a comunicação entre a fantasia, o brincar e o real. A realidade jogando com falas e palavras, gestos e expressões enseja verdadeiro prazer em aprender.

O brincar elemento importante, mediante o qual se aprende, sendo sujeito ativo desta aprendizagem que tem, nesse lúdico, efeitos de sentido prazerosos. No mundo lúdico, a criança encontra equilíbrio entre o real e o imaginário, alimenta sua vida interior, descobre o sentido de Ser no mundo. “O sentido de ser se aloja nas tramas cotidianas de viver o mundo. De habitá-lo e experimentá-lo.” (ROJAS,2004, p.44).

A imaginação dramática está no centro da criatividade humana, sendo parte fundamental do processo de desenvolvimento da inteligência e, por isso, deve estar no centro da educação. Mesmo considerando que a imitação e o jogo estão relacionados ao

 

processo de pensamento e ao desenvolvimento da cognição, é a imaginação dramática que interioriza os objetos e lhes confere significados (KOUDELA, 1984).

RCNEI (1998) vem mais uma vez reforçar o conceito em relação ao brincar e as brincadeiras. É através do brincar e das brincadeiras, que a criança fará o uso de sua coordenação de habilidades motoras, gestos e movimentos dentro do seu contexto. Assim, a brincadeira deve ser valorizada, pois busca trabalhar as várias formas de expressão da criança, sejam elas, físicas ou emocionais. Todas essas características estão interligadas com o brincar, com a brincadeira da criança. É desta forma que o brincar e a brincadeira desperta nas crianças, a forma de cada uma recriar e repensar nos acontecimentos que estão a sua volta, favorecendo a sua auto-imagem. Através das modalidades lúdicas (jogos, brinquedos e brincadeiras), inúmeras competências e habilidades são estimuladas. O ensino deixa de ser exausto fazendo com que a criança construa seu conhecimento enquanto brinca. (RCNEI, 1998):

 

Nessa perspectiva as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com outras pessoas. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação. (RCNEI, BRASIL, 1998 p.21-22)

 

Para NUNES (2000), o brincar e o brinquedo fazem parte da vida infantil e de seu cotidiano, pois é através deste momento que a criança tem a oportunidade de demonstrar suas vivências e experiências, sendo elas nos momentos de alegria ou de frustrações. O brincar se torna o momento de criar de reinventar e o brinquedo vem para dar ênfase a fantasia e a criatividade da criança. Nunes afirma ainda que: O brinquedo caracteriza-se ainda, pela presença do outro. Brincar é estar junto com o outro. É sentir o gesto, o olhar, o calor do companheiro. O brinquedo aproxima as pessoas, torna-as amigas, porque brincar significa sentir- se feliz, é descobrir o mundo que as cerca, socializar-se. (p.5) Desta forma, tanto o brinquedo quanto o brincar passam a ser o mundo da criança, se torna o momento em que ela, passa a conhecer as pessoas a sua volta, ou seja, o momento interação e socialização com as outras.

O brinquedo permite o extravasamento das emoções, pois são meio natural de avaliar o ambiente que nos rodeia ao qual reagimos de forma adaptativa. Os objetos, as pessoas, o mundo, podem nos causar emoções e respostas emocionais fortes ou fracas, boas ou más, conscientemente ou não. A memória também pode provocar emoções à luz da consciência. A interação entre o brincar e o mundo real produzindo, na memória infantil, o

 

desencadear e o executar de tais emoções. (DAMÁSIO 2003).

 

A utilização do jogo e das brincadeiras potencializa a exploração e a construção do conhecimento, por contar com a motivação interna, típica do lúdico, mas o trabalho pedagógico requer a oferta de estímulos externos e a influência de parceiros, bem como a sistematização de conceitos em outras situações que jogos ou brincadeiras. (KISHIMOTO, 1999, p.38)

 

ANTUNES (2003, p. 18), afirma que:

A criança que brinca está desenvolvendo sua linguagem oral, seu pensamento associativo, suas habilidades auditivas e sociais, construindo conceitos de relação, classificação, seriação, aptidões visuo-espaciais e muitas outras.

A brincadeira infantil ajuda a ampliar o vocabulário e a expressar ideias e pensamentos. É uma forma importante de interação, participação e convivência, de aprendizado alegre e espontâneo, levando a criança a enfrentar desafios e fazer descobertas. As crianças aprendem a brincar umas com as outras, observando-se mutuamente, movimentando-se juntas, imitando, participando de jogos.

KISHIMOTO (2001) apresenta o jogo e suas determinadas classificações, brincadeira e seus diferentes significados.

 

A dificuldade aumenta quando se percebe que um mesmo comportamento pode ser visto como jogo ou não-jogo. Se para um observador externo a ação da criança indígena que se diverte atirando com arco e flecha em pequenos animais é uma brincadeira, para a comunidade indígena nada mais é que uma forma de preparo para a arte da caça necessária à subsistência da tribo (KISHIMOTO, 2001, p. 15).

 

O PROFESSOR COMO MEDIADOR DAS BRINCADEIRAS

 

Sabendo que o papel da escola de educação infantil seja ela em período integral ou não é antes de tudo promover a socialização das crianças e que o brinquedo e a brincadeira são as formas mais precisas para essa socialização. Pois o ato de brincar é inerente às crianças desde seu nascimento. Para que um professor introduza jogos no dia-a-dia de sua classe ou planeje atividades lúdicas, é preciso, que ele acredite que brincar é essencial na aquisição de conhecimentos, no desenvolvimento da sociabilidade e na construção da identidade.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI (1998), o professor tem que se preocupar com a organização do espaço, do ambiente em que ele irá trabalhar com seus alunos, pois é naquele determinado local que o

 

conhecimento se fará presente, e será ali que ele vai buscar novas formas de aprendizagem, buscar novos recursos para aprender, ou seja, é neste momento que o professor se utiliza de jogos, brinquedos ou brincadeiras que buscam reforçar o conhecimento que foi trabalhado com o aluno.

O RCNEI (BRASIL, 1988), coloca ainda que o brincar, na perspectiva dos professores, refere-se ao papel de estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças, disponibilizando objetos, fantasias, brinquedos ou jogos e possibilitando espaço e tempo para brincar.

Diante disso, OLIVEIRA (2007) demonstrará que o professor deve buscar novos métodos de trabalho, respeitar tanto o seu ponto de vista quanto os das crianças, tendo em sala de aula um projeto coletivo, e através deste buscar a criatividade, e o desenvolvimento da criança, seja eles diante da brincadeira ou dos jogos, criar dentro da sala de aula momentos de descontração e aprendizado ao mesmo tempo.

De acordo com a autora (2007, p.70) A constante orientação do trabalho educativo deve respeitar a infância, capta-la na complexidade de sua cultura com sua pluralidade de características. A perspectiva que defendemos é a de que o projeto pedagógico daquelas instituições busque fazer o olho infantil saltar o muro, quebrar barreiras, e que o olhar dos educadores procure reconhecer aquilo que as famílias das crianças sabem, vê e esperam.

Ainda do ponto de vista do RCNEI (1998 p.21), a aprendizagem da criança se dá por meio da interação dela com o meio em que vive, é na troca de saberes que a criança passa a aprender e a compreender o mundo a sua volta. É nessa relação que a criança busca utilizar os recursos que estão ao seu alcance. “Dentre os recursos que as crianças utilizam, destaca-se a imitação, o faz-de-conta, a oposição, a linguagem e a apropriação de imagem corporal”.

De acordo com esse documento, o professor na hora de utilizar o faz-de-conta, deve organizar o espaço para que a criança possa fazer um bom uso do mesmo. Devem-se inserir novos objetos dentro da sala de aula na hora da brincadeira, como caixas contendo giz de cera, lápis de cor, papéis coloridos, para que através da brincadeira a criança possa buscar novos meios de explorar a sua criatividade. É através destes novos objetos e materiais que a criança poderá criar e realizar à escrita do seu modo, pois: Ainda com relação ao faz-de- conta, o professor poderá organizar situações nas quais as crianças conversem sobre suas brincadeiras, lembre-se dos papeis assumidos por si e pelos colegas, dos materiais e brinquedos usados, assim como do enredo e da sequência de ações. Nesses momentos, lembrar-se sobre o que, com quem e com o que brincaram poderá ajudar as crianças a organizarem seu pensamento e emoções, criando condições para o enriquecimento do brincar. (RCNEI 1998 p.50).

A forma como o professor fará a intervenção durante a brincadeira irá definir o curso desta, onde a intervenção do professor deve revitalizar, clarificar, explicar o brincar e não dirigir as atividades, pois quando a brincadeira é dirigida por um adulto com um determinado objetivo ela perde o seu significado, lembrando que a brincadeira deve possuir um fim em si mesma.( BOMTEMPO 1997)

SPODEK e SARACHO (1998) distinguem dois modos de intervenção por parte do professor durante a brincadeira, o participativo e o dirigido. No modo participativo a interação do professor visa à aprendizagem incidental durante a brincadeira. As crianças acham um problema e o professor, como que um membro a mais no jogo, tenta junto com o grupo encontrar a solução, estimulando estas a utilizarem a imaginação e a criatividade. No modo dirigido o professor aproveita a brincadeira para inserir a aprendizagem de conteúdos escolares e dirigir as atividades para situações não lúdicas, causando uma desvalorização do brincar, que deixa de ser espontâneo, impedindo o desenvolvimento da criatividade. O professor deve proporcionar situações que envolvam o aluno emocionalmente na busca da solução de problemas, apoiando-o e auxiliando-o a alcançar uma solução sempre.

Afirma MOYLES (2006 p.137). Em ambientes lúdicos realistas, o letramento não é fragmentado por processos didáticos artificiais. O letramento é utilizado para tudo o que for apropriado no brincar: fazer compras, almoçar ou jantar em um restaurante, viajar de trem, visitar um hospital e assim por diante. O letramento ocorre por ser necessário no contexto do brincar, não porque o ensino exige. Por isso, cada vez mais os educadores recomendam que os jogos e brincadeiras ocupem um lugar de destaque no programa escolar desde a Educação Infantil. Para auxiliar no trabalho do professor.

Uma tendência que vem ganhando espaço é a da ludoeducação que resume em educar através da brincadeira e da descontração. É uma técnica por meio da qual podem ser postos em prática conceitos como os do construtivismo, uma vez que a aprendizagem se dá por meio da participação do aluno, e de uma forma que, para este, é divertida, por meio de brincadeiras e jogos que estimulam o desenvolvimento emocional e o relacionamento entre as crianças e também entre as crianças e professores (DOHME, 2002).

BOMTEMPO (1997) coloca que respeitando as brincadeiras, o educador poderá desenvolver novas habilidades no repertório de seus alunos, sugerindo assim que as intervenções não específicas por parte dos professores podem oferecer várias possibilidades e também estimular a criatividade das crianças. A mesma autora também

 

afirma que a intervenção do professor não deve, de forma alguma, podar a imaginação criativa da criança, mas sim orientar para que a brincadeira espontânea apareça na situação de aprendizagem.

Alves (2001 p. 21) resume isto apontando para a simplicidade do tema afirmando que, “Professor bom não é aquele que dá uma aula perfeita, explicando a matéria.,...

 

CONCLUSÃO

 

O brincar é muito importante na infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. Dentro da escola podemos nos deparar com alguns preconceitos, entre eles o de que brincar é atividade reservada somente para o horário do recreio, que em sala de aula é necessário ter seriedade, fazer silêncio para aprender matérias importantes como: Matemática, Geografia, Português... Há muitos professores ainda que possuem uma visão em que o brincar é “enrolação de tempo”. Porém, não tem conhecimento que todos os jogos e brincadeiras, por sua essência, são educativos e contribuem para o desenvolvimento infantil.

Brincar é uma função indispensável à criança. Seja brincando com o professor ou com seus parceiros e em grupos é um compromisso que todo educador deveria ter, uma vez que favorece o seu desenvolvimento cognitivo e sócio - afetivo.

Durante a brincadeira, a criança estabelece decisões, resolve seus conflitos, vence desafios, descobre novas alternativas e cria novas possibilidades de invenções. Quando o professor proporciona um trabalho coletivo de cooperação e socialização dá oportunidade às crianças de construírem os jogos, de decidirem regras, de mostrarem como se joga, de perceberem seus limites através dos direitos e deveres e de aprenderem a conviver e a participar, mantendo sua individualidade e respeitando o outro.

Ao trabalhar com atividades lúdicas o aluno pode conviver com os diferentes sentimentos que fazem parte de sua realidade interior. Na brincadeira, a criança aprende a se conhecer melhor e a aceitar a existência do outro, organizando, assim, suas relações emocionais e estabelecendo relaçõessociais.

Acredito que este trabalho sobre a importância do lúdico: A influência dos jogos, brinquedos e brincadeiras na educação infantil nos abre um caminho dentro do dia-a-dia escolar para a integração dos vários aspectos do ser humano como: corporal, emocional e mental, possibilitando para professores e alunos se conhecer melhor, se relacionar melhor consigo mesmo e com o outro, e a lidar melhor com as próprias dificuldades e com as do outro.

Na educação infantil o professor deve criar um ambiente especialmente para despertar as potencialidades da criança, e por esse motivo, devem ser oferecidos à criança oportunidades de ser estimulada e motivada. O professor que reconhece a importância do lúdico no seu dia-a-dia escolar e o coloca em prática em sala de aula por si só e proporciona aos seus alunos a sua vivência.

 

REFERÊNCIAS

 

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