O LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Keilla Cristina da Silva Santos
Fernanda Aparecida Alves da Silva
Vilma Souza Alves
Patrícia Cavalcante Gama
RESUMO
Este trabalho visa refletir a importância da Ludicidade no processo de aprendizagem, os dados coletados foram a partir de autores, pesquisas online e bibliográficas. Tendo como referencial teórico autores que falam sobre o lúdico na prática pedagógica através das brincadeiras, brinquedos e jogos na alfabetização das criança, os jogos ensinam através das regras, e possibilita a exploração do ambiente a sua volta tornando prazeroso e também significativo e assim, agregando mais o conhecimento de cada criança, e o professor como mediador organize atividades planejadas e estabeleçam objetivos a serem alcançados, com conteúdo diferenciados que possa despertar o interesse de cada crianças, para que ocorra aprendizagem significativa e não somente uma forma de diversão da criança, e cada vez mais estudar as necessidades que existem dentro do âmbito escolar para a implantação da cultura lúdica, e seus benefícios em uma escola tradicional, procurando sempre estar atualizado nas novas práticas pedagógicas favorecendo o desenvolvimento e aprendizagem.
PALAVRAS–CHAVE: Educação. Ludicidade. Desenvolvimento. Infância.
1 – INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo analisar a ludicidade para o processo de ensino e aprendizagem.
As atividades lúdicas contribuem para uma aprendizagem que cada criança interaja com colegas e professores, e possibilita a criatividade, a interação social e assim, obtendo um crescimento sadio através convívio em grupo desenvolvendo o seu potencial, porque cada criança é um ser único em seus anseios e experiencias.
Considerando que a criança é um ser lúdico e que brinca para interagir com o meio em que vive. O lúdico na educação Infantil e Ensino Fundamental é muito importante, porque promove uma grande quantidade de atividades diferenciadas para o processo de aprendizagem de cada criança, onde é possível por meio da brincadeira beneficiar o educando, em suas atividades diárias mais complexas em sala de aula.
Sendo que a brincadeira não é somente uma passa tempo, mas sim formas de despertar a autoconfiança, desenvolvimento psicomotor é através do brincar que a criança aprende regras e limites no qual usara respeitosamente no seu dia a dia., considerando que a ludicidade é um caminho para construção que contribui em meio ao conhecimento da criança, com as brincadeiras, brinquedos e jogos.
Através do brincar a criança constrói o seu universo, seu mundo imaginário, e possibilita o seu desenvolvimento, como os jogos e brincadeiras tradicionais de uma maneira geral são importantes instrumentos para desenvolver a simbolização, criatividade e a representação do real, constituindo-se maiores condições de desenvolver uma aprendizagem.
2- DESENVOLVIMENTO
Lúdico vem da palavra latina «ludus» que tem significado «jogo». Desde a Grécia antiga existem relatos de Platão que diziam que durante os primeiros anos de vida, a criança deveria ocupar seu tempo com jogos, dessa forma os jogos e brincadeiras no contexto da Grécia antiga onde era bastante valorizado e estimado.
No século XVI já se falavam da importância do lúdico no processo de aprendizagem das criança, também pesquisadores da área da educação trabalhavam em cima dessa temática, nos Estados Unidos Dewey considerava que o jogo poderia ser atrelado à vida, tornando-se seu habitat natural, onde ela aprender a viver, e para o pensador Piaget ele também ressaltava o quão valiosos os jogos e brincadeiras são para o processo de desenvolvimento intelectual de cada criança, pois eles vão muito além de uma forma de entretenimento infantil ou uma forma de distração para crianças .
Já século XVII, a criança era considerada um adulto, ou seja, nas classes menos privilegiadas, as crianças trabalhavam no campo, vendiam nos mercados, elas levavam suas vidas sem poder brincar e desfrutar da sua infância, mas com o passar do tempo foram surgindo leis para combater os maus tratos as crianças.
Por isso deve-se atentar para a enorme importância do lúdico dentro do âmbito da saúde mental da criança e do ser humano em si, considerando a relevância dos pais se atentarem para tal e os educadores também, pois é onde a criança pode expressar-se livremente da maneira como ela entende o mundo, sente o mundo e as pessoas, e os objetos também.
Kishimoto (1994) traz considerações importantes sobre os brinquedos e o ato de brincar no processo de desenvolvimento infantil: “Partindo do pressuposto de que, manipulando e brincando com matérias como bola, cubo de cilindro, montando e desmontando cubos, a criança estabelece relação matemática e adquire noções primarias e físicas e metafisica. Aliando a utilização de matérias educativos que domina, aos dons, aos cantos e as ocupações manuais (recortes, colagem, tecelagem, dobradura, etc.), o autor das atuais caixas de construção elabora uma proposta curricular para a pré-escola que contem em seu bojo a relevância do brinquedo” (KISHIMOTO, 1994, p 12)
As atividades lúdicas elas podem desenvolver em cada criança a sua atenção, imaginação e a memorização, pois muitos desses aspectos que estão em andamento no momento em que a criança está na pré-escola. Os jogos e as brincadeiras passaram a ser investigados, a partir do momento em que os pesquisadores consideraram a ação lúdica como um método de metacomunicação, assim, possibilitando a criança compreender a linguagem e o pensamento do outro.
A brincadeira torna se importante no desenvolvimento da criança de maneira que vão surgindo gradativamente desde os mais funcionais até os de regras, pois a fase infantil que compreende a idade de 0 a 6 anos é um período que as crianças estão em pleno desenvolvimento motor é nesse momento que suas capacidades de aprendizagem devem ser exploradas, para que o aluno tenha contato com os passos importantes para o desenvolvimento enquanto cidadão e ser humano.
Piaget (1978) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma que,
O jogo e o brincar, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, proporciona uma assimilação do real à atividade própria, fornecendo a este seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça as crianças um material conveniente, a fim de que, jogando e brincando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores a inteligência infantil. (PIAGET 1976, p.160).
Vale ressaltar que existem várias definições sobre os jogos, como os jogos cooperativos que são atividades ou dinâmicas realizadas em grupo para ter a superação de limites coletivo; também os jogos motores que exigem movimentos corporais variáveis por parte de cada participante como equilíbrio e lateralidade; os jogos populares tradicionais que são desenvolvido em ruas, quintais, pátios escolares; e também os jogos psicomotores que é a ciência que tem por objetivo o estudo do homem através do seu corpo em movimento, com suas possibilidades de perceber e atuar e agir com o outro.
A ação pedagógica integra dois paradigmas: o cuidar e o educar indicam também uma aproximação entre dimensões educacionais e sociais e propõe outro método, que possa possibilitar a aprendizagem de maneira lúdica que é o brincar na infância, a criança pequena aprende, se integra e se socializa com todos aqueles que estão ao seu redor.
Neste ambiente educacional onde a brincadeira é de caráter estimativo, ela é também responsável pelo desenvolvimento da criança, o que se caracteriza em atividades próprias e exercitando seus sentidos, envolvendo todo o seu corpo com movimentos que se transformam em aprendizagem. A criança pode sentir, ouvir, tocar, degustar e vocalizar-se, por meio da brincadeira.
A sua autoconfiança e competência, vai se aperfeiçoando de acordo com sua capacidade de expressão, porque nos dias atuais, em meias mudanças educacionais, os educadores acabam exercendo várias funções, sociais, psicológicas e muito mais para que possam desenvolver as habilidades e a confiança necessária de cada criança, e assim desempenhar atividades e obter grande sucesso no processo de aprendizagem.
Segundo Oliveira (2000) o brincar não significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda sua vida. Assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.
No contexto da socialização, a escola é um instrumento de interação entre o aluno e os professores, é onde está relacionada ao desenvolvimento de habilidades sociais que facilitam a interação posterior da criança.
A brincadeira é uma forma de divertimento, típico da infância, algo natural da criança, onde não há comprometimento, planejamento envolvendo assim momentos de prazer para a criança.
É a etapa que mais necessita de um olhar próximo, cuidadoso, amoroso, por esse o período de grande desenvolvimento da personalidade infantil. As brincadeiras espontâneas e os jogos que as crianças desenvolvem, manifestam como elas estão apreendendo a realidade com a qual convivem. Não existem maneiras de isolar o brincar ou jogar da criança, a ludicidade está sendo estudada como um processo essencial no desenvolvimento humano.
O educador das Instituições Infantis poderá transformá-las em um espaço adequado, seguro, estimulante e atraente para cada criança, levando em conta o desenvolvimento nesta fase escolar: as capacidades de ordem física possibilitando o conhecimento das potencialidades corporais, ao uso do corpo na expressão das emoções e autoconhecimento, capacidades de ordem cognitiva com recursos para pensar, o uso de formas de representação, comunicação e resolução de problemas; as capacidades de ordem afetiva associadas à construção da autoestima, à convivência social, diferenças individuais, a compreensão de si e dos outros.
O brincar não é somente um instrumento didático para o aprendizado, mas cria várias áreas no desenvolvimento infantil como: a motricidade, a criatividade, a sociabilidade, o raciocínio e a inteligência.
Ao brincar, a criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis na realidade. Lev Vygotsky
As brincadeiras tradicionais como amarelinha, passa anel, morto-vivo, esconde-esconde, pular corda, bola de gude, pular elástico, dentre muitas outras são de grande importância para o desenvolvimento e aprendizagem de cada criança, pois em cada uma dessas brincadeiras desperta a coordenação motora, psicológica e a capacidade de compreender e de relacionar as informações.
Segundo Friedmann (1995), o jogo tradicional é um patrimônio lúdico que é importante para o desenvolvimento das capacidades físicas, cognitivas, socias, afetivas e linguísticas.
Os jogos de exercícios sensório motor; é uma atividade natural do ser humano sendo exercícios que consiste em repetições dos gestos e movimentos como agitar os braços, emitir sons, sacudir objetos, caminhar, correr, etc.
os jogos simbólicos, também chamados brincadeira simbólica ou faz-de-conta, que são usuais entre 2 a 6 anos que consiste em satisfazer o eu por meio de uma transformação do real esse é um jogo em que a criança assimila, sendo uma maneira de se expressar são jogos através dos quais a criança expressa capacidade de representar dramaticamente, nesse brincar a criança age em um mundo imaginário, regido por regras semelhantes ao mundo adulto real, sendo a submissão às regras de comportamento e normas sociais a razão do prazer que ela experimenta no brincar.
E também os jogos de regras que são desenvolvidos a partir dos 5 anos, porém se desenvolve na fase dos 7 e 12 anos que são classificados como jogos de exercícios sensório motor, como o futebol, xadrez sendo jogos que existem regras a serem obedecidas
Através do faz-de-conta a criança pode desenvolver várias linguagens, usando a sua imaginação, quando a criança entra no faz de conta, ela pode estar desenvolvendo uma nova fase de sua capacidade de lidar com a realidade, o pensamento evolui a partir das suas ações, e vai cada vez mais enriquecendo sua identidade, porque podem experimentar outras variáveis possibilidade para seu desenvolvimento.
Atualmente, as crianças já recebem seus brinquedos prontos, que não requerem montagem, simplificando a rotina dos pais e professores, e com isso a criança fica distante do lúdico, onde o necessário para essas crianças seria estudar, aprender, adquirir novos conhecimentos de acordo com os adultos.
Vygotsky (1998), um dos representantes mais importantes da psicologia histórico-cultural, partiu do princípio que o sujeito se constitui nas relações com os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que são mediadas por ferramentas técnicas e semióticas. Nesta perspectiva, a brincadeira infantil assume uma posição privilegiada para a análise do processo de constituição do sujeito, rompendo com a visão tradicional de que ela é uma atividade natural de satisfação de instintos infantis. Ainda, o autor refere-se à brincadeira como uma maneira de expressão e apropriação do mundo das relações, das atividades e dos papéis dos adultos. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos surge, nas crianças, através do brincar. A criança por intermédio da brincadeira, das atividades lúdicas, atua, mesmo que simbolicamente, nas diferentes situações vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos, conhecimentos, significados e atitudes.
Os jogos e brincadeiras são muito importantes na Educação para desenvolver a aprendizagem de forma mais prazerosa, por isso foi realizado pesquisas para obter um levantamento na compreensão do conceito lúdico que promove uma prática educacional do conhecimento de mundo.
Á grandes ganhos cognitivos e sociais são adquiridos nas atividades lúdicas tornando uma ferramenta de valor na construção da aprendizagem, cognitivos porque envolve a memória, raciocínio logístico, percepção e a criatividade.
Dentre os instrumentos utilizados com as brincadeiras e os jogos são de grande valia na construção do conhecimento, também podem ser usados a música, teatro, dança e histórias pois ao mesmo tempo em que a criança cria ou constrói, ela também desenvolve sua capacidade como raciocínio, criatividade e atenção, assim, obtendo a concentração e domínio sobre o assunto trabalhado.
Para Piaget (1982), o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de condicionamentos, mas construção numa interação entre o meio e o indivíduo, ou seja, a produção de conhecimentos pela criança é espontaneamente produzida, mediante a cada estágio de desenvolvimento em que está se encontra.
3- CONCLUSÃO
É através do lúdico que a criança aprende a lidar com seus constrangimentos e tendo contato com os demais grupos, formulando e expondo suas ideias e cada vez mais formando sua própria personalidade.
Porque o brincar-lúdico está presente no cotidiano de cada criança através dos movimentos que é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento, esse é período de aprendizagem necessário e indispensável.
Esse é um fator muito importante, os jogos e brincadeiras envolvendo o lúdico em si, na escola seja com alunos da Educação Infantil, Ensino fundamental contribui para educação geral e formação do educando.
O educar com brincadeiras lúdicas com as crianças da Pré-escola tem inúmeras funções seja cognitiva e sociais, e possa possibilitar a assimilação de regras, autodomínio, atitudes.
Concluindo que trabalhar o lúdico é muito importante porque a criança interage consigo e com o outro, constrói normas para si e para o outro, também cria e recria novas brincadeiras ao mundo que a cerca, obtendo um resultado nítido na aprendizagem, porque a criança aprende alegremente adquirindo assim a necessidade de vencer os objetivos.
4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRIEDMANN, Jogos tradicionais. Série Ideias, São Paulo: FDE, n.7, p.54-61. 1995. Acesso em 19 de setembro de 2021.
OLIVEIRA, Vera Barros de (org.). O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. Acesso em: 26 de setembro de 2021.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida et al. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2000. Acesso em: 19 de setembro de 2021.
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-importancia-brincar-na-educacao-infantil.htmail Acesso em: 26 de setembro de 2021.