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RELATOS DE EXPERIÊNCIAS DURANTE O ESTÁGIO DE GESTÃO ESCOLAR

Elizeti Poleti de Oliveira Dias

 

RESUMO

Esse artigo relata a experiência de 50 horas de estágio, sendo dívidas em 25 horas de observação e 25 de participação. Um projeto com objetivo de aprimorar o conhecimento do aluno acadêmico do curso de segunda licenciatura em história de uma faculdade do interior do Estado do Mato Grosso, mais precisamente na cidade de Sinop. O projeto aconteceu em uma escola Estadual de ensino fundamental I e II. Durante o período de experiências, foram realizadas ações como: encontros de formação com membros dos Conselhos Escolares (professores, funcionários, reunião com professores para a reformulação do PPP( Projeto Político e Pedagógico), acompanhar o trabalho das coordenadoras no atendimento aos professores e alunos, observar e analisar como é organizado o trabalho do secretário escolar e como são os procedimentos na organização dos documentos escolares, bem como matrícula de alunos novos, arquivamento de documentos, transferências de alunos, leituras \manuseio de livros oficiais, entre outras. Finalmente, nossa experiência na observação e na participação desse trabalho nos mostra que, apesar dos avanços históricos da gestão escolar democrática e das políticas de estímulos aos conselhos Estaduais e Municipais, foram identificadas algumas barreiras na complexidade desse trabalho que envolve observações e participações. As intervenções pedagógicas realizadas durante o estágio, almejam uma reflexão entre teoria e prática, bem como os desafios e as dificuldades durante esse processo.

 

Palavras-chave:  Gestão escolar. Estágio Curricular. Experiências.

 

 

Introdução

 

 

O Presente relato é referente ao estágio curricular supervisionado na gestão educacional, que teve início no dia 27\04\2023 a 15\05\20233. Esse trabalho foi realizado com base nos resultados obtidos por meio da observação e participação. Pode -se dizer que a partir dessa aproximação por meio dos estágios e possível perceber como são realizadas as atividades as quais são responsabilidades desenvolvidas pelos coordenadores pedagógicos, diretor, corpo docente e apoio administrativo na organização escolar. Durante esse trabalho observei como é desenvolvido cada função e como são coordenados esses espaços pedagógicos no seu dia a dia escolar.

É notório que os professores e seus colaboradores buscam de forma dinâmica apresentar aos seus quadros de docentes, sugestões de atividades e intervenções para sanar desafios apresentados. Sempre proporcionado uma reflexão sobre as barreiras a serem enfrentadas e como melhorar as abordagens e os métodos pedagógicos.

É nítido que as concepções propostas apoiam na filosofia construtivista, que acredita na construção do conhecimento entre professor e aluno, ou seja, o professor é um mediador dos saberes, sendo capaz de contribuir com situações e atitudes onde propicia aos educandos o direito de aprender. Assim como Vygostk “o docente deve valorizar as interações e direcioná-las para um contexto sócio-histórico-cultural”.

Nota -se que esses valores são sempre reforçados diariamente por todos, a fim de favorecer uma boa convivência e uma boa saúde mental dos alunos, que por terem ficado um longo período durante a pandemia de covid 19, muitos apresentaram um desafio na convivência social.

Percebe-se que o gestor dessa instituição atua como articulador frente aos seguimentos da unidade escolar, ele coordena   os espaços considerando os aspectos sociais, econômicos e políticos, de modo a garantir uma integração democrática e participativa entre todos na gestão escolar.

A equipe conta com profissionais das áreas de pedagogia, e outras como: letras, matemática, história, língua portuguesa, arte, educação física, entre outras, que possuem uma visão de educação bastante ampla.

As coordenadoras dessa instituição escolar propiciam um trabalho pedagógico de forma participativa e democrático.

Elas são profissionais responsáveis por mediar relações dentro e fora do processo educacional, permitindo que todos os envolvidos estejam sempre em sincronia com a capacidade de solucionar conflitos de maneira que também garanta a autonomia dos professores. O Projeto Político Pedagógico dessa escola, registra ações e propostas voltadas para o público-alvo do ensino fundamental I e II, que reformulado anualmente sempre no início de cada ano letivo. Ou seja, para saber se os objetivos de cada ano anterior foram alcançados.

 

 

CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

 

A escola Maria de Fátima Gimenes Lopes, é uma instituição Estadual de ensino, localizado na Rua das Jabuticabeiras, 760, no Jardim Celeste Município de Sinop –Mato Grosso que oferece cursos no Ensino Fundamental I e II. Os pilares que fundamentam o sistema instituição pedagógico são: Amor, Liberdade e Autonomia. Pois, ela apresenta um espaço ideal, oferecendo um ensino de qualidade num ambiente acolhedor onde facilita a socialização entre estudantes, o corpo docente e apoio escolar.

No que diz respeito as condições físicas, a escolas possui uma área ampla com 13 salas de aulas, 2 banheiros divididos em blocos separados meninos e meninas ,1 secretaria, 1 sala de direção, 1 sala da coordenação, 1 sala de professores com 2 banheiros internos. Também conta com os serviços de 2 assistente gerais que cuida da limpeza e da organização das salas de aula. O pátio conta com um espaço bem iluminado, por causa da área de sol que bastante extensa, com quadra coberta e quadra descoberta. Todas as salas contam com 2 ar-condicionado, 4 ventiladores de teto e lousa branca. Os equipamentos eletrônicos são: computadores, Smart TV, 2 notebooks que fica na sala da direção, e outro na secretária, 4 caixas de som, 1laboratório de informática, 1 biblioteca e refeitório equipados com mesas e cadeiras. Quanto a oferta, no ensino fundamental I II, oferece atendimento nos períodos matutino, vespertino.

 

 

PROCEDIMENTOS

 

O projeto de estágio na Gestão Escolar constituiu nas observações e nas participações pedagógicas. Esse estágio proporcionou a observação da atuação do coordenador pedagógico no Colégio.

A elaboração de um plano de ação diz respeito à proposta intervenção, que se pautou nas observações e entrevistas realizadas com o diretor, coordenadoras e profissionais que trabalham na secretaria da escola.  Quanto às metodologias utilizadas, foram elaboradas com base nos ideais da escola Estadual Maria de Fátima Gimenes Lopes que segundo eles a equipe docente consegue criar um espírito de trabalho coletivo quando as diferenças pessoais se transformam em forças na busca de objetivos comuns. Nesta perspectiva, a instituição procura sempre buscar os melhores caminhos a serem seguidos no que se refere à relação entre os agentes que fazem parte do cotidiano dela, para assim facilitar a convivência entre todos.

 

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


O estágio representa experiências fundamentais e riquíssimas para o educando. Mais do que constituir uma atividade de pesquisa para fundamentar o estudo teórico, ele proporciona diversos conhecimentos, mesmo que primários entre o aluno e o campo de atuação.

Mesmo para quem já tem essa vivência ou vivenciou, ele pode apresentar outras realidades diferentes, e pode ainda, em alguns casos, representar o primeiro contato do educando com esse campo da prática educativa. Sobre o trabalho no contexto escolar, Lopes (2013) afirma:  que ele “tem o adjetivo pedagógico, diz respeito aos processos de ensinar e aprender escolares, tendo como atores principais professores. Nesse sentido, todo trabalho nesse contexto deve colaborar para tal finalidade: de ensinar e aprender.

Segundo Vieira (2011)


[...] é importante ressaltar mais uma vez que a concepção de docência presente nas diretrizes não se restringe às atividades pedagógicas de sala de aula. O docente formado no curso deverá estar preparado para desenvolver todos os tipos de trabalho de natureza educativa. (VIEIRA, 2011, p. 148)

 

O trabalho docente, então, pode ser compreendido por vários aspectos. Nesse trabalho nos referimos ao trabalho na gestão escolar que também caracteriza uma docência. Conforme Lopes (2013)

 

O trabalho na gestão escolar nas instituições escolares brasileiras, a partir da LDB/96 art. 14 é entendido como atividade compartilhada pela comunidade escolar e local. Neste sentido deveria tornar-se uma tarefa coletiva, organizadora e produtiva que resulte na aprendizagem dos educandos. (LOPES, 2013, p. 10)

 

O trabalho na gestão escolar, para ser organizado e produtivo precisa de atuação coletiva. O planejamento deve ser feito de maneira coletiva por meio de empenho de toda a equipe pedagógica. Esboçar coletivamente implica dialogar a respeito do empenho de toda a equipe para chegar a um resultado satisfatório. Nesse sentido, a organização torna-se uma atividade em que o planejar e/ou prever a realização de uma ação educativa em um termo administrado, é conjugar o verbo “planejarmos” (LOPES, 2013, p. 11) o que de fato corrobora para a descentralização das tomadas de decisões, do poder. Assim Lopes (2013) coloca que:

 

... a descentralização do poder na organização do trabalho pedagógico envolveria o reconhecimento de que o poder é serviço, ou seja, organizar as atividades escolares é reconhecer-se como delegado da comunidade escolar, a comunidade escolar é um coletivo composto de sujeitos detentores de poder (vontade da vida), que concedem aos educadores escolares parte de seus poderes no sentido de organizarem a vida da comunidade a favor de todos, para o bem comum, que neste caso específico é a humanização (LOPES, 2013, p. 12).

 

Portanto, o grande desafio da gestão escolar é efetivar essas descentralizações de poder, buscando uma gestão mais democrática.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O trabalho da gestão escolar não se limita ao exercício de atividades isoladas, é um trabalho diversificado que exige competência e comprometimento para eficiência em sua execução.

As vivências no dia a dia propiciaram um olhar mais aguçado das intervenções por meio de um plano de ação voltado ao grupo de professores e seus colaboradores.   

Essa ação nos permitiu conhecer e acompanhar de perto os desafios e as conquistas do trabalho coletivo dessa instituição. A disciplina de estágio na gestão propiciou uma experiência muito valiosa, que nos permite pensar e repensar nossas práticas pedagógicas em sala de aula de aula. É pelo estágio que se desenvolve uma maneira mais eficaz ao raciocínio, e a capacidade de pensar com autonomia para avaliar seu trabalho durante as atividades desenvolvidas.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. SãoPaulo:Pazeterra,1996.

 

GUIMARÃES, Hercules Honorato. O gestor escolar e suas competências: a
liderançaemdiscussão.Disponívelem:<http://www.anpae.org.br/iberoamericano2012/Trabalhos/HerculesGuimaraesHonorato_res_int_GT8.pdf> Acesso em 01/11/2014.

 

Projeto Político Pedagógico da escola Estadual Maria de Fátima Gimenes Lopes.