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A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA PARA OS PROFESSORES

  Karoline Schaedler da Silva[1]

Kellen Simonini Molina[2]

Maria Aparecida Martins de Arruda[3]

Nelcy de Souza[4]

Zilmeire Macedo de Oliveira[5]

 

 

RESUMO

A Formação Continuada considera o profissional sujeito da própria ação, valorizar suas experiências pessoais, suas teorias, seus saberes da prática e possibilitar-lhe que, no processo, atribuem novos significados a sua prática, compreenda e enfrenta as dificuldades com quais se depara no dia a dia. A Formação Continuada tem como meta, transformar a escola em espaço de troca e de reconstrução de novos conhecimentos. Assim, a Formação Continuada é em si um espaço de interação entre as dimensões pessoais e profissionais. A compreensão desta formação implica entender que, esta formação se realiza no contexto educativo do tempo e local de trabalho onde os docentes constroem e reconstroem conhecimentos com os estudantes e outros colegas. Isto é, onde acontecem de fato as relações do cotidiano das práticas docentes e, onde realmente podem ser transformados.

 

Palavras-chave: Formação Continuada. Professores. Conhecimento.

 

 

INTRODUÇÃO

 

A educação na contemporaneidade se inscreve em um contexto de mudanças e rupturas nos diversos âmbitos sociais, em que a tecnologia, as lutas e conquistas das diversidades de gênero, classes, etnias, a multiculturalização, assim como a democratização do ensino fomentada pelas manifestações e necessidades da sociedade, entre outros fatores, exige a necessidade de ressignificação das propostas educacionais para atender as demandas da sociedade. Historicamente, a concepção de ensino fundamentada nos princípios da racionalidade técnica, com visão determinista e linear da tarefa dos professores, subsidiada pelo treinamento para a aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades, predominou durante muito tempo nos espaços educativos. Atualmente, abre-se possibilidade para a introdução de novas perspectivas baseadas na análise do contexto político social para a definição da formação continuada na dimensão do desenvolvimento do trabalho colaborativo e da promoção da construção e fortalecimento da identidade docente.

Corroborando com esse pensamento, Nóvoa (1995) assegura que o grande desafio da educação concerne na valorização de paradigmas de formação viabilizadoras da preparação de professores reflexivos, assumidores da responsabilidade do seu próprio desenvolvimento profissional que participem ativamente da implementação das políticas educativas voltadas ao aprimoramento do processo educativo. Por conseguinte, “a formação se constrói através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir a pessoa e dar estatuto ao saber da experiência” (NÓVOA, 1995, p.25).

Nesse sentido, a formação deve ser articulada ao contexto de trabalho, não podendo, portanto, ser desvinculada da epistemologia em que se instaura a formação docente, considerando aspectos intrínsecos ao contexto educacional, como a situação trabalhista, a carreira docente, as instituições educacionais, o ensino, os alunos e suas particularidades, enfim, o contexto socioantropológico ao qual a escola pertence.

Costa (2004) reportando-se a Nóvoa (1998) afirma que o processo formativo deve ter como referencial o saber docente, o reconhecimento e valorização desse saber. Desenvolver formação continuada sem considerar as etapas de desenvolvimento profissional do docente, não seria interessante.

Nesta perspectiva, a escola deve ser entendida como um lócus de formação continuada do educador. É o espaço em os saberes e as experiências dos professores se evidenciam. É nas experiências diárias que o profissional da educação aprende, desaprende, constrói novos aprendizados, realiza descobertas e sistematiza novas posturas nas suas “práxis”.

 

A formação continuada deve estar articulada com desempenho profissional dos professores, tomando as escolas como lugares de referência. Trata-se de um objetivo que só adquire credibilidade se os programas de formação se estruturarem em torno de problemas e de projetos de ação e não em torno de conteúdos acadêmicos. (NÓVOA, 1991 apud COSTA 2004, p.70)

 

Para que a escola se se concretize como um locus de formação continuada, é imprescindível incorporar experiências internas de formação, articulada com o cotidiano escolar e que o educador não precise deslocar-se para outros espaços formadores. Ter clareza desta necessidade implica a criação de espaços e tempos institucionalizados que favoreçam processos coletivos de reflexão e intervenção na prática pedagógica por meio de reuniões pedagógicas.

Desse modo, o projeto Formação Continuada tem por objetivo tornar-se um lócus de formação continuada com vistas à reflexão da prática. É importante ressaltar que a chamada prática reflexiva diz respeito à prática orientada pela pesquisa que consequentemente está atrelada ao compromisso de emancipação, a prática reflexiva caracteriza-se por um alto grau de consciência da práxix, mas também um elevado grau de consciência de tal inserção (MACHADO, p.115 apud VALQUEZ 1987, p. 285).

‘A práxis reflexiva como um pilar na formação docente pauta-se em um movimento compreendido como:

 

Reação contra a percepção dos professores como técnicos que meramente realizam o que os outros, distantes das salas de aula, querem que eles façam, e contra a aceitação de reformas educacionais feitas de cima para baixo que só envolvem os professores como participantes passivos (MACHADO 2009, p.115 apud ZEICHENR, 2002, P.34)

 

O Projeto Formação Continuada tem o intuito de fortalecer a Formação da/na unidade escolar, compreendendo a mesma como lócus de formação continuada. Esta proposta tem como público-alvo, os profissionais que atuam na Educação.

 

É NA ESCOLA E NO DIÁLOGO COM OS OUTROS PROFESSORES QUE SE APRENDE A PROFISSÃO

 

Abdala (2006) lembra que é preciso que com a política de formação, formadores e Professores compreendam melhor o que lhes faltam, o que desejam e o que querem melhorar para orientar o olhar durante o período de planejamento, execução, acompanhamento e avaliação da formação.

O diagnóstico da formação e as temáticas desenvolvidas no Projeto Formação Continuada devem contribuir para se alcançar esse objetivo. Acredita-se que o desenvolvimento profissional do Professor depende, portanto, das interpretações que ele realiza sobre os dilemas da prática, de como a repensa e possibilita sua (re) criação, sua avaliação e seu (re) planejamento. "É na Escola e no diálogo com os outros Professores que se aprende a profissão" (Nóvoa, 2009, p. 30).

Os temas que serão estudados virão ao encontro com a proposta de formação continuada que visam instrumentalizar os professores na solução das dúvidas existentes nesse período que estamos vivendo. Esta é a necessidade de nossos professores e TDIs, que há muito tempo procuram estudar teorias que subsidiem suas práticas pedagógicas em sala de aula com vistas à uma educação de qualidade para os nossos alunos.

Para Imbernón (2005), a Escola considerada lócus de formação é mais que a simples mudança de ambiente formativo. Envolve planejamento entre formadores e Professores para organizar os programas de formação, redefinir seus conteúdos, suas estratégias, seus protagonistas e seus propósitos. Devem estar definidas as necessidades para melhorar a qualidade do Ensino e da aprendizagem dos Professores, na sala de aula e na Escola.

Diante do cenário que estamos vivendo, a formação continuada dos educadores se torna ainda mais importante. A transição digital, por meio dos mais diversos dispositivos, irá acontecer de forma mais rápida e teremos uma mudança da escola. Será preciso criar novos ambientes de sala de aula e devemos nos reinventar enquanto educadores no pós-crise. Não há futuro para essa sociedade sem que os professores saibam estar no momento certo nesse lugar de coragem chamado agora. Precisamos discutir e compartilhar uns com os outros e reconstruir nossas aprendizagens.

Portanto, o Projeto FORMAÇÃO CONTINUADA representa aos professores uma proposta formativa que permitirá a reflexão de suas práticas pedagógicas por meio da leitura, estudos coletivos e reflexões. Espera-se que o mesmo venha instrumentalizar o professor de maneira que facilite sua prática pedagógica em sala de aula, contribuindo assim com a melhoria da aprendizagem dos alunos.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Diante do que foi exposto fica evidente a necessidade de que o professor seja capaz de refletir sobre sua prática e direcioná-la segundo a realidade em que atua, voltada aos interesses e às necessidades dos alunos. Nesse sentido, Freire (1996, p. 43) afirma que é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem, que se pode melhorar a próxima prática.

Há algumas décadas, acreditava-se que, quando terminada a graduação, o profissional estaria apto para atuar em sua área de formação o resto da vida. Hoje a realidade é diferente, principalmente para o profissional docente. Este deve estar consciente de que sua formação é permanente, e integrada no seu dia a dia. “O professor não deve se abster dos estudos, do prazer pelo estudo e a leitura deve ser evidente, para conseguir passar esse gosto para os alunos.” O professor que não aprende com prazer não ensina com prazer" Snyders. (1990).

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

COSTA, N. M. L. A formação contínua de professores – Novas tendências e Novos caminhos. Holos, Ano 20, dezembro de 2004. Disponível em http://www.ifrn.edu.br. Acesso

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 20ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

 

GARCIA, Carlos Marcelo. Formação de professores: para uma mudança educativa.Trad. Isabel Narciso. Portugal. Ed. Porto, 1999.

 

NÓVOA, Antonio. Os professores e sua formação. Lisboa-Portugal, Dom Quixote, 1997.

 

SCHON, Donald. Os professores e sua formação. Coord. De Nóvoa; Lisboa, Portugal, Dom Quixote, 1997.

 

SNYDERS. Entrevista dada à Lourdes Stamato de Camilles, PUC/SP,1990.

 

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