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MUDANÇAS E AVANÇOS NO CONTEXTO ESCOLAR: NOVAS TECNOLOGIAS

Patrícia Nattes dos Santos
Meyriliani Christie da Silva Santana

 

 

RESUMO

Este artigo é uma pesquisa de cunho bibliográfico, a respeito das mudanças ocorridas no contexto escolar nas últimas décadas, no que diz respeito a inserção de novas tecnologias no interior da instituição de ensino público. Tem por objetivo trazer algumas considerações sobre a implantação e a importância das TICs no processo de ensino aprendizagem, bem como a postura do professor diante dessa tecnologia. Para a sustentação desses estudos apoiamo-nos nos referenciais teóricos de Almeida (2001); Freire (1996); Saviani (2006); Vasconcelos (2011), entre outros. Desse modo, observa-se o quão relevante tornou-se o uso e as discussões sobre esses recursos pedagógicos na educação, e o que nos permite concluir que esses recursos podem possibilitar novas oportunidades de ensino/aprendizagem.

 

Palavras-chave: Instituição escolar; ensino; tecnologias.

 

 

Introdução

 

Novos desafios e exigências são apresentados à escola, e perante o contexto atual a instituição escolar deve propor melhores condições para transmitir conhecimento, visando qualidade para a melhoria de vida de seus educandos. Tendo em vista que, a concorrência no mercado de trabalho se faz presente e exige as habilidades e capacidades necessárias para o desenvolvimento de algumas atividades.

Assim, tornou-se papel da escola formar os indivíduos para a vida, bem como para o mercado de trabalho. E o uso da tecnologia é uma exigência constante e eminentemente um aparato utilizado por toda a sociedade do século XXI, na qual a rapidez de informações, transmissões de dados, ou pura diversão encontra-se no dia a dia das pessoas.

Neste estudo, objetivamos ressaltar sobre a implantação e o uso da Tecnologia de Informação e Comunicação (TICs) nas escolas, pois, é imprescindível que se tenha as competências necessárias para realizar nos contextos educacionais mudanças indispensáveis para o avanço no ensino aprendizagem, empregando todos os recursos disponíveis.

 

 

Inserção das TICs no ambiente escolar

 

O Ministério da Educação implantou o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo), que se desenvolveu por meio de parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, favorecendo a aprendizagem do aluno e formação de professores e educadores, no qual integra a tecnologia como prática pedagógica, a fim de nortear e orientar a formação de professores para o uso pedagógico do computador em quaisquer modalidades.

O programa Proinfo começou a ser implantado no ano de 1997, tendo por objetivo introduzir equipamentos nas escolas da rede pública como ferramenta de apoio ao processo de ensino-aprendizagem.

 

O Decreto nº 6.300, de 12 de dezembro de 2007, dispõe sobre o programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo) e destaca em seu artigo 1º, parágrafo único, os seguintes objetivos:

1º promover o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas escolas de educação básica das redes públicas de ensino urbanas e rurais;

2º Fomentar a melhoria do processo de ensino e aprendizagem com o uso das tecnologias de informação e comunicação;

3º Promover a capacitação dos agentes educacionais envolvidos nas ações do Programa;

4º Contribuir com a inclusão digital por meio da ampliação do acesso a computadores, da conexão à rede mundial de computadores e de outras tecnologias digitais, beneficiando a comunidade escolar e a população próxima às escolas;

5º Contribuir para a preparação dos jovens e adultos junto ao mercado de trabalho por meio do uso das tecnologias de informação e comunicação;

6º Fomentar a produção nacional de conteúdos digitais educacionais. (VASCONCELOS, 2011, p. 24)

 

Desse modo, o Ministério da Educação por meio da inclusão digital (Proinfo), objetivou a melhoria do ensino através de subsídios teórico-metodológicos para professores, a fim de auxiliar o desenvolvimento e redimensionamento de ações e práticas educacionais.

Nesse sentido, é imprescindível incorporar os recursos tecnológicos que nos oferecem essas ferramentas digitais em nossas práticas. Além de perceber que, é necessário mudar o currículo, a metodologia, pois o papel do professor e do aluno no processo de ensino e aprendizagem já não se constitui como antes.

A utilização da internet amplia as possibilidades e uso das informações, pois, a internet atualmente ocupa um lugar de destaque no âmbito social, profissional e educacional.

Com base nos estudos de Santomauro (2013), o acesso à internet aumentou entre as escolas e famílias, pois dados apontam que:

 

Há dez anos, 16% delas tinham computador para uso dos alunos e 12% contavam com acesso à internet – só na opção discada - , conforme dados do Ministério da Educação (MEC). Em 2012, eram 57% com micros para uso didático, 52% deles conectados à rede. (SANTOMAURO, 2013, p. 47)

 

Com o uso e acesso à internet redefine-se o papel do professor, cabendo a este provocar a curiosidade do educando sobre alguns conceitos, direcionando assim a descoberta de novos conhecimentos e significados.

Nessa perspectiva, com o uso da Tecnologia de Informação e Comunicação, professores e alunos têm a possibilidade de comunicar-se, trocar experiências e informações construindo conhecimento mais amplo e dinâmico, favorecendo o desenvolvimento pessoal e profissional de ambos.

 

           

Tecnologia e as novas formas de aprender a aprender

 

Ao adentrar em um contexto educacional informatizado, melhor dizendo, em um mundo globalizado, devemos empregar todos os recursos disponíveis para dar o grande salto que nossa educação exige. Sendo assim, é preciso encarar a dinâmica do conhecimento de forma mais abrangente e tentar compreender os conhecimentos e necessidades emergentes da sociedade. Nesse contexto, podemos nos perguntar como o professor poderá reinventar a sua prática pedagógica e assumir uma nova postura e atitude diante do conhecimento e da aprendizagem.

 

A verdadeira função do aparato educacional não deve ser a de ensinar, mas sim a de criar condições de aprendizagem. Isso significa que o professor precisa deixar de ser o repassador de conhecimento – o computador pode fazer isso e o faz muito mais eficientemente do que o professor – e passar a ser o criador de ambientes de aprendizagem e o facilitador do processo de desenvolvimento intelectual do aluno (VALENTE, 1993, p. 6 apud ALMEIDA, 2000, p. 15)

 

Corroborando com as ideias de Almeida (2000), faz-se necessário criar oportunidade e acessibilidade, aos alunos, pais e educadores para que seja possível a informatização total e possa promover mudanças relevantes na educação, através de políticas públicas e estratégias voltadas para o ensino na sala de aula.

Assim, as tecnologias utilizadas atualmente beneficiam e proporcionam um avanço no processo de ensino e aprendizagem, pois facilitam o acesso às informações além de oferecer inúmeras possibilidades para as práticas pedagógicas, sendo uma necessidade urgente e inclusiva nas atividades escolares.

Segundo Tezani (2011), o uso das TICs na educação escolar possibilita ao professor e aluno o desenvolvimento de competências e habilidades pessoais que abrangem desde ações de comunicação, agilidades, busca de informações, ampliando suas possibilidades de inserção na sociedade da informação e do conhecimento.

Vale ressaltar que a escola está sendo influenciada por esses aspectos, pois, a facilidade de acesso às informações disponibilizadas pelas tecnologias proporciona uma nova maneira de ensinar e aprender. Nesse sentido, todos em idade escolar têm direito a uma educação de qualidade.

A instituição escolar é um ambiente para a aquisição do conhecimento, convívio social e de construção da cidadania, por isso, os currículos escolares não são conteúdos prontos e acabados, eles devem estar em consonância com a realidade social do aluno. O conteúdo diário por vezes é maçante, porém, a inserção desses conteúdos de maneira diferenciada pode trazer grandes contribuições no processo de ensino aprendizagem do aluno. Atualmente os educandos estão inseridos em um contexto diferente de outra época, pois vivem em uma era digital, isso de certo modo facilita o trabalho docente, desde que estejam receptivos e abertos a essa nova metodologia e didática.

Ademais, vale ressaltar que é necessária uma nova postura do educador a respeito das novas técnicas e recursos tecnológicos, transformando o computador em uma ferramenta e instrumento de ensino-aprendizagem no ambiente escolar. O professor nesse contexto não deixa de ser um orientador para os conhecimentos adquiridos, e sua presença neste ambiente é de suma importância.

Somente a partir da tomada de consciência que o professor proporciona ao aluno, que eles podem modificar o pensamento errôneo de usar a tecnologia pela tecnologia, faz-se necessário o olhar mais amplo para o uso destes instrumentos, cabendo ao professor orientar os alunos nesse processo diversificado de aprendizado.

Repensar a metodologia e didática no ensino é fundamental para que haja avanços na educação, é a partir do “novo” que podemos conquistar o interesse e curiosidade de nossos alunos, visto que cotidianamente os meios de comunicação, interação e pesquisa são muito utilizados por crianças e adolescentes. Nesse contexto, o professor deve entender que o uso dessas ferramentas tecnológicas é muito importante, mas, todo esse aparato pode tornar-se inútil quando o educador não estiver preparado para lidar com essa tecnologia, ou mesmo a atividade estiver inadequada com a proposta pedagógica.

Logo, a escola não deve fugir de sua função na construção social e intelectual do indivíduo, promovendo acesso de/com qualidade a informação, socialização e interação no contexto tecnológico. Partindo do pressuposto que, em sala de aula com diferentes indivíduos, podemos encontrar alguns com as múltiplas inteligências voltadas a tecnologia, sendo assim, a escola e professores devem estar aptos a explorar toda a capacidade desses alunos.

À medida que, muitos conhecimentos podem ser proporcionados aos alunos e as informações tornam-se mais acessíveis, também é preciso pensarmos em formar os alunos para darem sentido a toda essa informação, ou seja, formarmos cidadãos críticos e seletivos a respeito de conteúdos encontrados na mídia.

À vista disso é fundamental que a escola reconheça que no espaço educacional o que mais preocupa é como essa tecnologia está sendo utilizada em sala de aula. Os currículos devem ser revistos para incorporar necessidades da era da informatização. As novas tecnologias da informação e comunicação, ampliaram o conceito de alfabetização para muito além do ato de ler e escrever.

 

 

Os enfrentamentos e contribuições das TICs

 

A inovação em sala de aula pode subsidiar o trabalho pedagógico com o aluno, permitindo atividades diferenciadas, contudo, esse trabalho só se concretiza verdadeiramente quando o professor possui os saberes e práticas relacionadas ao uso das tecnologias. Sendo assim, a adequada preparação do professor é o elemento fundamental para o uso do computador na educação.

Dessa maneira, Freire (1996), sustenta que é preciso que o professor adote uma postura de sujeito na produção de saber e se convença que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Logo, é basilar oferecer aos alunos tudo aquilo que possa levá-los a pensar bem, a selecionar fontes confiáveis de informação e ser capazes de interpretá-la.

E ainda, corroborando com os dizeres de Pozo (2012) salientamos que,

 

Do ponto de vista didático, as tecnologias da informação e da comunicação (TICs) são meios e recursos a serviço da aprendizagem, ferramentas que facilitam a gestão do conhecimento para professores e alunos, desde que saiba utilizá-las.  Um computador não traz nenhum conteúdo especial pelo simples fato de estar nas mãos de um aluno na sala de aula. O que ele oferece são suas possibilidades como ferramenta capaz de encontrar muitos e diferentes conteúdos, de compará-los trabalhar com eles e organizá-los. (POZO, 2012, p. 32)

 

Mediante essa conjuntura, um educador capacitado é de suma importância para a orientação adequada de seus educandos. Em todo e qualquer contexto os alunos devem ser incluídos em ambientes e experiências educacionais estimulantes, motivadores e de elevada qualidade.

É imprescindível que o educando mantenha viva a curiosidade. Nesse caso, o educador deve na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica deste aluno, assim como, cabe ao professor a tarefa de ensinar conteúdos e também ensinar seus alunos a pensar por si só, ter criticidade e criatividade. E não ser um mero repetidor de informações, ideias, frases.

Contudo, a utilização de tecnologias como recurso pedagógico proporciona ao professor gerar situações instigantes nas quais os alunos passam a interagir, trabalhar em grupo, pesquisar novas informações e produzir novos conhecimentos. De maneira alguma queremos dizer que o conteúdo perdeu sua importância, no entanto, com relação à atividade em sala de aula há a necessidade de mudar a forma de trabalhar conceitos, informações, o professor nesse contexto é um mediador e orientador do processo de desenvolvimento do aluno, ele pode transmitir conhecimentos ou indicar meios pelos quais a transmissão venha a se efetivar.

A internet (computador) na escola colabora sem dúvida para uma dinamização do ensino e está sendo um recurso didático dentro e fora de sala de aula. Esse material pedagógico a disposição do ensino auxilia na melhoria do processo de aprendizado. Entretanto, é necessário ressaltar algumas abordagens que suscitaram inicialmente perspectivas diferentes com relação ao uso dessas tecnologias.

 

 

A abordagem instrucionista

 

A abordagem instrucionista trabalha com a ideia de transmissão de conhecimento de forma mecânica (assimilação e repetição). Existem recursos educacionais (softwares educativos) nas escolas para uso em disciplinas que visam preparar os alunos para o domínio de recursos da computação. Até então, a responsabilidade por essa disciplina não precisa ser um professor, apenas alguém que domine os recursos computacionais, pois o objetivo é que os alunos aprendam habilidade de manusear os equipamentos.

Nesse sentido, a visão de não haver preocupação com a utilização dos recursos tecnológicos como ferramenta no processo ensino-aprendizagem gera questionamentos e inquietações. Mais especificamente podemos dizer que a visão instrucionista é a que

 

Nesse contexto, a atuação do professor não exige muita preparação, pois ele deverá selecionar o software de acordo com o conteúdo previsto, propor as atividades para os alunos e acompanhá-los durante a exploração do software. É evidente que um professor competente procurará tirar proveito dessas atividades e escolherá software adequados às necessidades, capacidades e interesses de seus alunos, além de desenvolver reflexões que levem à compreensão e à formalização dos conceitos embutidos nos softwares. (ALMEIDA, 2000, p. 25)

 

No entanto, essa modalidade gerou reações na instituição escolar. Pois, os alunos dinamizam o uso do computador ao descobrir formas criativas de usá-los. Nesse contexto, os educadores questionam sua própria prática e o papel da escola.

Ressaltemos que há uma quantidade enorme de programas de computadores para o uso em educação. São os programas denominados (Instrução Auxiliada por Computador) doravante CAI, que transmitem informações ao aluno – sujeito passivo – ou verificam o conhecimento adquirido sobre determinado assunto na mente do aluno. Esse tipo de programa é extremamente criticado atualmente, mas foi muito utilizado na década de 1990.

 

O conceito de conhecimento desse tipo de software é o de um produto acabado, que apresenta o conteúdo a ser ensinado conforme a estrutura do pensamento de quem o elaborou com o objetivo de instruir o aluno sobre determinado assunto (perspectiva instrucionista). O conteúdo – apresentado segundo os critérios de precisão, clareza e objetividade, somados a recursos sensoriais, como imagens e sons – penetra na mente do aluno através dos sentidos. O aluno dirige sua atenção ao programa, que detém então a supremacia do conhecimento. (ALMEIDA, 2000, p. 27)

 

Tomemos como exemplo da abordagem instrucionista o caso das enciclopédias em CD-ROM, no qual o aluno recebe uma apresentação das informações a serem consultadas, e não pode modificá-las.

É evidente que, nesse caso não se encontra um ambiente de autoria, pois este último seria um contexto no qual os alunos pudessem não só consultar informações, mas também inserir novas e criar suas próprias apresentações.

 

 

A abordagem construcionista

 

Na abordagem construcionista o computador não é o detentor do conhecimento, mas um instrumento utilizado pelo educando e que lhe permite buscar informações em redes de comunicação. Nesse caso, essa tecnologia favorece a aprendizagem ativa, isto é, propicia ao aluno adquirir conhecimentos e a partir de suas próprias ações (físicas ou mentais).

Na concepção construcionista há possibilidade de maior interação entre máquina, professor e aluno, pois, o educador poderá ajudá-los a interpretar, questionar e conduzi-los a um novo nível de desenvolvimento, possibilitando a aprendizagem ativa do aluno.

 

A característica principal do construcionismo é a noção de concretude como fonte de ideias e de modelos para a elaboração de construções mentais (...). O pluralismo e a conexão entre esses domínios – concreto e formal – é um forte componente da abordagem construcionista. (ALMEIDA, 2000, p. 35)

 

Sendo assim, para reforçar essa ideia é necessário que o professor crie um ambiente que provoque a reflexão, estimule o aluno a aprender e a construir conhecimentos. E para isso, o professor precisa conhecer as potencialidades de seus alunos e suas expectativas. Mais ainda, integrar a informática à prática pedagógica, o que sugere e implica o processo de preparação contínua do professor e da escola.

 

O professor construcionista procura identificar as dúvidas e o grau de compreensão dos alunos sobre os conceitos em estudo, propõe alterações nas ações inadequadas e cria situações mais propícias para o nível de seus alunos de modo a desafiá-los a atingir um novo patamar de desenvolvimento. (ALMEIDA, 2000, p. 45)

 

Com relação ao avanço intelectual, existem certas ferramentas computacionais que favorecem o desenvolvimento desses conhecimentos. No entanto, é necessário que o professor faça ou tenha leitura da prática utilizada através de teorias que auxiliem ou permitam identificar os problemas, as limitações, modo de agir e promovam maior desenvolvimento dos alunos.

A partir dessa ideia os educandos serão beneficiados quanto ao desenvolvimento de sua capacidade crítica, autoconfiança e criatividade. Diante da atitude crítico-reflexiva de sua prática o professor trabalha em interação com os alunos na construção do conhecimento. Sendo assim, podemos concluir que a atitude do professor é fator fundamental para favorecer a aprendizagem.

Além disso, podemos elencar vários aspectos referentes à atuação do professor no processo de interação com os alunos em ambiente de aprendizagem informatizado:

 

- Não impor ao aluno sequências de exercícios ou tarefas;

- Dar ao aluno liberdade pra propor os problemas que quer implementar, para que ele atue na direção de seu interesse;

- Não apontar os erros para o aluno; assumir os erros como aproximações do resultado esperado e não como fracasso ou incompetência;

- Criar um ambiente de cordialidade e de aprendizagem mútua a partir das relações de parceria e de cooperação com os alunos e entre os alunos.

 

Esses aspectos implicam a necessidade de o professor desenvolver as seguintes competências:

- Procurar construir um quadro teórico coerente, que oriente sua conduta de professor mediador;

- Dominar as técnicas e os recursos do software em uso, de forma a fornecer subsídios aos alunos;

- Estar sempre aberto a “aprender a aprender”;

- Diante de um novo problema, assumir atitude de pesquisador e levantar hipóteses, realizar experimentações, reflexões, depurações e buscar a validade de suas experiências. (ALMEIDA,2000, p. 83)

 

Desse modo, podemos concluir que, o professor deve estar atento, sensível e aberto ao novo, principalmente no trato com os alunos e as novas tecnologias, ou seja, estar sempre em constante interação.

 

 

Instituição escolar: espaço para o conhecimento e desenvolvimento intelectual

 

Mediante as discussões no decorrer deste artigo, é preciso ressalvar que temos como intuito contribuir para a dinâmica e a prática pedagógica dos educadores, quanto a incorporação das Tecnologias da Informação e Comunicação, no sentido de que a sala do laboratório de informática não seja utilizado como ambiente de recreação, e sim como local da colaboração de aprendizagens no contexto escolar.

Sendo assim, incluir novos elementos para a formação dos educandos, ensinar de forma democrática, em que os alunos estejam inseridos em uma prática social é de suma importância na era digital. Dessa forma, também contribuir para que os professores revejam suas práticas e ações pedagógicas auxiliadas pelas mídias.

As reflexões acima nos fazem considerar relevante o aprimoramento do conhecimento e práticas pedagógicos dos educadores, pois, a educação brasileira vem tentando se adequar às atuais reformas educacionais por meio de políticas públicas à medida que o Brasil vai se modernizando e aprimorando às exigências frente a globalização.

Ademais, a qualidade no contexto educacional pressupõe os meios, as formas, a técnica, os procedimentos, os conteúdos, havendo necessidade de discutir e repensar as práticas/métodos da educação, a organização da escola e o trabalho do professor, tendo em vista as reais necessidades da instituição escolar.

 

Serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão, porém, da iniciativa do professor; favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão- assimilação dos conteúdos cognitivos. (SAVIAVI, 2006, p. 69)

 

Mediante essa conjuntura, ressaltamos que a escola pública almeja atingir os ideais de eficiência, excelência na qualidade do ensino, para isso é preciso organização e planejamento. Esse planejamento é fundamental para que ocorra uma educação pública, gratuita e de qualidade, além de garantir uma distribuição igualitária do conhecimento.

 

 

Considerações Finais

 

Os recursos tecnológicos não são a salvação para o déficit do conhecimento em leitura, escrita entre outros. Mas, acreditamos que com a ajuda deles podem ocorrem práticas que levam à alfabetização ou letramento crítico e criativo.

Desse modo, esperamos com base nessas reflexões contribuir para a formação do professor, e com isso, ampliar as possibilidades de aprendizagem dos estudantes e contribuir para a formação da cidadania.

É notável que a tecnologia tenha eclodido nos mais variados contextos e venha adentrando a comunidade escolar, por isso, é de suma importância que o corpo docente considere a importância dos novos recursos didáticos (internet), na qual amplia e qualifica o acesso à informação, ajudando o aluno na construção do conhecimento. No entanto, ainda há uma relutância na utilização dessas tecnologias por parte de alguns profissionais da educação, devido à falta de conhecimento ou até mesmo por não crer nesse novo método de ensino.

Portanto, é necessária uma nova postura do educador, aprofundando os estudos sobre a utilização das novas técnicas e recursos tecnológicos, fazendo do computador uma ferramenta e instrumento facilitador do aprendizado no ambiente escolar.

Nesse sentido, é imprescindível conscientizar toda a comunidade escolar, da importância da tecnologia para o desenvolvimento social, cultural e profissional. Ressaltamos que com a inserção da tecnologia de informática e comunicação os docentes podem tornar suas aulas interativas.

Ademais, devemos também lembrar que os alunos já trazem consigo um considerável conhecimento sobre vários aparelhos tecnológicos (vídeo game, computador, DVD, entre outros), e empregando desses meios os docentes estarão no mesmo contexto em que os educandos estão inclusos, instigando assim seu interesse pelo conteúdo em geral e por vezes facilitando sua compreensão.

Podemos dizer que a aprendizagem efetivamente acorre quando a criança não esquece jamais o conteúdo estudado. E quando ocorre a internalização do conteúdo, acontece a transformação no indivíduo. Sendo assim, a educação tem que servir para a vida dos alunos, com aplicabilidade na comunidade e sociedade que está inserida.

Enfim, é de suma importância promover a inclusão digital para toda a comunidade escolar, visando a melhoria na qualidade de ensino, uma vez que, estamos vivendo em uma era digital, e isso pode colaborar no processo de ensino aprendizagem nas escolas, ampliando a criatividade e possibilidades de novas metodologias que sejam atrativas e qualificadas. Sendo que, as menores ações são as capazes de provocar impacto significativo na qualidade da formação do aluno e prática do professor.

 

 

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