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INCLUSÃO SOCIAL NAS ESCOLAS

Marlene Foscarini Alves

Josevania Guia dos Santos

Leilaine Semensate Silva Cruz

Marlene Cassol Klaus

Joyce Caroline Morais Rosa

 

 

RESUMO

O presente artigo tem com finalidade refletir sobre a inclusão social e a capacidade de aceitação das diversidades das pessoas com necessidades especiais, na sociedade e na escola, garantindo acesso igualitário às oportunidades, mostrando assim o potencial destas crianças nas escolas regulares, e que a sua aprendizagem e limitada, mas podem acontecer, como as das crianças normais. Neste sentido, as pesquisas deste artigo mostram que cooperar com o fortalecimento das ações sociais voltadas para educação comum inclusiva, representa novas perspectivas no acesso e permanência da pessoa com necessidades especiais no âmbito escolar, proporcionando condições para uma educação de qualidade para todos. A legislação é explícita, quanto à obrigatoriedade em acolher e matricular todos os alunos, independente de suas diferenças e ou limitações. Entretanto, não é suficiente apenas esse acolhimento, mas que o aluno com necessidades especiais tenha condições efetivas de aprendizagem e desenvolvimento de suas capacidades.

Palavras-chave: Cultura, Tecnologia e Aprendizagem, Prática colaborativa.

 

 

ABSTRACT

His article aims to reflect on social inclusion and the ability to accept the diversities of people with special needs, in society and at school, ensuring equal access to opportunities, thus showing the potential of these children in regular schools, and that their learning is limited, but they can happen, like normal children. In this sense, the research in this article shows that cooperating with the strengthening of social actions aimed at inclusive common education, represents new perspectives in the access and permanence of the person with special needs in the school environment, providing conditions for a quality education for all. The legislation is explicit regarding the obligation to welcome and enroll all students, regardless of their differences and/or limitations. However, this reception alone is not enough, but that the student with special needs has effective conditions for learning and developing their skills.

Keywords: Culture, Technology and Learning, Collaborative Practice.

 

 

 INTRODUÇÃO

 

As Leituras indicadas que foram realizadas, sobre a Inclusão Social nas Escolas, são conjuntos de ações que busca a integração do ser humano em todos os sentidos, possibilitando aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor/raça que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade.

A Educação Inclusiva é aquela que oferece oportunidades aos alunos em aprender conforme suas condições, tanto para os educandos com necessidades especiais quanto aos considerados, politicamente normais. Procurando assim, caminhos alternativos para que todos possam ter um ensino aprendizagem voltados a todos sem discriminação.

A Inclusão traz para todos nós um desafio de mudarmos a nossa forma de ver o mundo, de agir e de pensar, temos uma grande oportunidade de conviver com crianças especiais, pois a cada dia podemos aprender mais.

Mesmo sendo um direito adquirido por lei ainda há muita resistência por parte de muitas pessoas. É necessário que haja uma nova postura pedagógica frente à relação de aprendizagem e desenvolvimento, visando sempre uma maior compreensão sobre as dificuldades na sua aprendizagem.

Nesta primeira parte falaremos sobre os direitos das crianças com necessidades especiais, como foi à elaboração da lei de Salamanca, onde se originou e como podemos coloca-la em pratica. Em seguida explicamos como esta sendo a inclusão das crianças especiais nas escolas municipais, como é feita, e os recursos adquiridos para a educação inclusiva e a participação da família.

 

 

DESENVOLVIMENTO

A Declaração de Salamanca:

 

A Declaração de Salamanca foi elaborada em 1994 na Conferência Mundial sobre Educação Especial, na cidade de Salamanca, na Espanha, e tem sua origem atribuída aos movimentos de direitos humanos e contra as entidades segregacionistas que surgiram a partir das décadas de 1960 e 1970.

A Declaração de Salamanca é o principal documento que protege os direitos das pessoas com necessidades especiais, sendo para eles o equivalente à nossa Constituição Federal, pois é nela que se encontram todos os direitos assegurados.

E como parte integrante da Declaração de Salamanca, constam as Linhas de Ação sobre Necessidades Educacionais Especiais, cujo objetivo é orientar organizações e governos em suas práticas de maneira que acolham todas as crianças, independentemente das condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou quaisquer outras. Propõe-se, dessa forma, que as escolas acolham tanto as crianças com deficiência como as bem-dotadas, assim como as das mais variadas origens e situações.

Solicitou-se aos países signatários da Declaração de Salamanca que considerassem os seguintes aspectos (1994, p.5).

 

- o princípio da igualdade de oportunidades;

- adoção de medidas paralelas e complementares às educacionais, nos outros campos de ação social (saúde, bem-estar social, trabalho etc.);

- inclusão das crianças com deficiência nos planos nacionais de Educação para Todos;

- especial atenção às necessidades de crianças com deficiências graves ou múltiplas;

- consideração da importância da linguagem de sinais como meio de comunicação dos surdos, de modo a lhes assegurar acesso à linguagem de sinais de seus países;

- reabilitação baseada na comunidade;

- ação coordenada entre os responsáveis pelo ensino e os responsáveis pela saúde e assistência social de organizações tanto governamentais como não-governamentais.

 

Nós enquanto educadores interessados em desempenhar adequadamente, tanto o papel pedagógico quanto o político faz-se necessário saber o que dizem esses documentos, verdadeiros marcos históricos, cuja discussão internacional tem sido a mais ampla e a mais frutífera.

Para Mazzotta (1999), se a Declaração de Salamanca fosse seguida corretamente contribuiria muito para um ensino de qualidade para as pessoas portadoras de necessidades especiais. As crianças com necessidades especiais têm direito à educação em comunidades escolares inclusivas, beneficiando-se do apoio necessário ao seu desenvolvimento possível.

Porém após 22 anos da Declaração de Salamanca, podemos dizer que a Educação Inclusiva ainda sofre muito, pois alguns dos direitos das crianças não são atendidos, existem escolas que não estão adaptadas para receber alunos especiais, os que mais sofrem são os cadeirantes, e os deficientes visuais, pois tem que ter rampas e ladrilhos no chão, e muitas escolas não possuem.

Segundo a Declaração de Salamanca (1994, p.1):

 

- toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem,

- toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas,

- sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades,

- aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades,

- escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêm uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.

 

Se todas as escolas fizessem o que a Declaração de Salamanca (1994, p. 01) está pedindo:

 

- atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais.

- adotem o princípio de educação inclusiva em forma de lei ou de política, matriculando todas as crianças em escolas regulares, a menos que existam fortes razões para agir de outra forma.

- desenvolvam projetos de demonstração e encorajem intercâmbios em países que possuam experiências de escolarização inclusiva.

- estabeleçam mecanismos participatórios e descentralizados para planejamento, revisão e avaliação de provisão educacional para crianças e adultos com necessidades educacionais especiais.

- encorajem e facilitem a participação de pais, comunidades e organizações de pessoas portadoras de deficiências nos processos de planejamento e tomada de decisão concernentes à provisão de serviços para necessidades educacionais especiais.

- invistam maiores esforços em estratégias de identificação e intervenção precoces, bem como nos aspectos vocacionais da educação inclusiva.

- garantam que, no contexto de uma mudança sistêmica, programas de treinamento de professores, tanto em serviço como durante a formação, incluam a provisão de educação especial dentro das escolas inclusivas.

 

Não teria tantas crianças fora das escolas, e sim sendo acolhidas em seus ambientes educacionais.

 

A escola não pode tudo, mas pode mais. Pode acolher as diferenças. É possível fazer uma pedagogia que não tenha medo de estranheza, do diferente, do outro. A aprendizagem é destoante e heterogênea. Aprendemos coisas diferentes daquelas que nos ensinam, em tempos distintos, (...) mas a aprendizagem ocorre, sempre. Precisamos de uma pedagogia que seja uma nova forma de se relacionar com o conhecimento, com os alunos, com seus pais, com a comunidade, com os fracassos (com o fim deles), e que produza outros tipos humanos, menos dóceis e disciplinados. (ABRAMOWICZ, 1997, p. 89).

 

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n°. 9.394/96 - de acordo com o artigo 59: Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

História da Educação Inclusiva em Cuiabá as pesquisas realizadas concluíram que a Educação Inclusiva no município de Cuiabá iniciou-se nos anos 90. Assim, como mostra o documento da Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá: que fundamentava seu trabalho no princípio da integração, que consistia em integrar os alunos com deficiências leves nas salas de aula do ensino comum e, em outro período, realizar o Atendimento Educacional Especializado em salas de recursos. Os alunos com deficiências mais severas eram enturmados em classes especiais, com uma proposta de ensino substitutivo ao da escola regular, objetivando propor aos alunos práticas de ensino condicionantes de forma que pudessem melhorar seus níveis de independência e autonomia.

O Projeto Psicopedagógico era desenvolvido por uma equipe multidisciplinar formada por psicólogos, fonoaudiólogo e 07 (sete) reeduca - dores. O trabalho dessa equipe visava identificar os alunos que apresentavam dificuldades ou distúrbios no processo de aprendizagem. Para atender a esta finalidade, os profissionais avaliavam os alunos e elaboravam propostas de intervenção para que eles pudessem superar suas dificuldades.

Os princípios da Educação Inclusiva orientam-se pelos valores consagrados pela sociedade democrática, assim designada: igualdade, dignidade humana, identidade, singularidade, alteridade, equidade e cooperação.

A escola é o lugar de resgate da cidadania e de exercício da alteridade. Na medida em que se percebe o “outro” como outro, e a diferença em relação a si, respeita-se os direitos e a dignidade humana de todos.

A união das pessoas com objetivos comuns potencializa a capacidade de atingi-los, maximiza os resultados almejados e favorece os processos que asseguram a qualidade da Educação Inclusiva.

 

Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica;

Convenção da Guatemala, promulgada pelo Decreto 3.956/2001;

Lei da Acessibilidade, sob o nº 1.098/2000;

Decreto nº 5.626, que regulamenta o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS;

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência;

 

Crianças Especiais em salas regulares. Foram observadas que, nos dias de hoje, as crianças especiais em salas de aula regulares, não tem o atendimento correto para eles, algumas escolas não possuem a adequação que precisa, para as suas necessidades, muitos problemas que ainda têm que ser resolvidos, apesar da Secretaria de Educação propor salas de atendimento especial (multifuncional), onde as crianças recebem atendimento especializado, mais para isso acontecer, tem que ter um laudo médico explicando qual é a gravidade da doença.

Sendo assim, as salas multifuncionais têm os espaços estruturados com diferentes recursos e equipamentos específicos para Atendimento Educacional Especializado das diversas deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e as altas habilidades/superdotação, desenvolvido por professores especializados com fluxograma apropriado às necessidades de cada aluno atendido.

Após informações cedidas pela escola municipal Antônia Joana [1]foi possível constatar que para ter acesso a verba é necessário à elaboração de projetos para aquisição de recursos juntos aos órgãos responsáveis, secretarias de educação municipal, estadual e federal.

Estes recursos serão para fazer as adequações necessárias, para dar a estas crianças uma educação digna e coesiva, para que não somente estejam em sala. E sim que aprendam e conheçam o mundo, mesmo que seja da sua forma de aprender.

Estes alunos ficam com uma cuidadora, que os auxiliam nas salas, ajudando-os nas tarefas, como por exemplo, ir ao banheiro, auxiliar na alimentação e etc., estas pessoas são formadas no ensino médio.

 

A educação integrada e a reabilitação apoiada pela comunidade representam dois métodos complementares de ministrar o ensino a pessoas com necessidades educativas especiais. Ambas se baseiam no princípio da integração e participação e representam modelos bem comprovados e muito eficazes em termos de custo para fomentar a igualdade de acesso das pessoas com necessidades educativas especiais, que faz parte de uma estratégia nacional cujo objetivo é conseguir a educação para todos (UNESCO, 1994, p. 29).

 

Segundo a Declaração de Salamanca (1994, p. 05):

 

O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, usam de recursos e parceiras com a comunidade. Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que se lhes assegure uma educação efetiva.

Escolas com crianças especiais. As escolas têm que aceitar todas as crianças em seu ambiente educacional, não importa qual e o seu transtorno global, negar vaga para uma criança especial e crime e prevê multa e detenção de até 05 anos.

 

Como diz Mantoan (1997, p.32):

 

Cabe à escola encontrar respostas educativas para as necessidades de seus alunos e exigir dela uma transformação". A inclusão na escola seria então, o processo pelo qual a própria escola adaptasse, transforma-se para poder inserir em suas classes regulares crianças e jovens portadores de deficiência que estão em busca de seu pleno desenvolvimento e exercício da cidadania.”.

 

Segundo o Estatuto da Pessoa com deficiência: Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação.

 Crianças em escolas de Integração e Inclusivas. “Incluir não é simplesmente levar uma criança com deficiência a frequentar o ensino regular. A inclusão é uma conquista diária para a escola, para a criança e para seus pais. Todo dia é um dia novo na inclusão (FACION, 2009, p. 203)”.

A Inclusão traz a todos nós o desafio para mudarmos a nossa forma de ver o mundo, de agir e de pensar temos a grande oportunidade de conviver com crianças especiais, pois a cada dia aprendemos mais com os considerados diferentes. Mas para existir Inclusão social das crianças com necessidades especiais é necessário diminuir as diferenças, que são enormes dos conceitos de inclusão e integração, é necessários seus significados, pois existem escolas que praticam a inclusão e as que praticam a integração.

Nas escolas que se pratica a Inclusão do aluno especial em seu ambiente educacional tem a inserção total e incondicional esses alunos não precisam se preparar para ir à escola é a escola que se adapta para recebê-los quando a escola faz isso rompe com os paradigmas já existentes no sistema educacional. As mudanças no sistema educacional existente em qualquer esfera do ensino beneficiam tanto os alunos considerados especiais quanto aos alunos considerados normais, pois ambos estarão em um mesmo ambiente adaptados para a ocupação para as duas classes de alunos.

Estas mudanças no ambiente escolar podem causar transformações profundas nas crianças, pois as crianças especiais que são inclusas em um ambiente acessível a elas, representam sua aceitação, isso para eles significa que seu modo de vida não atrapalha o outro, o torna independente e o outro não o terá como um obstáculo.

Estar com uma criança com necessidades especial em sala, muda todo o ambiente escolar, a sociedade se adaptará para atendê-los se adequando de acordo com suas necessidades, fazendo com as pessoas que os cercam se tornem mais atenta aos acontecimentos. A união da família com que a sociedade propicia o fortalecimento da pessoa com deficiência na luta pela conquista de seus direitos. A valorização do ser individualmente seja ela portadora ou não de deficiência é uma postura que dever ser tomada por todos, vivemos e sobrevivemos no mesmo mundo e não podemos discriminá-las pelas suas necessidades especiais, pois nós também aprendemos com elas a cada instante, não devemos disfarçar as limitações, porque elas são reais, mas não impossíveis de acontecer, a inclusão não se caracteriza apenas pela presença de pessoas com e sem deficiência em um mesmo ambiente é preciso à participação de todos em todas as atividades dispostas neste espaço.

A escola que proporciona um ambiente acolhedor para as crianças especiais tem muito mais a ganhar, a aprender, a ensinar e isso é o que importa.

Existem as unidades de ensino que fazem apenas a inserção parcial e incondicional dessas crianças nesse caso o que ocorre é o inverso da inclusão, pois as crianças é quem tem que se adaptar ao ambiente escolar onde estudam o sistema educacional dessas unidades contenta-se com transformações superficiais, as mudanças são mínimas ou quase nulas para o desenvolvimento do aluno e da unidade de ensino também. As crianças com necessidades especiais têm que se adaptarem às condições dos modelos ou padrões existentes na sociedade.

O adjetivo integrador é usado quando se busca qualidade nas estruturas que atendem apenas as pessoas com deficiência consideradas aptas (escola integradora, empresa integradora etc.), como o reflexo de um pensamento integrador podemos citar a tendência a tratar pessoas com deficiência como um bloco homogêneo (exemplos: surdos se concentram melhor; cegos são excelentes massagistas). As pessoas tendem a disfarçar as limitações para aumentar a possibilidade de inserção. Para as escolas integradoras acham que incluir as pessoas com e sem deficiência no mesmo ambiente escolar tende a ser suficiente para o uso do adjetivo integrador.

Entretanto é possível mudarmos essa ideia e Incluir de fato as crianças com necessidades especiais no nosso ambiente tanto educacional como nos ambientes de trabalho sem discriminação.

Mantoan (2000, p. 7-8), observa que as escolas abertas à diversidade são escolas:

 

Em que todos os alunos se sentem respeitados e reconhecidos nas suas diferenças, ou melhor, são escolas que não são indiferentes às diferenças. Ao nos referirmos a essas escolas, estamos tratando de ambientes educacionais que se caracterizam por um ensino de qualidade, que não exclui, não categoriza os alunos em grupos arbitrariamente definidos por perfis de aproveitamento escolar e por avaliações padronizadas e que não admitem a dicotomia entre educação regular e especial. As escolas para todos são escolas inclusivas, em que todos os alunos estudam juntos, em salas de aula de ensino regular. Esses ambientes educativos desafiam as possibilidades de aprendizagem de todos os alunos e as estratégias de trabalho pedagógico são adequadas às habilidades e necessidades de todos.

 

Pois este é o caminho fundamental para que se possa atingir a inclusão social, visando uma meta cada vez maior nos diferentes sistemas que envolve o revelar de uma escola mais eficiente, diferente, aberta, comunitária, solidária e democrática onde a multiplicidade nos leva a ultrapassar os limites da integração e alcançar os objetivos de uma sociedade que almeja a igualdade para todos.

A Importância da família de acordo com a "Declaração de Salamanca", no que se refere ao papel da família nesse processo de inclusão, demanda que se:

 

"(...) encorajem e facilitem a participação de pais, comunidade e organizações de pessoas portadoras de deficiências nos processos de planejamento e tomada de decisões concernentes à provisão de serviços para necessidades educacionais especiais” (1994, p.2).

                                                                                                                    

Também afirma que "pais possuem o direito inerente de serem consultados sobre a forma de educação mais apropriada às necessidades, circunstâncias e aspirações de suas crianças" (p. 3-4) e que:

 

"(...) ao mesmo tempo em que escolas inclusivas provêm um ambiente favorável à aquisição de igualdade de oportunidades e participação total, o sucesso delas requer um esforço claro, não somente por parte dos professores e profissionais na escola, mas também por parte dos colegas, pais, famílias e voluntários”. (p.5).

 

A Declaração de Salamanca estabelece a necessidade de parceria entre família, professores e profissionais da escola, com a finalidade de maximizar os esforços para a inclusão, da melhor forma possível, dos alunos com necessidades educativas especiais no ensino regular. Ela também especifica como deve ser essa parceria entre família e escola inclusiva. Essa parceria propicia:

1-      Maior apoio aos pais para que assumam seus papéis de pais de alunos com necessidades especiais;

2-      Oportunidade de escolha do tipo de provisão educacional que os pais desejam para seus filhos;

3-      Que pais sejam parceiros ativos nos processos de tomadas de decisões e planejamento educacional de seu filho.

Assim, a família do aluno com necessidades especiais é a principal responsável pelas ações do seu filho, visto que é ela quem lhe oferece a primeira formação.

É preciso que todos da família, sociedade, escola tenham consciência de que alunos com necessidade especial: são vivos, sentem, observam, têm as mesmas necessidades que outros alunos e não se pode confiná-los num mundo à parte. Infelizmente, o deficiente, o diferente é produzido pelo ambiente de carências afetivas, sociais, econômicas... "Nem um louco, nem um bobo". Mas um ser humano que requer talvez mais carinho/ atenção que outros "ditos normais"

É notável que tenham surgido propostas para uma educação inclusiva, é com a educação e a sociedade caminhando juntas para promover um ambiente educacional sem distinção de: raça/ cor/ religião/ necessidades. No entanto, nossa sociedade não está preparada para promover a inclusão de pessoas com necessidades especiais. Por isso devemos trabalhar para que essa integração/ inclusão ocorra.

A Importância da CAD nas escolas a Educação de Cuiabá, na data atual atende em média 1000 crianças com necessidades especiais, sendo de várias síndromes diferentes, onde cada todas as crianças possuem uma CAD (cuidadora de aluno com deficiência).

As CAD (cuidadora de aluno com deficiência) são responsáveis em auxiliar o aluno nas tarefas propostas pela professora regente da sala, e que o professor assim que passa como fazer a tarefa para os alunos, também ajuda este aluno com necessidade especial, elas também auxiliam na alimentação, higienização, socialização e locomoção em sala.

A orientação que as CAD (cuidadora de aluno com deficiência) recebem da Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá, e fazer o melhor para que estas crianças de socializem em sala.

A Secretaria municipal de Educação de Cuiabá, tem 700 CADs, para cuidar dessas crianças, pois tem algumas crianças que mesmo possuindo alguma deficiência consegue se locomover sozinha e se socializar com as outra crianças, então estas crianças não precisam da CADs.

A Inclusão dessas crianças em salas normais, e de forma um sonho a ser realizado, tanto pelas famílias como para os profissionais que ajudam essas crianças.

Para um trabalho melhor, e com desenvolvimento dessas crianças com necessidades especiais, e fazer um diário de bordo onde se coloca tudo que a criança fez no dia, como chegou o que fez durante a aula e como foi embora, assim os pais sabem o que o filho fez na escola, e como se comportou, e sempre procurar incluir lá e fazer a sua socialização em todas as atividades, e nunca ficar com a criança fora da sala.

Fazendo sempre o melhor possível, conforme a necessidade de cada criança, pois sabemos que a inclusão em escolas regulares e muito difícil, e que os desafios são diários, mas o amor e a dedicação de cada profissional pode fazer muito a diferença.

Para buscar um desenvolvimento melhor do aluno, estes profissionais recebem qualificação e capacitação a cada dois meses, para assim trocarem ideias e experiência com outros colegas.

Mas ainda precisamos de muito mais, pois não há estrutura para receber estas crianças com necessidades especiais, e não tem a preparação dos professores regentes em sala, as CAD somente cuidam e auxiliam, mas são os professores que tem que ser adaptarem a esta realidade.

Pois tem somente 57 salas multifuncionais, onde ajudam no desenvolvimento destas crianças, 99 professores que faz os auxílios e apenas 60 crianças participam da Equoterapia (feita em cavalos, para desenvolver o equilíbrio e a coordenação motora das crianças).

 

 

Considerações Finais

 

Com os levantamentos das pesquisas, constatamos que a Inclusão Social, ainda precisa de muita atenção, pois ainda tem escolas que não estão aptas para receber estes alunos em seu ambiente educacional, e que os profissionais que são os cuidadores não têm a formação necessária para desenvolver um trabalho digno com elas.

Além da falta de formação profissional, a falta de recursos e materiais para atender a demanda grande de alunos em sala de aula representa outra barreira para o processo de inclusão. Muitos educadores, ‘consideram que classes com menor número de alunos seriam mais acolhedoras e possibilitariam um trabalho mais cuidadoso” (MEC/SEE, BRASIL, 2005a, p.28).

O que se busca é uma escola em que os alunos aprendam a conviver com a diferença e se tornem cidadãos solidários. O professor é fundamental nesse processo, pois é ele quem conduzirá sua aula para que essa realidade aconteça.

Infelizmente percebemos que as atitudes discriminatórias persistem na sociedade, isso se dá pela falta de informação e a pouca convivência com o diferente. Fazendo com que muitas mães preferem não matricular seus filhos com necessidades especiais em escolas regulares devido à descriminação que sofrem em um ambiente educacional regular, pois muitos pais não aceitam que seus filhos considerados “normais” tenham contato com as crianças especiais. Desta forma de agir prejudicam seus próprios filhos, estas atitudes devem ser repensadas para que possamos conviver em igualdade social.

É fundamental que se compreenda que a inclusão de qualquer cidadão com necessidades especiais ou não está sujeita a sua maneira de viver, ou seja, dependem das condições sociais, econômicas e culturais da família, e na escola, com todos os seus segmentos: funcionários, educadores, orientação, direção e também os órgãos governamentais.

Segundo Mantoan (2003, p. 97):

 

A educação inclusiva deve ser entendida como uma tentativa a mais de atender as dificuldades de aprendizagem de qualquer aluno no sistema educacional e com um meio de assegurar que os alunos, que apresentam alguma deficiência, tenham os mesmos direitos que os outros, ou seja, os mesmos direitos dos seus colegas escolarizados em uma escola regular.

 

Os alunos com necessidades especiais contam com uma aprendizagem diferenciada dos demais alunos, sendo necessário muita calma por partes dos professores para que assim posam manter as crianças tranquilas e aptas ao aprendizado. Pois existem diversos tipos de síndromes e ainda assim há a possibilidade de aprendizado em todas de alguma forma.

 

A formação do professor deve ser um processo contínuo, que perpassa sua prática com os alunos, a partir do trabalho transdisciplinar com uma equipe permanente de apoio. É fundamental considerar e valorizar o saber de todos os profissionais da educação no processo de inclusão. Não se trata apenas de incluir um aluno, mas de repensar os contornos da escola e a que tipo de Educação estes profissionais têm se dedicado. Trata-se de desencadear um processo coletivo que busque compreender os motivos pelos quais muitas crianças e adolescentes também não conseguem encontrar um “lugar” na escola. (BRASIL, 2005a, p.21)

 

A maneira, mas fácil é ter muita dedicação, amor e carinho envolvido para que o professor desempenhe um trabalho que fara com os alunos com necessidades especiais não somente estejam em sala de aula com outras crianças e sim que realmente aprendam algo positivo.

 

 

REFERÊNCIAS

 

Cuiabá-MT. Prefeitura Municipal – SME. Educação Especial no Município de Cuiabá:

 

Diretrizes e Propostas Pedagógicas./ Prefeitura Municipal – Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá-MT. Cuiabá: Central de Texto, 2010.

 

Desenvolvimento psicológico e educação – Porto Alegre , 2004.

 

Estatuto da Pessoa com Deficiência.

 

FACION, J. R. Inclusão escolar e suas implicações. 2. ed. Curitiba: IBPEX, 2008.

 

GIL, A.C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6º ed. São Paulo: Atlas, 2008.

 

MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna

 

MANTOAN, Maria Teresa E. Ser ou estar: eis a questão. Explicando o déficit intelectual. Rio de Janeiro, WVA, 1997.

 

MELERO, M. L. Diversidade e cultura: uma escola sem exclusões. Espanha: Universidade de Málaga, 2002.

 

Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Documento subsidiário à política de inclusão. Brasília, MEC/SEE, 2005a.

 

Salto para o Futuro: Educação Especial: tendências atuais / Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999. 96 p. - (Série de Estudos. Educação a Distância, ISSN 1516-2079; v.9).

 

[1] Nome fictício