COMO ENSINAR BRINCANDO: O LÚDICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Camila Ferreira Mota Fernandes
Elisangela Valquiria Garcia Martins
Keila Pereira de Oliveira
Marcela Vieira da Cruz
Marilza Medeiros dos Santos
RESUMO
Este estudo trata-se de uma reflexão sobre a importância do lúdico no desenvolvimento e aprendizagem da criança na educação infantil em seu processo de alfabetização. O presente trabalho tem como objetivo principal discutir sobre a importância do lúdico enquanto instrumento pedagógico na Educação Infantil. Procura-se com este estudo: salientar a relevância do lúdico no cenário da alfabetização e demostrar o papel da brincadeira no processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil. Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica cujo objetivo é apresentar alguns pressupostos teóricos sobre o lúdico e o papel da brincadeira no processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil, baseado nas investigações de estudiosos contemporâneos. Esta é uma pesquisa de natureza básica, pois a meta é promover uma reflexão a partir do material exposto, o material pesquisado foi selecionado de acordo com sua relação com o assunto abordado pelo trabalho. Foram escolhidos 8 artigos científicos devidamente publicados, capturados por meio da plataforma Scielo – Scientific Electronic Library Online (Biblioteca eletrônica científica on-line). A escola é o lugar onde a criança passa a maior parte do seu tempo e por isso é importante lançar mão de vários meios para que o seu aprendizado se mantenha eficiente e que esta seja uma atividade prazerosa e estimulante para a criança, as atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário como se entende e não pode ser imposta. A questão da importância do brincar na educação infantil parece de antemão tema óbvio, fácil de conclusão. Porém, assumir a atividade lúdica como instrumento norteador do trabalho docente, requer mais que um discurso bem estruturado, pois é um compromisso que deve ser assumido por todo professor de educação infantil.
Palavras-chave: Lúdico. Ensino-Aprendizagem. Alfabetização. Brincadeiras.
INTRODUÇÃO
Ao nascer, a família é o primeiro contato com o meio social que uma criança recebe e a exemplo desta é o primeiro grupo com que ela se adapta e aprende os primeiros passos, costumes, hábitos, valores e crenças. Pouco adiante a criança é introduzida a um novo meio social, que é a escola, onde ela necessita de usar as instruções ofertadas pela família para compreender e respeitar o novo espaço ao qual foi submetida. Durante anos a criança é preparada, instruída e treinada para se tornar uma pessoa adulta capaz de constituir uma nova família e reiniciar todo o processo. A educação infantil é a primeira etapa da educação básica oferecida nas escolas é o momento onde gradativamente a criança é inserida em um ambiente completamente novo.
No modelo tradicional de ensino muitas vezes acabamos por transparecer para as crianças que estudar é algo chato e pouco divertido, por vezes fazendo com que as crianças desde muito cedo criem o hábito de resistirem aos estudos ou até mesmo não gostarem do ambiente escolar por terem que ser submetidas a fazer coisas das quais não gosta.
O processo de alfabetização de uma criança é uma das primeiras fases de sua iniciação escolar, onde tudo é novo e diferente, este é o começo de sua formação intelectual e pessoal como ser humano. Podemos dizer que o lúdico é uma forma de promover qualquer atividade que a criança realize com prazer ou que proporcione prazer a ela, mas isso ocorre de forma espontânea ao passo em que ela executa os exercícios propostos. Esse mundo do lúdico nos possibilita observar a conexão da criança com o ambiente externo em que ela esta inserida, a partir disso é possível analisar o processo de formação da pessoalidade e o desenvolvimento de suas habilidades.
As crianças são serem imaginativos, possuem uma grande capacidade de inventar situações em sua mente, viajar em seus pensamentos e criar as suas próprias diversões. A criatividade é desenvolvida por meio da imaginação e as situações reais, dar combustível a este imenso potencial criativo é o que faz toda a diferença para a educação das crianças e elas fazem isso no momento das brincadeiras, no momento em que são apresentadas ao novo, no momento em que são livres para desbravar novos campos.
Vários são os estudos e trabalhos publicados que discutem sobre a ludicidade no ensino das crianças, isso se dá pela indispensabilidade de se debater e refletir sobre o assunto, porém percebe-se que está prática necessita ser vista com mais seriedade pelos educadores, de forma que eles possam adequar suas praticas pedagogias e explorar muito mais as inúmeras possibilidades que o lúdico pode lhes oferecer quando visto como ferramenta de ensino aprendizagem. Que o lúdico não seja visto apenas como o ato de brincar, mas sim como uma ferramenta poderosa que pode ser mais bem explorada pelos educadores.
O lúdico é uma ferramenta pedagógica que os professores podem utilizar em sala de aula como técnicas metodológicas na aprendizagem, visto que através da ludicidade as crianças poderão aprender de forma mais prazerosa, concreta e, consequentemente, mais significativa, culminando em uma educação de qualidade. Dentro desta perspectiva o ensino se torna instigante, interessante e bastante prazerosa para as crianças, tornando também o ambiente mais favorável ao desenvolvimento infantil.
O presente trabalho tem como objetivo principal discutir sobre a importância do lúdico enquanto instrumento pedagógico na Educação Infantil. Procura-se com este estudo: salientar a relevância do lúdico no cenário da alfabetização e demonstrar o papel da brincadeira no processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil.
Por mais simples que seja a brincadeira ela pode ter algo a ensinar, a exemplificar e a demonstrar, pois as brincadeiras são instrumentos lúdicos de aprendizagem que de forma agradável e eficaz proporcionam velocidade no processo de mudança de comportamento e aquisição de novos conhecimentos, neste método podem ser utilizados de forma ampla tanto as brincadeiras quanto os próprios brinquedos.
Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica cujo objetivo é apresentar alguns pressupostos teóricos sobre o lúdico e o papel da brincadeira no processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil, baseado nas investigações de estudiosos contemporâneos. Esta é uma pesquisa de natureza básica, pois a meta é promover uma reflexão a partir do material exposto, o material pesquisado foi selecionado de acordo com sua relação com o assunto abordado pelo trabalho. Foram escolhidos 8 artigos científicos devidamente publicados, capturados por meio da plataforma Scielo – Scientific Electronic Library Online (Biblioteca eletrônica científica on-line).
DESENVOLVIMENTO
A educação é um meio de socialização para as novas gerações:
A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social: tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físico, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança particularmente se destine. (DURKHEIM, 1978, p. 41).
A educação infantil é a fase de iniciação das crianças no ambiente escolar, é onde ocorrem os seus primeiros contatos com novos colegas, as salas de aula e principalmente seus educadores, este é um momento decisivo na vida escolar das crianças. Fazer com que elas se interessem por este ambiente às vezes não é uma tarefa fácil.
A princípio é relevante entendermos que a palavra “ludus” significa/quer dizer “jogo”, a partir de então é possível perceber que o lúdico esta presente nas civilizações á muito tempo por meio dos jogos que foram muito praticados nos tempos antigos, sendo reprimido com o domínio das religiões que o tornavam proibitivos.
Mas para compreendermos melhor é preciso saber exatamente o que significa o lúdico. Pode-se afirmar que o lúdico é qualquer atividade que executamos e que pode dar prazer, que tenhamos espontaneidade em executá-la.
Nesse sentido, na visão de Bertoldo (2011), quando fazemos porque queremos, pôr interesse pessoal. Também de acordo com D’Ávila (2006):
“a palavra lúdica conceitua-se sobre a ideia de prazer que consiste no que se faz, sendo que tem ganhado um espaço muito importante entre profissionais de várias áreas, por sua relação com a realidade socioeconômica, política e cultural, que definem o mundo contemporâneo”.
De acordo com Gomes (2004, p.47), a ludicidade é uma dimensão da linguagem humana, que possibilita a “expressão do sujeito criador que se torna capaz de dar significado à sua existência, ressignificar e transformar o mundo”.
Piaget (1998) diz que a atividade lúdica é berço obrigatório nas atividades intelectuais da criança, sendo por isso indispensável a prática educativa. Para complementar esta afirmativa, Carvalho (1992) concorda que:
É difícil alguém dizer que criança não precisa brincar, porém são raros os adultos que dão a seriedade que esse momento precisa. ”Vale a pena lembrar que a oportunidade de brincar livremente por si só já traz efeitos positivos para o desenvolvimento das crianças” (MALUF, 2003, p. 13).
Maluf (2003) deixa bem claro que o ambiente é fator importante para que a criança tenha uma brincadeira saudável, por mais que elas possuam uma boa imaginação é necessário nos atentar para a necessidade de proporcionar um ambiente sadio e adequado tal para tal. Freidmann (2012) complementa falando sobre as condições para o brincar, de forma que:
[...] possibilitar tempo, espaço e materiais para brincarem livremente, escutar o que as crianças têm a dizer, fortalecendo a autoestima, fomentar a autonomia durante os conflitos, para estimular o desenvolvimento emocional e o autoconhecimento das crianças, possibilitar ações físicas que motivem as crianças a ser mentalmente ativas, propor regras, participação, elaboração, questionar valores morais proporcionar a troca de ideias, incentivar a responsabilidade de cada criança quanto ao cumprimento das regras, permitir o julgamento das mesmas, promovendo o desenvolvimento da inteligência (FRIEDMANN, 2012, p. 54-55).
O adulto precisa possibilitar um ambiente adequado para que a brincadeira ocorra de forma sadia, pois as crianças são reflexos do que oferecemos a elas. É de grande importância compreender sobre o público que estamos estudando, e de acordo com Kulhmann (2001) a infância é:
[...] caracterizada, primeiramente, como uma fase da vida em que os indivíduos precisariam de cuidados especiais e deveriam estar resguardados de algumas informações, que pudessem lhes ser nocivos, para que se desenvolvessem e se constituíssem, no futuro, como indivíduos plenos – adultos, de acordo com estudos a infância, desde a forma que olhamos e nos relacionamos com ela, tem confirmado a ideia de que é uma forma de categoria social, uma ideia moderna, construída histórica e socialmente (KULHMAN, 2001, p. 210).
Para Piaget (1998), até os dois anos de idade as principais brincadeiras da criança são os gestos, sons, sinais, e os exercícios de repetição, como rolar a bola, jogar o objeto no chão para o adulto pegar, estas são formas de linguagem da criança se comunicar com seu mundo exterior. Nessa fase do desenvolvimento a criança constrói imagens de objetos, ela se torna capaz de representar objetos ausentes, tornando-os presentes no momento desejado. Em seguida há a transição dos jogos simbólicos para os jogos de construção que inicia a partir dos quatros anos de idade, e se estende aproximadamente até os sete anos. Ainda na evolução da brincadeira vêm os jogos de regras, quando há a passagem do momento individual para o de cooperação.
Na linguagem infantil toda a capacidade mental e exercitada a todo momento e isso funciona como um fator estimulante para que as suas funções continuem a ser evoluídas e favorecem a execução. Oliveira (2000) esclarece que:
Ao brincarem as crianças criam regras que permeiam o desenvolvimento do enredo do faz de conta, como, por exemplo: a mãe sai para trabalhar e o neném fica chorando toda vez que ela sai as regras se constituem num tipo de evidência do compartilhamento que ocorre entre as crianças (OLIVEIRA, 2000.p, 56).
A criança quando é submetida a um novo ambiente é confrontada com inúmeras informações ao mesmo tempo, informações estas que elas precisam aprender a assimilar e compreender. É desta capacidade de assimilação e aprendizado que precisamos potencializar com os brinquedos e brincadeiras, pois a primeira infância é uma fase de construção e edificação, sendo assim o que aqui for construído dificilmente se dissociara. Com muita propriedade, Oliveira (2002) relata que:
A experiência de conhecer crianças pequenas é muito interessante. Elas demonstram agir com inteligências e chamam nossa atenção pelas coisas que fazem, pelas perguntas que nos trazem. Desde seu nascimento, o bebê é confrontado não apenas com as características físicas de seu meio, mas também com o mundo de construção materiais e não materiais elaborados pelas precedentes, das quais, de início, ele não tem consciência. Essas construções comportam dimensões objetivas (formas ou obras) e dimensões representativas, codificadas especialmente pelas palavras das línguas naturais, plenas de significações e de valores contextualizados (OLIVEIRA, 2002, p. 135).
Além de ofertar conhecimento, também ocorre neste momento o melhoramento das relações interpessoais, as atividades em grupo e ate mesmo o autoconhecimento que são características extremamente importantes nos dias atuais.
Enquanto a criança brinca são construídos os alicerces da compreensão e utilização de símbolos como a escrita, a capacidade e habilidades em perceber, criar, manter e desenvolver laços de afetos e confiança no outro. Dentro deste processo Lopes (1996, p. 1100) afirma que:
[...] Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia, nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes tais como: a atenção, a imitação, á memória e a imaginação. (LOPES, 1996, p.1100).
Além do desenvolvimento da identidade e sua autônoma é importante ressaltar que a criança necessita de uma fonte de conhecimento, em concordância com o autor Maluf (2003, p.9) quando a criança ganha novos conhecimentos ela desenvolve também várias outras habilidades, como:
O brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve habilidades de forma natural e agradável. Ele é uma das necessidades básicas da criança, é essencial para um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo. (MALUF, 2003, p. 9).
Brincar na escola deve ser uma iniciativa valorizada, porque para as próprias crianças esse é o ápice do seu dia. E quando o aprendizado acontece de forma prazerosa à criança tende a assimilar o aprendizado com muito mais facilidade.
Segundo Negrine (1994, p. 41), o brincar pode ser destacado em diferentes situações de desenvolvimento como, por exemplo:
- as atividades lúdicas possibilitam fomentar a "resiliência", pois permitem a formação do autoconceito positivo; b) as atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente. c) o brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade; d) brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação; e) brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento (NEGRINE, 1994, P.41).
Sendo assim é possível mais uma vez notar que a brincadeira é uma linguagem natural das crianças e que deve ser estimulada. Jean Piaget (apud ANTUNES, 2005, p.25) “retrata que os jogos e as brincadeiras não são apenas uma forma de entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual.”.
Muitas vezes podemos pensar que as brincadeiras sevem apenas para passar o tempo das crianças, mas os estudiosos nos mostram que esta realidade não é bem assim, pois muito aprendizado acontece por meio das brincadeiras, neste sentido “Através do brincar a criança prepara-se para aprender” (MALUF, 2003, p. 21).
“Na Educação Infantil, o lúdico proporciona a evolução do aluno, além do desenvolvimento do cognitivo, motor, físico, afetivo, aquisição dos valores humanos em sua formação, caminho didático, sendo utilizado para se alcançar êxito no ambiente escolar. O professor deve relacionar o desenvolvimento com a aprendizagem do aluno, onde o conteúdo deve estar estruturado de forma que ele aprenda e coloque em prática no seu dia a dia” (FRIEDMANN, 2003).
Educar com ludicidade é um ato planejado de forma que a proposta venha seduzir e envolver seus alunos ao prazer de conhecer. As crianças precisam se sentir atraídas para realizar a atividade proposta, em concordância com Almeida (2003, p.41) que diz:
A educação lúdica contribui e influência na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA, 2003, p. 41).
Nesse sentido, Vygostki (1998) ressalta que no brinquedo, a criança cria uma situação imaginária, isto é, é por meio do brinquedo que essa criança aprende a agir uma esfera cognitiva, é promove o seu próprio desenvolvimento no decorrer de todo o processo educativo. A presentar brincadeiras que podem ser que podem ser utilizadas nas turmas de educação infantil, como por exemplo: ciranda, amarelinha, a toca do coelho e etc, ajudam a estimular as crianças, pois conforme Wayskop (1995) “o jogo, as crianças fixam convicções de justiça, solidariedade e liberdade”.
Vygostsky (1991) esclarece que a brincadeira apesar de ter sua liberdade, possui regras e limites a serem respeitados.
“Da mesma forma que a imitação, a brincadeira é fundamental para que a criança desenvolva a sua identidade e autonomia. Quando brincam, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Além de amadurecerem algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. Estes se fazem presentes, sobretudo, no faz-de-conta, quando as crianças brincam como se fossem o pai, a mãe, o filhinho, o médico, o paciente, heróis, vilões, entre outros, imitando e recriando personagens observados ou imaginados nas suas vivências” (FRIEDMANN, 2012, p. 43).
Partindo desta perspectiva a criança aprende a respeitar as regras e saber a importância delas. De maneira subjetiva a criança se desenvolve por inteiro, não só aprende conceito, mas também os aplica, não só aprende as regras, mas também as práticas e isso é o que concretiza o aprendizado fazendo com que ela possa entrar em suas próximas fases de desenvolvimento.
CONCLUSÃO
Em sala de aula, é possível perceber e constatar o quanto é rico este espaço, e como é fundamental acreditar nas crianças, pois elas são capazes e sabem o que querem, pois selecionam os brinquedos de acordo com seus interesses em manipulá-los. No brincar não há certo ou errado, experimentar sem cobrar resultados. Brincar é fundamental para as crianças no qual elas aprendem a dividir, compreender alguns questionamentos.
De acordo com os estudos discutidos neste trabalho é possível concluir que a inclusão da ludicidade no planejamento escolar e nas atividades desenvolvidas na sala de aula, acarreta a propagação de uma educação flexível direcionada para a qualidade e a significação de todo o processo educativo, norteando aspectos e características que serão a chave principal para o aprendizado do educando e sua inserção no meio social do qual faz parte. Essa inclusão visa, portanto, a flexibilização e dinamização das atividades realizadas ao longo de toda a prática docente, oportunizando a eficácia e significação da aprendizagem.
A questão da importância do brincar na educação infantil parece de antemão tema óbvio, fácil de conclusão. Porém, assumir a atividade lúdica como instrumento norteador do trabalho docente, requer mais que um discurso bem estruturado, pois é um compromisso que deve ser assumido por todo professor de educação infantil.
A escola é um ambiente social, deverá ser para todos os envolvidos no processo educativo, um local promissor de troca e vivência de experiências, contribuindo de maneira positiva na efetivação de uma aprendizagem significativa e flexível. Também é importante dizer que o professor deve desenvolver atividades lúdicas na sala de aula não como meras brincadeiras, mas como uma possibilidade de promoção do ensino aprendizagem, também como uma atividade de entretenimento, sem relação obrigatória com a aprendizagem significativa para o aluno.
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